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1) Com fundamento no art. 71, inciso 11, da Constituição do Estado da Paraíba, bem comn
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no art. 1°, inciso I, da Lei Complementar Estadual n.O 18/93, JULGAR IRREGULAREtS,,'
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PROCESSOTC N.o 02847/07
2) IMPUTAR ao Prefeito Municipal de São Vicente do Seridó/PB, Sr. Francisco Alves da Silva,
débito no valor de R$ 8.746,80 (oito mil, setecentos e quarenta e seis reais e oitenta
centavos), referentes à utilização de recursos do FUNDEF sem comprovação.
3) FIXAR o prazo de até 60 (sessenta) dias para recolhimento voluntário aos cofres públicos
municipais do montante imputado, sob pena de responsabilidade e intervenção do Ministério
Público Estadual, na hipótese de inércia, tal como previsto no art. 71, § 40, da Constituição
do Estado da Paraíba, e na Súmula n.O 40 do colendo Tribunal de Justiça do Estado da
Paraíba - TJ/PB.
4) APLICAR MULTA ao Chefe do Poder Executivo da Urbe, Sr. Francisco Alves da Silva, no
valor de R$ 2.805,10 (dois mil, oitocentos e cinco reais e dez centavos), com base no que
dispõe o art. 56, inciso II, da lei Complementar Estadual n.o 18/93 -lOTCE/PB.
7) FAZER recomendações no sentido de que o Alcaide, Sr. Francisco Alves da Silva, não
repita as irregularidades apontadas no relatório dos peritos da unidade técnica deste
Tribunal e observe, sempre, os preceitos constitucionais, legais e regulamentares
pertinentes.
8) Com fulcro no art. 71, inciso XI, c/c o art. 75, caput, da Constituição Federal, COMUNICAR
à Delegacia da Receita Federal do Brasil, em Campina Grande/PB, acerca da falta de
recolhimento de grande parte das contribuições previdenciárias devidas pelo empregador,
incidentes sobre as folhas de pagamento do Poder Executivo Municipal de São Vicente do
Seridó/PB, no exercício financeiro de 2006.
9) Também com base no art. 71, inciso XI, c/c o art. 75, cabeça, da lei Maior, REMETER
cópias das peças técnicas, fls. 727/741, 983/989 e 1.014/1.018, dos pareceres do Ministério
Público Especial, fls. 991 e 1.020/1.031, e desta decisão à augusta Procuradoria Geral de
Justiça do Estado da Paraíba, bem como à egrégia Procuradoria da República na Paraí ,
para as providências cabíveis. ~ / -. ~'
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PROCESSO TC N.o 02847/07
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Relator
Os peritos da Divisão de Auditoria da Gestão Municipal VI - DIAGM VI, com base nos
documentos insertos nos autos, emitiram o relatório inicial de fls. 727/741, constatando,
sumariamente, que: a) as contas foram apresentadas no prazo legal; b) o orçamento foi
aprovado através da Lei Municipal n.o 024/2005, estimando a receita em R$ 4.973.217,32,
fixando a despesa em igual valor e autorizando a abertura de créditos adicionais
suplementares até o limite de 50% do total orçado; c) a Lei Municipal n.O 031/2006
autorizou a abertura de créditos adicionais especiais, no montante de R$ 10.750,00;
d) durante o exercício, foram abertos créditos adicionais suplementares e especiais, nos
valores de R$ 2.916.504,24 e R$ 10.750,00, respectivamente; e) a receita orçamentária
efetivamente arrecadada no período ascendeu à soma de R$ 6.073.930,77; f) a despesa
orçamentária realizada atingiu a quantia de R$ 6.094.193,25; g) a receita
extra-orçamentária, acumulada no exercício financeiro, alcançou a importância de
R$ 457.273,45; h) a despesa extra-orçamentária, executada durante o ano, compreendeu
um total de R$ 367.453,92; i) o somatório da Receita de Impostos e Transferências - RIT
atingiu o patamar de R$ 3.844.399,48; j) a Receita Corrente Líquida - RCL alcançou o
montante de R$ 6.073.930,77; e k) a cota-parte recebida do Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério - FUNDEFmais os
rendimentos de aplicaçãofinanceira do período somaram R$ 1.394.160,41.
