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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO


PROCESSO TC - 02507/90

REABERTURA DA PRESTAÇÃO DE CONTAS DA PREFEITURA


Pub\icado no O. O. E. MUNICIPAL DE ALAGOA GRANDE, EXERCíCIO DE 1989, PARA
REEXAME DE CONTAS, conforme Parágrafo Único, art. 140 do
Em,.J.2J I C I :{ '\ Regimento Interno. Fatos supervenientes. Arquivamento dos autos .


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RELATÓRIO
Este Tribunal recebeu, em 16/10/2001, ofício encaminhado pelo Tribunal de Contas da União para dar
conhecimento a esta Corte de Contas do Acórdão nO567/01, referente à Tomada de Contas Especial em
decorrência de irregularidades na execução do Convênio n° 10-1146/87, pelo qual a extinta Secretaria
Especial de Ação Comunitária repassou à Prefeitura Municipal de Alagoa Grande, em 21/03/1988, o valor
de Cz$ 3.200.000,00 (três milhões e duzentos mil cruzados), com o objetivo de construir, por mutirão,
100 (cem) casas populares.
De acordo com o TCU, os valores foram gastos integralmente naquele mesmo exercício, ainda na gestão
do Sr. Hildon Régis Navarro, ex-Prefeito Municipal de Alagoa Grande, sem que houvesse a construção
das casas populares.
O citado Acórdão do TCU também afirma que, em 19/09/1989, o Prefeito subseqüente, Sr. João Bosco
Carneiro Júnior, utilizando recursos próprios da municipalidade, restituiu à então SEHAC o valor nominal
do convênio, sem correção, para que o município não fosse prejudicado com o bloqueio de novas
transferências.
Em 22/07/2002, o então Presidente do TCE, Conselheiro Flávio Sátiro Fernandes, à fI. 1447, recebeu a
documentação encaminhada pelo TCU nos autos do Processo TC n? 02507/90 (28 via), Prestação de
Contas do Município de Alagoa Grande, exercício de 1989, e determinou a reabertura do presente
processo de prestação de contas, com fundamento no Parágrafo Único, art. 140, do então Regimento
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Interno do TCE , para verificação de possível irregularidade na citada gestão, não evidenciada quando da
apreciação inicial.
A Prestação de Contas Anual do Município de Alagoa Grande, exercício de 1989, sob a responsabilidade
do ex-Prefeito, Sr. João Bosco Carneiro Júnior, foi apreciada em 31/05/1995 através do PARECER TC N°
85/95 (fls. 1196-1197), pela emissão de Parecer favorável à aprovação das respectivas contas, e através
do ACÓRDÃO TC N° 141/95 (fls. 1198-1199), o qual imputou ao ex-Presidente da Câmara Municipal de
Alagoa Grande, Sr. José Freire Marques, o débito no valor de NCz$ 512,41, equivalente a 299,29 UFIR's,
referente ao excesso de remuneração por ele percebido no exercício de 1989, fixando-lhe o prazo de 60
dias para recolhimento.
Esta Corte de Contas encaminhou o presente processo com seus respectivos Atos Formalizadores para
serem apreciados pela Câmara Municipal de Alagoa Grande em 18/07/1995 (fls. 1212-1213), a fim de
que a mesma pudesse cumprir o que determina os §§ 2° e 3° do art. 31 da Constituição Federal",
pronunciando-se sobre o Parecer emitido por esta Casa num período de 60 (sessenta) dias, esgotado o
qual, sem a competente deliberação, prevalecerá o referido Parecer, não podendo mais haver
deliberação sobre a matéria.
Após designação, o então Relator Conselheiro Gleryston Holanda de Lucena determinou ao Órgão de
Instrução o reexame da presente Prestação de Contas (fI. 1448), com base no que dispõe o § Único do
art. 140 do então R~ento Interno deste Tribunal', tendo em vista a documentação acostada aos autos
às fls. 1219-1446. LV
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1 Art. 140. Constatada a existência de indicio de prática de crimes de responsabilidade dos Prefeitos Municipais, sujeitos ao julgamento do Po e
Judiciário, independentemente do pronunciamento da Câmara de Vereadores, o Tribunal determina á Procuradoria a extração dos elementos indl
pensáveis a propositura da ação penal e a sua remessa á Procuradoria Geral da Justiça, para os devidos fins.
Parágrafo Único. Os pareceres emitidos pelo Tribunal, quando recomendarem a aprovação das contas, conterão a ressalva de que o ato funda-se na
análise da documentação apresentada e/ou verificação in loco, não abrangente de toda a administração financeiro-orçamentária, pelo que não exo-
nerará o Prefeito da responsabilidade pela malversação ou desvio de dinheiros ou bens públicos que for posteriormente constatado em decorrência
do reexame de contas, á vista de fatos supervenientes que o justifiquem. (Parágrafo acrescido pela Resolução 04/91).
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Art. 31. A fiscalização do Municipio será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do
Poder Executivo Municipal, na forma da lei.
§ 2° - O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão
de dois terços dos membros da Cãmara Municipal.

