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Os contratos empresariais encontram-se regidos pelo Código Civil que estabelece os seus
princípios e normas gerais e conferem ao instituto toda a legalidade inerente ao tipo de avença
qual se busca promover.
Em busca da proteção individual daqueles que contratam, o legislador optou em propiciar maior
guarida ao conteúdo da intenção dos contraentes, privilegiando a boa-fé (art.113 e 422 do CC),
a função social (art. 421 do CC) e a vontade consubstanciada no ato volitivo (art. 112 do CC).
Mesmo com promulgação anterior ao Código Civil de 2002, porém acompanhando a dinâmica
já vivenciada ao longo da evolução dos contratos, o CPDC consagrou diretrizes inovadoras da
ordem jurídica contratual, mitigando princípios até então seculares como o “pacta sunt
servanda” e o princípio da autonomia privada, seguindo a tendência que viria a ser confirmada
por aquele diploma civil.
Ainda tratando de forma mais específica e inovadora as relações contratuais estabelecidas pela
lei protetora, o CPDC abarcou ainda três princípios quais deixam patentes sua intenção de
proteção e defesa do consumidor hipossuficiente, prevendo a transparência (art.46), a
interpretação mais favorável ao consumidor (art.47) e vinculação à oferta (art. 48) como
corolários.
Voltando-nos aos contratos empresariais, estes classificados como uma modalidade dentre as
inúmeras variações existentes, encontram-se subdivididos ainda naqueles que possuem em
um de seus pólos a figura dos denominados consumidores, definidos como quem “adquire ou
utiliza produto ou serviço como destinatário final” (art. 2° do CPDC).
Enquadrando-se assim estes contratos no universo das relações reguladas pelo CPDC e
elencando os elementos que o compõem e que determinam sua aplicação destacamos o
elemento subjetivo como aquele relativo às partes como sendo consumidores ou fornecedores
conforme sua posição na cadeia, o objetivo quanto ao objeto sobre qual circunda a relação,
sabe-se produto ou serviço e o finalístico como aquele que classifica o consumidor naquele
adquire o produto ou serviço com destinatário final.
“Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou
serviço como destinatário final.
Destaca-se primeiramente a doutrina finalista que considera consumidor todo aquele sujeito
que retira o produto ou serviço de circulação com o fim de satisfação pessoal ou privada, sem
intuito de inseri-lo em alguma atividade lucrativa.
Como exemplos podemos citar a sociedade empresária que adquire maquinário para produção
industrial, veículos para transportes ou mesmo a prestação de serviços de segurança e
conservação.
Vale dizer que essa teoria evidencia o conteúdo econômico da relação, sem distinção quanto à
natureza da pessoa, seja ela física ou jurídica e leva em consideração apenas a possibilidade
de o bem gerar riqueza ou lucro para o quem o adquire.
Nesse conceito, considera-se o destinatário fático da relação, não importando se sua aplicação
terá fim comercial ou meramente satisfativo.
Para esta teoria o consumidor seria aquele destinatário final de todo produto ou serviço que
compreendido pelo uso e fruição tanto de pessoa física como jurídica, para fim para o qual se
destina e, independentemente de promover ou não o lucro.
Sopesadas as interpretações dadas por nossos tribunais, a casuística apresenta dentro dessa
dicotomia soluções que apontam para uma flexibilização do conceito, considerando no caso
específico a vulnerabilidade do consumidor.