Quanto aos gastos condicionados, verificaram os analistas desta Corte que: a) a despesa
com recursos do FUNDEF na remuneração dos profissionais do magistério alcançou o
montante de R$ 819.519,10, representando 58,78% da cota-parte recebida no exercício,
mais os rendimentos de aplicações; b) o emprego de recursos na manutenção e
desenvolvimento do ensino atingiu o valor de R$ 994.433,18 ou 25,87% da RIT; c) o
Municípiodespendeu com saúde a importância de R$ 682.505,18 ou 17,75% da RIT; e d) os
gastos com pessoal da municipalidade, já incluídos os do Poder ~egi lativo, alcançara o'')
montante de R$ 3.812.350,92 ou 62,77% da RCL.
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
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PROCESSOTC N.o 02847/07
utilizadas para a abertura de créditos adicionais; h) a proibição prevista no art. 166, § 3°,
inciso Il, alínea "a", da Constituição Federal diz respeito aos projetos e às emendas que
ocorrem na fase de tramitação da proposta da LOA no Poder Legislativo; i) a Lei Municipal
n. o 039/2006 elevou o percentual para a abertura de créditos adicionais suplementares de
50% para 80% da receita estimada; j) os demonstrativos contábeis não foram
incorretamente elaborados, haja vista que as despesas contabilizadas foram demonstradas
nos balanços; k) os procedimentos Iicitatórios acostados aos autos evidenciam a inexistência
de despesas sem licitação; I) os saldos constantes nos extratos bancários da conta do
FUNDEF ao final dos meses de dezembro de 2005 e dezembro de 2006, respectivamente,
R$ 25.572,82 e R$ 7.046,83, não são reais, pois não estão deduzidos os cheques em
trânsito; e m) o salário-família constitui vantagem do servidor e foi efetivamente pago com
recursos do FUNDEF, devendo, portanto, entrar no cálculo dos gastos com a remuneração
do magistério.
Realizadas as notificações do Alcaide, Sr. Francisco Alves da Silva, fls. 993/994, do contador,
Dr. Sérgio Marcos Torres da Silva, fls. 995/996, e do advogado, Dr. Rodrigo dos Santos
Lima, fi. 997, mais uma vez o profissional pela contabilidade do Município de São Vicente do
SeridójPB não apresentou quaisquer justificativas, enquanto que o Prefeito Municipal
apresentou defesa, fls. 1.001/1.009, mencionando, em resumo, que: a) a despesa
orçamentária foi maior do que a receita, tendo em vista a existência de superávit financeiro
no exercício anterior; b) a execução orçamentária demonstrou que os dispêndios com
pessoal do Poder Legislativo estiveram dentro do limite estabelecido; c) a proibição para
anulação de despesas com pessoal estabelecida no texto constitucional não se aplica à
execução orçamentária e sim a fase de tramitação do projeto da LOA junto ao Legislativo;
d) os documentos acostados aos autos evidenciam a correção dos demonstrativos contábeis;
e) a transferência ocorrida na conta do FUNDEF, no valor de R$ 1.860,00, foi destinada à
contrapartida da Comuna no Projeto Dinheiro Direto na Escola - PDDE; f) a diminuição do )
salário-família dos gastos com o FUNDEF MAGISTERIO ocasiona umaex;dUPladeduçãoo' tendo r~:
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
em vista que o empenhamento das obrigações patronais ocorreu pelo seu valor líquido; g) a
ausência de contabilização de despesas com pessoal ocorreu devido à insuficiência de saldo
nas dotações orçamentárias; h) as máculas concernentes às contribuições previdenciárias
foram corrigidas com a confecção de novos demonstrativos; e i) o alerta emitido quando da
análise da LOA registrou apenas uma falha e não uma irregularidade.
É o relatório.
No que diz respeito à fixação na LOA de despesas com folha de pagamento do Poder
Legislativo na importância de R$ 156.000/00/ equivalente a 73/68% dos repasses previstos . -- ,
para aquele poder no exercício, R$ 211.728/00/ superior, por conseguinte, ao percentual dE(
70% estabelecido no art. 29-A, § 1°/ da Carta Magna em vigor, cabe des~tacarque o pró ri" ~;.
