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Coordenação:

Patrícia Fontinha
Luísa Carvalho
Jornal do Digitalização, concepção
Agrupamento de gráfica e edição:
João Garcia
Escolas de Murça
Colaboradores:
EDIÇÃO 1 Comunidade Escolar

Dezembro 2006 Impressão:


Tipografia Viseense
1€
Tiragem:
300 exemplares

assistiu ao desfile no Polivalente.


Halloween na escola Bruxas, fantasmas, vampiros, mons-
Editorial
tros e aberrações de causar calafrios
“ A tradição ainda é o que era…” fizeram do dia 31 de Outubro, um dia Esta sociedade de informação, não raras vezes tão asfixiante como mobilizadora,
que irá provocar pesadelos tenebrosos conduz-nos à necessidade de, a todo o momento, seleccionar o útil do fútil, o bom do
aos que ousaram presenciar o evento. péssimo, o essencial do acessório. Decorre daqui que a gestão da informação implica,
Como se tudo isto não bastasse, o necessariamente, a gestão do tempo, atitude que, inevitavelmente, apenas se conse-
cinema do terror e da assombração gue com organização e disciplina. Foi com certeza com este espírito, organizado e
também marcou presença com a passa- disciplinador, que as professoras coordenadoras do Despertar da Porca deitaram mãos
gem de algumas películas de cortar a à obra e colocaram de pé um projecto que, no nosso passado escolar, tem tido altos e
respiração. baixos. Congratulamo-nos pela sua vontade empreendedora, felicitamos os colabora-
Não faltaram corajosos e destemidos dores, agradecemos aos parceiros que tornaram possível esta edição e, sobretudo,
na Escola que enfrentaram todos os desejamos que este Despertar permaneça. O seu mérito é informar, comunicar, dar a
medos que estas actividades implica- conhecer-nos, fomentar a liberdade de opiniões, a criatividade, a escrita, o desenho,
ram, contribuindo para mais um fantás- enfim, é ser o palco onde tem lugar a palavra da nossa escola. Parabéns, sejamos per-
tico e aterrador Halloween. sistentes.
Para o ano há mais e tenham muito Vivemos tempos de mudança e de renovação na escola, que exigem uma acção con-
medo … tenham muuuuuuuuito medo certada de esforços e de vontades dos diversos públicos que interagem nas comuni-
…! dades educativas. A melhoria dos resultados escolares e da qualificação dos jovens,
bem como o combate ao abandono escolar, constituem objectivos que, entre outros,
Professoras de Inglês norteiam os desafios da escola pública portuguesa. O Projecto Educativo do Agrupa-
mento, ao eleger a valorização e o desenvolvimento dos recursos humanos como
temática central de actuação, vai ao encontro daquelas preocupações. É por isso fun-
Como vem sendo hábito realizou-se No concurso das Bruxinhas foram ven- damental que a nossa comunidade educativa aproprie a concepção de uma escola
mais um Halloween na nossa Escola, cedores: social, exigente e mobilizadora, integradora e solidária. O desenvolvimento dos
que representa uma das mais famosas recursos humanos e o fomento de uma cidadania responsável passam por aí.
tradições dos Povos Britânico e Ameri- 1º - Jorge Pinheiro (5ºB) A reorganização da rede escolar no 1º ciclo do ensino básico e a implementação de
cano. O ambiente fantasmagórico e 2º - Sara Borges (5ºA) diversos projectos no nosso Agrupamento, que abrangem os diversos ciclos de ensi-
aterrador estava bem patente na deco- 3º - Bruno Bessa (5ºA) no, são exemplos de dinamismo da nossa comunidade educativa e vão ao encontro
ração da Mediateca, onde também esti- Inês Ribeiro (5ºC) das preocupações enunciadas anteriormente. Ao findarmos este primeiro trimestre
veram expostas as “Bruxinhas” a con- lectivo, desejo, em nome do Conselho Executivo do Agrupamento, um profícuo traba-
curso dos alunos do 2º ciclo. lho de cooperação e de colaboração, na tentativa de procurarmos perseguir a melho-
Foram muitos os alunos que se asso- ria da nossa Escola.
Albertino Lousa
Presidente do CE

ÍNDICE
No desfile as fantasias mais assustado- As obras de Santa Engrácia… em Murça
ciaram à iniciativa, vestindo-se a rigor ras pertenceram aos alunos: Aulas de substituição
2
para um desfile cheio de assombra- Estamos indignados
ções, espalhando um clima de medo e 1º - Tânia Cardão (6ºA) Crucigrama
terror um pouco por toda a escola. Com 2º - Ana Isabel Teixeira (5ºB)
pinturas, fatos e adereços “horripi- 3º - Bárbara Alves (6ºA) O despertar dos livros
lantes”, muitos dos alunos do 2º e 3º O despertar da escrita 3
ciclos “assustaram de morte” quem “Lei” de Murphy – Uma “Lei” que não o é!...

O ensino especial
Procedimentos Gerais de Segurança 4
Clube de Artes Visuais Diferenças no rigor do cumprimento das leis

A propósito do novo Estatuto da Carreira Docente


Os alunos do Clube de Artes Visuais produzi- ABECEDÁRIO maluco do 5ºA
ram alguns objectos de arte natalícios com a aju- Mãos na Ciência
da da professora coordenadora Alcina Rabaço. 5
Dia Mundial do não fumador
Para não faltar alegria à escola, e aproveitando A Páginas Tantas
as técnicas da reciclagem, os alunos construíram Ambições dos nossos alunos
uma série de pais natais que serviram para enfei-
tar a entrada do pavilhão principal da escola. Clonagem Humana
Fizeram, de igual modo, um painel cujo motivo é Bullying na escola
o Natal! 6
Intercâmbio Escolar com o Colégio Marthe Dupeyron
Passatempos Literários

Livros e alunos
Filmes e alunos
Música e alunos
Adivinhas 7
O francês na escola
O futuro da formação contínua
Alunos do Quadro de Valor e Mérito

Concurso Foto-Distorção
A todos um Bom Natal
Patrocínios
Alunos do Quadro de Valor e Mérito 8
Labirinto
Rede de Bibliotecas Escolares
Planta de emergência
O DESPERTAR DA PORCA EDIÇÃO 1 - DEZEMBRO 2006

