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bunal Pleno
PROCESSO TC 05394/06

Denúncia acerca de superfaturamento de obra

Município de Sousa. Conhecimento. Procedência.
Encaminhamento de cópia dos autos ao TCU
Determinações.

ACÓRDÃO APL TC 3J-5" /2009

RELATÓRIO

Trata o presente processo de denúncia encaminhada pelo Sr. Francisco de Veras Pinto de
Oliveira, Vereador da Câmara Municipal, à época, contra atos do Prefeito, Sr. Salomão Benevides
Gadelha, acerca de superfaturamento na Construção do Posto PSF, na Comunidade Santo Antônio
(Exercícios 2003 e 2004).
A Auditoria realizou inspeção às obras em novembro/2006, informando em seu relatório,
às fls. 64/66, que:

• Até a data da diligência o montante de recursos direcionados à realização da

obra, no valor de R$ 106.874,90 não se mostrava compatível com a estrutura
encontrada, com indicativo de dano ao Erário;

• Não apresentação de todos os documentos necessários à comprovação da

despesa, concluindo pela irregularidade plena.

Devidamente notificado', o Prefeito informou em sua defesa a apreensão de documentos

realizada pela Polícia Federal, tendo sido concedido novo prazo ao gestor (fls. 71v e 75).

Instado a se pronunciar, o Ministério Público Especial ofertou parecer, opinando por:

• Procedência da denúncia em epígrafe, tendo em vista a ocorrência da

irregularidade adrede exposta;

• Imputação da quantia de R$ 106.874,90 ao denunciado, referente ao pagamento

indevido a INCOMEQ - Construções e Incorporações Ltda;

• Envio ao Ministério Público Estadual para providências pertinentes;

• Aplicação de multa ao Chefe do Executivo Municipal com fulcro no artigo 56,

inciso 11da Lei Orgância do TCEIPB.

I Consta às fls. 67 o despacho do Relator, determinando a notificação e às fls. 70, cópia da publica ão d
no DOE.

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PROCESSO TC 05394/06

Através da Resolução RPL TC OS/2008, o Tribunal Pleno assinou prazo de 60 dias ao

gestor para: a) apresentar os documentos ausentes reclamados pela auditoria; b) apresentar comprovação
acerca de quais documentos, efetivamente, foram apreendidos; e c) informar qual o número do processo
que, segundo o gestor, tramita na Justiça Federal em segredo de justiça, bem como que comprove essa
situação;

o gestor informou, através dos DOC TC 06798/08 e 12997/08, que estava pedindo
acesso aos documentos apreendidos, juntando aos autos cópia de uma certidão da 3a Vara da Justiça
Federal - Sessão Judiciária da Paraíba, dando ciência de que os autos do Inquérito Policial n?
2006.82.00.003986-0 se encontravam no Tribunal Regional Federal da 5a Região (fls. 142).

Em consonância com outras decisões desta Corte e com base no art. 125 do seu
Regimento Interno, em 30 de julho de 2008, este Tribunal decidiu, através da Resolução RPL TC
26/2008, pela suspensão temporária do andamento do processo devido à impossibilidade de apreciação
do mérito; bem como pela solicitação diretamente ao Tribunal Regional Federal - 5a Região acesso à
documentação apreendida (fls. 144).

Ante a notícia de que foi disponibilizado aos investigados o acesso aos documentos
apreendidos pela Polícia Federal, que instruem o processo que tramita em segredo de justiça no Tribunal
Regional Federal- TRF - sa Região (fls. 1611163), foi determinada nova notificação do gestor, todavia, o
Prefeito juntou aos autos tão somente solicitações de prorrogação de prazo para apresentar documentos
(fls.170/l75).

Em consulta ao SAGRES2 e, considerando as informações da Auditoria, constata-se que

dos recursos destinados às obras R$ 35.563,97, são oriundos de transferências do governo federal e R$
71.310,93 referem-se a recursos próprios do Município, totalizando R$ 106.874,90.

