Estudar sempre será
Maringá, 1ª quinzena de junho de 2009 - Ano 1 - Nº 5
E
D o melhor caminho
U
C Jaqueline Souza
Aquele velho dito de que
nunca é tarde para aprender é
A uma constante na vida de mui-
tos idosos. Eles estão estudan-
do há pouco tempo, mas se
sentem orgulhosos em apren-
Ç der a ler e escrever.
Em uma sala improvisada
no Apetim (Associação das Pes-
Ã
soas da Terceira Idade de
Maringá), lugar gentilmente
cedido por Pedro Delanara
O Pesquero, Presidente da Asso-
ciação, alunas e professora
aprendem juntas, as senhoras
aprendem o alfabeto e a pro-
fessora, lições de vida, pois cada
uma tem uma história de lutas
e vitórias para contar.
O quadro negro é simples,
fica em cima de uma mesa de
bar, mesmo estilo que serve
de carteira escolar. Mas as ex-
pressões de alegria em estu-
dar é algo contagiante, faz com
que qualquer um sinta vonta-
de de aprender cada vez mais,
uma aula de entusiasmo e
muita jovialidade reunida.
Os encontros acontecem
nas terças, quartas e quintas e
tem duração de oito meses. A
Página 16
O porta voz da comunidade
“A vida são deveres, que nós trouxemos para fazer em casa”*
professora Natalia Sigora fez
magistério e estuda pedagogia,
ela se diz encantada pela pro-
fissão, por isso faz dois anos
que dá aula como voluntária.
A professora explica que pri-
meiro os alunos aprendem a
conhecer as letras e formar pa-
lavras, depois se usa o método
de leitura, com incentivo a cul-
tura, musica, dança e poesias.
“Aqui é como se fosse um pré,
procuramos incentivá-los a con-
tinuarem.”
Natalia conta ainda que qual-
quer pessoa, acima de 15 anos,
que não saiba ler e escrever ou
que tenha dificuldades em
aprender pode participar das
aulas. “Aqui é fornecido tudo,
desde cadernos, livros até me-
renda.”
As aulas são ministradas de
maneira simples e tranqüila,
sendo possível dar todo respal-
do necessário para cada aluno.
Entre as dinâmicas, os alunos
cantam e recitam poesias, ma-
neira de treinar a leitura e o ra-
ciocínio rápido. Pois são estimu-
lados em tempo constante para
que aprendam cada vez mais.
“Sempre os incentivo a busca-
rem o conhecimento e no final
dos oito meses eles ganham um
certificado de participação”, fi-
naliza.
*Mario Quintana
Foto: Prefeitura Municipal de Maringá
Reciclar é preciso
“Os R´s que
Francisca de Farias, 70,
estuda há um ano. Precisamos”
“Estou aqui porque tenho
vontade de estudar. Não
tive oportunidade quando
Reciclar não é catar
Reutilizar não é pegar
era nova eu quero
aprender a ler.”
Aparecida Ferreira Muniz,
Reduzir não é acumular
62, estuda há um ano.
“Quando era criança Restaurar o que era velho
nunca fui à escola, agora
Reviver o que era morto
depois de velha estou
tendo oportunidade e eu Reativar o que era mofo
quero aprender.”
Edila Moreira do Readaptar o que é preciso
Nascimento, 74, estuda há
Realizar o que é for necessário
dois meses.
Eu já sabia ler e escrever, Recolher o que era desnecesário
mas sofri um trauma e
esqueci tudo, faz um ano
que a minha memória Remontar é RENOVAÇÃO
voltou, mas ainda tenho
Recortar é AÇÃO
dificuldades, por isso
estou aqui. Este é o Reconstruir é a SOLUÇÃO!
caminho (mostrando o
livro), nem jovem, nem Por Fabiano Carlos Cassimiro, 23 anos,
Pedagogo, atuante como Monitor Nacional de
idoso pode deixar de Resíduos Sólidos dos Ecoclubes do Brasil.
seguir. Tenho que saber ir
ao banco, saber quando é
proibido entrar em algum ENTREVISTA: Terezinha Pereira, Secretária da Mulher, fala
lugar. Eu gosto muito de
sobre os mecanismos de defesa para as mulheres que sofrem
violência – Págs. 04 e 05
estudar, faço teologia há
dois anos.
PERSONAGEM: Professor Evangelista, um cientista
maringaense - 07
Conceição Baltazar Alves,
71, estuda há três meses.
ESCOLA PARA A 3º IDADE: Nunca é tarde para aprender –
“Quis estudar para
Pág. 10
aprender a escrever meu
nome. Saber ver os talões
UEM: Verba de 6.5 milhões para ampliação das instalações e
de água e luz. E também para Projeto de Acessibilidade das Instalações Educacionais –
para não ser passada para Pág. 13
trás. As pessoas sempre
tentam passar os idosos RECICLADORES: A difícil situação desses trabalhadores – Pág.
para trás.” 14
1ª quinzena de junho/09
A OPINIÃO C
R
Editorial
Mais de 50% do que descartamos por considerar lixo pode
ser reutilizado ou reciclado. Se considerarmos que um recipi-
Hipocrisia ou medo de mostrar a cara?
Se existe algo que me cho- sou inteligente e tinha que ter necerem vivos. Ora senhores
recicladores I
ente de vidro demora 4.000 anos para se decompor na na- ca, é a hipocrisia, é a usurpação um diploma, outros acham políticos! Deviam tratar mais
Crianças têm opinião formada sobre o problema dos recicladores
T tureza e uma latinha de alumínio de 80 a 100 anos corre-
mos o risco de dentro de pouco tempo ver nosso Planeta so-
terrado de lixo.
da pessoa enquanto ser huma-
no. Deixa-me no chão ver pes-
soas dando mais atenção ao
que eu já devia ter casado,
porque me recuso a seguir al-
gumas normas sociais, por
da política em si, do ato de
representação de seus eleito-
res fazendo de fato política, e
Malu Pedarcini
A matéria “Recicladores Pe-
dem Socorro”, edição de número
“No nosso ponto de vista, concordamos com os
recicladores em pedir socorro, além de manterem a cidade
limpa eles fazem seus serviços com muito esforço, com
“Além dos catadores deixarem a cidade mais limpa, o pre-
feito da cidade não se importa com o bem estar das pessoas e
da cidade, com essa questão gera a discriminação e a miséria
D
E nós como cidadãos o que podemos fazer para modificar que declarar no imposto para opção própria e não por falta não politicagem, aliás, aconse-

I esta triste realidade? Reciclar é claro. E o que significa reciclar?

O termo reciclar significa transformar objetos materiais usa-
burlar o governo, do que de-
nunciar um mau trato que
acontece debaixo de seu na-
de pretendentes, ainda outros
me interrogam se não vou ter
um filho e quando pergunto
lho a todos lerem um
pouquinho de ciência política,
viu?
4 do jornal Gazeta Maringaense,
escrita por Talitha Coelho e Silvia
Marini, foi objeto de análise dos
chuva ou sem chuva. Achamos que eles deveriam ser pa-
gos por este serviço (...) se eles fazem este tipo de traba-
lho é por que precisam para se sustentar. O que queremos
de muitos. Os catadores deveriam receber um salário mínimo
por mês ou até mais e quando chegar a uma certa idade rece-
ber aposentadoria. A prefeitura de cada cidade deveria discu-
A
dos em novos produtos para o consumo. Essa é uma necessi- alunos da 2ª Série B – ensino mé- pedir em nome dos recicladores de Maringá é que todos tir sobre esse assunto e elaborar uma lei para defender os

G N
riz. Aquele que não se preo- para que, dizem: “sei lá, para Fico zanzando entre
dade que surgiu por pessoas comuns e alguns governantes dio – do Colégio Estadual Presiden- passem a dar valor pelo que eles fazem por nossa cidade.” catadores de lixo que são trabalhadores iguais a todos e estão
cupa em perguntar ao conhe- ter!”. Sou mal vista pelas mu- Aristóteles com sua extrema JÉSSICA REGINA MARQUES e LILIAN DE SOUZA COSTA em busca de uma vida melhor para sua família.”
preocupados com a preservação e sabedores dos benefícios te Kennedy. Baseados no texto em
cido: “você está bem? Sua fa- lheres que se frustraram em moralidade e Marx que é bem (alunas da 2ª série B ensino médio do Colégio Estadual Pre- CAROLINE NUNES e ADRIANE (alunas da 2ª série B ensino
que a reciclagem apresenta para o nosso planeta. que elas comentam a atual situa-
mília está bem?” E depois é a suas opções de rainha do lar, e atual, onde mais importa quem ção que esses trabalhadores es- sidente Kennedy) médio do Colégio Estadual Presidente Kennedy)

O O processo de reciclagem além de preservar o meio am-

biente também gera renda para os menos favorecidos. É be-
néfico ainda para as indústrias, pois elas diminuem o custo
prostituta que é interesseira e
mercenária? Ah me poupem,
sim!
mal vista pelos homens que se
frustraram por terem a rainha
do lar e não a mim, é mole?
vai governar, quem vai estar no
poder do que como vai gover-
nar, como vai trabalhar no po-
tão vivenciando, estas crianças
demonstraram mais
discernimento que alguns políticos,
“(...) achamos que se
ele [o prefeito de Maringá]
“Eu li o texto do jornal e tirei minhas
conclusões: acho que o prefeito deveria ter
“Se o prefeito ajudasse com
um incentivo a mais a essas co-
I
de produção de seus produtos. No Brasil, a reciclagem ainda