As obras de Santa Engrácia… em Murça Aulas de substituição


Um pouco de História…….(1) O “feriado” conceito que tem despertado tantas emoções nos nossos filhos é passa-
do. As actividades de substituição agitam emoções assumindo formas diferentes. Mas,
“O Panteão Nacional de Portugal situa-se na freguesia de diferentes são os tempos! O Romantismo dos “feriados” perdeu-se! Muitos “beijos”
São Vicente de Fora, em Lisboa, na Igreja de Santa Engrácia. vão ficar por dar por falta dos feriados. Mas quem disse que a afectividade não pode ir
O actual edifício está no local onde já tinha sido erigida uma para a sala de aula? O desafio à criatividade e à inovação é por si só fundamental para
igreja em 1568, por ordem da Infanta D. Maria, filha de D. se perceber o quanto é importante a escola na nossa sociedade. As actividades de
Manuel I, por ocasião da criação da antiga freguesia de Santa substituição não podem assim ficar atadas à ideia de “cumprir horário”. É preciso
Engrácia. O templo passou a ter a função de Panteão a partir mais. Cabe aos pais e encarregados de educação a responsabilidade de estimular e
de 1916. Entre as personagens ilustres que aí estão sepulta- acarinhar o gosto pela escola e o que ela representa, tenha ela este ou outro formato.
das, encontramos Amália Rodrigues, João de Deus, Almeida Aos professores está reservado o efeito mais difícil e complexo, mas estimulante.
Garrett, Guerra Junqueiro. Os Presidentes da República por- Ouvir no fim da aula, quando se prepara para sair, alguém perguntar: Oh Professor, já
tugueses Teófilo Braga, Sidónio Pais e Óscar Carmona estão vai?
também aí sepultados. São também evocados no Panteão
Nacional, através de cenotáfios, as personalidades de Luís de Camões, Pedro Álvares Mário Sampaio
Cabral, Afonso de Albuquerque, Nuno Álvares Pereira, Vasco da Gama e do Infante D. Presidente da A.P.E.E.
Henrique, ainda que os seus corpos aí não estejam presentes.
A igreja de Santa Engrácia original foi constantemente alvo de modificações e altera-
ções, de tal modo que hoje nada resta dela. A versão original foi vítima de um tempo-
panhamento dos alunos) que são lec-
ral, em 1681. A primeira pedra do novo edifício barroco, lançada em 1682, marcou o Aulas de substituição cionadas por professores de outras
início de uma saga de 284 anos. As obras mantiveram-se durante tanto tempo que se
deu azo à expressão popular "obras de Santa Engrácia" para designar algo que nunca áreas curriculares.
mais acaba. A igreja só foi terminada em 1966.” Incumbiram-me de auscultar a opi- No que toca ao primeiro caso, todos
nião de vários colegas dos diversos os alunos são unânimes em concordar
Moral da história……. anos escolares sobre as aulas de substi- com essa medida, uma vez que a consi-
tuição. Tendo eu conhecimento de uma deram produtiva. Por sua vez, no que
Tudo indica que a pequena intervenção que tem vindo a ser feita pela autarquia fren- reunião de delegados de turma, solici- respeita às aulas “ocupacionais”, todos
te à escola EB2,3/S de Murça desde Maio, venha a figurar na história como mais uma tei aos mesmos que me fosse permitido discordam com estas, pois consideram-
obra… de Santa Engrácia! Isto porque o tempo das chuvas começou e não se vê o fim à intervir nessa reunião tentando assim nas pouco ou nada proveitosas, e che-
vista. recolher informação sobre o assunto, gam a referir que são propícias à falta
O comum dos mortais, como eu, questiona-se: mas afinal as obras vão beneficiar de forma a abranger a opinião de de civismo. Os mesmos alegam que
quem? Não me parece que as obras efectuadas permitam uma passagem eficaz de todos, uma vez que cada elemento poderiam aproveitar melhor essas
dois veículos em simultâneo. Os estacionamentos representa uma turma. horas em trabalhos de grupo, em traba-
escasseiam e a comunidade educativa (professores, Pelo que pude apurar, estes alunos lhos de pesquisa, e até mesmo em acti-
funcionários, pais e outros) terão menos locais para estabelecem uma separação entre vidades desportivas. E por isso, acham
estacionar (a autarquia deveria ter-se preocupado aulas de substituição propriamente que a forma como estas aulas estão
com este problema pois a escola não possui parque ditas, ou seja, quando estas são dadas estruturadas, deveria ser mudada.
de estacionamento próprio como acontece em alguns por um professor da turma ou da mes-
estabelecimentos de ensino do país). As habitações ma área curricular, das aulas de substi- Hélder Daniel Borges
em redor vêem o seu dia-a-dia mais dificultado pois tuição ditas “ocupacionais” (de acom- Representante dos alunos
existem acessos de saída que deixaram de existir. Foi
por demais falado no caso de uma ambulância que
não conseguiu entrar na escola secundária…por cau- ção que verificámos a danificação de
sa da arquitectura da estrada… E a pobre da árvore Estamos indignados alguns projectos.
que ali estava, assistindo impávida e serena aos acon- Com este artigo, pretendemos alertar
tecimentos, qual o papel dela no meio disto tudo? O Somos a turma do 9°B. Como é do toda a comunidade escolar para que
final foi o previsível…abatida pois estava a estorvar… conhecimento geral, ao longo do ano
É assim que fazemos quando as coisas se intrometem no nosso caminho. anterior desenvolvemos, na disciplina
Afinal para quê tanta chatice? de Área de Projecto, vários trabalhos
A comunidade educativa tem sofrido com as obras. A população em geral também com o objectivo de decorar a Escola,
pois foram presenciados casos de pessoas idosas a cair no lamaçal que se instalou sob o tema “Reciclar e recriar os espa-
aquando das primeiras chuvas. Os pais têm-se visto num inferno para levar e buscar ços da Escola”.
os seus filhos à escola. Podem dizer- Resultaram deste trabalho mesas,
me: não tens paciência nenhuma! cadeiras e um armário que se encon-
Mas, e os meses de Verão tão propí- tram na zona do bar e também o restau-
cios às obras? Não deveriam ter ro das portas da mesma zona. Para que
sido geridas e calendarizadas para este projecto se concretizasse foi
que fossem finalizadas até ao início necessário muito trabalho, esforço
das aulas? Porque houve um inter- dedicação, tempo, e claro, material que NÃO ESTRAGUE o nosso trabalho, que
valo de tempo tão grande (1 mês ou custou dinheiro à Escola. foi feito para tornar a Escola mais boni-
mais…) em que nenhum movimento Gostaríamos que este trabalho, que ta e apelativa.
de homens e máquinas se notou? Foi consideramos útil para o nosso estabe- Obrigado.
necessário o mau tempo para se lecimento de ensino, fosse preservado. 9ºB
apressarem as obras? Não poderia Foi com muita tristeza e muita indigna-
ter sido evitado este percalço? E afinal a pergunta que me assaz: valem a pena? …
Contudo, e embora estes desabafos andem no ar, espero ansiosamente que chegue
ao fim mais uma obra de Santa Engrácia…e que, de preferência andem mais rapidi-
nho… Crucigrama
(1) Transcrito integralmente de 1- 7ª arte, forma de promover a cultura
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pante%C3%A3o_Nacional
portuguesa no Mundo;
Anabela Coelho
Professora 2- Qualidade ou direitos e deveres do
cidadão, um dos três aspectos comuns da
EU;

… As reticências pretendem substi- 3- Pessoas que entram para um país


Aulas de substituição tuir o chorrilho de adjectivos que por estrangeiro para trabalhar;
um momento me ocorrem em relação a
Palavra de ordem, substituir. Substi- tanta substituição. Substitua-se, SIM. 4- Pessoas que saem do seu país e vão
tuir tudo por tudo ou qualquer coisa. Que se substitua tudo o que impede um trabalhar para outro;
Substituir o professor de Português normal crescimento dos nossos jovens.
pelo professor de Educação Tecnológi- Vamos substituir os fundamentalistas da 5- Ilha portuguesa, situada no Oceano
ca. Substituir o Professor de Matemática pedagogia por alguém que tenha os Atlântico, denominada por "Pérola do
pelo Professor de Inglês. Substituir a pés assentes na realidade dos quotidia- Atlântico";
alegria da liberdade de aprender, pela nos. Substituir os pais/encarregados de
prisão das paredes da sala de aula. educação por Pais/Encarregados de 6- País da América do Norte;
Substituir o prazer de crescer harmo- Educação que amem os seus filhos/
niosamente, pelo torniquete do aparen- educandos. Substituir ministérios e 7- Banco Central Europeu (sig.);
temente correcto. Enfim, substituir. ministros por Homens e Mulheres que
Substituir uns pelos outros, uma mão como os outros o consigam ser. Por 8- Troca de diferentes culturas, através
cheia de nada por outra de coisa favor, substituam esta ministra … das migrações, dos meios de comuni-
nenhuma. Substituir a toda a força para cação, etc.
que ninguém fique sem a sua substitui- J. Morais
çãozinha que para uns e outros não pas- Professor Disciplina de Geografia
sa de… 10ºB

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O DESPERTAR DA PORCA EDIÇÃO 1 - DEZEMBRO 2006
Fim, ou será o princípio de uma histo-
O despertar dos livros O despertar da escrita ria sem fim?!...

