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Resumo
O presente artigo científico tem por objetivo apresentar primeiramente, conceitos básicos e
primários, para o entendimento do tema, partindo dos princípios constitucionais ligados a
seguridade social, que se divide em: saúde, assistência social e a previdência social, até se
chegar ao foco do trabalho que é o "Acidente do Trabalho e a Previdência Social", suas
características, parte histórica, particularidades e outros pontos importantes da pesquisa,
finalizando com a explicação de como esse infortunístico laboral, causa efeitos previdenciários ao
trabalhador acidentado ou a seus dependentes se for o caso de morte do segurado.
Abstract
This paper aims to present first, primary and basic concepts for the understanding of the subject,
starting with the constitutional principles relating to social security, which is divided into: health,
social assistance and welfare, until they reach the focus of work which is the "accident of Labor
and Social Welfare", its characteristics, the historical part, features and other important points of
the research, ending with an explanation of how this work infortunístico, cause effects to the
employee pension rough or your dependents if applicable the death of the insured.
Keywords: pension law. The work accident. Benefits. Occupational health. Requirements.
1) Introdução
O presente Artigo tem como finalidade, demonstrar como a legislação brasileira, trata os
problemas relacionados ao acidente do trabalho e a doença profissional ou do trabalho, partindo
primeiramente da parte principiológica da previdência social, trazendo uma base explicativa,
permitindo uma visão inteligível do que é seguridade social e os princípios constitucionais que
regem no direito previdenciário.
Uma vez que a coletividade se recuse a tomar como sua tal responsabilidade, cessa qualquer
possibilidade de manutenção de um sistema universal de proteção social. Ressalta Daniel
machado da Rocha, que "a solidariedade previdenciária legitima-se na idéia de que, além de
direitos e liberdades, os indivíduos também têm deveres para com a comunidade na qual estão
inseridos, como o dever de recolher tributos (e contribuições sociais, como espécies destes),
ainda que não haja qualquer possibilidade de contrapartida em prestações (é o caso das
contribuições exigidas dos tomadores de serviços). Envolve, pelo esforço individual, o movimento
global de uma comunidade em favor de uma minoria, os necessitados de proteção de forma
anônima. (CASTRO, 2008 p. 99)
2.2) Princípio da vedação do retrocesso social: princípio bem retratado por Marcelo Leonardo
Tavares, "consiste na impossibilidade de redução das implementações de direitos fundamentais
já realizadas". Impõe-se, com ele, que ele, que o rol de direitos sociais não seja reduzido em seu
alcance (pessoas abrangidas, eventos que geram amparo) e quantidade (valores concedidos), de
modo a preservar o mínimo existencial. Tal princípio como salienta Vilian Bollmann, ainda que
não expresso de forma taxativa, encontra clara previsão constitucional quando da leitura do § 2º
do artigo 5º da Constituição e mais, ainda, a nosso ver, no artigo 7º, caput, o qual enuncia os
direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, "sem prejuízo de outros que visem à melhoria de sua
condição social". (CASTRO, 2008 p. 99)
2.3) Princípio da proteção ao hipossuficiente: ainda que não aceito de modo uniforme pela
doutrina previdenciária, vem sendo admitido com cada vez mais frequência o postulado de que as
normas dos sistemas de proteção social devem ser fundadas na idéia de proteção ao menos
favorecido, na relação jurídica existente entre o indivíduo trabalhador e o Estado, em que este
fornece àquele as prestações de caráter social, não há razão para gerar proteção ao sujeito
passivo como, certas vezes, acontece em matéria de discussões jurídicas sobre o direito dos
beneficiários do sistema a determinado reajuste ou revisão de renda mensal, por dubiedade da
interpretação in dúbio pro misero, ou pro operário, pois este é o principal destinatário da norma
previdenciária. (CASTRO, 2008 p. 99)
Observe-se que não se trata de defender que se adote entendimento diametralmente oposto na
aplicação das normas, por uma interpretação distorcida dos enunciados dos textos normativos: o
intérprete deve, dentre as várias formulações possíveis para um mesmo enunciado normativo,
buscar aquela que melhor atenda à função social, protegendo, com isso, aquele que depende das
políticas sociais para sua subsistência. (CASTRO, 2008 p. 99)
3) Previdência Social
Wladimir Novaes Martinez conceitua a previdência social "como a técnica de proteção social que
visa propiciar os meios indispensáveis à subsistência da pessoa humana – quando esta não pode
obtê-los ou não é socialmente desejável que os aufira pessoalmente através do trabalho, por
motivo de maternidade, nascimento, incapacidade, invalidez, desemprego, prisão, idade
avançada, tempo de serviço ou morte mediante contribuição compulsória distinta, proveniente da