S A
Arinéia ou Néia, já sou sua
engatinha. Uma pesquisa do governo federal mostra que ape- fã! E em minha próxima visita
nas 0,8% do lixo são reciclados. O balanço feito em 2008 a Maringá, faço questão de co-
abrange 247 municípios. E nesse universo, é impensável fa- nhecer você. Aliás, sou fã da
lar em reciclagem sem citar os catadores de materiais e suas classe a anos, talvez tenha me
faltado coragem para, talvez te-
cooperativas. Calcula-se que existam de 300 mil a 1 milhão
nha me sobrado pudores e hi-
de catadores em atividade no país.
pocrisia, mas adoro vocês. In-
Enquanto o mundo inteiro discute esse problema ainda
clusive me pergunto sempre:
existem governantes e autoridades que tratam a situação com
se a sociedade critica tanto a
descaso, não dando a importância que o assunto merece.
prostituição, porque ela sobre-
Esquecem que as cooperativas são verdadeiros centros de
E
vive, se ninguém procura. Ué,
reabilitação social e promoção de cidadania, pois possibili-
tam a geração de renda para uma parcela da população
se não há demanda, não há
oferta!!! Estranho! (???)
socialmente excluída e sem instrução. Elas cumprem um im- Sou estudante de Serviço
portante papel de desenvolvimento sustentável da sociedade Social e pretendo me dedicar
brasileira. Não seria a hora do poder público rever seus con- a idosos e profissionais do
sexo. Concordo que a mulher
ceitos de crescimento com cidadania e colocar em prática de
Puxem o divã pra mim, gente!
Dois lexotans, por favor! Por
acaso estamos na sociedade
aristotélica, que o cara aí, jul-
gava a mulher como ser im-
perfeito?
O diploma estou providen-
ciando, primeiro pra xerocar
e enfiar goela abaixo dos fala-
dores, depois já que me jul-
gam mercenária, interesseira,
folgada, vou quem sabe ganhar
um pouco mais no salário, afi-
nal terei ensino superior, e vão
ter que me pagar por isso,
né???
O casamento, não adianta,
continuo fora, não concebo fazer
der em favor do indivíduo.
Que bom que um jornal se
dispôs a escrever sem siglas,
sem tendências partidárias,
sem pieguice. Parabéns aos
idealizadores. E para refletir
faço minhas as palavras desse
cara aí.
O ANALFABETO
POLÍTICO
“O pior analfabeto é o
analfabeto político. Ele não
ouve, não fala, nem participa
dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de
vida, o preço do feijão, do pei-
xe, da farinha, do aluguel, do
pois fizeram uma reflexão sob o tivesse um pouco mais de
ponto de vista humanitário, de ci- força de vontade ele me-
dadania, bem diferente de alguns lhoraria esta questão.”
políticos que valorizam mais as INGRID CARLA e LARA
obras que os seres humanos. Al- IUNG (alunas da 2ª série B
guns trechos com as considera- ensino médio do Colégio
ções dos estudantes estão trans- Estadual Presidente
critos ao lado:
Kennedy)
O Secretário de Serviços Públicos é
ouvido sobre o problema dos recicladores
Antonio Santiago ano, sendo, portanto
O Jornal foi ouvir a admi- inconstitucional.
nistração municipal para se Questionado se a prefeitu-
manifestar a respeito desse as- ra poderia inserir isso no orça-
sunto e por telefone o Secre- mento do ano que vem, ele
um pouco de vergonha na cara e atender ao operativas, a prefeitura iria eco-
pedido desses catadores. Pois são eles que nomizar muito com aterro sani-
fazem o serviço que ninguém quer. Já pas- tário, com caminhão de lixo e
sou da hora do prefeito fazer o que já devia etc.”
ter feito!” WILLIAM G. FARINDIO e GUI-
ALBERT FERNANDES (aluno da 2ª série B LHERME (alunos da 2ª série B en-
ensino médio do Colégio Estadual Presidente sino médio do Colégio Estadual
Kennedy) Presidente Kennedy)
Projeto de lei aguarda
sanção do prefeito
caso as cooperativas.
Malu Pedarcini
Lembrado das condições
O vereador Humberto
subumanas e da faixa etária dos
Henrique (PT) apresentou um
recicladores, ele fez uma com-
projeto de lei (já aprovado pela
paração, no mínimo curiosa.
Câmara de Vereadores) que

C forma efetiva uma nova maneira de governar, dando mais já nasça prostituída, tanto na um contrato do amor com firma sapato e do remédio depen- tário de Serviços Públicos, se- afirmou que a prefeitura já in- “Você já imaginou se os mecâ-
colocação da Néia (em casar reconhecida em cartório. dem das decisões políticas. autoriza e dispõe sobre condi-
ênfase às pessoas? Pois como já disse Nelson Mandela “a nhor Vagner Mússio, nos disse veste muito nas cooperativas, nicos ficassem sem trabalho nas
sempre com alguém “letra- O filho? Bom, por ora, mi- O analfabeto político é ções para a Prefeitura contra-
democracia com fome, sem educação e saúde para a maio- que o projeto do Vereador com os maquinários e cami- oficinas e a prefeitura tivesse que
do”), quanto no dia a dia, no nha mãe é minha filha. Meus es- tão burro que se orgulha e es- tar o serviço público de coleta
ria, é uma concha vazia”.

A
emprego, na vida. Já observa-
ram que a mulher de opinião
EXPEDIENTE própria fatalmente é chamada
critos são meus filhos. Tem uma
frase que diz: “o homem tem que
plantar uma árvore, ter um filho
Humberto Henrique (PT) é
tufa o peito dizendo que odeia
apenas autorizativo, mas de
a política. Não sabe o imbecil
qualquer forma eles estariam
que, da sua ignorância política,
impedidos de sancioná-lo, uma
nhões e que duvida que exista
alguma cidade no Paraná que
investe mais nas cooperativas
do que Maringá e que não acha
socorrê-los?”, perguntou o se-
seletiva do lixo reciclável. A
cretário, se esquecendo de que
proposta é de que seja atri-
os recicladores ajudam na cole-
ta, portanto estão ajudando o
buída para as cooperativas a

R
de puta? Porquê? Porque não
Editora Novos Rumos Ltda baixamos a cabeça para o
machismo existente dentro da
CNPJ 10.729.979/0001-97
própria mulher? Porque ousa-
e escrever um livro”. Por ser
mulher, vou pular um item, ok?
Mas só por hoje. Amanhã quem
sabe? Este não nos pertence.
nasce a prostituta, o menor
abandonado, e o pior de todos
os bandidos, que é o político vi-
garista, pilantra, corrupto e la-
execução da coleta seletiva dos
vez que esse tipo de gasto não
consta do orçamento desse
justo botar dinheiro público para
socorrer empresa privada, no
poder público na limpeza e na
preservação do meio ambiente
materiais recicláveis em toda muito baixo, e confia nos be-
a cidade. Segundo Humberto nefícios que o projeto pode
o projeto não foi sancionado proporcionar para a popula-

T
Av. Alexandre Rasgulaeff, 1149 - sobre loja mos questionar? Ora, meus Cuidemos do hoje. caio das empresas nacionais e
sala 2 - Fone (44) 3025 4378 / 9804-4303 caros eis aqui esta que vos es- Os profissionais do sexo multinacionais”. (Bertolt
Silvia Cardoso Sabiar, 38, presidente da Coopermaringá ainda pelo prefeito Silvio Bar- ção, ao meio ambiente e às
ros II, que não vetou nem cooperativas.
Jardim Alvorada Maringá - PR creve que é tida como qual- não têm o direito de ir e vir Brecht) Sílvia espera que o prefeito Silvio Barros II se sen-
quer coisa, menos mulher de nas ruas de Maringá, de São Gilda Diniz Silva– Funcio- aprovou, quis desqualificar. O vereador acredita na efi-

A
e-mail: gazetamaringaense@gmail.com sibilize com a situação dos recicladores e tome uma
bem. Uns acham que eu devia Paulo, de Maceió e os idosos nária pública da área da Humberto afirma que está cácia do projeto, protocolado
providência no sentido de resolver a situação crítica
ter me graduado antes porque não têm o direito de perma- educação em São Paulo havendo má vontade política no ano passado, ao avaliar ex-
que eles estão vivendo.
por parte do prefeito por ser periência semelhante no muni-
A Coopermaringá arca com todas as despesas re-

S
este um projeto proposto por cípio de Paranavaí a 80 km de
QUER COMPRAR? lativas à coleta, inclusive pagando o motorista, que
também é coletor e deixa de exercer seu trabalho
um partido que faz oposição à Maringá. “Até 2008 a Prefeitura
Diretor: Antonio José Santiago política de Sílvio Barros. “Exis- daquela cidade pagava R$
Jornalista Responsável: Malu Pedarcini VENDER? ALUGAR? TROCAR? para dirigir o caminhão.
tem dois pesos e duas medi- 62,80 por tonelada efetivamen-
Jornalistas colaboradores: Jaqueline Souza e André Ela diz que se não obtiverem ajuda vão ter que
Aqui na sua GAZETA MARINGAENSE você tem a oportunidade de anunciar gratuitamente! das. Quando é para os pode- te coletada pela cooperativa
Leandro Venerucci parar com a coleta, pois antes da crise o ganho mé-
rosos, tudo acontece. Quan- Coopervaí, além do emprésti-
Diagramação e arte: Vladmir Farias 43 8401-3175
Impressão: Folha de Londrina - contato 43 3329-5407
Ligue: 44 3025-4378 dio mensal era de 800 reais e hoje não chega a 300
reais.
do é para os desfavorecidos, mo de vários bens, desde bar-
não anda”, declara. racão, caminhão e prensas até
Periodicidade: Quinzenal para Maringá e região. É bom lembrar que quase a totalidade dos
Ele considera que o custo aparelhos como impressora e
Tiragem: 5.000 exemplares e-mail gazetamaringaense@gmail.com “Os recicladores ajudam a limpar a
recicladores reside em Maringá, portanto eles têm
mensal para o município será telefone”, conclui.
cidade e a preservar o meio ambiente” todo o direito de crescer com cidadania.