Dois Autores, Dois Títulos Mara nº 11


Sandra nº 17
Carolly Erikson Gonçalo M. Tavares Vânia nº 24
10º A

O Diário Secreto de Jeru- salém


Maria Antonieta
Estilo Negatividades
Na última quinzena do mês de Agosto entretive-me a ler um romance histórico, em
forma diarística, cuja personagem protagonista, Maria Antonieta, Rainha de França, Não era órfã de pai, nem de mãe,
me impressionou como esboço de uma construção humana. Qualquer criança sonhou, mas sim de ambos, o seu tutor não era
nesse tempo de brincar, ser rei ou rainha como esta o faz logo nas primeiras páginas Ulisses, mas sim Orso.
do seu diário. O auto-retrato traçado por esta mulher, narradora da sua vida na época Quando ela ainda não era jovem, ape-
ameaçadora da Revolução Francesa, completa-se num amplo quadro cujas persona- nas uma criança, o seu tutor prometeu-
gens históricas (seu marido, o rei Luís XVI de Bourbon; seus filhos Luís José, Luís Car- a em casamento ( o seu tio jamais a pro-
los e Sofia Beatriz; Robespierre; etc.) e ficcionais (o seu primeiro amor, Eric; o seu meteria ) não a um vizinho, nem a um
eterno amante, Axel ou as criadas de quarto Sofia, a confidente, e Amélia, a inimiga) desconhecido, mas sim a um parente
vão interferindo, capítulo a capítulo, na reconstrução da imagem canónica de “Cabra que nunca se chamou Tristão, mas Arri-
Austríaca” que o povo francês paulatinamente lhe ditou. go.
Maria Antonieta de Áustria, emergindo da sua relativização histórica, confessa os Definitivamente Vanina não chegaria
seus mais íntimos desejos, furores, receios e terrores através da escrita corajosa de aos 100 anos, muito menos aos 150, mas
páginas, por diversas vezes violadas, de um diário que a acompanha até ao dia da sua quando tinha 18 não quis casar com
execução na guilhotina, 16 de Outubro de 1793. Chocaram-me as realistas descrições Os alunos do 10º ano experimentaram Arrigo, porque nunca o achou novo,
da violência desta revolução. Uma revolução de que apenas lembramos a insígnia: em oficina de escrita, no âmbito da dis- bonito e divertido, pelo contrário ela
liberdade, igualdade e fraternidade. Recuei a esse passado conturbado, ainda que ciplina de Língua Portuguesa, variados achava-o velho, feio e maçador. Jamais
apenas textualizado, não esquecendo a noção de Linda Hutcheon, “ só podemos ima- Exercícios de Estilo retirados do livro do Orso a fecharia no castelo abandonado,
ginar o passado, nunca experimentá-lo”, e vivi esta revolução como leitora aristocrata. autor francês surrealista Raymond Que- mas fechou-a em sua casa e nunca mais
Frequentei uma corte luxuosa que acabou por se desmoronar num massacre de pala- neau. Tiveram como ponto de partida o a deixou sair, nem com um amigo, nem
vras ensanguentadas e consequentemente impressionante. Desta vez fiquei do lado seguinte texto: com um parente, só em sua companhia.
dos absolutistas condenados à morte! A Literatura tornou-o mais do que possível: um Nunca saía aos dias de semana, apenas
inevitável posicionamento. “Era órfã de pai e mãe, e Orso era o ao domingo e nunca para passear, só
Em suma, em Paris fui feliz com este livro aliciante, terminando-o sentada conforta- seu tutor. Quando ela era criança o tutor para ir à missa.
velmente num T.G.V., para escapar à guilhotina, ao invés da protagonista, passados prometeu-a em casamento a um seu
213 anos e fugir quer dos factos rigorosamente históricos quer da diegese em plena parente chamado Arrigo. Mas quando Daniela, nº 6
intriga. Vanina chegou aos dezoito anos não quis Yolanda, nº13
Mais recentemente reli Jerusalém, magnífico romance do panorama literário portu- casar com Arrigo porque o achava velho, 10º A
guês actual, para o experimentar, desta vez, sem a pressa de chegar ao fim. Reconhe- feio e maçador. Então Orso fechou-a em
ci, mais uma vez, por detrás da mesma minimalista capa negra, um narrador com casa e nunca mais a deixou sair senão
explícitas marcas surrealistas e dadaístas, que sugere, de igual modo, um discurso ao em sua companhia, ao domingo para ir à Estilo Arco-Íris
jeito de Kafka, cultivando uma linguagem directa, por vezes cortante, na constante missa.”
frieza dialogal, nos ilogismos narrativos ou na temática da morte, do tangível, do Era órfã negra de mãe chinesa e pai
absurdo e da loucura. Logo nas primeiras páginas passa a ideia da aflição humana indiano, e Orso de faces rosadas era o
perante a decisão do momento seguinte. A morte sempre entre parênteses. Leia-se: Sophia de Mello Breyner Andresen, seu avermelhado tutor. Quando ela era
“Ernst Spengler estava sozinho no seu sótão, já com a janela aberta, preparado para se O Cavaleiro da Dinamarca uma pálida criança, o vermelhote tutor
atirar quando, subitamente, o telefone tocou. Uma, duas, três, quatro, cinco, seis, sete, prometeu-a em escuro casamento a um
oito, nove, dez, onze, doze, treze, catorze, Ernest atendeu.” Uma personagem louca, seu ferrugento parente chamado Arri-
Mylia; um médico obcecado pelo estudo da estabilidade histórica do horror, que pas- go, o Ferrugem. Mas quando a brilhan-
sa o tempo a recolher documentos acerca dos campos de concentração; Hanna, uma Variações do texto te Vanina chegou aos dezoito claros
prostituta ou Hinnerk, o homem que vive permanentemente em estado de medo, temi- anos não quis casar com o alaranjado
do pelas crianças da vizinhança. original Arrigo, porque o achava um velho
Ler este livro torna-se uma experiência brutal, que chega quase a atacar o leitor bolorento, feio, descolorado e maçador
como uma dor física, lançando-o num vazio que o leva a tocar no absurdo da vida. Não Estilo Hesitante cor de maçã. Então o escuro Orso
é verdade, Sr. Leitor, que “ De poeta e de louco todos temos um pouco ” ? fechou-a numa casa acinzentada e nun-
Era órfã de mãe, se bem me lembro… ca mais a deixou sair da escuridão
Patrícia Fontinha ou de pai? Mas que confusão!... já nem senão em azul oceânico, na sua compa-
Professora sei o que é verdade! Isto tudo leva-me a nhia nevada, para ir, ao domingo, à
concluir que era órfã de ambos, ou dourada missa.
estarei enganada?! Não… acho mesmo
“Lei” de Murphy – Uma “Lei” que não o é!... que é órfã de ambos…e o seu tutor era Andreia, nº 3
Orso ou Urso?! Bem, se bem me lem- Conceição, nº 12
A ideia de que “se algo de mal pode acontecer, então acontece” corresponde a uma bro era Orso… Sara, nº 18
convicção que facilmente se instala no pensamento da maioria das pessoas. Por exem- Quando ela era criança ou seria ado- 10ºB
plo, nós achamos que se saímos de casa com guarda-chuva, o mais certo é que não lescente? Não… era criança… o tutor
chova, mas, se o esquecermos, prometeu-a em quê? Em casamento ou
então choverá com abundância; seria baptizado ou crisma? Bem, acho Estilo Interrogatório
a fila em que nos posicionamos que era mesmo em casamento! Com
no supermercado andará mais quem? Nem sei, já estou outra vez hesi- - De quem era ela órfã?
lentamente do que as outras; tante. Ah! Com um vizinho, com um - Era órfã de pai e mãe.
quanto mais pressa tivermos, amigo, ou com um inimigo?! Mas que - Quem era o seu tutor?
mais semáforos encontramos no grande confusão! Afinal era com um - O seu tutor era Orso.
vermelho, etc. parente! E qual seria o nome? Seria - O que lhe prometera o seu tutor quan-
A afirmação de uma espécie Arrigo ou Abrigo? Não, definitivamente do era criança?
de “fatalismo” em relação a era Arrigo. Quando Vanina chegou aos - Prometera-lhe um casamento com um
acontecimentos indesejáveis é dezoito anos ou seriam vinte? Não, aos parente seu.
habitualmente conhecida por trinta. Estarei enganada? Que maçada! - Como se chamava esse parente?
“Lei de Murphy” e atribui-se o Já não entendo nada! E não é que era - Esse parente chamava-se Arrigo.
seu enunciado a Edward A. mesmo aos dezoito! Lembrei-me mes- - Quantos anos tinha Vanina?
Murphy, um capitão engenheiro mo agora. Ela dizia que o seu noivo era - Vanina tinha 18 anos.
da Força Aérea dos EUA. seu marido ou não se quis casar com - Ela queria casar com Arrigo?
A frase “Se algo de errado ele? Afinal ela não se quis casar com - Não.
pode ser feito, então ele fá-lo-á” terá sido proferida por ele, em 1949, referindo-se a ele, porque ele era novo, ou velho? - Porquê?
um técnico que errara na execução de uma tarefa que lhe fora destinada. Bonito ou feio? Maçador, ou seria inte- - Porque o achava velho, feio e maça-
Este enunciado tem-se prestado a variadas versões, muitas delas, até, com carácter ressante? Como é que era? Ah! Já me dor.
humorístico. lembro! Afinal ele era velho, feio e - E Orso, como reagiu?
Importa no entanto sublinhar que não se trata, de facto, de uma lei matemática, como maçador… por isso ela não quis casar. - Orso fechou-a no palácio durante todo
é fácil de perceber após o estudo das Leis Fundamentais do Cálculo de Probabilida- Então Orso, que não era Urso fechou- o dia.
des. a em casa ou deixou-a na rua? Não!!! - E o que é que ela podia fazer?
O conhecimento científico e um bom espírito crítico são a melhor defesa para as Acho que foi numa gaiola! Bem, mas - Nada senão ir em sua companhia, ao
“armadilhas” criadas pelo senso comum. que é isto? Lá surgem as minhas hesita- domingo, à missa.
ções a estragar tudo! Foi mesmo em
Selecção de in Infinito 12A – Parte 1; p.19; Jorge, A.; Alves, C.; Fonseca, G.; Barbedo, casa, prendeu-a lá e não a deixava sair Andreia Carneiro, nº 2
J.; Areal Editores; Porto; 2005 a não ser na sua companhia, ao domin- Caty Marcolino, nº 5
go, para ir à missa, esperem lá, ou à 10ºB
Ana Barreira tourada?? Pelo que me lembro era
Professora mesmo à missa.

