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P R O C ES S O T C - 02.

313/07
PROCESSO ANEXADO TC 00.363/06
Administração direta municipal. PRESTAÇÃO DE
CONTASANUAL da MESA da CÂMARAMUNICIPAL de
GADO BRAVO, correspondente ao exercício de 2006.
Irregularidade; imputação de débito e aplicação de
multa; comunicação ao INSS acerca do não
recolhimento integral das contribuições patronais, para
adoção das providências cabíveis.

1. RELATÓRIO
1.01. O órgão de instrução deste Tribunal, nos autos do PROCESSO TC-02.313/07,
analisou a PRESTAÇÃO DE CONTAS ANUAL, relativa ao exercício de 2006/ de
responsabilidade da MESA da CÂMARA de VEREADORES do MUNICíPIO de
GADO BRAVO, sob a Presidência do Vereador Sr. JOSÉ DE BRITO LEAL e emitiu
o relatório de fls. 193 a 200/ com as colocações a seguir resumidas:
1.1.01. Apresentação no prazo legal e de acordo com a RN-TC-99j97.
1.1.02. A Lei Orçamentária Anual do Município estimou os repasses ao Poder
Legislativo em R$270.000,00 e fixou as despesas em igual valor.
1.1.03. As transferências recebidas pela Câmara foram de R$269.018/69 e a
despesa executada no exercício somou R$269.291/19, resultando déficit de
R$272/50.
1.1.04. As receitas e despesas extra-orçamentárias totalizaram respectivamente
R$17.341/06 e R$17.369/36, representadas por consignações diversas.
1.1.05. A despesa total do legislativo representou 8/0% da receita tributária e
transferências efetivadas no exercício anterior, atendendo o disposto no
Art. 29-A, inciso I da Constituição Federal.
1.1.06. A despesa com pessoal da Câmara representou 3/55% da receita corrente
líquida do município, cumprindo o Art. 20/ inciso lU da Lei de
Responsabilidade Fiscal e correspondeu a 65/95% das transferências
recebidas, ficando dentro do limite (70%) disposto no Art. 29-A, § 1°/ da
Constituição Federal.
1.1.07. O balanço financeiro não apresentou saldo para o exercício seguinte,
indicando portanto, insuficiência financeira para saldar obrigações de curto
prazo no valor de R$300,00.
1.1.08. Normalidade da remuneração dos vereadores.
1.1.09. Os relatórios de gestão fiscal (RGF), relativos aos dois semestres foram
encaminhados a este Tribunal fora do prazo legal; o do 2°. semestre não
foi publicado e nem contém todos os demonstrativos previstos nas
Portarias da Secretaria do Tesouro Nacional, ocorrendo ainda divergência
na informação quanto aos restos a pagar.
TRIBUNAL
I
DE CONTAS DO ESTADO
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PROCESSO TC - 02.313/07
1.1.10.Foi registrado na Prestação de contas como despesa paga, o valor de
R$37.174/35, a título de obrigações patronais, todavia deste total
R$4.887/45 não estão comprovados, estando efetivamente paga a despesa
no total de R$32.286/90.
1.1.11. O valor devido das obrigações patronais seria R$33.348/00, resultante do
cálculo percentual (21%) incidente sobre os vencimentos e vantagens fixas
(R$158.000,00), o qual subtraído do total pago (R$32.286/90), perfaz o
valor R$1.061/10 não repassado ao INSS.
1.02. Notificado, o interessado veio aos autos com defesa e documentos (fls. 204 a 207)/
analisados pela Auditoria que entendeu inalteradas todas irregularidades apontadas
inicialmente.
1.03. O processo foi agendado para esta sessão com notificação da interessada e sem
parecer prévio do Ministério Público junto ao Tribunal.

2.VOTO DO RELATOR
Quanto à não comprovação da publicação do Relatório de Gestão Fiscal do 2°.
semestre, por ocasião da defesa foi apresentada (fls. 205/206) cópia do boletim oficial de
Gado Bravo contendo a referida publicação, o que elide a irregularidade.
A insuficiência financeira, dado a seu ínfimo valor (R$300,00), comporta ser
relevada.
Feitas estas observações, remanesceram ao final da instrução as irregularidades a
seguir:
I. Quanto à Gestão Fiscal:
>- Divergência entre as informações constantes do RGF do 2°. semestre e a
Prestação de Contas.
11. Quanto à Gestão Geral:
>- Não repasse ao INSS de contribuições patronais, no valor de R$1.061/10.
>- Despesas não comprovadas, no total de R$4.887/45, relativas a contribuições
patronais.
Pelo exposto, o Relator vota pela irregularidade da prestação de contas, exercício
de 2006/ sob a responsabilidade do Vereador JOSÉ DE BRITO LEAL, imputando-lhe o
débito de R$4.887/45 (quatro mil, oitocentos e oitenta e sete reais e quarenta e cinco
centavos), por despesas não comprovadas; aplicação de multa ao referido gestor no
valor R$2.805/10 (dois mil, oitocentos e cinco reais e dez centavos) de acordo com o art.
56/ inciso II, da Lei Complementar 18/93 e assinação do prazo de 60 (sessenta) dias para
recolhimento voluntário do débito e multa, sob pena de execução, desde logo
recomendada; comunicação ao Instituto Nacional do Seguro Social acerca do não
recolhimento integral no exercício de 2006/ das contribuições patronais, para
providências a cargo daquela entidade.
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
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PROCESSO TC - 02.313/07
3. DECISÃO DO TRIBUNAL
Vistos, relatados e discutidos os autos do PROCESSO
TC-02.313/07, os MEMBROSdo TRIBUNAL DE CONTASDO ESTADODA
PARAÍBA (TCE-PB), à unanimidade, na sessão realizada nesta data,
ACORDAMem:
1. julgar IRREGULAR a PRESTAÇÃO DE CONTAS ANUAL,
exercício de 2006, de responsabilidade da MESA da
CÂMARADE VEREADORES do MUNICíPIO de GADOBRAVO,
sob a Presidência do Senhor JOSÉ DE BRITO LEAL,
imputando-lhe o débito de R$4.887,45 (quatro mil,
oitocentos e oitenta e sete reais e quarenta e cinco
centavos), por despesas não comprovadas.
11. aplicar multa ao referido gestor no valor R$2.805,10 (dois
mil, oitocentos e cinco reais e dez centavos) de acordo com
o art. 56, inciso 11,da Lei Complementar 18/93.
111. assinar o prazo de 60 (sessenta) dias para recolhimento
voluntário do débito e multa, sob pena de execução, desde
logo recomendada.
li/. comunicar ao Instituto Nacional do Seguridade Social
acerca do não recolhimento integral no exercício de 2006,
de contribuições patronais, para providências a cargo
daquela entidade. 1
Publique-se, i me; se, çtstre-se e cumpra-se
Sala das Sessões do Ti 'b P, nário Ministro João Agripino.
João Pes ,1 de/junho de 2008.

Ana Terêsa Nóbrega


Procuradora Geral do Ministério Público junto ao Trib aI

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