Página 2 1ª quinzena de junho/09 1ª quinzena de junho/09 Página 15

C M
I
A difícil situação dos
D L
Talitha Coelho
e Silvia Marini *
A situação atual das coope-
rativas de reciclagem de
A Maringá é preocupante, pois
devido à queda de preço do
material reciclável (em alguns
casos pela metade), os
N E
catadores dessas cooperativas
têm trabalhado muito mais, em
função da participação da po-
pulação na coleta seletiva e do
I consequente aumento na quan-
tidade de material coletado, e
ganho muito menos. Ou seja,
com a desvalorização do mate-
A rial, os trabalhadores estão se es-
forçando para coletar e separar
grandes quantidades de materi-
al, bem além do limite de suas
capacidades físicas (e vários es-
tão adoecendo por causa disso);
e mesmo com tanto esforço, a
renda mensal continua bem
abaixo do que a obtida há sete
meses atrás, antes do agrava-
mento da crise mundial.
Esta situação torna-se mais
difícil a cada dia e o clima entre
os grupos de reciclagem é de
preocupação e angústia. Nesse
contexto, esses trabalhadores
sugeriram ao Vereador
Humberto Henrique (PT) a ela-
boração do projeto de lei N.
10.986/2008, que autoriza a
prefeitura a remunerar coope-
rativas e associações da cidade
a cada tonelada de material
reciclável coletado, o que já é
feito por diversos municípios
como Paranavaí (PR),
Araraquara (SP), Diadema (SP),
entre outros. Embora tenha
sido aprovado pela Câmara de
Vereadores por unanimidade, o
projeto tem encontrado resis-
tências do atual prefeito em
sancioná-lo. A aprovação dessa
lei representa uma alternativa
que faria justiça ao trabalho dos
catadores de materiais
recicláveis de Maringá, pois a
coleta seletiva legalmente é de
responsabilidade do município,
portanto se os catadores não a
realizassem a prefeitura seria
obrigada a contratar os servi-
ços de uma empresa
terceirizada, o que com certe-
za traria mais ônus aos contri-
buintes.
Atualmente o cidadão de
Maringá paga em suas contas
de água e esgoto uma taxa des-
Página 14
tinada ao Consórcio alemão
Biopuster, empresa responsável
pelo tratamento do lixo bruto.
Esse pagamento é realizado de
acordo com a quantidade de
toneladas de lixo que chegam
ao aterro municipal. Portanto,
quanto menos material for co-
letado pelas cooperativas de
reciclagem, maior será a taxa
paga ao Consórcio Biopuster.
Talvez você possa estar pensan-
do: - Qual a diferença em pa-
gar para uma empresa privada
ou pagar para uma cooperativa
pela coleta dos materiais
recicláveis? A diferença está no
fato de que uma empresa pri-
vada tem por objetivo o lucro
que se concentra na mão de
uma única pessoa ou de um
pequeno grupo de sócios e que,
nesse caso, nem brasileiros são.
Já, a remuneração de associa-
ções e cooperativas promove
uma distribuição igualitária dos
recursos entre seus membros,
que são cidadãos da cidade, que
trabalham, consomem aqui e
que, portanto, auxiliam no de-
senvolvimento local. Além do
que, o incentivo às cooperati-
vas e associações caracteriza-se
como uma ação de inclusão
social, já que as pessoas que vi-
vem da reciclagem em Maringá
são àquelas que encontraram na
coleta de recicláveis a única for-
ma de garantir o sustento de sua
família por meio de um traba-
lho que, até bem pouco tem-
po, era realizado de forma pre-
cária e insalubre no lixão da ci-
dade. Portanto, remunerar es-
ses trabalhadores pela coleta se-
letiva que realizam, não pode ser
considerado assistencialismo, já
que essas pessoas executam um
serviço público e precisam ga-
nhar por isso. Lembrando que
já existe a lei federal n. 11.456/
2007 (Lei do Saneamento Bási-
co) que incentiva os municípios
a contratarem associações e co-
operativas em seus programas de
gerenciamento de resíduos sóli-
dos, dispensando a existem não resolve o proble-
obrigatoriedade de licitação pú-
blica.
*Talitha e Silvia são psicólo-
gas e técnicas do projeto do
Edital Universidade Sem Fron-
teiras da SETI desenvolvido com
o Núcleo-Incubadora
Unitrabalho da UEM
CIDADÃOS?
Antonio Santiago
Como um bom evangéli-
co o prefeito Silvio Barros II já
deve ter lido a citação bíblica
acima e baseado nela os
recicladores perguntam: vale
mais uma empresa (Biopuster)
ou centenas de irmãos viven-
do em dificuldade, muitas ve-
zes não tendo o pão na mesa
para alimentar os filhos?
O que interessa mais, cres-
cer com cidadania ou jogar a
sujeira para debaixo do tape-
te? Fingir que essas pessoas não
ma. Também comparar as co-
operativas às multinacionais é
sem dúvida não ter a sensibili-
dade necessária para governar
com justiça. E quando se fala
em justiça o que nos vem à
cabeça em primeiro lugar é
“Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com
as obras, sendo abomináveis e desobedientes e reprova-
dos para toda boa obra” (Tito – 1.16)
justiça social, pois só ela dimi-
nui as desigualdades e oferece
a oportunidade de trabalho a
todos, sem distinção, mesmo
que seja um trabalho exausti-
vo, degradante e perigoso
como é o dos recicladores.
Essa é uma classe que pre-
cisa de ajuda, de solidarieda-
de.
Conclamo as autoridades a
uma visita a uma dessas coo-
perativas. Vejam ‘in loco’, ho-
mens e mulheres de todas as
idades buscando o sustento de
forma honesta. Essas pessoas
fazem um bem enorme para
a cidade, pois ajudam a retirar
dela material descartável que
poluiriam o meio ambiente
em pouco tempo. Elas são mal
vistas por governantes e auto-
ridades que vivem
Foto: Prefeitura Municipal de Maringá
Os números e seus mistérios
O professor Daniel Gardelli
do Departamento de Engenha-
ria Agrícola – CAR/UEM escre-
veu para esta GAZETA expli-
cando a matéria Mistérios que
se trata de números publicada
na página 11 da edição anteri-
or (nº 4). Desde já agradece-
mos a colaboração e publicamos
a seguir:
O segredo dos números de
telefone pode ser entendido da
seguinte forma: Chame de x o
número formado pelos 4 pri-
meiros dígitos de seu telefone
e chame de y o número for-
mado pelos 4 últimos dígitos.
Assim, os cálculos propostos no
enunciado do problema po-
dem ser traduzidos em lingua-
gem matemática da seguinte
forma:
Ou seja, multiplicamos por
80 o número formado pelos
4 primeiros algarismos do te-
lefone em questão, somamos
MULHER
encastelados e não fazem
ideia do sofrimento dessa
gente digna e guerreira.
Se a prefeitura pode pa-
gar 90 reais a tonelada para
tratamento do lixo coletado
porque não remunerar tam-
bém às cooperativas pela
coleta, já que elas executam
esse papel na prática? Quais
os impedimentos para que
isso aconteça? Nenhum po-
dem acreditar. Falta apenas
boa vontade política, pois
nem onerar os cofres públi-
cos essa medida vai. É tudo
apenas uma questão de divi-
são e bom senso.
Ou o senhor alcaide
muda sua forma de governar
ou muda-se o conceito de
que Maringá é uma cidade
que cresce com cidadania.
1ª quinzena de junho/09 1ª quinzena de junho/09
1 unidade e multiplicamos o
resultado por 250; em segui-
da, somamos duas vezes o
número formado pelos 4 últi-
mos algarismos do referido
telefone e subtraímos 250 para
finalmente dividirmos tudo por
2.
A expressão matemática
acima pode ser simplificada
para:
Nasci mulher,
menina, sereia.
Nasci água e marés
melodia e ventania.
Nasci todas as estações:
o verão quente e
fecundo, o outono,
tempo de espera, a
primavera a desabrochar
vida e o inverno de
ventos frios.
Nasci verde mar vagalhões
de espuma
ondas a desfazer-se na
areia
Nasci gazela, livre, solta
Amante, amada
Nasci pássaro,
Fênix ressurgindo das
cinzas
Nasci tigresa,
Fera, felina
MULHER, feminina
como você quer.
Malu Pedarcini
Aproveito a oportunidade para lançar um novo desafio: U
H
A expressão x . 10000
R
Meio-dia na pensão.
+ y é a forma com que qual-
quer número de telefone de
8 dígitos pode ser escrita.
A patroa determinara:
– Hoje haverá croquetes. Quatro para cada hóspede. A
Por exemplo, suponhamos ordem fora cumprida e o almoço já se encontrava pronto
que o número de telefone seja para ser servido, quando a cozinheira percebeu que havia
33014520. Se fizermos x =
fritado um croquete a mais. Nisso, a dona da pensão che-
3301 e y = 4520, então po-
gou à porta e anunciou que tinham chegado mais quatro
demos escrever 33014520
hóspedes. A cozinheira pensou um instante e se deu conta
como sendo 3301 . 10000
de que poderia servir três croquetes para cada pensionista.
+ 4520. Quantos eram os hóspedes da pensão e quantos croquetes
Espero com isso, ter escla- a cozinheira fritou?
recido o segredo.
RECEITA
CALDO DE AIPIM (Mandioca)
Ingredientes:
1 kg de aipim
1 kg de alcatra moída
1/2 kg de charque (tirar o sal)
1 molho de cheiro verde
1 pimentão verde picado
1 cebola roxa picada
2 litros de água
sal a gosto
Modo de Preparo:
Cozinhe o aipim descascado
na água e sal. Corte o
charque em pedacinhos e
refogue com a cebola e o
pimentão. Refogue a carne
moída e adicione a água. Em seguida, acrescente o aipim cozido e o charque. Deixe ferver por
aproximadamente 10 minutos. Retire do fogo e bata no liquidificador aos poucos junto com o
cheiro verde. Se quiser, separe um pouco do cheiro verde picado para servir sobre o prato.
Participe do seu jornal
Ligue: 3 0 2 5 - 4 3 7 8
Página 3
E Terezinha Pereira, Secre facilita a vida de 1.600 alunos
N O
T uma mulher de atitude Assinados convênios que garantem repasse
R A
Nosso País lidera um tris-
te ranking, o de ser o primei-
ro no mundo em violência
contra a mulher. A violência se
E manifesta principalmente no
âmbito familiar em que o
agressor frequenta ou mora na
V
mesma casa que a vítima. São
maridos, companheiros, noi-
vos e até supostos amigos que
I
agridem fisicamente, psicolo-
gicamente e sexualmente.
Não existem estatísticas fieis
sobre o assunto, já que mui-
S tas mulheres não denunciam.
Preferem se calar por medo
e vergonha, enquanto isso, o
T
agressor fica livre e pode con-
tinuar a praticar a violência.
Em agosto de 2006 as
A
mulheres tiveram uma gran-
de vitória com a criação da Lei
11.340 (conhecida como Lei
Maria da Penha) em homena-
gem a Maria da Penha Maia
Fernandes que foi agredida sis-
tematicamente pelo marido
por seis anos e por tentativa
de assassinato com arma de
fogo, afogamento e possa chegar a números espe-
eletrocussão deixando-a
paraplégica. A lei criou meca-
nismos para coibir a violência
doméstica e familiar contra a
mulher e também
convencionou sobre a elimi-
nação de todas as formas de
discriminação contra a mulher,
além de criar Juizados de Vio-
lência Doméstica, alterar o
Código de Processo Penal, o
Código Penal e a Lei de Exe-
cução Penal.
Ela incumbe à família, so-
ciedade e ao poder público
criar as condições necessárias
para o exercício efetivo dos di-
reitos à vida, à segurança, à
saúde, à alimentação, à edu-
cação, à cultura, à moradia, ao
acesso à justiça, ao esporte, ao
lazer, ao trabalho, à cidadania,
à liberdade, à dignidade, ao
Página 4
respeito e à convivência fami-
liar e comunitária. Assegura
em seu art.2º oportunidades
e facilidade para viver sem vi-
olência, preservar a saúde físi-
ca e mental, o seu aperfeiçoa-