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O DESPERTAR DA PORCA EDIÇÃO 1 - DEZEMBRO 2006
cada tipo de deficiência. Hoje em dia o tabaco, contribuindo desta forma, para
O ensino especial computador é bastante utilizado e as
Diferenças no rigor do o desaparecimento ou diminuição dos
formas de adaptação deste a determi- cumprimento das leis riscos ou efeitos negativos que esta
Esta entrevista tem o objectivo de nadas problemáticas através de pro- prática acarreta para a saúde dos indi-
mostrar à comunidade escolar em geral gramas específicos utilizadas por Nos últimos tempos víduos.
aquilo em que realmente consiste o exemplo em alunos com paralisia cere- tenho vivido com a Para tanto, a referida legislação no
Ensino Especial. bral. dúvida permanente seu articulado define normas e procedi-
Demonstrá-lo em De que forma ensinam estas crian- sobre a existência ou mentos a ter em conta em relação à
poucas palavras é ças? não de dois pesos e Proibição de fumar e respectiva
um pouco compli- Através de estratégias diversificadas duas medidas no regulamentação nos seguintes termos:
cado pois o Ensino realizadas em contextos naturais sem- cumprimento das
Especial é muito pre que possível (dependendo dos leis, porque verifico É proibido o uso do tabaco:
mais do que um casos) de acordo com as suas compe- que muitas leis recentes, emanadas de Nos estabelecimentos de ensino, incluin-
ensino para seres tências, os seus interesses e os das um qualquer órgão de tutela que inter- do salas de aula, de estudo, de leitura ou
humanos com diferença. famílias. Embora individualizado e per- firam directamente com os professores de reuniões, bibliotecas, ginásios e
Entrevistámos a professora Paula que sonalizado, o ensino nesse âmbito deve e sua função, merecem o privilégio da refeitórios;
lecciona na Escola Básica nº1 de Murça, também ser realizado num contexto de melhor atenção no seu cumprimento, Nos locais mencionados poderá ser per-
do Agrupamento Vertical de Escolas de grupo, de forma a facilitar a inclusão, a ainda que mal entendidas e mitido o uso do tabaco em áreas expres-
Murça, e que é especializada no Ensino socialização e a aceitação da diferença “digeridas” por todos. Mas, como são samente destinadas a fumadores, as
Especial, para percebermos melhor por parte dos outros. É também impor- para “exigir” ainda mais dos professo- quais não deverão incluir zonas a que
este tipo de ensino. tante a utilização do elogio, do reforço res, aplicam-se de imediato. tenham comummente acesso a pessoas
O que é o Ensino Especial? positivo e a valorização da auto-estima No entanto, existem outras leis em doentes, menores de 16 anos, mulheres
É um conjunto de procedimentos/ destes alunos. vigor, já amarelecidas pela idade que grávidas ou que amamentem e despor-
medidas que devem promover a inclu- O mundo físico está concebido a “defendem” direitos de todos e tam- tistas.
são dos alunos com necessidades edu- pensar na diferença? bém dos professores e, talvez por isso, A proibição estabelecida nas alíneas do
cativas especiais (NEE) e facilitar e pro- Claramente não. Infelizmente existem continuam na prateleira do esqueci- presente artigo entende-se sem prejuízo
mover as suas aprendizagens e a socia- inúmeras barreiras arquitectónicas que mento sem que os zelosos cumpridores das disposições constantes de regula-
lização. dificultam a sua mobilidade e o seu das outras, mais recentes, esbocem mentos internos, os quais deverão ser
Para quem é destinado este ensino? grau a serviços e equipamentos de uti- uma qualquer vontade em promover a sujeitos à aprovação do Conselho de
Este ensino é destinado a alunos com lização pública. Deveriam existir vias sua aplicação, mesmo quando porven- Prevenção do Tabagismo.
NEE de carácter prolongado e/ou per- de acesso adequadas, adaptação de tura a entendam como da maior justiça. A fiscalização do cumprimento do dis-
manente num dos seguintes domínios: espaços públicos de lazer, maior inves- Mas para melhor me fazer entender, posto neste artigo será exercida pelas
visual, auditivo, mental, comunicação timento nos transportes, entre outras passo à fundamentação da minha dúvi- entidades que tenham a seu cargo os
ao nível da linguagem e de fala, emo- medidas. da, antes que coloque mais uma no locais aqui contemplados e, sectorial-
cional, motor e de saúde física, poden- Porque escolheu esta profissão? espírito e assim perca a coerência que mente, pelos departamentos governa-
do conter essas NEE em mais do que Tendo tomado contacto com crianças tanto prezo. mentais responsáveis pelas diferentes
um domínio como é o caso da multidefi- com NEE no meu primeiro estágio (na A minha dúvida reside na falta de áreas em questão.
ciência. minha formação inicial de educadora cumprimento do estipulado no Decreto- A infracção ao disposto no presente
Como comunicam as crianças com de infância), depressa senti que a Lei n.º 226/83 de 27 de Maio, de que diploma é punida de acordo com o pre-
deficiência? minha vocação era contribuir para faci- realço algumas considerações essen- visto na Lei n.º 22/82, de 17 de Agosto.
Isso depende do tipo e grau de pro- litar a sua aprendizagem, para valorizar ciais para melhor se entender o incum-
blemática. Há alunos em que a única as suas conquistas e para facilitar a sua primento da lei no que se refere à proi-
forma de comunicar é a linguagem cor- integração. bição de fumar.
poral, o riso, o choro, os “gritos”, tudo Trabalhar com a diferença é um desa- Anualmente, nos paí-
com significado que nós temos que fio permanente À sensibilidade, à dis- ses da Comunidade Eco-
conseguir perceber: o simples toque ponibilidade, às interacções com os nómica Europeia mor-
da mão, o puxar do cabelo para elas e alunos, com as suas famílias e à aposta rem 100.000 pessoas,
para nós são comunicação (no caso de num trabalho de diferenciação curricu- sendo o tabagismo con-
alunos com multideficiência). Outros lar que rejeita a individualidade de siderado como respon- Como se depreende, a legislação que
necessitam de formas aumentativas ou cada um. sável de muitas doenças. protege os não fumadores já existe há
alternativas de comunicação. Se falar- Sendo importante referir cerca de 23 anos, no entanto, um tanto
mos na deficiência visual utiliza-se o André Vilela também, que os não fumadores sujeitos ou quanto incompreensivelmente nin-
Braille e nos deficientes auditivos a lín- Aníbal Lousa a ambientes viciados pelo fumo do guém a cumpre. Será porque essa mes-
gua gestual. Também se utiliza o PIC e Laura Martins tabaco se encontram igualmente expos- ma legislação serve os interesses dos
o Makaton. Marta Videira tos a estes malefícios na qualidade de professores, e eles também já não têm
Actualmente as novas tecnologias Rui Domingues fumadores passivos. esse direito?
alargam o leque de possibilidades de Sara Plácido Atenta ao problema, a Organização Não pretendo lançar nenhuma cam-
interacção e comunicação para os alu- 10ºA Mundial de Saúde, ao longo dos tem- panha fundamentalista contra aqueles
nos com NEE, quer seja, através de pos, emitiu uma série de recomenda- que decidiram ser fumadores, bem
software educativo, quer através de ções sobre o uso do tabaco e suas pelo contrário, até porque verifico exis-
programas específicos adaptados a repercussões na saúde. Na prática, tir, dentro do possível, a melhor com-
somente após a Segunda Guerra Mun- preensão e respeito dos fumadores
dial se iniciou a prevenção do tabagis- para com os não fumadores, no entanto:
se imediatamente para o local de reu- mo. “Os fumadores portugueses fumam mais
Procedimentos Gerais nião, seguindo o caminho de evacuação Em Portugal, a partir de Novembro de e têm menos cuidado no modo como
de Segurança do local onde se encontra. 1959 foram publicadas várias leis sobre
a proibição de fumar Decreto-Lei n.º
fumam, criando problemas mais graves
devido à exposição passiva (CCE, 1993).
7. Deverão permanecer no local de
Alunos concentração até ordem em contrário. 42661, de 20 de Novembro de 1959, Contudo há que reconhecer que causa
1. Manter a calma. Portaria n.º 23440, de 19 de Junho de sempre algum mal-estar, quando
2. A saída da sala de aula deve ser rápi- Pessoal Docente 1968; Portaria n.º 212/78, de 18 de alguém tem de tentar retirar-se, de um
da e ordeira, acatando as ordens que 1. Manter a calma. Abril, Portaria n.º 375/78, de 11 de espaço que é único, e por isso também
lhes sejam transmitidas pelo professor 2. Dar orientações simples e precisas Julho, Despacho n.º 134/77, de 19 de lhe pertence por direito próprio, para
ou funcionário. aos alunos sobre os procedimentos a Maio, Despacho n.º 52/79, de 27 de evitar ser mais um fumador passivo,
3. O delegado de turma é o encarrega- ter. Setembro. mesmo depois de se ter libertado do
do de: 3. Deverão ser os últimos a sair da sala, Em 1980, Portugal decidiu constituir “vício” de fumador inveterado já há
a. abrir a porta da sala, ao soar o sinal seguindo a turma na cauda da coluna, um grupo de trabalho interministerial alguns anos porque: “A inalação passiva
de alarme; prontos a prestar auxílio a qualquer com a missão de apresentar ao Gover- de tabaco aumenta o risco de cancro,
b. conduzir os restantes alunos, atrás de aluno que se desoriente, fique atrasado no propostas de medidas educativas e doenças cardio-vasculares, irritações do
si, até ao local de concentração (campo ou fique magoado na sua deslocação. legislativas com o objectivo de minorar sistema respiratório e dos olhos, otites
de jogos, junto ao pavilhão gimnodes- 4. Deverão permanecer no local de os malefícios do tabaco. Culminando no ouvido médio e dores de cabeça
portivo), seguindo a sinalização hori- concentração e proceder à contagem com a aprovação pela Assembleia da (Boyle, 1997)”.
zontal do respectivo pavilhão / sala. dos seus alunos. República da Lei n.º 22/82, de 17 de Por favor, haja alguém que faça algo
4. Os alunos e professores abandonam 5. No caso do professor se encontrar Agosto, que contem as bases gerais de para que também esta lei seja cumpri-
os seus livros e evacuam a sala em fila nos laboratórios de Biologia ou de Físi- prevenção do tabagismo. da, os professores agradecem muito,
única atrás do delegado de turma, até co-Química: A 27 de Maio é publicado o Decreto- especialmente os não fumadores. Obri-
ao local de concentração. a. deve fechar o gás; Lei n.º 226/83 de 27 de Maio a vigorar gado!
5. O andamento dos alunos deve ser b. no caso da ocorrência de um incên- a partir dos 90 dias subsequentes, que
rápido, mas efectuado de forma ordei- dio, deve tentar dominar o foco de no presente articulado procura prote- José J. Pinto
ra: incêndio devendo, para o efeito, utilizar ger os não fumadores e limitar o uso do Professor
a. não se trata de um campeonato de o meio de extinção adequado;
corrida; c. no caso de não conseguir dominar a
b. deve tratar-se de um campeonato de situação, deve fechar a porta e abando-
com o produto adequado procedendo, 2. Auxiliar na evacuação dos alunos e
ordem; nar a sala de imediato seguindo as nor-
de seguida, à evacuação das salas de certificar-se de que não fica ninguém
c. não devem empurrar os colegas; mas de segurança;
aula. para trás.
d. não devem parar; d. no caso da ocorrência de derrame
Obs. Ver planta de emergência na últi-
e. não devem voltar atrás. de um ácido, deve lavar de imediato a
Pessoal Não Docente ma página
6. No caso do incidente ocorrer durante zona afectada com água e, no caso de
1. Manter a calma. José Fernandes
o intervalo, os alunos devem deslocar- não ser um ácido, deve neutralizá-lo Delegado de Segurança