sociedade e de cada um dos participantes". (ARAÚJO, 2006)
A previdência social consiste, portanto, em uma forma de assegurar ao segurado, com base no
princípio da solidariedade, benefícios ou serviços quando seja atingido por uma contingência
social. O sistema previdenciário público utiliza o modelo de repartição simples, na qual os ativos
contribuem para os inativos. Logo, existe uma solidariedade entre os participantes no custeio do
sistema, cujos valores arrecadados destinam-se aos benefícios futuros. (ARAÚJO, 2006)
O artigo 201 da Constituição Federal dispõe que a previdência social será organizada sob a forma
de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados os critérios que
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, nos termos da lei, e atenderá a: (ARAÚJO, 2006)
As principais regras estão disciplinadas na Lei nº 8.213/91, que trata dos benefícios
previdenciários e regulamenta o caput do artigo 201 da Carta Magna, e na Lei nº 8.212/91, que
dispõe sobre o custeio da seguridade social. Merece destaque também o Decreto nº 3.048/99,
que trata do Regulamento da Previdência Social. (ARAÚJO, 2006)
A assistência social foi inserida na Constituição de 1988 nos artigos 203 e 204, e encontra-se
regulamentada pela Lei nº 8.742/93 (Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS). É uma política
social destinada a atender as necessidades básicas dos indivíduos, traduzidas em proteção à
família, à maternidade, à infância, à adolescência, à velhice e à pessoa portadora de deficiência.
As prestações de assistência social são destinadas aos indivíduos sem condições de prover o
seu próprio sustento de forma permanente ou provisória, independentemente de contribuição à
seguridade social. (ARAÚJO, 2006)
Wladimir Novaes Martins, define a assistência social como "um conjunto de atividades
particulares e estatais direcionadas para o atendimento dos hipossuficientes, consistindo os bens
oferecidos em pequenos benefícios em dinheiro, assistência à saúde, fornecimento de alimentos
e outras pequenas prestações. Não só complementa os serviços da Previdência Social, como a
amplia, em razão da natureza da clientela e das necessidades providas". (ARAÚJO, 2006)
3.2. Saúde
A Constituição de 1988 tratou da saúde como espécie da seguridade social. Dispõe o artigo 196
que a saúde é direito de todos e dever do Estado. A saúde é garantida mediante políticas sociais
e econômicas que visem à redução do risco e de doenças e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e aos serviços para sua promoção, proteção e recuperação. A
execução das ações de saúde pode ser realizada diretamente pelo Estado ou através de
terceiros, pessoa física ou jurídica de direito privado, de forma complementar, conforme preconiza
o artigo 199 da Constituição. (ARAÚJO, 2006)
O artigo 198 da Lei Maior dispõe sobre o Sistema Único de Saúde (SUS), que é um conjunto de
ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e
municipais, da administração direta e indireta e das fundações públicas, e instituições privadas de
forma complementar, com as seguintes diretrizes: (ARAÚJO, 2006)
II-atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços
assistenciais;
III-participação da comunidade.
A Lei nº 8.080/90 é a principal norma que trata da saúde. O artigo 2º da Lei nº 8.212/91 dispõe
que a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e
econômicas que visem à redução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal
e igualitário às ações e aos serviços para sua promoção, proteção e recuperação. (ARAÚJO,
2006)
4) Do Acidente do trabalho
O tema acidente do trabalho (ou infortunística), por produzir diversos efeitos no campo do Direito
Previdenciário e tem sua previsão na Lei infraconstitucional nº. 8.213, de 24 de julho de 1991, que
o define inicialmente como o que ocorre em decorrência do exercício do trabalho a serviço da
empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados especiais – exemplo: produtor. Parceiro,
meeiro, pescador artesanal que exerçam a atividade econômica individualmente ou em regime de
economia familiar -, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a
perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho (art. 19). (COELHO,
2006, p. 141)
5) Os Segurados abrangidos
São devidas aos segurados empregado urbano ou rural (exceto o doméstico), trabalhador
temporário, trabalhador avulso, e segurado especial as prestações relativas a acidente do
trabalho. (FISCOSOFT, 2008)
Nota-se ainda, que aposentado empregado que sofrer acidente de trabalho, não fará jus ao
auxílio-doença acidentário após os 15 dias de afastamento, no entanto, a empresa fica
responsável por emitir a CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) dentro do prazo de até o 1º
(primeiro) dia útil seguinte ao da ocorrência. (FISCOSOFT, 2008)
Levando em consideração a definição legal, são extraídos "três requisitos para caracterização do
acidente do trabalho":
- Que o evento lesivo tenha sido ocasionado durante a prestação do labor (nexo causal).