mento intelectual e social, in-
dependente de classe, raça,
etnia, orientação sexual, ren-
da, cultura, nível educacional,
idade e religião.
Para sabermos mais sobre
esses direitos que todas as
mulheres têm, entrevistamos
a Secretária da Mulher,
Terezinha Pereira que nos fa-
lou sobre sua secretaria e
como é tratada a situação de
violência aqui em Maringá.
Malu: Estatisticamente, a
senhora tem dados sobre a vio-
lência contra a mulher aqui na
nossa cidade?
Terezinha: Hoje não te-
mos dados específicos, pois
ainda não temos condições de
fazer este cruzamento. Ainda
não conseguimos fixar um
parâmetro para que a gente
cíficos. Temos os dados da Se-
cretaria da Mulher e dados da
Delegacia da Mulher, mas nem
todas que passaram pela secre-
taria passaram pela delegacia
e vice-versa. Nem todas que
passaram pela secretaria qui-
seram registrar B.O. (Boletim
de ocorrência).
Malu: A Secretaria da Mu-
lher trabalha em parceria com
a Delegacia da Mulher?
Terezinha: Existe uma
rede de enfrentamento à vio-
lência. Nesta rede estão a Se-
cretaria da Mulher, a Delega-
cia da Mulher, o IML (Instituto
Médico Legal), o HU (Hospi-
tal Universitário), o Hospital
Municipal, as Unidades Básicas
de Saúde. Chamamos essa
rede de porta de entrada, essa
mulher vitimizada pela violên-
cia pode entrar por qualquer
uma dessas entidades.
Malu: A violência existe
em todas as classes sociais?
Terezinha: Existe em to-
das as classes e em todos os
níveis de brutalidade. Ela pre-
domina mais na faixa de po-
breza, pessoas desemprega-
das, de baixa escolaridade.
Mas acontece também na
classe A, é uma violência pri-
vada que acontece entre qua-
tro paredes e não vem à luz.
A violência de um nível eco-
nômico e cultura menor tem
mais visibilidade, pois essa mu-
lher não se sente envergonha-
da de ir à delegacia, ir a um
hospital ou numa unidade bá-
sica e dizer que está sofrendo
violência doméstica. Ela não
tem um status na sociedade
que precisa preservar. Ela não
tem um padrão de vida alto
que caso haja separação ve-
nha a perder. Essa mulher é a
que denuncia mais. O mari-
do ou companheiro também
não tem uma profissão ou é
um profissional liberal que
precisa preservar sua vida pes-
soal. A violência não tem
classe social, as pessoas não
nascem agressoras, elas tor-
nam-se agressoras.
Malu: Como são tratadas
as profissionais do sexo aqui
em Maringá?
Terezinha: Aqui em
Maringá temos um relaciona-
mento de respeito indepen-
dentemente da minha posição
pessoal. Aqui não conta a
Terezinha e sim a gestora. A
gente desenvolve um traba-
lho profissional com reuniões
mensais com elas em parce-
ria com a Secretaria de Saú-
de. Elas são monitoradas na
saúde com prevenção de cân-
cer de colo de útero, câncer
de mama, também tem aten-
dimento psicológico para tra-
balhar a autoestima, cursos de
geração de renda para as que
querem fazer, mas aí encon-
tramos as maiores dificulda-
des, pois a maioria sustenta a
casa. Elas têm uma responsa-
bilidade, pois são arrimo de
família e elas ganham mais tra-
balhando como profissionais
de sexo do que ganhariam
como vendedoras, como di-
aristas, como domésticas. É
esse contexto de pobreza,
esse grau de dificuldade que
leva essas meninas a trabalha-
rem usando o corpo. A gente
fala: Mulheres de vida fácil!
Não existe nada de fácil na vida
delas. Quem acha que fazer
dez, doze programas com di-
ferentes pessoas por dia é fá-
cil, não sabe o que é. A gente
também trabalha muito tam-
bém com a conscientização
do uso dos preservativos que
não faltam em razão das do-
enças sexualmente
transmissíveis. As profissionais
do sexo têm cadeira no Con-
selho da Mulher.
Jaqueline: Você é favorá-
vel que elas tenham essa ca-
deira no Conselho?
Terezinha: Sou comple-
tamente a favor. Elas são um
segmento organizado, eu sem-
pre digo isso para elas. A visi-
bilidade que elas têm, o com-
prometimento, a organização
que elas têm. As pessoas con-
fundem profissionais do sexo
com traficante. Eu sempre digo
pra elas: vocês têm que dei-
xar muito claro para a socie-
dade, para a polícia que vocês
são profissionais do sexo e
não profissionais do tráfico. As
pessoas costumam generali-
zar e confundir tudo. Eu tra-
balho com elas há cinco anos
e nunca vi nada neste sentido
de envolvimento com tráfico,
L
C
de cerca de R$ 6.5 milhões para a UEM
com drogas. A Néia que é a
presidente da associação é
Dois convênios foram assi- relevância do Projeto de Aces-
uma pessoa politizada, articu-
nados na dia 22 de maio, be- sibilidade, o qual irá abrir as
lada, dinâmica, atuante, é uma
pessoa que sabe se colocar em
qualquer situação. É justo, as-
sim como temos vagas para
neficiando a UEM. A assinatu-
ra contou a presença do Mi-
nistro do Planejamento, Paulo
portas da Universidade para
portadores de necessidades
especiais. “Essa é uma deman-
L
Bernardo; da Secretária de Es- da das IEES, por conta da qual
os movimentos organizados
tado da Ciência, Tecnologia e elas estavam inclusive na mira
de mulheres lésbicas. O Con-
Ensino Superior, Lygia Pupatto; do Ministério Público, que há
selho da Mulher de Maringá é
do Secretário do Planejamen- tempos vinha cobrando medi-
um dos mais representativos,
to e Coordenação Geral, Ênio das efetivas”, declarou ele, ex-
a nível até de Brasil. Tem am-
Verri e do Reitor da UEM, plicando que o convênio pre-
pla representatividade, tem
Décio Sperandio. vê repasse de igual valor para
vários segmentos, as mulhe-
res negras, as profissionais do
sexo, as domésticas, as lésbi-
cas, a OAB, a imprensa, os
Um dos convênios diz res-
peito ao repasse da quarta e úl-
tima parcela do montante de
todas as universidades estadu-
ais do Paraná, além de um
montante menor para as facul-
cerca de R$ 16 milhões que o dades isoladas.
órgãos governamentais, etc.
Governo do Paraná destinou à O Projeto também rece-
Santiago: Essa
UEM para obras de beu elogio da secretária da
representatividade é só na te-
infraestrutura. Os recursos, re- SETI, que agradeceu aos de-
oria ou funciona também na
passados ao longo dos últimos putados paranaenses pela
prática?
quatro anos, foram investidos emenda de bancada, que foi o
Terezinha: Funciona. Esse
na construção de seis novos ponto de partida do presente
é um conselho que funciona.
blocos dentro da Universida- convênio. E destacou o apoio
Santiago: E a sociedade
de, já em pleno funcionamen- decisivo do Ministro do Plane-
maringaense como recebe essa
to. Outros três blocos serão jamento para liberação dos
questão das profissionais do
inaugurados em breve e com recursos.
sexo?
a nova parcela, no valor de R$ O secretário Ênio Verri, ao
Terezinha: Eu diria que a
4.9 milhões, outros quatro falar da importância do Proje-
sociedade é muito hipócrita,
blocos serão erguidos, segun- to, disse que “não há igualda-
porque às vezes você questi-
do informou o reitor Décio Ao falar sobre o repasse da assinou outro convênio, com nejamento e da SETI. O di- de se as minorias não tiveram
ona uma profissional do sexo
Sperandio. Ele ainda destacou parcela, a secretária da SETI, repasse de R$ 1,5 milhão para nheiro será aplicado na insta- as mesmas oportunidades”.
que está vendendo uma coisa
que, além desses, mais sete salientou que o convênio re- serem investidos no Projeto de lação de elevadores, platafor- A cerimônia de assinatura
que é dela, seu próprio cor-
blocos serão construídos, es- presenta a honra de um com- Acessibilidade das Instalações mas verticais e rampas de aces- dos convênios ainda reuniu o
po e pergunta: porque não vai
ses com recursos do Progra- promisso assumido há quatro Educacionais. O Projeto é uma sos nos diferentes blocos da prefeito de Maringá, Silvio Bar-
trabalhar de doméstica, de bal-
ma Universidade em Movi- anos pelo governador Roberto iniciativa do Governo do Esta- UEM, além da compra de ôni- ros, o vereador Humberto
conista? Ai você pergunta para
mento, da SETI. “Com isso, Requião, de repasse de cerca do do Paraná e propõe ações bus adaptados a cadeirantes e Henrique, o presidente da Fun-
uma cidadã, qualquer cidadã.
concluímos essa fase de cons- de R$ 75 milhões para as ins- que garantem o acesso a pes- aquisição de materiais didáti- dação Araucária, Tarcísio Pires
Você empregaria uma ex-pro-
truções”, adianta o reitor, atri- tituições públicas de ensino soas com necessidades espe- cos, como impressoras e má- Trindade, além de assessores,
fissional do sexo, você teria
buindo ao empenho dos dois superior do Paraná. “Sei que ciais às instituições de ensino quinas de escrever em braile. diretores de centro, professores
essa tranquilidade? Então você
secretários presentes uma par- houve muita desconfiança que superior públicas. Paulo Bernardo falou da e servidores técnicos da UEM.
tem que entender que elas
te importante para o recebi- esse dinheiro não chegaria ao Os recursos são proveni-
vendem o que elas têm e que
mento desses valores. “Tenho seu destino, mas o atual Go- entes de emendas parlamen-
causam prejuízo assim entre
sorte de minha gestão coinci- verno do Paraná provou que tares da bancada do Paraná, na
aspas somente a elas. Se elas
dir com o mandado da secre- honra os compromissos assu- Câmara dos Deputados, de
têm dificuldade e não tem o
tária Lygia Pupatto e do secre- midos”, frisou. fundos dos ministérios da Edu-
pão na mesa para os filhos,
tário Ênio Verri que compre- O Ministro Paulo cação e do Planejamento,
para seus familiares, elas não
endem e são sensíveis às cau- Bernardo, junto com os dois além de verbas do governo do
pegam em armas para assal-
sas da Universidade”, disse. secretários e o reitor da UEM, Paraná e das secretarias do Pla-
tar, roubar. Não, elas vendem
o que podem, ou seja, o cor-
po. Acho que ninguém está
em condição de julgar nin- Ligue: 3 0 2 5 - 4 3 7 8
1ª quinzena de junho/09 1ª quinzena de junho/09 Página 13
L Laboratório inaugurado na UEM tária da Mulher,
O Com a inauguração do La-
boratório do Núcleo de
C Processamento de Dados
(NPD), feita pelo Reitor Dé-
cio Sperandio e pela Secretá-
A R
ria Estadual de Ciência,
Tecnologia e Ensino Superior,
Lygia Pupatto, na sexta-feira
(22), os alunos da Universida-
L de Estadual de Maringá passa-
ram a contar com novas insta-
lações para as aulas práticas de
informática, tanto em nível de
graduação como de pós-gra-
duação.
A UEM investiu cerca de R$
240 mil para reformar e am-
pliar o local, no Bloco 110,
que conta com cinco salas de
atendimento aos alunos, secre-
taria, setor de manutenção,
sanitários, copa e uma sala para
coordenação.
Sob a coordenação de
Agnes Munhoz Babata, o novo
espaço reúne 100 computa-
dores, incluindo os 20 novos
comprados recentemente. O
laboratório atenderá a 1.600
alunos de diversos cursos da
Universidade, distribuídos em
80 turmas de ensino de gra-
duação e cinco de pós-gradu-
ação, que, todas as semanas,
terão aulas práticas semestrais
e anuais.
O reitor destacou as visitas
periódicas que a secretária
Lygia faz à UEM e às demais
Universidades paranaenses,