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PROCESSOTC N,o 02847/07
No tocante à falta de atendimento ao Alerta n.O OS/2006, fi. 181, por parte do Chefe do
Poder Executivo, verifica-se que o referido instrumento não gera obrigação de manifestação
por parte do gestor, não havendo, portanto, necessidade de apresentação de defesa e/ou
esclarecimentos, sendo um mero aviso. Ademais, o alerta em comento não estabeleceu
prazo para adoção de medidas e, na fase da execução orçamentária, conforme esclarecido
alhures, o percentual dos gastos com folha de pagamento do Legislativo Municipal ficaram
abaixo da raia prevista no texto constitucional.
Art. 18. Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como despesa
total com pessoal: o somatório dos gastos do ente da Federação com oy--
ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a mandatos eletivos, cargo~, I
funções ou empregos, civis, militares e de mem~os de p0(âd.r ..... \ . .>:
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Assim, os gastos com pessoal do Município de São Vicente do Seridó calculados inicialmente
pelos peritos do Tribunal com a inclusão das obrigações patronais, fls. 737/738, são os que
devem prevalecer no presente caso, no montante de R$ 3.812.350,92. Contudo, mister se
faz deduzir daquela importância os pagamentos relacionados aos recolhimentos ao Fundo de
Garantia por Tempo de Serviço - FGTS de exercícios anteriores, no valor de R$ 68.133,78,
fls. 595/596, fato que reduz os mencionados dispêndios para R$ 3.744.217,14 ou 61,65% da
Receita Corrente Líquida - RCL apurada no período (R$ 6.073.930,77), superando, ainda, o
limite de 60% imposto pelo art. 19, inciso UI, da reverenciada Lei de Responsabilidade
Fiscal - LRF, verbatim:
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Importa notar que o descumprimento do referido dispositivo decorreu das elevadas despesas
com pessoal do Poder Executivo da Urbe apuradas no relatório inicial, R$ 3.640.014,04, mas
que diminuem para R$ 3.571.880,26, devido à exclusão dos gastos relacionados ao FGTS de
exercícios anteriores, no valor de R$ 68.133,78, fls. 595/596. Ou seja, os dispêndios dessa
natureza, relativos ao Executivo, R$ 3.571.880,26, representaram 58,81% da RCL,
R$ 6.073.930,77, configurando nítida transgressão ao preconizado no art. 20, inciso UI,
alínea "b", da LRF, verbo ad verbum:
Art. 20. A repartição dos limites globais do art. 19 não poderá exceder os
seguintes percentuais:
1-(...)
a) (omissis)
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Logo, medidas deveriam ter sido adotadas pelo Alcaide, Sr. Francisco Alves da Silva, em
tempo hábil, para o retorno da despesa total com pessoal ao respectivo limite, nos termos
do art. 22, parágrafo único, incisos I a V, e do art. 23, caput, da Lei Complementar Nacional
n.o 101/2000, verbum pro verbo:
É imperioso frisar que deixar de ordenar ou de promover, na forma e nos prazos da lei, a
execução de medida para a redução do montante da despesa total com pessoal que houver
excedido a repartição por Poder do limite máximo configura infração administrativa,
processada e julgada pelo Tribunal de Contas, sendo passível de punição mediante a
aplicação de multa pessoal de 30% (trinta por cento) dos vencimentos anuais ao agente que
lhe der causa, conforme estabelecido no art. 5°, inciso IV, e §§ 1° e 2°, da lei que dispõe,
entre outras, sobre as infrações contra as leis de finanças públicas - Lei Nacional n. o 10.028,
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I - (...
)
§ 10 A infração prevista neste artigo é punida com multa de trinta por cento
dos vencimentos anuais do agente que lhe der causa, sendo o pagamento
da multa de sua responsabilidadepessoal.
Para que ocorra o efetivo acompanhamento da redução das citadas despesas dentro do
prazo definido no art. 23, caput, da LRF, necessário se faz o encaminhamento de cópias
desta decisão à Diretoria de Auditoria e Fiscalização - DIAFI para subsidiar a análise das
contas do Poder Executivo relativas aos exercícios financeiros de 2007, 2008 e 2009.