(COELHO, 2006, p. 141)
7) Doenças profissionais ou ocupacionais
A doença profissional é decorrente do tipo de atividade realizada (doença típica) sendo assim
prescindível a demonstração do nexo de causalidade, que é presumido (ex: febre amarela em
quem trabalha em combate à dengue). Por isso incumbirá ao instituto Previdenciário demonstrar
que a doença não decorre do trabalho desempenhado pelo segurado. O oposto ocorre com a
doença do trabalho, visto que não é exclusiva das pessoas que exercem determinada atividade
(doenças atípicas), embora as condições especiais do trabalho sirvam para que possa der
adquirida ou desencadeada (exemplo: tuberculose em trabalhadores que mantém contato com
câmaras frias). Conseqüentemente, é o segurado que terá que demonstrar o nexo de causalidade
entre a doença e a atividade exercida.(COELHO, 2006, p. 142)
2ª doença profissional;
3ª doença do trabalho.
Para conhecer o rol das doenças profissionais e do trabalho basta analisar os anexos ao
Regulamento da previdência Social que a elas se referem. De qualquer forma, não pode ser
esquecido que o Regulamento permite em casos excepcionais que outras doenças, não incluídas
na relação elaborada pelo ministério da Previdência Social possam ser consideradas acidente do
trabalho. (COELHO, 2006, p. 142)
Não se caracteriza acidente do trabalho nos seguintes casos abaixo discriminados, pelo fato de
não ocorrer o nexo causal com a relação laboral, descaracterizando o status de "Acidente do
trabalho", nesses casos.
Se não há perturbação na capacidade de trabalho por não haver qualquer desvio no padrão
normal de saúde, não é possível falar, também, em doenças do trabalho, como na hipótese do
empregado ter contraído em simples resfriado. (COELHO, 2006, p. 143)
Quando a doença é própria de uma determinada região – exemplo: malária na região norte – não
é considerada doença do trabalho, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou
contato direto determinado pela natureza do trabalho. (COELHO, 2006, p. 143)
9.2) o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho em conseqüência de:
(COELHO, 2006, p. 143)
9.2.2) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada com o
trabalho; (COELHO, 2006, p. 143)
9.2.5) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos decorrentes de força maior;
(COELHO, 2006, p. 143)
A saúde física e mental do trabalhador é afetada em relação ao trabalho, assim demonstra como
o trabalho influencia na vida do ser humano de duas formas: primeiramente abrange a saúde
física, que na maioria das vezes é afetada pelos acidentes de trabalho ou pelas lesões ocorridas
no ambiente do trabalho. A segunda é a saúde mental que abrange as doenças ou distúrbios da
mente, ressaltando a prevenção e o tratamento de ambas.
O surgimento das doenças dos trabalhadores está ligado ao modo como o trabalho é distribuído e
organizado em nossa sociedade, bem como as condições de trabalho e como sempre as
empresas, visando os lucros, dão preferência a profissionais multifuncionais, com isto reduzem o
custo sobre salário, benefício e permanecem com o quadro de funcionários enxuto. Com a
avançada tecnologia, equipamentos utilizados nas empresas são adquiridos, a princípio, para
facilitar a vida dos funcionários, mas não é bem isto que acontece, pois com o trabalho
automatizado, o trabalhador não tem controle sobre suas atividades, ocorrendo às lesões por
esforços repetitivos, às doenças mentais entre outras, são os resultados negativos deste
processo nos dias atuais. Com estas atitudes são poucas as empresas que realmente pensam no
bem-estar dos funcionários.