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O DESPERTAR DA PORCA EDIÇÃO 1 - DEZEMBRO 2006
ção vai ter consequências trágicas. de pesquisa relativo ao tema da activi-
A propósito do novo Recordo aqui as palavras de Gabriel
Mãos na Ciência dade e, posteriormente, idealizar uma
Estatuto da Carreira Mithá Ribeiro na revista “pontosnosii” montagem experimental simples que
de Novembro: “Tem sido impossível permitisse responder aos problemas
Docente gerir com eficácia o sistema educativo propostos e extrair conclusões. Segui-
precisamente por ele assentar nesse damente foram montadas as experiên-
O Estatuto da Carreira Docente é o tremendo equívoco que é o facto de cias desenhadas e monitorizadas
documento estruturante da nossa pro- quem está no terreno ser sistematica- durante várias
fissão, aquele que define direitos, mente silenciado. Antes pela tríade semanas. No
deveres, responsabilidades e obriga- governantes/sindicalistas/cientistas- da final desta activi-
ções de carreira. - educação, que entre si discutiam e dade cada gru-
A sua dimensão orientadora e norma- sabiam tudo e, ultimamente, o clássico po de alunos
tiva recomenda como necessária uma das ditaduras: o reforço do poder exe- No âmbito da disciplina de Biologia e apresentou à
efectiva negociação entre as partes cutivo e do autismo que o caracteriza”. Geologia, os alunos do 11º e 12º anos turma o seu tra-
envolvidas (Ministério da Educação e Para além da elitização referida, ou do curso de Ciências e Tecnologias, ba l h o como
organizações sindicais). Tenho como em seu resultado, a competição entre realizaram durante o 1º período uma cientistas.
certo que qualquer alienação ou professores vai ser uma realidade, quer actividade intitulada “Mãos na Ciên- O “Mãos na Ciência” permitiu des-
menosprezo a que os professores sejam pela divisão da carreira em duas cate- cia”. pertar nos alunos o gosto pela investi-
conduzidos neste processo se traduz gorias quer pela avaliação que os pro- Os alunos, em grupo, “meteram as gação científica e o desenvolvimento
numa diminuição da efectividade do fessores titulares vão fazer aos outros mãos na ciência” e desempenharam o da capacidade de comunicação oral.
documento. professores. papel de cientistas, procurando assim Foi um trabalho bastante interessante e
Na minha opinião, a estratégia impo- O facto da progressão na carreira encontrar respostas para os problemas que nos deu, a nós alunos, grande von-
sitiva escolhida pelo Ministério está a depender de uma avaliação de desem- colocados pela professora e relaciona- tade de realizar com empenho e satisfa-
conduzir os professores a uma rejeição penho mais rigorosa e feita por entida- dos com problemáticas actuais da Bio- ção.
acrítica da versão actual do Estatuto e a des diversas, vai exigir a todos um logia, nomeadamente o efeito das hor-
uma auto-marginalização que a nin- maior cuidado no exercício funcional, monas vegetais em plantas e frutos. Joana Calvão, nº10
guém serve. Será bom que estejamos um espírito mais competitivo e, porven- Foi necessário realizar um trabalho 12ºA
atentos, quer junto de quem nos defen- tura, uma postura mais agressiva no
de quer de quem nos ataca. Devemos que respeita ao investimento profissio-
ter uma opinião, intimamente ligada ao nal. A somar a isto temos ainda de ultra-
nosso sentir e às nossas vivências pro- passar o ruído criado pelo facto de os Dia Mundial do não A Páginas Tantas
fissionais. pais intervirem na nossa avaliação.
Por outro lado, a estratégia negocial Digo ruído porque me parece uma fumador O Clube de Leitura “A Páginas Tan-
seguida pelo Ministério é coerente (de questão menor e facilmente rebatida tas” visitou o Infantário A Toquinha
forma confrangedora) com a crescente pelo nosso saber profissional. Como No âmbito do Projecto Educação para
funcionalização dos docentes. O profes- qualquer ruído, impede de ouvir a a Saúde e Escolas Livres de Tabaco,
sor executor está a substituir o profes- música completa que, neste caso, são realizou-se uma caminhada pela vila de
sor crítico. Esta tendência é preocupan- os constrangimentos colocados à pro- Murça, comemorando este dia. Aqui vai
te. Tanto mais quanto, se é verdade que gressão, especialmente na transição um poema sobre este dia tão importan-
o sistema educativo ganha em execu- para os últimos escalões de professor te:
ção/ normalização, perde em reflexão, titular.
em criatividade e em capacidade de A criação de cotas para acesso ao No dia do não fumador
reformulação interna e localização edu- topo da carreira é um obstáculo admi- Cuida dos teus pulmões
cativo- pedagógica. nistrativo e não um parâmetro de ava- Não fumes, por favor
Uma análise objectiva das diversas liação. Como tal é artificial e não tem Ou ficam como carvões.
versões do ECD acentua alguns aspec- justificação. Se querem impedir que Os alunos do Clube de Leitura visita-
tos que reforçam o controlo central da todos os professores cheguem aos Porque gosto da minha saúde
ram no dia 20 de Novembro o Infantário
profissão docente e reduzem o acto escalões mais elevados, devem encon- Sou um não fumador
de Murça A Toquinha, no âmbito do
educativo a um conjunto de procedi- trar parâmetros de avaliação rigorosos Quero que o meu coração bata
plano de actividades deste projecto
mentos estandardizados com vista à e diversos e não escolher por “moeda Como um despertador.
para o primeiro período lectivo, para
memorização de informação para ao ar”. Não é dignificante, especial- ler e declamar textos e poemas por eles
espraiar brilhantemente em exames mente para quem avalia. Meus dentes branquinhos estão;
criados e seleccionados a meninos de
que, pelos vistos sossegam as cons- Estes aspectos que eu sublinhei não Por isso digo ao fumo que não!
3, 4 e 5 anos. Houve grande entusiasmo
ciências excessivamente métricas de são exclusivos. O novo estatuto vai criar Meus pulmões tão limpos são;
da parte dos nossos pequenos “grandes
alguns analistas pragmáticos. A dimen- uma carreira diferente e exigir posturas Não os sujo com o carvão.
leitores” frente ao público infantil, veri-
são de transmissão de valores e de for- profissionais diversas. Vamos ter mais ficando-se, de igual forma, grande
mação do carácter/ personalidade do deveres e menos direitos. A nossa pre- Longos anos quero viver;
receptividade da parte dos ouvintes e
aluno é uma preciosidade, uma espécie paração para este facto em nenhum Fumador não quero ser;
dos profissionais desta instituição.
de mania que importa combater. momento deve significar que aceitemos Quem fuma pede a morte;
O empobrecimento da relação peda- reduzir a especificidade e a riqueza do Mas eu não! Quero ser forte!
Professoras
gógica caminha a par de uma elitização acto educativo e a nobreza da nossa Palmira Guedes e Patrícia Fontinha
da profissão docente, aumentando os profissão. Ser professor é ser muito e Sandra Marina
indicadores individuais de partida está muito para lá das meras realiza- 7º A
(professores titulares e não titulares) e ções temporais, governativas ou não. Ambições dos nossos
A Caminhada dos nossos alunos pela
diminuindo os pólos agregadores ou
vila, devidamente identificados com
alunos
comuns de raiz local ou até de dimen- José Alexandre Pacheco
são escolar. A deslocalização da educa- Professor uma t-shirt estampada com o símbolo
criado pelos alunos do projecto Os professores directores de turma
“Escolas Livres de Tabaco”. do 12º ano, mais concretamente das
turmas A e B, na sequência da caracte-
rização dos seus alunos, averiguaram as
ABECEDÁRIO maluco do 5ºA suas ambições profissionais, tendo
obtido como resposta à questão sobre a
A são as Anas que apanham canas,
São os Andrés que gostam de jacarés. pretensão de seguir um curso superior,
a seguinte listagem de preferências:
B é a Bárbara Correia que se acha muito feia e o
Bruno que gosta de jogar ao Uno.
Acção Social
C é a Carla que pouco “parla”. Ciências/Investigação
Comunicação Social
D é a Daniela que come da panela e o
Diogo que foge do fogo. Dermatologia
Design
F é o Fábio que tem a mania que é um sábio. Direito
G é a Gabriela que gosta de ver a Floribella. Direito Criminal
Educadores de Infância
J são os Joões que furam os balões e os Enfermagem
Josés que não lavam os pés.
Engenharia Biomédica
L é o Luís que bebe água do chafariz. Engenharia Civil
Engenharia Electrotécnica
N é o Nuno que foge do gatuno.
Engenharia de Energias
R é o Ricardo que foge do moscardo e o Engenharia Mecânica
Rui que diz sempre” eu não fui!”. Fisioterapia
S são as Saras que apanharam com as varas, a Informática
Soraia que gosta de ir à praia e a Medicina
Susana que tropeçou numa banana. Música
T é a Tatiana que tem uma iguana. Relações Internacionais
Sociologia