poderá questionar-lhes",,"mld,,", 000 termos da lei , ' ~ :;f}-' ,? '


§ 3° - As contas dos Municiplos ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual
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A Unidade Técnica de Instrução deste Tribunal manifestou-se em 15/09/2008 (fls. 1450-1451), afirmando
que:

Tendo em vista o convênio em referência já ter sido analisado pelo Órgão competente, ou seja,
o Tribunal de Contas da União, inclusive com considerações dos pareceres da Unidade Técnica
e do Ministério Público daquele Egrégio Tribunal, não caberia uma nova análise por esta Corte
de Contas."

Chamado a se manifestar, o Ministério Público junto ao TCEIPB o fez através do ilustre Procurador André
Carlo Torres Pontes, expondo, na íntegra:
"O que o Tribunal de Contas da Paraíba compete apreciar e julgar nos autos já foi exaurido ou,
formalmente, consumido pelo tempo, cujas conclusões da sempre diligente Auditoria não
autorizam providências complementares.
Assim, sugiro o arquivamento dos autos por falta de objeto. "
O Relator agendou o processo para a presente sessão, dispensando notificações.

VOTO DO RELATOR
O presente reexame da Prestação de Contas Anual da Prefeitura Municipal de Alagoa Grande, exercício
de 1989, foi sugerido pelo Diretor Geral deste Tribunal e acatado pelo então Presidente Conselheiro
Flávio Sátiro Fernandes, tendo em vista o encaminhamento, pelo TCU, de cópia do Acórdão nO567/01,
referente à Tomada de Contas Especial em decorrência de irregularidades na execução do Convênio n°
10-1146/87, firmado entre a extinta Secretaria Especial de Ação Comunitária e a Prefeitura Municipal de
Alagoa Grande.
Encaminhado os autos à Unidade de Instrução, esta concluiu que não há necessidade de uma nova
análise do citado convênio por parte deste Tribunal, uma vez que o mesmo já foi analisado pelo Tribunal
de Contas da União, estando presente nos autos cópia da manifestação da Auditoria e do Ministério
Público junto ao TCU.
Diante dos argumentos trazidos pela Auditoria, o Órgão Ministerial também se manifestou no
entendimento de que a competência do TCEIPB para apreciar e julgar a matéria nos autos já foi exaurido
ou, formalmente, consumido pelo tempo, não havendo mais providências a serem adotadas, sugerindo,
ao final, o arquivamento dos autos por falta de objeto.
Ante as conclusões aqui relatadas, voto em consonância com os Órgãos Técnico e Ministerial, pelo
arquivamento do presente processo, tendo em vista a falta de objeto.

DECISÃO DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO


Vistos, relatados e discutidos os autos do Processo TC n? 02507/90, os Membros do TRIBUNAL DE
CONTAS DO ESTADO DA PARAíBA (TCE/Pb), RESOLVEM, na sessão plenária realizada nesta data, à
unanimidade, pelo arquivamento do presente processo, tendo em vista a falta de objeto./Z)
--...,... ... -_.

Publique-se, registre-se e cumpra-se.


TCE-Plenário inistro João Agripino

João Pessoa, I:; de 2008

Conselheiro Fábio Túlio Filgueiras Noguei~~ Conse inando Diniz Filho


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cóiÍs. Subst. UíTIõerterSi1veifa Po o bsf Antônio Cláudio ~santos
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Fui presente,
André Carlo Torres Pontes
Procurador Gera do Ministério Público junto ao TCE-Pb em exercício

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