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1) JULGAR REGULAR COM RESSALVAS as referidas contas, com fundamento no art. 71,
inciso II, da Constituição do Estado da Paraíba, e no art. 1°, inciso I, da Lei Complementar
Estadual n.O 18/93.
2) APLICAR MULTA ao ex-Chefe do Poder Legislativo, Sr. João Bosco Batista, no valor de
R$ 500,00 (quinhentos reais), com base no que dispõe o art. 56, inciso II, da Lei Complementar
Estadual n.O 18/93 - LOTCE/PB.
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Conselheiro Substituto Re ato Sér~SantiagO Melo
Relator
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Os peritos da Divisão de Acompanhamento da Gestão Municipal II - DIAGM II, com base nos
documentos insertos nos autos, emitiram o relatório inicial de fls. 120/125, constatando,
sumariamente, que: a) as contas foram apresentadas ao TCE/PB no prazo legal; b) a Lei
Orçamentária Anual - Lei Municipal n.O 138/2003 - estimou as transferências em R$ 186.000,00
e fixou a despesa em igual valor; c) a receita orçamentária efetivamente transferida, durante o
exercício, foi da ordem de R$ 183.216,94, correspondendo a 98,50% da previsão originária;
d) a despesa orçamentária realizada atingiu o montante de R$ 183.221,46, representando
98,51 % dos gastos fixados; e) o total da despesa da edilidade alcançou o percentual de 8,00%
do somatório da receita tributária e das transferências efetivamente realizado no exercício
anterior pela Urbe - R$ 2.289.972,34; f) os gastos com folha de pagamento da Câmara
Municipal abrangeram a importância de R$ 110.266,40 ou 60,18% das transferências recebidas;
g) a receita extra-orçamentária, acumulada no exercício, compreendeu o montante de
R$ 7.435,59; e h) a despesa extra-orçamentária, executada durante o exercício financeiro,
atingiu a soma de R$ 7.435,59.
Quanto aos subsídios dos Vereadores, verificou a unidade técnica deste Tribunal que:
a) os Membros do Poder Legislativo da Comuna receberam subsídios de acordo com o
disciplinado no art. 29, inciso VI, da Lei Maior; b) os estipêndios dos Edis estiveram dentro dos
limites instituídos na Resolução n.O 003/2000; e c) os vencimentos totais recebidos no exercício
pelos Vereadores, inclusive o do presidente, alcançaram o montante de R$ 63.060,00,
correspondendo a 2,55% da receita orçamentária efetivamente arrecadada no exercício pelo
Município - R$ 2.470.482,50.
No tocante aos aspectos relacionados à gestão fiscal, destacou a unidade de instrução que: a) a
execução orçamentária evidenciou, no final do exercício, a inexistência de disponibilidades
financeiras; b) a despesa total com pessoal do Poder Legislativo alcançou a soma de
R$ 129.131,16 ou 4,64% da Receita Corrente Líquida da Comuna - R$ 2.783.811,31; e c) os
Relatórios de Gestão Fiscal - RGF dos dois semestres foram devidamente publicados e enviados
ao Tribunal dentro do prazo, bem como atenderam à legislação de regência.
Processada a devida citação, fls. 126/129, o interessado apresentou defesa, fls. 130/166,
consignada, resumidamente, nos seguintes termos: a) quanto às contribuições previdenciárias,
assevera que o fato decorreu de noticiário acerca da inconstitucionalidade da cobrança da parte
relacionada aos agentes políticos; b) no tocante à locação de veículo, informa que foram
celebrados dois acordos abaixo do valor exigido; c) no que concerne aos serviços de assessoria
jurídica e contábil, destaca que não há necessidade de procedimento licitatório para referidas
contratações; e d) no que diz respeito ao Anexo 17 da PCA, afirma que as receitas e as
despesas extra-orçamentárias não fazem parte da dívida flutuante.
