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A POESIA NOSSA DE CADA DIA

LUIZ GONZAGA

Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu em 13 de dezembro de 1912 na fazenda


Caiçara, no sopé da Serra de Araripe, na zona rural de Exu, Pernambuco, próximo
da divisa com os estados do Ceará e do Piauí. Era o segundo dos nove filhos de
Januário José dos Santos (com quem aprendeu a tocar sanfona) e Ana Batista,
mais conhecida como Santana. Aos oito anos de idade já era chamado para animar
festas em Exu e cidades vizinhas, e antes dos 18 já era um conhecido sanfoneiro
em toda região do Arararipe. Depois de uma desavença com os pais, fugiu de casa
em 1930 para servir o exército como voluntário, alistando-se no Crato, Ceará.
Viajou pelo Brasil como corneteiro, tendo baixa em 1939. Resolveu ficar no Rio de
Janeiro, com uma sanfona recém-comprada. Passa então a se apresentar nos
bares e cabarés da Lapa, tocando boleros, valsas, canções, tangos. Luiz Gonzaga
começou a ganhar destaque nacional em 1940, quando então vence um concurso
de rádio apresentado por Ari Barroso, tocando a sua composição Vira e Mexe. Mas
a carreira de cantor só seria iniciada em 1945, quando então Gonzaga grava a
mazurca Dança, Mariquinha (letra de Miguel Lima). O auge do seu sucesso foi do
final década de 40 até meados da década de 50, com o surgimento da Bossa
Nova. No início da década de 70 sua carreira ganha novo impulso, com várias de
suas músicas sendo gravadas pelas novas estrelas que estavam surgindo no
cenário musical brasileiro, como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Fagner. Nos últimos
anos de vida Gonzaga parou de fazer shows devido a problemas advindos de um
câncer (os parentes lhe diziam que ele tinha osteoporose). Morreu em Recife, no
dia 2 de agosto de 1989, aos 76 anos de idade. Seu corpo foi velado em Juazeiro
do Norte e posteriormente sepultado em Exu. Em quase 50 anos de carreira Luiz
Gonzaga compôs mais de 300 músicas e gravou 210 discos – ainda um dos
recordes da MPB. Principais sucessos: Xamêgo (1942), Baião (1946), Asa branca
(1947) Assum preto (1950), Cintura fina (1950), Olha pro céu (1951), Imbalança
(1952), Xote das meninas (1952), A vida do viajante (1953), Riacho do Navio
(1955).

Pesquisa e texto: Raimundo de Moraes – raimundodemoraes@interpoetica.com


Sugestões de atividades em classe:

1 – Escolha uma das músicas e selecione 10 (dez) palavras e com elas crie um texto
observando as regras de clareza e uso de pontuação.

2 – Escolha uma das músicas e reescreva em formato de carta (ou email).

3 – Escolha uma das músicas e reescreva em formato notícia (jornal, rádio ou TV).

Riacho do Navio
Baião (Luiz Gonzaga / Zé Dantas)
(Humberto Teixeira / Luiz Gonzaga)

Riacho do Navio
Eu vou mostrar pra vocês
Corre pro Pajeú
Como se dança o baião
O rio Pajeú vai despejar
E quem quiser aprender
No São Francisco
É favor presta atenção
O rio São Francisco
Morena chegue pra cá,
Vai bater no meio do mar
Bem junto ao meu coração
O rio São Francisco
Agora é só me seguir
Pois eu vou dançar o baião Vai bater no meio do mar
Ah! se eu fosse um peixe
Eu já dancei, balancei,
Chamego, samba em Xerém Ao contrário do rio
Nadava contra as águas
Mas o baião tem um quê,
Que as outras danças não têm E nesse desafio
Saía lá do mar pro
Quem quiser só dizer,
Pois eu com satisfação Riacho do Navio
Saía lá do mar pro
Vou dançar cantando o baião
Eu já cantei no Pará Riacho do Navio
Pra ver o meu brejinho
Toquei sanfona em Belém
Cantei lá no Ceará Fazer umas caçada
Ver as "pegá" de boi
E sei o que me convém
Por isso quero afirmar Andar nas vaquejada
Dormir ao som do chocalho
Com toda convicção
Que sou doido pelo baião E acordar com a passarada
Sem rádio e nem notícia
Das terra civilizada.
Xamêgo
(Luiz Gonzaga / Miguel Lima)

O xamêgo dá prazer
O xamêgo faz sofrer
O xamêgo às vezes dói
Às vezes não
O xamêgo às vezes rói
O coração
Todo mundo quer saber
O que é o xamêgo
Niguém sabe se ele é branco
Se é mulato ou negro (2x)
Quem não sabe o que é xamêgo
Pede pra vovó
Que já tem setenta anos
E ainda quer xodó
E reclama noite e dia
Por viver tão só
E reclama noite e dia
Por viver tão só (2x)
Ai que xodó, que xamêgo
Que chorinho bom
Toca mais um bocadinho
Sem sair do tom
Meu comprade chegadinho
Ai que xamêgo bom
Ai que xamêgo bom
Ai que xamêgo bom

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