demonstrando o compromis-
so dela com o ensino superi-
or. “Não tenho dúvidas de que
temos uma política para o en-
sino superior agora”, assegu-
rou Sperandio.
Segundo ele, a política co-
mandada por Lygia coincide
muito com o que a atual ad-
ministração pensa e faz para a
UEM. O reitor assinalou os
avanços que UEM tem obtido
graças à visão e ao trabalho da
secretária, que, conforme ele
também tem convocado a
Universidade para a execução
das políticas de governo.
Sobre o laboratório inau-
gurado, disse que o ensino de
Página 12
graduação deve ser priorida-
de na Universidade, já que a
pós-graduação consegue ca-
minhar mais com os recursos
que ela mesma gera. Lembrou
que a UEM está recebendo
em torno de 1.600 compu-
tadores para serem utilizados
no programa Universidade
em Movimento, da SETI.
Ainda de acordo com
Sperandio, a administração
vem trabalhando num proje-
to para financiar a cada aluno
a compra de um notebook,
aproveitando que a UEM vai
oferecer, em breve, acesso à
internet sem fio.
A secretária Lygia Pupatto
assinalou que o atual governo
facilitou o diálogo com as uni-
versidades em todos os níveis.
Lembrou que o Paraná é o Es-
tado que mais tem alunos ma-
triculados no ensino superior,
cerca de 29,6% da população
jovem, ante a média nacional de
12%. Elogiou o reitor e o vice-
reitor, Mário de Azevedo, na
colaboração para a definição de
uma política para o ensino su-
perior e resgatou algumas ações
do governo para melhorar as
condições de ensino e trabalho
das instituições de ensino supe-
rior, como a aprovação do pla-
no de carreira, cargos e salários
para os técnico-administrativos,
a readequação do plano de car-
reira, cargos e salários para os
professores, e a adoção da polí-
tica de reposição salarial a cada
ano, conforme as perdas gera-
das pela inflação e contratação
de servidores.
Destacou a capacidade admi-
nistrativa da UEM para apro-
veitar também os eventuais
recursos repassados pelo go-
verno, como ocorreu no fi-
nal de 2008, quando o Exe-
cutivo estadual anunciou a li-
beração de R$ 89 milhões ao
ensino superior público
paranaense. Segundo ela, a
UEM foi a que mais recebeu
parte desta verba por ter um
planejamento a médio e em
longo prazo.
De acordo com ela, a SETI
investiu em torno de R$ 40
milhões no programa Univer-
sidade Sem Fronteiras, com
bolsas a quatro mil estagiári-
os, e está presente em 280
cidades, por meio de
implementação de 421 pro-
jetos. Trata-se, conforme a
secretária, do maior progra-
E
ma de extensão universitária
do Brasil. Programa este que
N
fez aumentar em 20% a ren-
da das famílias na agricultura
familiar, segundo alguns resul-
“Eu não defendo supremacia,
defendo igualdade” T
tados parciais.
guém. É claro que o poder pensante do organismo gover-
O pró-reitor de Adminis-
público tem esse dever de namental. Temos também o
tração, Marcelo Rodrigues,
mostrar o caminho, que é o Centro de Referência e a
recordou a reunião feita com
toda a equipe do NPD, no iní-
cio da atual administração, na
qual os funcionários do Núcleo
que a gente faz. Esse é o nos-
so papel.
Malu: Existe um trabalho
equipe multidisciplinar. Lá tem
advogados, psicólogos, assis-
tentes sociais, educadores de
E
aqui em Maringá que atenda base. Desde o momento que
falaram sobre as necessidades
do setor. Com base nisso, a
PAD fez um planejamento pau-
as adolescentes, as meninas
carentes que engravidam, as
ela é acolhida no centro de re-
ferência ela tem todo o acom- V
mães solteiras? panhamento.
I
tado em três pontos:
Terezinha: Existe uma or- Santiago: O orçamento da
implementação de
ganização não governamental, Secretaria é grande?
infraestrutura, compra de equi-
a Preservação da Vida da dona Terezinha: Para você ter
pamentos e capacitação para
os servidores.
Assim, a pró-reitora já en-
tregou as instalações do setor
Helena Bressan que faz um
belíssimo trabalho. Como eu
não trabalho com menor a
uma idéia tempos atrás tive-
mos uma crítica de quanto
custava uma secretaria da mu-
S
SASC também faz este traba- lher. E eu respondi, quanto
de operação do NPD, em
2008; comprou vários equipa-
mentos, incluindo servidores
lho.
Malu: As mulheres que so-
custa uma vida? Isso respon-
de tudo. É o menor orçamen-
tudo, o bom de dizer, que essa
secretaria, esse centro de re-
Santiago: Para finalizar,
deixe uma mensagem para
da história, dona das suas
idéias, dos seus sentimen-
T
frem violência têm atendimen- to, não chega a 800 mil para ferência, a casa abrigo, os pro- as mulheres de Maringá? tos, do seu corpo e feliz”. Eu
A
de grande potência; ampliou
to jurídico e psicológico? manter toda a estrutura. São gramas de geração de renda, Terezinha: Tem uma fra- acho que esse é o nosso lu-
de 10 para 100 megas a capa-
Terezinha: Tem. Maringá 27 funcionários ao todo. tirando a contrapartida que foi se, que por incrível que pa- gar, não apenas na constru-
cidade de link para a Internet,
é uma das poucas cidades do André Leandro: E a mínima foi tudo comprado reça foi dita por um homem, ção da nossa história de vida,
atendendo inclusive os campus
Brasil que tem implantados to- questão de equipamentos, a com verba do governo fede- por isso é mais bonita, quan- mas na história do municí-
extensões da UEM; e ofereceu
dos os mecanismos. Tem a prefeitura fornece ou vocês têm ral, não existe nada dentro des- do você vê um homem com pio, do nosso estado, do
alguns treinamentos para os
Secretaria da Mulher que é a uma parceria com outras enti- ses espaços físicos que tenha essa mentalidade. O Vitor nosso país. Eu não defendo
funcionários.
parte administrativa que faz to- dades? custado alguma coisa ao mu- Gianotti fala assim “O lugar supremacia, defendo a igual-
O coordenador do
das as campanhas, é a cabeça Terezinha: Não, isso nicípio. da mulher é na construção dade.
Diretório Central dos Estudan-
tes (DCE), Adauto Pereira Go-
DESIGN DE MÓVEIS MARINGÁ
mes Neto, afirmou que a ofer-
ta de um novo espaço para as
aulas de informática era uma
antiga reivindicação dos alunos.
De acordo com ele, o labora-
tório inaugurado com certeza
vai atender às necessidades dos
Seus móveis personalizados na medida
estudantes. Para ele, existe certa. Cozinhas planejadas, armários
uma expectativa dos acadêmi-
cos de que espaços como es- embutidos, home theaters, closets,
tes sejam levados também para
os demais campus.
instalações comerciais.
A cerimônia também reu-
niu, entre outras autoridades,
o presidente da Fundação
Araucária, José Tarcísio Pires
Trindade; o chefe de Gabinete
da Reitoria, Júlio Santiago
Prates Filho; o prefeito do
Campus Lourival Zamuner; o www.designmaringa.com
diretor do NPD, Élcio do Pra-
do; pró-reitores; diretores de
centro; chefes de departamen-
3246-2374-3253-6036-9953-2687
tos e assessores da UEM.
1ª quinzena de junho/09 1ª quinzena de junho/09 Página 5
C Vamos falar de amor!
O
Uma das motivações mais
profundas no ser humano é
amar e ser amado. Não é pre-
ciso um psicólogo dizer isto,
afinal em alguma altura da nos-
M sa vida, estivemos apaixona-
dos por alguém, ou ansiamos
encontrar esse alguém que
nos faça ouvir sinos, ver es-
P
trelas e que de preferência, sinta
a mesma coisa. Mas encontrar
a “cara metade” hoje em dia não
é uma tarefa simples, pois
O
estamos vivendo uma época,
em que as pessoas buscam a fe-
licidade, como se estivessem
olhando para uma vitrine de
roupas (muitas a escolher, e tam-
R
bém a concorrer). Isso é reflexo
de uma sociedade cada vez mais
individualista, onde as pessoas
não estão abertas a aceitar pe-
T
quenas grandes diferenças, que
são os famosos “defeitos”. A mar-
gem de tolerância que nos da-
mos de forma a aceitar a dife-
rença alheia parece ser menor
A que em outros tempos.
O corre corre do dia a dia
também contribui negativa-
mente para o bem estar dos
M riza excessivamente o “eu”, o
relacionamentos. Muitas ve-
zes é difícil ou mesmo impos-
sível para as pessoas se mos-
trarem como verdadeiramen-
E
te são, pois muitas se têm
mostrado defensivas, com
medo de espantar a “caça”, ou
então, se lançam sem muita
seletividade apenas buscando
N
uma nova boca, um novo gos-
to uma nova sensação, e há
outras ainda, que mantém um
relacionamento por medo da
T
solidão.
Uma coisa é fato, estamos
vivendo uma época em que
vemos a banalização das rela-
ções, onde o culto por relaci-
O
onamentos “apaixonados”
promove a falta de responsa-
bilidade diante das crises na-
turais de toda e qualquer re-
lação, onde a paixão é o que
dá o “tom” das mesmas, faz
com que a partir do momen-
to que se acaba a paixão per-
de-se a necessidade da manu-
tenção de tais relações, acaba
por levar as pessoas a
estabelecê-las sempre num
nível superficial e com total
descompromisso. Sites, pro-
gramas televisivos, orkut, sa-
las de bate-papo, são diversos
Página 6
os locais que vendem a ideia
de que no próximo clique a
pessoa irá encontrar o parcei-
ro ideal. O que se vende é
imagem, o “e foram felizes
para sempre”, entretanto, a
vida real é um pouco mais que
isso, o parceiro ideal é a fan-
tasia de um mundo que valo-
indivíduo, que sonha em en-
contrar aquele que realizará
todos os desejos e sonhos.
Todos, homens e mulhe-
res têm se queixado de seus
pares do sexo oposto. Mulhe-
res se queixam que os homens
não querem nada a sério, ho-
mens se queixam que as mu-
lheres estão muito “fáceis”, e
ambos se queixam da
banalização do sexo e dos en-
contros “que nunca aconte-
cem, mas que tanto anseiam”.
A partir do momento em
que mulher buscou a “igual-
dade” em relação aos ho-
mens, as coisas começaram a
sair do eixo, parece que as
coisas não se encaixaram mais.
Os papéis, antes estabelecidos
(homem como provedor e
mulher como procriadora) já
não se sustentam por si nesta
nova condição de papéis, pois
a mulher não se contenta em
ficar em segundo plano, des-
cobriu que pode ser sua pró-
pria provedora. O homem,
em contrapartida, descobriu
que não precisa ser aquele ro-
chedo, frio e insensível, que
“pode chorar, sim”.
Dentro da psicologia sabe-
mos que todos os nossos me-
dos de que um dia, num futu-
ro, possa vir acontecer, de fato
já, no presente, está aconte-
cendo. Esta, sim, é uma gran-
de realidade, pois, é exata-
mente isto que vemos acon-
tecendo atualmente no rela-
cionamento homem-mulher.
No presente, com os novos
papéis conquistados, por ho-
mens e mulheres, temos,
ambos, direitos garantidos
enquanto indivíduos dentro da
relação, pois não é possível se
estabelecer um relacionamen-
to amoroso sem a individual e respeito pela dife-
contraparte. A mulher é ab-
solutamente importante na
vida de um homem como o
homem também o é na vida
de uma mulher.
Então, como podemos
buscar a nossa “alma gêmea”,
dentro de um conceito medi-
eval, de buscar a nossa outra
metade que nos completaria
e ainda assim ser um indiví-
duo? Como, nós mulheres in-
dependentes, podemos nos
colocar numa posição passiva
de esperar alguém “especial e
único” para nos “entregar”?
Como pode um homem que
diz querer uma companheira,
querer também bancar o prín-
