Você está na página 1de 1

Matheus Oliveira Machado 1111010127- 6 Semestre Noturno.

CONSTITUCIONAL E CIVIL. DESCOBERTA REALIZADA EM MAR TERRITORIAL BRASILEIRO. DESTROOS DO NAUFRGIO DE EMBARCAO DO SCULO XVII OU XVIII. PROPRIEDADE DA UNIO. LEI N 7.542/86. LEI N 3.924/61. ARTIGOS 731 E 735 DO CDIGO COMERCIAL. ARTIGOS 607 E 608 DO CDIGO CIVIL/1916. ARTIGOS 1.264 E 1.265 DA LEI N 10.406/2002. APELAO IMPROVIDA. 1- OS DISPOSITIVOS DO CDIGO COMERCIAL FORAM REVOGADOS TEXTUALMENTE PELO ART. 38, DA LEI N 7.542, DE 26-9-1986, NO DEIXANDO MARGEM A INTERPRETAES. 2- INSUBSISTNCIA DA TESE DA APELANTE ACERCA DA INCONSTITUCIONALIDADE DOS PARGRAFOS UNICOS DOS ARTIGOS 28 E 32, E DO CAPUT DO ARTIGO 38, TODOS DA LEI N 7.542/86, FRENTE CARTA DE 1967, POSTO QUE CUIDAM, TO-SOMENTE, DE DISCIPLINAR OS BENS ACESSRIOS, J NECESSARIAMENTE VINCULADOS AOS BENS PRINCIPAIS, QUAIS SEJAM, O MAR TERRITORIAL E A PLATAFORMA CONTINENTAL, AMBOS PROPRIEDADE DA UNIO. 3LOCALIZANDO-SE OS DESTROOS EM MAR TERRITORIAL, DE PROPRIEDADE DA UNIO E, HAVENDO A DESCOBERTA SIDO REALIZADA SEM PRVIA AUTORIZAO DA MESMA, NO H QUE SE INVOCAR O DISPOSTO NO ART. 607 DO CDIGO CIVIL/1916, EM FUNO DO PROPALADO NO DISPOSITIVO SEGUINTE, O 608, CUJA DICO FOI MANTIDA NO ART. 1.265, DA LEI N 10.406/2002, O NOVO CDIGO CIVIL. 4- NO ESCOPO DE PROTEGER O PATRIMNIO HISTRICO NACIONAL BUSCOU-SE INCLUIR TAIS DESCOBERTAS COMO PROPRIEDADE DA UNIO E, COM O MESMO PROPSITO A LEI N 3.924/61, QUE DISPE SOBRE OS MONUMENTOS ARQUEOLGICOS E PR-HISTRICOS, IMPINGIU A OBRIGAO DE COMUNIC-LAS AO IPHAN - INSTITUTO DO PATRIMNIO HISTRICO E ARTSTICO NACIONAL, REVELANDO-SE, POIS, INILUDVEL QUE OS BENS EM QUESTO DEVEM SER ENTREGUES TUTELA DO MESMO. 5- SENTENA MANTIDA. APELAO IMPROVIDA.

(TRF-5 - AC: 305269 PE 2001.83.00.000389-3, Relator: Desembargador Federal Geraldo Apoliano, Data de Julgamento: 25/06/2003, Terceira Turma, Data de Publicao: Fonte: Dirio da Justia - Data: 22/08/2003 - Pgina: 903)

Trata-se de uma descoberta de tesouro, conforme consta no Art. 1264 do Cdigo Civil. Tesouro tipificado como depsito antigo de coisas preciosas, oculto e cujo dono no haja memria. Os artigos 1.265 e 1.266 dispe sobre tesouros encontrados em prdio ou terreno aforado, o que no o presente caso. Conforme mencionado nesta apelao cvel, foram encontrados destroos do naufrgio de uma embarcao do Sculo XVII/XVIII em mar territorial. Nas palavras de Lafayette, em sua obra de Direito das Coisas, O domnio o direito real que vincula e legalmente submete ao poder absoluto de nossa vontade a coisa corprea, na sua substncia, acidentes e acessrios. Sendo o mar territorial bem principal de domnio da Unio (Art 20, VI CF), e, portanto, o tesouro seu acessrio, existe aqui uma vinculao do tesouro (bem acessrio) ao mar territorial. Ante o exposto, no h o que se discutir acerca da aquisio desta propriedade mvel. A negativa imposta neste acrdo exalta tambm a subordinao do direito individual (cidado que encontrou o tesouro) em detrimento do interesse coletivo (bem pertencente unio), busca-se, portanto, proteger o patrimnio histrico nacional.

Você também pode gostar