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Solicitação de pauta e notificação para sessão, conforme fls. 177/179 dos autos.
É o Relatório.
Da análise efetuada pelos peritos da Corte, constata-se, desde a origem, que o ex-Presidente
Câmara Municipal de Santarém/PB, Sr. João Bosco Batista, não levou a efeito, nos meses de
setembro a dezembro de 2004, a retenção e o recolhimento de parte das contribuições
previdências incidentes sobre os subsídios recebidos pelos agentes políticos do Poder Legislativo
da Urbe, caracterizando, por conseguinte, afronta ao preconizado no art. 195, inciso II, da
Constituição Federal, c/c o estabelecido no art. 12, inciso I, alínea "j", da Lei Nacional n.o
8.212/91 - Lei de Custeio da Previdência Social -, na sua atual redação dada pela Lei Nacional
n.? 10.887, de 18 de junho de 2004, verbum pro verbo:
I - como empregado:
a) ( ... )
Com efeito, deve ser enfatizado que a não realização dos mencionados procedimentos
licitatórios exigíveis vai, desde a origem, de encontro ao preconizado na Constituição da
República Federativa do Brasil, especialmente o disciplinado no art. 37, inciso XXI, verbatim:
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Ademais, consoante previsto no art. lO, inciso VIII, da lei que dispõe sobre as sanções
aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato,
cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional - Lei
Nacional n.o 8.429, de 2 de junho de 1992 -, a dispensa indevida do procedimento de licitação
consiste em ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário, verbum pro verbo:
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário
qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial,
desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das
entidades referidas no art. 10 desta lei, e notadamente:
1-( ...)
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
I - (omissis)
Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos, 5 ed., São Paulo: Dialética, 1998,
p. 262, assim se manifesta, verbatim:
Além disso, como a própria norma preconiza, deve-se ficar evidenciada a notória especialização
do profissional prestador dos serviços para se configurar a hipótese de inexigibilidade do
procedimento de licitação. Nos autos, nada existe que suscite a manifesta especialização dos
profissionais contratados pela Comuna. Nesse sentido, reproduzimos entendimento do Tribunal
de Contas do Estado de São Paulo - TCEjSP, verbum pro verbo:
Por sua vez, o colendo Tribunal de Contas da União - TCU estabilizou seu posicionamento
acerca da matéria em análise através da Súmula n.O 39, ipsis litteris:
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notória especialização só tem lugar quando se trata de serviço inédito ou
incomum. (TCE/PR, TC - 50.210/94, ReI. Cons. João Feder, RTCE, n.O 113,
jan/rnar 1995, p, 130) (grifamos) .
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
No âmbito judicial, verificamos que Superior Tribunal de Justiça - STJ tem se posicionado pela
necessidade da efetiva comprovação da inviabilidade de competição para a implementação do
procedimento de inexigibilidade de licitação, consoante podemos verificar do extrato de ementa
transcrito a seguir, verbatim:
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Presidente da Câmara Municipal que atente para os preceitos estabelecidos na lei que estatuiu
normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da
União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal - Lei Nacional n.O 4.320/64.
Por fim, ante as diversas transgressões a disposições normativas do direito objetivo pátrio, resta
configurada a necessidade imperiosa de aplicação, ao ex-Chefe do Poder Legislativo da Comuna
de Santarém/PB, da multa de até R$ 2.805,10 - valor atualizado pela Portaria n.o 039/06 do
TCE/PB -, prevista no art. 56, inciso Il, da Lei Orgânica do TCE/PB - Lei Complementar Estadual
n.O 18, de 13 de julho de 1993, verbo ad verbum:
I - (omissis)
3) APLICAÇÃO DE MULTA ao ex-Presidente do Poder Legislativo, Sr. João Bosco Batista, no valor
de R$ 500,00 (quinhentos reais), com base no que dispõe o art. 56, inciso Il, da Lei
Complementar Estadual n.O 18/93 - LOTCE/PB.
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