cipe que luta contra o dragão
para salvar sua bela adorme-
cida? Embora a mulher e o
homem modernos não falem
neste tom está implícito quan-
do se busca a “Alma Gêmea”
ainda hoje. Eis o paradoxo ins-
talado: vamos ainda buscar
nossa alma gêmea, no concei-
to medieval, e queremos uma
relação liberal.
Precisamos primeiro, en-
contrar a nós próprios, en-
quanto indivíduos, na nossa
própria vida, para depois, en-
contrar o outro, também en-
quanto indivíduo.
Isto dos relacionamentos
não é fácil, não é fácil começar
um, não é fácil mantê-lo quan-
do a paixão se esbate, não é fá-
cil acabar outro, não é fácil che-
gar ao ponto ideal de partilha
rença que permite um relacio-
namento saudável e satisfatório
para as duas pessoas. Mas de-
sistir é pior, mais destrutivo.
Às vezes é preciso mesmo
reinventar a relação que te-
mos em determinado mo-
mento, não esquecendo que,
da mesma forma que não ve-
mos os defeitos e diferenças,
apenas só coisas boas no ou-
tro no início de uma relação,
quando ficamos com dúvidas
tendemos a ver só as coisas
negativas. Desistir é o mais
fácil, corrigir, dialogar,
reinventar o relacionamento
é o mais difícil, mas pode ser
também o mais proveitoso, Se
a relação permanecer apenas
no ideal, ela não irá muito lon-
ge, ou, algum dos pares terá
que se sacrificar em prol do
outro.
Relação é enfrentamento,
Como este é o mês
que se comemora o
“Dia dos Namorados”,
vou deixar aqui algumas
dicas para que estes
possam se conhecer
melhor e ter uma rela-
ção mais assertiva.
- Aprendam a compar-
tilhar a vida diária - dividir
com o companheiro an-
gústias, problemas no tra-
balho, dificuldades finan-
ceiras;
- Dividam sonhos e sen-
timentos - programem, por
exemplo, a compra da
casa própria, hora ideal
para a chegada dos filhos,
um passeio para o final de
ano;
- Argumentem - a con-
versa ainda é a melhor
maneira das pessoas se
entenderem;
- Organizem progra-
mas com os colegas - não
se afastem dos amigos e
colegas, programem pas-
seios como teatro, cinema,
organizem encontros em
casa e com amigos;
- Riam dos próprios de-
feitos - enfrentar as
dificultades com bom hu-
mor é mais saudável;
- Tenha tempo só para
você - reserve um tempo
só para você relaxar, cur-
tir suas músicas preferi-
das, ir ao cabeleireiro, ao
estádio de futebol.
conhecimento, crescimento,
por isso é necessário que se
veja o outro não como ideal,
ou fantasia, mas como um ser
humano pleno com direitos e
pensamentos particulares.
SERVIÇO
Psicóloga
Adriana Ozelame
Furlan (CRP-
08/05963)
Especialista em
terapia Familiar,
Psicopedagoga
e Mestranda em
Educação.
Clinica UNIT –
Av: Euclides da Cunha, 1484 zona
05 – Fones: (44) 3031 1751 Cel.
(44) 9126 2601 – email
adriana.furlan@bol.com.br
1ª quinzena de junho/09
O dia dos namorados e o milagre do Santo C
Santo, não agüento mais “Ela perguntou de você, eu car de olhos, os seus se ilumi-
Apolo Theodoro * ficar sozinho! Se o Se- falei que você era vidrado nela naram ao mirar os dela e o tí-
R
Todos os anos, quando se nhor me ajudar eu e, só pra zoar, inventei que mido rapaz, num rompante de
aproximava o mês de junho, prometo...” você quer dar um pre- ousadia, pôs pra fora toda a sua
Mario se inquietava com uma E fazia um rosário sente pra ela no dia dos agonia:
movimentação que é típica de promessas. Mas namorados, mas só dá “Mara, me perdoe, eu não
desse mês. Quem pensou em
festa junina errou, levou bom-
ba no quesito especulação da
nada do milagre aconte-
cer. Certo dia, faltando
uma semana para mais
se tiver certeza que ela
aceita. Ela disse
que aceita, fa-
sou ladrão, foi para você que
eu roubei esse perfume, ia ser
o seu presente do dia dos na-
Ô
vida alheia, mesmo porque um dia dos namorados, ele lou que esta- morados. Eu te amo muito,
Mario era chegado numa fo- chegou ao bar do amigo Nélio va sem na- Mara, por você eu roubaria de
gueira, tanto no sentido figura-
do quanto literalmente falando.
O que deixava o moço in-
que, pela cara do freguês, sen-
tiu que não escaparia daquelas
confidências enfadonhas e re-
morado e que
vai ficar feliz da vida
se ganhar um perfu-
novo.” Nélio, que conhecia a
crônica timidez do amigo com
as mulheres, só conseguiu ex-
N
comodado era o dia dos na- petidas que já não suportava me que viu no clamar: “É um milagre!”
I
morados, que se comemora mais ouvir. camelódromo.” Mara, que nunca tinha ou-
no dia 12 de junho, véspera de Como de hábito, depois Mal ouviu o nome vido uma declaração de amor
Santo Antonio. Aliás, todos os de alguns goles, Mario suspi- do perfume, Ma- tão intensa e apaixonada, se
anos, ele costumava ir à festa rou fundo e, ao começar a rio saiu em dispa- emocionou com aquelas pala-
do chamado santo
cantilena – “Mais um dia dos rada rumo ao vras e, cheia de ternura, pediu
casamenteiro e, tarde da noi-
te, cara cheia de quentão,
numa conversa ao pé do mas-
namorados em branco... Ami-
go, você não imagina...” – foi
interrompido pelo dono do
fim
camelódromo a
de comprá-lo. O
preço do perfume, porém, era
ao segurança: “Moço, por fa-
vor, solta o meu namorado!”
Ouvir aquele “meu namora-
C
tro, onde era pendurada a ima- bar: “Não imagina você o que caro demais para ele. Desem- do” deixou Mario nas nuvens.
A
gem do Santo, rogava a supre- eu vou te contar!” E contou: pregado e sem a grana sufici- “Por favor, moço, foi por amor
ma graça de arrumar uma na- “A Mara está afim de você, tá ente o pobre coitado bata- que ele fez isso”, repetiu ela,
morada, prazer que nunca ti- sacando, cara, pare com essa lhou por um emprésti- com uma voz tão sentida que
vera na vida. Era sempre a choradeira e vê se se toca, ô mo, mas os amigos, tão o segurança se condoeu da si-
mesma ladainha: bundão, aproveite o dia dos ou mais duros que ele, não ti- tuação e soltou o rapaz.
“Eu morro de vergonha
delas, meu Santo, não sei o
que falar, me dá um nó na gar-
namorados que tá logo aí e
manda um presente pra gata,
ela vai adorar!”
que o amigo acreditasse, mas
os olhos arregalados, um mis-
to de incredulidade e interes-
nham um tostão furado. Para
Nélio, nem ousou pedir por-
que sua conta no boteco já es-
No dia seguinte, depois de
dançar com Mara em volta da
fogueira de Santo Antonio,
S
ganta, me ajuda a encontrar as Na verdade tudo não pas- se, e a visível excitação de tava alta. Cheque, pra dar uns Mario deixou sua primeira na-
palavras, meu Santo. Mas, se sava de invenção de Nélio para Mario eram sinais de que ha- pré-datados, também não ti- morada em casa e, feliz da
não for possível me fazer falar, se livrar daquela verdadeira via mordido a isca. “Como foi nha. Estava, como se diz, vida, voltou pra festa a fim de
faça qualquer coisa pra por uma tortura a que era submetido isso, que mais ela disse Nélio?”, numa sinuca de bico. agradecer ao Santo. Ao pé do
mulher na minha vida, meu ano após ano. Não esperava perguntou ansioso. Na véspera do dia dos na- mastro, cuidando para que nin-
morados, Mario passou pelo guém ouvisse, disse baixinho:
bar do Nélio, matou uma dose “Obrigado pela graça, San-
COLHER DE CHÁ de cachaça num gole só e, an-
tes de sair, falou: “Nem que for
to Antonio, mas foi arriscado,
hein! Roubar pra arrumar uma
Antonio Santiago Salvador e Ester que se encontraram e se apai- pra roubar naquele namorada... Só o Senhor mes-
No começo da década de 70 o Brasil e o xonaram perdidamente. Foram dias de amor in- camelódromo, hoje aquele mo pra fazer um milagre des-
mundo viviam em ebulição. As mulheres co- tenso como mandava a cartilha do festival. Quan-
perfume vai estar em minhas ses!” Ao virar as costas para ir
meçavam a se libertar dos preconceitos do tudo terminou seguiram juntos, agora no mãos”! Disse e saiu rapida- embora, porém, sentiu um
machistas, os jovens do mundo inteiro pro- movimento estudantil que fazia oposição à for- mente em direção à cidade. calafrio na espinha ao ouvir
testavam contra tudo e contra todos. Nesse ma de governo. Só que Salvador queria mais e Nélio, com sentimento de aquela voz suave que entrou
clima de euforia o Brasil ganhou o partiu para a luta armada distanciando-se de Es- culpa, pensou em correr atrás pelo seu ouvido e o paralisou:
tricampeonato mundial de futebol no Méxi- ter que nunca mais o viu. dele e revelar tudo, mas teve - Roubar foi uma decisão
co. Paralelamente, a ditadura militar instalada Os anos passaram e a ditadura finalmente teve medo da reação do amigo. Eis sua, meu filho. Seu pedido, eu
no País prendia e torturava quem ousasse se fim. Os festivais de rock agora são lembranças que, como por encanto, Mara me lembro, era conseguir fa-
manifestar contra o regime vigente. Neste de um tempo que não volta mais. Hoje predo-
aparece na porta do boteco. lar com a moça, e você falou.
panorama aconteceu um gigantesco festival de mina a música sertaneja (argh!) e proliferam ban- “Você caiu do céu, entra aqui Esse foi o milagre, o milagre,
rock nos Estados Unidos, na área rural de das de pagode, sertaneja, pancadão e uma cen- que eu vou te contar uma coi- ou melhor, as palavras estavam
Bethel no Estado de Nova York, o tena de outras coisas indecifráveis, de gosto duvi- sa!” E contou tudo. A princí- dentro de você; sua fé, seu
WOODSTOCK, onde a juventude condena- doso. Ester se formou em Sociologia, casou-se, pio, Mara se divertiu com a his- amor e seu agir foram as for-
va a guerra do Vietnam e pregava Paz e Amor teve filhos, separou-se. Recentemente ao tória, mas, no fim, se assustou ças que as impulsionaram para
no mundo todo. pesquisar no orkut ela encontrou Salvador. Pelas com a decisão do rapaz de rou- fora. É isso o que deve fazer
Na região de Londrina, mais precisamen- fotos não teve a menor dúvida de que aquele bar o tal perfume que, aliás, ela esse imenso exército de sofre-
te em Cambé, em uma chácara, a coisa não homem magro, de aparência sofrida era o gran- nem conhecia a marca. Deci- dores que, obcecados pelo
foi diferente. A moçada seguindo o exemplo de amor de sua vida. Timidamente mandou um diram ir atrás de Mario para ten- amor, ficam à espera de um
de todo o Planeta também organizou o seu recado e para sua alegria ele retornou. Também tar impedir aquele desatino. milagre sem fazer nada para
festival de rock regado a muita maconha. Esse tinha casado, mas estava viúvo e marcaram um
Quando chegaram ao que ele aconteça? Quanto ao
festival tupiniquim teve o sugestivo nome de encontro. Ambos agora estavam tendo uma nova camelódromo, porém, a con- roubo, lembre-se: Deus faz o
COLHER DE CHÁ. oportunidade e não iam deixar escapar. Passarão fusão já estava armada. Seguro certo por linhas tortas.
Foram três dias de música, namoro e loucu- o dia dos namorados juntinhos, afinal a vida os pelo segurança, se debatendo
ra. As bandas (conjuntos na época) se reveza- brindou com um presente e após 38 anos tem para escapar, Mario viu Nélio *Apolo Theodoro é jornalis-
vam no palco. No meio dessa zorra estavam uma nova colher de chá. e Mara chegarem. Aí, num pis- ta em Londrina
1ª quinzena de junho/09 Página 11