Os alunos do 5º A Professores
Patrícia Fontinha e José Fernandes

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O DESPERTAR DA PORCA EDIÇÃO 1 - DEZEMBRO 2006
um filho a um casal infértil, de concluir
Clonagem Humana posteriormente uma gravidez interrom-
Passatempos Literários
pida ou de “dar vida” a uma criança
“ – Olá! Quem és tu? morta prematuramente, as opiniões Provérbios
- Eu?!... Eu sou tu!” divergem. Se por um lado não se deve
travar a evolução do conhecimento Dia 2 de Fevereiro
Clone é a designação que se atribuiu científico, facto é que todas as crianças Dia de Nossa Senhora das Candeias
a uma cópia geneticamente idêntica de que nascerem através deste método Se a candeia chora, está o Inverno fora,
um indivíduo. A técnica é desde há serão portadoras de graves insuficiên- Se a candeia rir, está o Inverno para vir.
muito tempo aplicada em seres vege- cias e malformações. Por outro lado, se
tais como é o caso da produção de for ponderada a clonagem terapêutica Não há sábado sem sol
plantas em cultura in vitro. No entanto, a (que tem como objectivo a obtenção de Nem domingo sem missa
clonagem tem provocado inflamadas órgãos ou tecidos para fins médicos) a Nem segunda sem preguiça.
discussões e divergência de opiniões opinião torna-se mais consensual, visto
em toda a sociedade, a partir do que a obtenção de novos tecidos que Sabrina Fernandes, nº 17
momento em que se passou da clona- resolvam os problemas da rejeição de 7º B
gem de seres vegetais para animais transplantes é um bem necessário.
como os mamíferos, entre os quais o Neste momento, enquanto a comuni- Correspondências
Homem. dade científica trabalha em técnicas
De um modo simplista, a técnica mais mais eficientes, as questões fundamen- Faz corresponder a personagem à obra literária. Se necessário recorre à Biblioteca da
utilizada na clonagem baseia-se em tais que derivam da temática da clona- escola para tirares dúvidas.
retirar de uma célula adulta, do indiví- gem continuam sem uma resposta defi-
duo que se pretende clonar, o seu ADN nitiva: Com que fundamento moral se PERSONAGENS OBRA LITERÁRIA
e coloca-lo num ovo de uma mulher da pode produzir seres para servirem de
qual foi previamente retirado o ADN. material genético a outrem? Com que Mónica Viagens na Minha Terra de Almeida Garrett
Uma faísca de electricidade faz dividir fundamento se pode produzir seres Quina Rimas de Luís de Camões
o ovo e após alguns dias tem-se um deficientes apenas pelo gozo de frus- Inês de Castro A Terceira Rosa de Manuel Alegre
embrião geneticamente igual ao indiví- trados pais ou em nome do progresso Joaninha As Aventuras de João Sem Medo de José G. Ferreira
duo inicial. científico? Recorreria à clonagem se Teresa e Simão Os Maias de Eça de Queirós
À vista do cidadão comum, este pro- esta fosse a única possibilidade de ter Baltasar Sete Sóis O Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente
cesso não aparenta ser de grande difi- um filho? E quem é que queria que sou- João da Ega Em Nome da Terra de Vergílio Ferreira
culdade, tratando-se “apenas” de uma besse? Conseguiria identificar uma
Diabo Memorial do Convento de José Saramago
troca de ADN’s. Tal como em tantos criança clonada? Todos temos o direito
outros casos, “as aparências iludem”. de decidir o que fazer com o nosso pró- Engomadeira Farsa de Inês Pereira de Gil Vicente
Na realidade, a técnica de clonagem prio ADN, ou não? Qual seria a sua Inês Pereira Amor de Perdição de Camilo Castelo Branco
está longe da perfeição. A sua aplica- reacção se, ao passear na rua se cruzas- João Sem Medo Os Lusíadas de Luís de Camões
ção em mamíferos regista uma taxa de se com alguém a quem perguntasse “ Lianor Todos os Nomes de José Saramago
êxito entre os 3% e os 5%. Olá! Quem és tu?”, e lhe respondessem Telmo O Crime do Padre Amaro de Eça de Queirós
Aliados à ineficácia técnica, existem “Eu?!... Eu sou tu!”?... Rosa Maria Frei Luís de Sousa de Almeida Garrett
os problemas éticos que geram enor- Padre Amaro Davam Grandes Passeios aos Domingos de José Régio
mes ondas de controvérsia, não só na Sr. José A Sibila de Agustina Bessa-Luís
sociedade, mas principalmente no seio Fonte
Xavier Contrariedades de Cesário Verde
da comunidade científica. Quando está http://afilosofia.no.sapo.pt/10clonagem.htm
em causa a clonagem reprodutiva (que
Patrícia Fontinha
tem como fim o nascimento de crian- Inês Sampaio
Professora
ças) e perante a possibilidade de dar 12º A