Igualmente inserido no grupo das máculas constatadas na instrução processual, fls. 730,
encontra-se a existência de déficit orçamentário consignado no BALANÇO ORÇAMENTÁRIO,
fi. 40, no valor de R$ 20.262,48, tendo em vista que as receitas e as despesas orçamentárias
da Urbe somaram, respectivamente, R$ 6.073.930,77 e R$ 6.094.193,25. Todavia, após a
inclusão das despesas com pessoal pertencentes ao exercício financeiro de 2006 que não
foram empenhadas e contabilizadas no período, no montante de R$ 606.266,52
CR$ 250.436,76, correspondentes as folhas de pagamento do mês de dezembro e
13° salário, e R$ 355.829,76, atinentes às contribuições previdenciárias patronais), o déficit
orçamentário aumenta consideravelmente para R$ 626.529,00, equivalendo a 10,31% da
receita orçamentária arrecadada no período.
Tal fato, além de demonstrar um certo desprezo da autoridade responsável aos preceitos
estabelecidos na lei instituidora de normas gerais de direto financeiro para elaboração e
controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito
Federal - Lei Nacional n.O 4.320/64 -/ prejudica a transparência das contas públicas
pretendida com o advento da referida LRF, onde o RGF figura como instrumento dessa
transparência, conforme preceituam o já citado art. 1°/ § 1°/ bem como o art. 48/
senão vejamos:
Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será
dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os
planos, os orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de
contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução
Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas
dessesdocumentos. (grifamos)
Os decretos acostados aos autos pelos peritos do Tribunal, fls. 284/323/ os anexos dps
Decretos n.vs 02 a 07 apresentados pela defesa, fls. 766/771/ bem como os dados í.. ,
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I- (omissis)
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Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma
direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e
das seguintes contribuições sociais:
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PROCESSO TC N.O 02847/07
Nesse contexto, deve ser ressaltado que as referidas irregularidades podem ser enquadradas
como atos de improbidade administrativa que atentam contra os princípios da administração
pública, conforme estabelece o art. 11, inciso I, da lei que trata das sanções aplicáveis aos
agentes públicos - Lei Nacional n.o 8.429, de 02 de junho de 1992 -, verbo ad verbum:
Outra mácula detectada pelos inspetores da Corte, fls. 730/731, diz respeito à incorreta
elaboração dos Balanços Orçamentário, Financeiro e Patrimonial, bem como do
Demonstrativo da Dívida Municipal, devldo à falta de contabilização de mencionadas
despesas com pessoal, no montante de R$ 606.266,52. A presente falta de registro contábil
ocasionou a diminuição do déficit orçamentário já existente no Balanço Orçamentário,
influenciou no resultado das disponibilidades financeiras constantes no Balanço Financeiro,
demonstrou superávit financeiro que efetivamente não existiu no Balanço Patrimonial, como
também motivou a omissão de parte das obrigações no Demonstrativo da Dívida Flutuante.
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PROCESSOTe N.o 02847/07
I) o da ENTIDADE;
lI) o da CONTINUIDADE;
III) o da OPORTUNIDADE;
IV) o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL;
V) o da ATUAUZAÇÃO MONETÁRIA;
VI) o da COMPETÊNCIA e
VII) o da PRUDÊNCIA.
Por fim, no que diz respeito à movimentação financeira da conta específica do Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do
Magistério - FUNDEF, Conta Corrente n. o 58.024-4, inicialmente os peritos deste Sinédrio de
Contas apontaram uma diferença financeira na quantia de R$ 13.141,73, contudo, após a
apresentação de defesa pelo Alcaide, retificaram a irregularidade para despesas não
comprovadas, na importância de R$ 10.606,80, devido à existência de cheques sacados e de
transferência financeiras existentes na citada conta sem os correspondentes comprovantes
de despesas, fi. 987.
o artigo 70, parágrafo único, da Carta Constitucional, dispõe que a obrigação de prestar
contas abrange toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade,
guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União, os
Estados ou os Municípios respondam, ou que, em nome destes entes, assuma obrigações de
natureza pecuniária.
--
Ressalte-se que imperativa é não só a prestação de contas, mas também a sua completa e
regular prestação, já que a ausência ou a imprecisão de documentos que inviabilizem ou
tornem embaraçoso o seu exame é tão grave quanto a omissão do próprio dever de
k- r'.....
prestá-Ias, sendo de bom alvitre destacar que a simples indicação, em extratos, notas
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empenho, notas fiscais ou recibos, do fim a que se destina o dispêndio não é suficiente p a
comprová-lo, regularizá-lo ou legitimá-lo. .-:').