Com o maior número de freqüência, podemos citar como uma das conseqüências do trabalho
inadequado a Lesão por Esforço Repetitiva (LER), também conhecida como Distúrbio
Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT), é um conjunto de doenças que atingem
músculos, tendões e membros superiores (dedos, mãos, punhos antebraço, braços e pescoço) e
tem relação direta com as condições de trabalho. São inflamações provocadas por atividades do
trabalho que exigem do trabalhador movimentos manuais repetitivos, continuados, rápidos e ou
vigorosos, durante um longo período de tempo.
I – até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência se o acidente do trabalho. Para tanto, existem
dois prazos: (COELHO, 2006, p. 145)
I- até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência se o acidente não causou a morte do segurado;
(COELHO, 2006, p. 145)
II- de imediato caso o acidente tenha causado a morte do segurado, embora seja atualmente de
difícil ocorrência, não podemos deixar de considerar que, em alguns casos é impossível a
comunicação por motivos alheios à vontade da empresa, sendo ao principal exemplo a força
maior. Há também "circunstâncias especiais que dificultam a iniciativa do empresário". (COELHO,
2006, p. 145)
Impõe-se ainda á empresa que forneça cópia fiel da comunicação ao acidentado ou seus
dependentes, bem como ao sindicato da sua categoria profissional. (COELHO, 2006, p. 145)
Se não houver comunicação por parte da empresa à previdência social, podem formalizá-la o
próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu
ou qualquer autoridade pública, não sendo necessário observar, nestes casos, os prazos
impostos às empresas. Por outro lado, em empresa não se exonera da responsabilidade pela
falta de comunicação. (COELHO, 2006, p. 145)
a) Quanto ao segurado:
3) auxílio-acidente.
b) Quanto ao dependente:
O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantido, pelo prazo mínimo de 12 (doze
meses), a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-
doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente. (FISCOSOFT, 2008)
O acidente do trabalho por muitos anos foi ignorado e não havia respaldo legal e jurídico, que
protegesse o trabalhador. Através dos anos foram surgindo Leis, Decretos e as Constituições
Federais, que passaram a defender o trabalhador.
Porém, desde a primeira Lei de Acidente do Trabalho - Lei n.º 3.724, de 15 de janeiro de 1919,
sempre houve a mão protetora do Estado, é necessário, sim, que o empregado seja atendido
quando houver um infortúnio, através de acidente do trabalho e doença profissional ou do
trabalho, porque existe um ser humano por trás do empregado, que tem dependente e
responsabilidades para com a sociedade.
Está na hora do Estado parar de dar assistência social aos empregados, uma vez que o sistema
existente vive sendo vítima de fraudes, roubos e omissões tanto por parte dos seus funcionários,
como por parte da empresa empregadora.
ARAUJO, Luiz Alberto David; JUNIOR, Vidal Serrano Nunes. Curso de Direito Constitucional. São
Paulo: Saraiva 2005.
CÁS, Danilo da. Manual teórico-prático para elaboração metodológica de trabalhos acadêmicos.
São Paulo: Jubela livros, 2008.
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de. LAZZARI, João Batista: Manual de Direito Previdenciário. 9
ed Florianópolis, 2008.
GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa. Meio Ambiente do Trabalho. São Paulo: Método, 2006. p 10-
50.
COELHO, Fábio Alexandre, ASSAD, Luciana Maria, COELHO, Vinícius Alexandre. - Manual de
Direito Previdenciário: Benefícios. São Paulo: Editora Juarez de Oliveira, 2006.
MELO, Raimundo Simão de, Direito ambiental do trabalho e a saúde do trabalhador, 3ª ed, São
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JÚNIOR, Carlos Morais Affonso. Acidentes de trabalho, out. 2000, disponível em <
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GONÇALVES, Ionas Deda. Direito Previdenciário Completo, Junho de 2008, disponível em:
<http://www.scribd.com/doc/2410079/Direito-Previdenciario-COMPLETO>. Acesso em: 25 Jun.
2009.
[1]Acadêmico de Direito – 10º termo/ 5º ano Faculdade IESB – Instituto de Ensino Superior de
Bauru Estagiário da Procuradoria Federal do INSS. E-mail:
bruno_florentinodematos@yahoo.com.br
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Acadêmico de Direito – 9º termo/ 5º ano Faculdade IESB – Instituto de Ensino Superior de Bauru
Estagiário da Procuradoria Federal do INSS