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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Tratam os presentes autos da análise das Contas do Município de Nova Floresta/PB, relativas
ao exercício financeiro de 2006, de responsabilidade do ex-Prefeito e ex-Ordenador de
Despesas, Sr. José Zito de Farias Andrade, apresentada a este ego Tribunal em 02 de abril de
2007, mediante o Ofício n.O 19/07, datado de 20 de março do mesmo ano, fI. 02.
Quanto aos gastos condicionados, verificaram os analistas desta Corte que: a) a despesa
com recursos do FUNDEF na remuneração dos profissionais do magistério alcançou a quantia
de R$ 689.038,96, representando 62,25% da cota-parte recebida no exercício; b) a aplicação
em manutenção e desenvolvimento do ensino atingiu o valor de R$ 1.240.750/48 ou 24,95°
da RIT; c) o Município despendeu com saúde a importância de R$ 855.143,10 ou 17,30° da
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Devidamente citado, fls. 2.484-verso/2.486, o então Prefeito da Comuna, Sr. José Zito de
Farias Andrade, apresentou contestação, fls. 2.488/4.688, na qual juntou documentos e
argumentou, em síntese, que: a) a ultrapassagem do limite das despesas com pessoal do
Poder Executivo foi de apenas 0,77% da RCL e não trouxe prejuízos ao erário nem
comprometeu as finanças municipais; b) os REOs e RGFs do exercício foram publicados no
Diário do Município e expostos nos murais de escolas, no Departamento de Recursos
Humanos, na Secretaria de Educação e na Secretaria de Transportes, conforme
comprovação anexa; c) o projeto de lei do orçamento aprovado pelo Poder Legislativo só foi
devolvido ao Executivo após o encerramento da sessão legislativa, em período natalino,
retardando a sua sanção, que ocorreu apenas no exercício seguinte; d) a aquisição de
botijões de gás foi feita à única fornecedora autorizada no Município e as despesas não
licitadas corresponderam a 3,41% da despesa Iicitável e 1,28% da despesa orçamentária
total, com ínfima representatividade, merecendo seu relevamento; e) o setor competente da
Comuna está fazendo um exame acurado acerca das aplicações em MDE e, no transcorrer da
instrução processual, evidenciará o atendimento ao percentual mínimo exigido; f) a
constatação, pelos técnicos do Tribunal, da ausência de médico em posto de saúde da Urbe
ocorreu em agosto de 2007, fora do alcance da presente análise; g) o SR. ADAILTON DA
SILVA ALVES ocupou o cargo de assessor especial na gestão anterior e foi exonerado em O
de janeiro de 2005, de acordo com portarias acostadas aos autos; h) a prestação de servi s
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
pelo professor de educação física sem qualificação profissional perdurou por poucos meses e
não trouxe danos ao erário; i) a vinculação dos vencimentos pagos a pessoal contratado ao
salário mínimo nacional é falha formal, que não se repetirá nos próximos ajustes celebrados;
j) a empresa pertencente à SRA. LILIANDA ZAYRA DOS SANTOS ANDRADE! também
contratada para prestar serviços como técnica em eletrocardiograma, era a única
revendedora de Gás Liquefeito de Petróleo - GLP autorizada pela Agência Nacional do
Petróleo - ANP a atuar em Nova Floresta, o que justifica as aquisições realizadas; k) o gestor
compromete-se a melhor observar os preceitos contidos nas Resoluções Normativas
n.o 103/98 e 15/01 nos exercícios subseqüentes, no que respeita ao envio dos contratos por
excepcional interesse público; I) a despesa decorrente dos Convites n.O 010, 027 e 033/2006
observou todos os estágios e, em nenhum momento, restou configurado danos aos cofres
municipais e/ou malversação do dinheiro público; m) a secretaria competente manteve
entendimento com o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, em Campina Grande/PB, e
aguarda a apuração minuciosa da autarquia para viabilizar uma melhor solução da questão
concernente ao pagamento das obrigações patronais.
Diante de sugestão contida na peça inicial, fls. 2.464/2.484, o caderno processual foi
remetido à Divisão de Controle de Obras Públicas - DICOP, com vistas à análise dos gastos
com a construção, no exercício financeiro de 2006, do matadouro público, fI. 4.695! tendo os
peritos daquela divisão, após diligência in loco realizada no período de 10 a 14 de março de
2008, elaborado relatório de obras, fls. 4.850/4.854, mencionando as seguintes
irregularidades: a) adiantamento de pagamento na importância de R$ 11.668,04; b) não
conclusão da obra, com sinais de abandono; e c) carência do termo aditivo ao contrato para
manter a validade do acordo.
Processadas as notificações de praxe, fls. 4.856/4.861, o gestor! Sr. José Zito de Farias
Andrade, apresentou defesa e documentos, fls. 4.862/4.899. Ao esquadrinharem a referida
documentação e após nova diligência in situ entre 25 a 29 de agosto de 2008, os técnicos da
DICOP emitiram novo relatório, fls. 4.915/4.917, onde entenderam sanadas as eivas
concernentes à carência de conclusão da obra e à ausência do termo aditivo ao contrato
para manter a validade do acordo. Ao final! os analistas do setor de obras desta Corte
concluíram pelo (a): a) excesso de R$ 17.190,76, pago em 2008 à CONSTRUTORA SIGMA
LTDA. por serviços não executados; b) necessidade de devolução aos cofres públicos do
valor de R$ 772,30, referente à correção monetária de pagamentos antecipados efetuados
em 2007, na ordem de R$ 11.668,04; e c) envio de cópias do seu relatório para anexação
aos processos de análise das contas do Município de Nova FlorestajPB correspondentes aos
exercícios financeiros de 2007 e 2008.