sa, o que me leva a acreditar que se ambiente calmo e salutar as experiên-


Bullying na escola trata de um problema comum entre cias educativas poderão surtir efeito. O Esta crónica foi baseada em factos
estudantes de outros países. medo de ir para a escola e de ser alvo reais e relatados por pais cujos filhos
À primeira vista a palavra bullying soa Nas escolas do agrupamento do qual de “pancada” gera no aluno inseguran- frequentam estabelecimentos do
a bulimia. Quando me deparei com a faço parte, têm-se vindo a agravar ça, receio de voltar à escola, para além 1ºciclo. Sobre este assunto, transcrevo
palavra, associei-a à doença que afecta situações de mau comportamento e de outros traumas que os especialistas um excerto de uma notícia retirada do
alguns jovens adolescentes, maiorita- agressividade entre alunos para os saberão muito melhor do que eu. E os sítio NetProf, publicada a 30 de Outubro
riamente às jovens, e que por razões quais temos que estar mais atentos. pais sofrem… de 2006, e que poderá ser lida na inte-
várias compro- Quando falo nós gra em www.espacoprofessor.pt .
metem a sua refiro-me a todos: (…) «Muitos dos nossos alunos sofrem
alimentação em professores, pais, em silêncio humilhações psicológicas e
prol de um alunos e auxiliares agressões físicas. Estes maus tratos infli-
suposto corpo à de acção educativa. gidos por colegas designa-se por bull-
medida. Mas não Se esta violência era ying, termo que não tem tradução em
se trata nada predominante nos 2º português. O fenómeno não é novo; o
disso, até por- e 3º ciclos do ensino que mudou foi a atitude da sociedade
que, estou certa, básico, de uns anos face a este processo. Há assim cada vez
este problema a esta parte, mais mais consciência por parte dos educado-
não deverá ter particularmente res que é necessário prevenir o bullying.
expressão na neste ano lectivo, Entre os vários investigadores que estu-
minha escola. têm-se sucedido daram o problema destaca-se o Profes-
A procura num frequentes queixu- sor Doutor Allan Beane, que publicou o
dicionário indica mes, aqui e ali, livro "A Sala de Aula sem Bullying". Em
-me que a palavra inglesa bully signifi- sobre a violência que acomete alguns Novembro, desloca-se a Portugal para,
ca ameaçar, amedrontar. A palavra bull- alunos do 1º ciclo. Esta violência é de em sessões a realizar em várias zonas do
ying deriva desta e denuncia um fenó- tal forma frequente que algumas crian- Ao escrever sobre este assunto, da país, ajudar os professores a prevenir e
meno recorrente nas escolas portugue- ças estão a rejeitar a escola e a desinte- maior actualidade, pretendo denunciar impedir este fenómeno.»(…)
sas (mas não só!) de exagerada violên- ressar-se dela. publicamente o problema que é real
cia por parte de estudantes. Aliás, o É urgente pensar em novas estraté- nas escolas do 1ºciclo e para o qual Anabela Coelho
termo indicia ter sido criado por gias de actuação e exigir respostas efi- TODOS temos obrigação de agir, pensar Professora
alguém de expressão linguística ingle- cazes para este problema pois só num e apresentar soluções.

os alunos desta escola e os pais destes


Intercâmbio Escolar recebem os alunos franceses. Todos os
com o Colégio Marthe alunos do 10º ano de escolaridade
podem participar neste projecto, bem
Dupeyron como alguns alunos do 9º ano na medi-
da em que o número era insuficiente.
A professora de Francês Dina Como objectivo nuclear a professora
Gomes, coordenadora do projecto coordenadora pretende proporcionar
Comenius no âmbito da Língua Estran- aos alunos uma vivência ao nível euro-
geira, a língua Francesa, a partir do Acrescentou que peu, um contacto com novas culturas e
qual se desenvolverá, no presente ano este intercâmbio é conhecer pessoas diferentes.
lectivo, o intercâmbio escolar com o uma espécie de gemi-
colégio Marthe Dupeyron disse-nos que nação entre duas Emanuel, Fernando,
esta ideia surgiu por saber que os alu- escolas, em que os Filipe, Joana e Sofia
nos da escola de Murça nunca viveram pais desses alunos 10º A
uma experiência do género. recebem em sua casa