E
S
P
Muay Thai
O Malu Pedarcini
O Muay Thai ou boxe
tailandês como é mais conhe-
R cido no Brasil é uma arte mar-
cial milenar que tem suas ori-
gens com o povo tailandês.
T N
Não existe na história muitas
evidências sobre esta luta, pois
todos os documentos desse
período foram destruídos pelo
E exército birmanês quanto este
invadiu a Tailândia. Sua origem
data de aproximadamente 250
AC e a versão mais aceita pe-
los Mestres e historiadores é
que o povo tailandês é descen-
dente direto dos antigos guer-
reiros mongóis. Eles migraram
da região onde atualmente é a
China, para o local onde hoje
é a Tailândia em busca de ter-
ras férteis para a agricultura,
escapando do expansionismo
chinês e suas implicações béli-
cas. O Muay Thai é tão popu-
lar na Tailândia quanto o fute-
bol no Brasil. Por isso a Tailândia
é a maior potência do esporte
do mundo.
Considerada uma luta alta-
mente agressiva, ela conjuga
socos e golpes com as canelas
e pés. É também considerada
a arte marcial que mais faz uso
eficiente dos joelhos e cotove-
los.
Mas apesar da imagem evi-
denciada por filmes que a apre-
senta como uma luta violenta
ela vem ganhando cada vez
mais praticantes, pois desenvol-
ve um ótimo condicionamen-
to físico e mental, concentra-
ção e autoconfiança. Além dis-
so, o treinamento ajuda as cri-
anças e adolescentes a terem
maior poder de concentração
nas suas atividades paralelas.
O Muay Thai no Brasil
Em 1979 o Muay Thai foi
trazido para o Brasil pelo pro-
fessor Nélio Borges. Desde
então esta luta tem ganhado
Página 10
cada vez mais adeptos. Um
deles é o professor Wladimir
Schmidt, grau preto de Muay
Thai pela BMTA (Brazil Muay
Thai Association) e faixa preta
de kickboxing pela WAKO
(World Association of
Kickboxing Organization). Pro-
prietário de uma academia ele
enumera os benefícios que esta
luta oferece para quem a prati-
ca. Segundo ele acelera a circu-
lação e faz com que o curso
sanguíneo seja mais rápido. Ati-
va e estimula as funções dos
órgãos internos e glândulas, fa-
zendo-os mais produtivos e for-
tes: “as células necessitam de
sangue rico correndo em todas
as partes e órgãos que são por
ela constituídos”, diz ele.
Continuando sua explana-
ção ele conta que quem pratica
o esporte tem uma eliminação
mais rápida das substâncias no-
civas. “Os médicos creem que
90% das moléstias advêm da
má circulação destas substânci-
as”. Também vence a fadiga e
ativa as células, renova os teci-
dos e com o auxílio de uma ali-
mentação adequada, constrói
células cheias de vida. Beneficia
os músculos dando-nos perfei-
to controle de todos os movi-
mentos e fazendo o corpo obe-
diente à nossa vontade. Faz o
homem confiante. Estimula to-
das as partes do corpo. Ajuda-o
a dormir melhor e mais rapi-
damente, dando-lhe energia
para o trabalho e o divertimen-
arte
marcial
milenar
to. Queima as calorias dos ali-
mentos e melhora o processo
de digestão. Fortalece os mús-
culos, tendões, ligamentos e ar-
ticulações, conservando o cor-
po sempre jovem. Melhora o
aspecto, alarga os ombros, for-
talece as pernas, etc. Proporci-
ona-nos muitos amigos que
creem numa vida sã e livre de
vícios.
Proporciona também traba-
lho correto do fortalecimento
muscular abdominal e melho-
ra o peristaltismo (digestão) e
Quem pratica
Muay Thai
A princípio quem prati-
cava o Muay Thai era visto
com certo preconceito,
hoje, porém está bastante
difundido pelo mundo todo
e mais de 40% dos alunos
são mulheres. Essa procu-
ra também tem sido obser-
vada em outros países e
inclusive no Brasil. Cada
vez mais mulheres estão
buscando o Muay Thai
como o esporte preferido.
Além das mulheres, a
presença de crianças, em-
presários e representantes
da terceira idade tem se
tornado cada vez maior
nas academias quebrando
tabus e ajudando a acabar
com o estigma de violên-
cia que o cinema atribuiu ao
esporte.
Hoje mais da metade
dos praticantes não compe-
te, beneficiando-se apenas
dos resultados dos treina-
mentos que devidamente
orientados não machucam
o praticante preservando
sua integridade física com
todos os benefícios
supracitados.
as cólicas menstruais.
Depois de enumerar tantos
benefícios professor Wladimir
faz um alerta aos que estão co-
meçando nesse esporte. “E im-
portante procurar sempre
aprender com um professor
que tenha formação, pois o
Muay Thai, como já
exemplifiquei traz inúmeros
benefícios, propiciando mais
saúde e qualidade de vida”, fi-
naliza.
1ª quinzena de junho/09
Um cientista maringaense
Antonio Santiago
“Todo menino é um rei”
(Nelson Rufino e Zé Luiz)
Nascido praticamente jun-
to com Maringá, filho de italia-
nos que chegaram ao Guaiapó
na década de 40, menino ain-
da passeava pelos cafezais nos
arredores da cidade e aprecia-
va os pássaros que eram mui-
tos naquela época. Da infância
e adolescência lembra que na
Vila Operária onde morava não
existia asfalto e às vezes ia le-
var o almoço para o pai lá para
os lados do Parque de Exposi-
ções, que não existia, era tudo
plantação de café. De família
humilde acalentava o sonho de
estudar e progredir na vida.
Não sabia que ela lhe reserva-
ria uma surpresa. Naquele lu-
gar em que costumava brincar
de estilingue surgiu uma das
maiores universidades do Bra-
sil e fez dele um cientista, um
professor renomado, com li-
vros publicados em língua es-
trangeira. Esse professor, com
um currículo dos mais inveja-
dos, Mestre em Físico-Quími-
ca pela Universidade Federal
de Santa Catarina, Doutor em
Física de Partículas Elementa-
res pela Universidade de São
Paulo – USP, Pós-Doutor em
Física – Politecnico di Torino, em
Turim – Itália, professor visitan-
te no Politecnico di Torino, em
Turim, na Itália, no curso de
Engenharia Eletrônica
(1992,1993, 1994), membro
da Sociedade Internacional de
Cristais Líquidos, do Comitê
Internacional da Conferência
Europeia de Cristais Líquidos e
do Comitê Científico do Insti-
tuto Nacional de Ciência e
Tecnologia em Fluídos Com-
plexos, pesquisador nível 1B do
CNPq, professor titular em
Física Teórica do Departamen-
to de Física da UEM é Luiz
Roberto Evangelista, 51, casa-
do, pai dedicado de duas garo-
tas, nosso personagem desta
edição.
1ª quinzena de junho/09
Malu Pedarcini
Professor Evangelista é um
desses homens raros que mos-
tra nos olhos um brilho espe-
cial ao falar de sua vida e expe-
riência como cientista na
UEM. “Acompanhei
surgimento da UEM, participei
do seu crescimento, vi tudo
mudar. No seio da terra ver-
melha nasceu uma flor que
conseguiu fazer ciência de pon-
ta”, diz emocionado.
Suas áreas de interesse na
pesquisa abrangem modelos
de física matemática para o
estudo de fluídos complexos
(em particular, os cristais líqui-
dos), com dois livros sobre o
tema publicados no exterior,
“Adsorption Phenomena and
Anchoring Energy in Nematic
Liquid Crystals” e “And
Elementary Course on The
Continuun Theory For
Nematic Liquid Crystals”.
Possui cerca de 110 artigos
científicos publicados em peri-
ódicos internacionais de alto
fator de impacto. Orientou
dezenas de alunos (Doutora-
do, Mestrado e Iniciação Ci-
entífica) e mantém colabora-
ções científicas com cientistas
de vários países: Itália, França,
Índia, Suécia, Romênia, Rússia,
entre outros.
De um tempo que Maringá
ainda era menina, ele acom-
panhou o crescimento da ci-
dade e diz que teve uma infân-
cia privilegiada com direito a
muitas brincadeiras. Predomi-
navam os cafezais nos arredo-
res da cidade. Uma de suas
lembranças mais vivas é de ir
visitar os parentes na Fazenda
Maringá, onde atualmente está
localizado o Parque Alfredo
Werner Nyffeler, popularmen-
te chamado de Buracão, na
Vila Morangueira.
Muito religioso e católico
praticante, adepto da Teologia
da Libertação afirma que Dom
Jaime Coelho teve papel pre-
ponderante no desenvolvimen-
o
to de Maringá e na criação da
UEM. “Dom Jaime foi muito
importante para a história, su-
bia em palanque, exercia um
grande poder político. Ele pen-
sou muita coisa 30 anos antes
de acontecer. Esteve sempre a
frente de seu tempo”.
Indagado sobre algum fato
marcante que tenha aconteci-
do em sua vida de docente, ele
para, pensa alguns segundos e
arremata. “Lembro-me de um
movimento que nasceu na
minha sala no Departamento
de Física. Naquela época os
salários eram baixos e os dou-
tores iam para outras universi-
dades em busca de melhores
salários”.
Conta que começou uma
mobilização silenciosa, boca a
boca e em pouco tempo esta-
va armado o maior fuzuê. Essa
manifestação teve adesão de
90 doutores e com isso con-
seguiram valorizar a classe,
com incentivo a titulação e
25% de aumento.
Professor Evangelista é um
homem culto, um cidadão do
mundo, apreciador de boa
música e leitor de bons livros.
Leitor de Dante, principalmen-
te a Divina Comédia, já apre-
sentou pela Rádio Universitá-
ria da UEM, o programa “Len-
do e Ouvindo os Clássicos”,
um programa dedicado à lite-
ratura e à música clássica. Traz
na bagagem muito conheci-
mento que divide com seus
alunos. Alguns deles encon-
tram-se no exterior. Estudan-
tes da UEM (do curso de Físi-
ca) hoje estudam ou pesquisam
(doutorado, pós-doutorado)
fora do Brasil (Itália, França,
Canadá, Alemanha, Japão e
Estados Unidos). Inclusive uma
maringaense que venceu um
concurso muito difícil – para
toda a América Latina – e ga-
nhou uma bolsa de pós-
doutoramento no Japão.
Mas porque a UEM seduz
tanto esse homem? Professor
Evangelista responde sem titu-
bear “aqui nessa terra verme-
P
E
R
S
O
A
G
E
M
lha onde nasci filho de operá-
rio, tive oportunidade de es-
tudar nesta universidade e isso
propiciou a mim e outros fi-
lhos de pessoas humildes al-
cançarmos um patamar onde
podemos discutir de igual para
igual com profissionais do mun-
do todo em todas as áreas.
Hoje sou um cientista respei-
tado e devo grande parte a
UEM”, afirma.
No entanto ele faz uma
ressalva. Apesar de competên-
cia, da qualificação, hoje a
UEM ressente-se de mais es-
paço físico.
Professor e cientista por
vocação, uma vida dedicada ao
saber, professor Evangelista se
despede com uma frase “Es-
tou convencido de que ne-
nhum homem instruído deve-
ria abrir mão de empregar as
suas energias em um desses
empreendimentos do espírito:
a Ciência, a Filosofia e a Fé.
Os três juntos, talvez, podem
ser considerados como o ide-
al do sábio”.
Página 7
C C
U A sensibilidade revelada em fotos U
L Malu Pedarcini
“Fotografar é colocar na
mesma linha de mira, a
L
T cabeça, o olho e o coração”
(Henri Cartier Bresson)
A palavra fotografia é originária
T
U U
do grego e significa “desenhar
com luz”. A fotografia mais
antiga que se tem notícia é de
1826 e foi feita por um