É o relatório, informando qoe foram realizadas as notificações de ~

2Conforme a referida consulta, os empenhos indicados pela Auditoria (fls. 64/65) para pagamento das obras foram
pagos através das contas: 073156 - Recursos Próprios, 580546 - Recursos do PAB, 580554 - Recursos do Fundo
Municipal de Saúde. ~\. (0" ..
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VOTO DO RELATOR

Ante à instrução processual e, considerando o relatório da Auditoria, inclusive o

fotográfico", o Relator vota no sentido de que este Egrégio Tribunal Pleno:

1 - Conheça da Denúncia, e julgue-a procedente;

2 - Impute débito ao ex-gestor, Sr. Salomão Benevides Gadelha o valor de R$

71.310,93, correspondente aos recursos próprios aplicados, pagos antecipadamente aos
fornecedores e/ou prestadores de serviços, sem a contraprestação correspondente,
assinando-lhe o prazo de 60 (sessenta) dias para efetuar o recolhimento do débito aos
cofres municipais, a contar da data da publicação da presente decisão, cabendo ação a ser
impetrada pela Procuradoria Geral do Estado (PGE), em caso do não recolhimento
voluntário devendo-se dar a intervenção do Ministério Público, na hipótese de omissão
da PGE, nos termos do § 4° do art. 71 da Constituição Estadual;
3 - Encaminhe cópia dos autos ao Tribunal de Contas da União - TCU, a quem compete
à apreciação das contas oriundas de verbas federais, ao Ministério da Saúde e ao
Ministério Público Estadual para a adoção de providências que julgar necessárias, e
4 - Determine que se dê conhecimento ao denunciante, da presente decisão.

É como voto.
DECISÃO DO TRIBUNAL

Vistos, relatados e discutidos os autos do processo TC 5394/06, que trata de

DENúNcIA contra atos do Prefeito, Sr. Salomão Benevides Gadelha, acerca de superfaturamento na
Construção do Posto PSF, na Comunidade Santo Antônio (Exercícios 2003 e 2004).;

CONSIDERANDO que os recursos destinados às obras são oriundos do Governo Federal

e de receita do próprio município;

CONSIDERANDO o voto do Relator e o mais que dos autos consta,

3 Consta às fls. 64/66 o relatório da Auditoria, após inspeção à obra.

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ACORDAM os membros do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, em sessão plenária

realizada nesta data, com declaração de impedimento do Conselheiro José Marques Mariz, à maioria,

pela não aplicação de multa ao gestor, e à unanimidade, em:

1 - Conhecer da Denúncia, julgando-a procedente;

2 - Imputar débito ao ex-gestor, Sr. Salomão Benevides Gadelha, o valor de R$

71.310,93 (setenta e um mil, trezentos e dez reais e noventa e três centavos),
correspondente aos recursos próprios aplicados, pagos aos fornecedores e/ou prestadores
de serviços, sem a correspondente contraprestação, assinando-lhe o prazo de 60
(sessenta) dias para efetuar o recolhimento do débito aos cofres municipais, a contar da
data da publicação da presente decisão, cabendo ação a ser impetrada pela Procuradoria
Geral do Estado (PGE), em caso do não recolhimento voluntário devendo-se dar a
intervenção do Ministério Público, na hipótese de omissão da PGE, nos termos do § 4° do
art. 71 da Constituição Estadual;

3 - Encaminhar cópia dos autos ao Tribunal de Contas da União - TCU, a quem

compete à apreciação das contas oriundas de verbas federais, ao Ministério da Saúde e
ao Ministério Público Estadual para a adoção de providências que julgar necessárias, e

4 - Determinar que se dê conhecimento ao denunciante, da presente decisão.

TC- PLENÁRIO MINISTRO JOÃO AG INO, oI{ de abril de 2009.

Subpr c

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