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O DESPERTAR DA PORCA EDIÇÃO 1 - DEZEMBRO 2006
série de dificuldades, como a rejeição cas formativas dos centros (criar um
Livros e alunos e a violência por ela exercidas sobre
O futuro da formação sistema que permita que os CFAE apre-
aqueles que a rodeavam. Até que um contínua sentem anualmente os resultados das
Livro: “De Amor e outros dia, o pai de Sierva Maria decide suas formações – neste âmbito o Conse-
Demónios” interná-la num convento sob os cuida- A profissão docente exige uma per- lho Científico e Pedagógico da Forma-
dos de um representante do Papa que manente actualização, não só científica, ção Contínua deve desempenhar um
De amor e outros Demó- estava a prestar serviço naquela época. mas também pedagógica. A classe papel mais activo). Temos que conti-
nios, um livro de Gabriel Após muito sofrimento, Sierva Maria docente tem uma formação inicial que nuar a promover uma formação com
García Marquez, é uma consegue, através do amor, ultrapassar permite ter uma ideia dos conteúdos base nas necessidades de grupos de
publicação que, na minha o seu problema, que ninguém conse- científicos a ministrar e das formas de docentes/não docentes, apostando
opinião, partilha de gran- guira diagnosticar. Mas nem o amor foi abordagem dessas temáticas perante cada vez mais nas modalidades activas
des lições de vida e histórias cativantes suficiente para evitar a sua morte. alunos de níveis etários e característi- de formação, fazendo uma ligação
para o leitor. Esta história pode não cativar alguns cas diversos. Uns mais exigentes, estreita entre a formação e a prática
Com o seu estilo de escrita, envolven- leitores logo nas primeiras páginas, outros menos, todos os estabelecimen- pedagógica.
te e acessível, o escritor prende a aten- pois começa com uma narração que, tos de ensino superior tentam organizar As ideias e a prática recentes do
ção de qualquer leitor, pois este livro aparentemente, em nada se relaciona- os seus cursos de forma a que os futu- Ministério da Educação vão num senti-
“convida” a seguir a história de Sierva ria com a história, mas com a progressi- ros professores e educadores possam do de centralizar e uniformizar os con-
Maria, uma menina que vivia com os va leitura tudo fará sentido desde as desempenhar da melhor forma as suas teúdos a desenvolver nas acções de
escravos, passando assim por momen- primeiras até às últimas páginas. competências. formação. Disto são exemplos as
tos difíceis desde tenra idade. Este é um bom livro para ser lido por No entanto, acções lançadas pela CRIE e pela Rede
Começou por ser desprezada pelos leitores de qualquer idade. ao longo da de Bibliotecas Escolares. Esta ideia
seus pais, membros da nobreza, e mais carreira de poderá ser útil em áreas abrangentes
tarde, por volta dos doze anos de ida- Marta Cepeda, nº18 d o ce n t e s como são as TIC ou as Bibliotecas,
de, foi mordida por um cão contagiado 11ºA vamos caindo criando mecanismos para que os
pela raiva. A partir daí passou por uma na realidade: docentes possam fazer formação nestas
surgem pro- áreas. Todavia, parece-nos que em
blemas que é áreas mais específicas teremos que
necessário ultrapassar; perspectivam- continuar a fazer com que a formação
Filmes e alunos se formas de abordagens dos conteú- parta das necessidades sentidas por um
dos diferentes das habituais para con- conjunto de docentes, que face a um
Poseidon seguir incentivar determinados alunos; problema, procuram respostas que lhes
desempenham-se cargos de natureza permitam ultrapassar as dificuldades.
Vi um filme, Poseidon. Trata-se de um filme da catego- pedagógica para os quais a formação Este Centro de Formação defende, há
ria de acção. Um filme que, na minha opinião, é muito inicial foi parca; desenvolvem-se novos vários anos, uma formação centrada nas
bonito, que mexe connosco, já para não falar do grande procedimentos para dar resposta às necessidades sentidas pelos docentes e
elenco que o protagoniza. novas exigências da política educati- não docentes. A nossa perspectiva con-
Posso salientar, em primeiro lugar, que a constituição va… Acabamos por nos deparar siste- tinua a ser a mesma, no entanto, muitas
no seu todo, seja cenários, realizador, actores ou desem- maticamente com novos desafios que, vezes somos ultrapassados pela defini-
penho dos mesmos é de gloriar. como bons profissionais, temos que ção de prioridades do Ministério da
Trata-se de um simples cruzeiro, que deveria ser magní- superar. É neste contexto que a forma- Educação, que inviabiliza a candidatura
fico. Mas, e como todas as coisas têm um “mas”, acabou ção contínua tenta dar respostas às de acções necessárias ao Agrupamen-
por ser um cruzeiro inesquecível, com romance, tragédia e amizade à mistura. necessidades manifestadas pelos to. A última candidatura efectuada con-
No meio de grande felicidade, alegria, música, sorrisos, cantorias, algo inesperado docentes. templou apenas as áreas das TIC e das
acontece. Uma onda gigante apodera-se da maior parte do navio. Entretanto um grupo Actualmente a formação contínua está Bibliotecas, por imposição do PRODEP.
de sobreviventes que não se contenta em ficar à espera de alguém que os venha sal- muito ligada à progressão na carreira, No próximo ano, com o início de um
var, decide, em conjunto, tentar sair dali o mais rápido possível. Com grande acção, sendo vista mais como um direito do novo Quadro Comunitário de Apoio
os vários protagonistas vão enfrentar a vida e a morte, como se tudo fosse acabar ali. que como um dever. É verdade que esperamos que outras áreas possam ser
O ambiente que se vive é capaz de nos projectar para dentro do filme, como se sim- existe grande proximidade entre as candidatadas, para que possamos res-
plesmente também o estivéssemos a viver. necessidades de formação sentidas ponder às necessidades de formação
Posso, então, aconselhar toda a gente a ver este magnifico filme, de muita aventura pelos formandos e a formação que é existentes em áreas específicas e que já
e capaz de nos prender ao ecrã durante aproximadamente duas horas. ministrada, apostando-se na diversida- têm acções acreditadas. O nosso princi-
de e para tal é organizada, principal- pal objectivo consiste em facultar for-
Raquel Guerra, nº 15 mente, em torno dos CFAE, sendo por mação útil e de qualidade, que permita
11ºA isso descentralizada. É natural que nem que os nossos alunos possam adquirir
tudo tenha corrido da melhor forma competências e conhecimentos capazes
neste sistema de formação contínua, de os tornar cidadãos activos, empe-
que já tem mais que uma década, mas nhados e responsáveis na construção
sentimos que as virtualidades serão do futuro global.
Música e alunos O francês na escola superiores às deficiências que urge
corrigir. No futuro é necessário acabar Humberto Óscar Nascimento
Aconselha- Être Citoyen à L’école com práticas menos correctas de for- Director do Centro de Formação
mos os The mação, proceder à avaliação das práti-
Gift com o
novo álbum
“Fácil de
Quanto ao meu comportamento, é
Entender”, Alunos do Quadro de relevante o facto de estar atenta nas
uma colectâ-
nea que coli- Valor e Mérito aulas, na maioria (risos!) e não falar...
Un citoyen c’est un membre d’un claro!
ge vários êxi-
groupe qui a des devoirs et des droits. Chamo-me Joana, vivo no Cadaval e Resumindo, normalmente gosto de
tos dos traba-
Pour être un vrai citoyen il faut défen- no presente ano lectivo estou no 10º estudar sozinha, sempre no meu quar-
lhos anteriores desta banda. Novidade?
dre ses droits et respecter ses devoirs. ano, na turma A. O ano to, onde não há barulho, para, assim,
O single homónimo do título do álbum,
passado integrei o me poder concentrar. Todavia também
o único tema na história da banda can-
Oui au respect, non à toutes formes Quadro de Valor e há dias em que gosto de estudar com as
tado em Língua Portuguesa.
de violence Mérito desta Escola. minhas amigas, umas da minha turma e
Sónia Tavares surge no DVD de bónus
Sempre gostei de outras que já não são … infelizmen-
esplendidamente vestida, plena de
Il n’y a pas seulement les coups de estudar e acho que te...com muita pena minha.
exuberância e romantismo com uma
poing qui font mal. Il y a aussi des mots, isso é um bom motivo para tirar boas Quando tenho algum teste em que
interpretação magnífica de todos os
des gestes et des comportements. notas. não me sinto segura por a matéria ser
temas.
Sinceramente, no terceiro ciclo ape- mais difícil (ou por não me ter prepara-
Um ponto assente: “Fácil de enten-
nas estudava na véspera dos testes, do tão bem como queria por falta de
der” é uma mensagem de amor, de
mas este ano estudo com uma semana tempo ou por preguiça!), fico muito
melodia suave que nos envolve com
de antecedência. Nas disciplinas que nervosa, o que me prejudica.
uma calorosa e possante voz feminina.
tenho mais dificuldades tento esforçar- Aqui vai um conselho para todos os
me mais um pouco. É importante referir alunos que queiram ter sucesso: calma!
12ºB
que em casa a minha família, mais par- Os nervos só vão piorar as coisas. O
ticularmente o meu pai e encarregado mais importante é querer estudar a
de educação sempre me apoiou no sério embora nos tempos livres seja
estudo, incentivando-me para ter boas importante gozar a vida.
Adivinhas notas para mais tarde poder tirar um
curso superior e ter sucesso profissio- Joana Dias Requeijo, nº14
Pedro Aires
nal. 10ºA
Tenho esguicho sem ser fonte 8º B
Sem ser peixe estou no mar
Para a caça tenho dente
Sou difícil de pesar. Sem ninguém a pressentir Porque ao vício dou guarda Às avessas será nome
Segue a todos bem calada Sou da Igreja coisa ingrata, Bem difícil de decifrar
Beatriz Elias, nº5 Mas ninguém a pode ouvir Mas no fim da minha vida Às direitas só à noite
7ºB Pois está sempre calada. Acabo sempre em beata. Se poderá contemplar.

Página 7
O DESPERTAR DA PORCA EDIÇÃO 1 - DEZEMBRO 2006

Concurso Foto-Distorção
Adivinhai que professores da escola se encontram com o rosto distorcido. Aqui vão algumas pistas: 5 professoras e um professor, todos eles pertencentes aos 2º, 3º ciclos
e ensino secundário, todos eles competentes, sorridentes.

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1- __________________ 2- __________________ 3- __________________ 4- __________________ 5- __________________ 6- __________________

Refrão
A todos um Bom Natal Patrocínios
Vão aos saltos pela casa
Refrão Descalças ou com chinelos A equipa do Jornal agradece a colaboração de todos os patrocinadores que pos-
A todos um Bom Natal Procurar suas prendas, tão belas sibilitaram a realização deste projecto. O nosso Muito obrigado.
A todos um Bom Natal
Que seja um Bom Natal, para todos vós Refrão

No Natal pela manhã Depois há danças de roda Alunos do Quadro de Valor e Mérito
Ouvem-se os sinos tocar As crianças dão as mãos
E há uma grande alegria, no ar No Natal todos se sentem, irmãos No passado dia 22 de Novembro teve lugar no polivalente da escola sede a cerimó-
nia de entrega dos diplomas do quadro de valor e mérito aos alunos de todos os anos
Refrão Refrão e ciclos escolares. Estiveram presentes os pais e encarregados de educação dos
alunos do quadro, os próprios alunos e os membros do Conselho Executivo da escola.
Nesta manhã de Natal Se isto fosse verdade Foi vivo o convívio entre todos no almoço realizado na cantina da Escola.
Há em todos os países Para todos os Meninos A abrir a cerimónia foi convidada uma aluna para ler um texto sobre “ O Estudante”,
Muitos milhões de meninos, felizes Era bom ouvir os sinos tocar. com o qual elogiou todos os bons alunos nesse dia contemplados pela sua conduta e
desempenho escolares.
A Associação de pais tomou a iniciativa de oferecer um livro a cada aluno premiado
bem como uma flor a cada Encarregado de Educação convidado.

Labirinto

ta, bem como a criação de hábitos de


Rede de Bibliotecas leitura nos nossos alunos. Tendo em
Escolares conta as características inerentes às
bibliotecas integradas RBE, será sem
A nossa escola apresentou recente- dúvida uma forma de motivar os jovens
mente o projecto de candidatura à rede para fazerem um uso entusiasmado
de bibliotecas escolares. A biblioteca desse espaço e de poder dar resposta a
escolar está, de momento, a funcionar necessidades que de momento não
num espaço de 73 m2, o que se revela podemos satisfazer por falta de espaço
Planta de emergência
manifestamen- e de meios.
te insuficiente Quanto aos
para a popula- docentes, estes
ção que abran- são receptivos à
ge, necessitan- mudança, prin-
do, de igual cipalmente
forma, de uma quando sabem
intervenção que esta vem
prioritária a melhorar as
nível do ape- suas condições
trechamento de trabalho e
geral: mobiliá- proporcionar
rio, equipa- aos alunos mais
mento informá- e melhores
tico, material meios para o
de leitura desenvolvimen-
áudio e vídeo, to das suas
ampliação e actualização do fundo competências. Os docentes estão dis-
documental de modo a satisfazer as postos a dar o seu melhor contributo
necessidades quer dos docentes quer para o desenvolvimento e futura imple-
dos alunos. mentação deste projecto.
A biblioteca escolar é, sem dúvida,
aquela que maior contributo poderá Dina Gomes
dar para aumentar os níveis de litera- Coordenadora do Projecto
cia, o desenvolvimento de competên- Patrícia Fontinha
cias nos domínios da leitura e da escri- Professora

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