R francês, Joseph Nicéphore Niépce.

Entretanto, de lá para cá, a fotografia foi
sendo aperfeiçoada e atualmente com as
R
A máquinas digitais, essa arte está bastante
popular. Apesar dessas facilidades, fotografar
exige mais que técnica e tecnologia. Exige
A
também sensibilidade, um olhar mais
profundo do objeto em foco, pois a
imagem deve interpretar a realidade, não
apenas copiá-la. É o registro de um
momento único, singular, onde o fotógrafo
capta uma situação real e a transfere para o
papel, ou transforma em imagem virtual.
Cabe a cada um que pratica essa arte
interpretar a imagem, colocando nela
repertório e sentimento. E para isso não
precisa ter formação, basta apenas ter uma
boa máquina e trabalhar com a
sensibilidade. Quem nos conta isso é Juliana
El Khouri. Ela tem apenas 17 anos e está se
preparando para prestar vestibular para
Audio Visual. Começou a fotografar assim
meio de brincadeira e pegou gosto pela
coisa. Fotografa situações do dia a dia,
objetos, a natureza e animais de um ângulo
diferente, sob um prisma próprio. “Sempre
gostei de manifestações artísticas. Já dancei,
também fiz pintura em tela, porém me
descobri na fotografia. Adoro fotografar, para
mim é uma forma de expressar meus
sentimentos por meio de uma imagem”,
diz Juliana.
Suas fotos são bastante elogiadas, alguns
acham que ela fez curso de fotografia,
porém ela afirma que não
conhece técnicas, “sou uma
curiosa e acabo fazendo
descobertas de tanto fuçar”,
afirma dando uma
gargalhada.
Ela considera que fotografia
não é apenas reproduzir
uma imagem amorfa, é
sobretudo transformar essa
imagem em uma coisa
dinâmica, viva, intensa.

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