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PROCESSOTC N.o 02847/07
Visando aclarar o tema em disceptação, cita-se parte do voto do ilustre Ministro Moreira
Alves, relator do supracitado Mandado de Segurança, ad literam:
Diante deste contexto, merece destaque o fato de que algumas eivas encontradas nos
presentes autos constituem motivo de emissão, pelo Tribunal, de parecer contrário à
aprovação das contas do Prefeito Municipal de São Vicente do Seridó/PB, conforme disposto
nos itens "2", "2.5", "2.9" e "2.11", do Parecer Normativo PN - TC - 52/2004, in verbis.
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
TCE/PB -, prevista no art. 56, inciso lI, da Lei Orgânica do TCE/PB - Lei Complementar
Estadual n.O 18, de 13 de julho de 1993, verbatim:
I - (omissis)
1) Com base no art. 71, inciso I, c/c o art. 31, § 10, da Constituição Federal, no art. 13, § 1°,
da Constituição do Estado da Paraíba, e no art. 1°, inciso IV, da Lei Complementar Estadual
n.O 18/93, EMITA PARECER CONTRÁRIO à aprovação das contas de governo do Prefeito
Municipal de São Vicente do Seridó/PB, Sr. Francisco Alves da Silva, relativas ao exercício
financeiro de 2006, encaminhando-o à consideração da ego Câmara de Vereadores do
Município para julgamento político da referida autoridade.
2) Com fundamento no art. 71, inciso lI, da Constituição do Estado da Paraíba, bem como
no art. 1°, inciso I, da Lei Complementar Estadual n.O 18/93, JULGUE IRREGULARES as
contas de gestão do Ordenador de Despesas da Comuna no exercício financeiro de 2006,
Sr. Francisco Alves da Silva.
3) IMPUTE ao Prefeito Municipal de São Vicente do Seridó/PB, Sr. Francisco Alves da Silva,
débito no valor de R$ 8.746,80 (oito mil, setecentos e quarenta e seis reais e oitenta
centavos), referentes à utilização de recursos do FUNDEF sem comprovação.
4) FIXE o prazo de até 60 (sessenta) dias para recolhimento voluntário aos cofres públicos
municipais do montante imputado, sob pena de responsabilidade e intervenção do Ministério
Público Estadual, na hipótese de inércia, tal como previsto no art. 71, § 4°, da Constituição
do Estado da Paraíba, e na Súmula n.o 40 do colendo Tribunal de Justiça do Estado da
Paraíba - TJ/PB.
5) APLIQUE MULTA ao Chefe do Poder Executivo da Urbe, Sr. Francisco Alves da Silva, no
valor de R$ 2.805,10 (dois mil, oitocentos e cinco reais e dez centavos), com base no que
dispõe o art. 56, inciso lI, da Lei Complementar Estadual n. ° 18/93 - LOTCE/PB.
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PROCESSOTC N.o 02847/07
8) FAÇA recomendações no sentido de que o Alcaide, Sr. Francisco Alves da Silva, não repita
as irregularidades apontadas no relatório dos peritos da unidade técnica deste Tribunal e
observe, sempre, os preceitos constitucionais, legais e regulamentares pertinentes.
9) Com fulcro no art. 71, inciso XI, c/c o art. 75, caput, da Constituição Federal,
COMUNIQUE à Delegacia da Receita Federal do Brasil, em Campina Grande/PB, acerca da
falta de recolhimento de grande parte das contribuições previdenciárias devidas pelo
empregador, incidentes sobre as folhas de pagamento do Poder Executivo Municipal de São
Vicente do Seridó/PB, no exercício financeiro de 2006.
10) Também com base no art. 71, inciso XI, c/c o art. 75, cabeça, da Lei Maior, REMETA
cópias das peças técnicas, fls. 727/741, 983/989 e 1.014/1.018, dos pareceres do Ministério
Público Especial, fls. 991 e 1.020/1.031, e desta decisão à augusta Procuradoria Geral de
Justiça do Estac;kr da Paraíba, bem como à egrégia Procuradoria da República na Paraíba,
para as providencias cabjveis.
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