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
É o relatório.
Após análise minuciosa do conjunto probatório encartado aos autos, constata-se que as
contas apresentadas pelo Sr. José Zito de Farias Andrade, relativas ao exercício financeiro de
2006, revelam diversas irregularidades remanescentes. Entrementes, em que pese o
posicionamento dos técnicos deste Pretório de Contas, fI. 2.468, impende comentar,
ab initio, que as despesas com Manutenção e Desenvolvimento do Ensino - MDE
ascenderam efetivamente ao montante de R$ 1.244.242,82, representando 25,02% da
Receita de Impostos e Transferências - RIT, R$ 4.972.458,73, haja vista a existência de
gastos compatíveis e passíveis de inclusão na aplicação em educação, na soma de
R$ 3.492,34, custeados com as fontes relacionadas e pagos via CAIXA, segundo registros do
SAGRES.
Por outro lado, a despesa total com pessoal do Poder Executivo da Comuna atingiu o
patamar de R$ 3.582.966,87 ou 54,77% da Receita Corrente Líquida - RCL do exercício,
R$ 6.541.944,57, superando, por conseguinte, o limite de 54% imposto pelo art. 20,
inciso III, alínea "b", da Lei de Responsabilidade Fiscal - Lei Complementar Nacional n.o 101,
de 04 de maio de 2000 -, in verbis.
Art. 20. A repartição dos limites globais do art. 19 não poderá exceder o
seguintes percentuais:
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TRIBUNAL
I~
DE CONTAS DO ESTADO
a) (omissis)
Sendo assim, medidas deveriam ter sido adotadas pelo Chefe do Poder Executivo de Nova
FlorestaJPB da época, Sr. José Zito de Farias Andrade, para o retorno da despesa total com
pessoal ao respectivo limite, nos termos do art. 22, parágrafo único, incisos I a V, e do
art. 23, caput, da reverenciada Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF, verbatim:
Importa notar que, deixar de ordenar ou de promover, na forma e nos prazos da lei, a
execução de medida para a redução do montante da despesa total com pessoal que houver
excedido a repartição por Poder do limite máximo configura infração administrativa, :.-----------
processada e julgada pelo Tribunal de Contas, sendo passível de punição mediante a
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
aplicação de multa pessoal de 30% (trinta por cento) dos vencimentos anuais ao agente que
lhe der causa, conforme estabelecido no art. 50, inciso IV, e §§ 1° e 2°, da lei que dispõe,
entre outras, sobre as infrações contra as leis de finanças públicas - Lei Nacional n.o 10.028,
de 19 de outubro de 2000 -, verbo ad verbum:
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§ 10 A infração prevista neste artigo é punida com multa de trinta por cento
dos vencimentos anuais do agente que lhe der causa, sendo o pagamento
da multa de sua responsabilidade pessoal.
Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será
dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os
planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de
contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução
Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas
dessesdocumentos.
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Art. 55. C omissis)
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I
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
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§ 1 (omissis)
É preciso ressaltar que a comprovação das publicações desses instrumentos deve ser
enviada a esta Corte, dentro de prazo estabelecido, consoante determinações contidas na
Resolução Normativa RN - TC - 07/04, em seus artigos 17, § 1°, e 18, § 1°, cuja
desobediência implica em multa automática e pessoal para o responsável, conforme dispõe o
seu art. 32, capute § 10, verbis.
Art. 17 - (omissis)
( ...)
Art. 18 - (omissis)
( ...)
Notadamente quanto aos Relatórios de Gestão Fiscal - RGFs, o art. 5°, inciso I, e §§ 1° e 2°,
da já citada Lei Nacional n.o 10.028/2000 - Lei dos Crimes Fiscais -, determina que a sua
não divulgação, nos prazos e condições estabelecidos, também constitui violação
administrativa, processada e julgada pelo Tribunal de Contas, e punível com multa pessoal
de 30% (trinta por cento) dos vencimentos anuais ao agente que lhe der causa, senão
vejamos:
II - (...
)
§ 10 A infração prevista neste artigo é punida com multa de trinta por cento
dos vencimentos anuais do agente que lhe der causa, sendo o pagamento
da multa de sua responsabilidade pessoal.
No que tange à Lei Municipal n.O 618/2006, que dispõe sobre o orçamento para o exercício
sub studio, fls. 336/339, verifica-se que o respectivo Projeto de Lei n.O 163/05,
fls. 2.546/2.549, foi aprovado pelo Poder Legislativo em 22 de dezembro de 2005 e
encaminhado ao Chefe do Poder Executivo no dia seguinte, fI. 2.562. Contudo, o Alcaide só
sancionou formalmente a referida norma em 14 de fevereiro de 2006, quando a sanção
tácita do projeto aprovado pelo Legislativo Mirim já havia ocorrido, em 12 de janeiro de
2006, pelo transcurso do prazo de 15 (quinze) dias úteis, conforme preconiza o art. 66, § 3°,
da Constituição Federal, verbum pro verbo:
Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de
lei ao Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará.
§1°-( ...)
I
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Cabe assinalar que o modelo do processo legislativo federal deve ser seguido nos Estados e
nos Municípios, pois, à luz do princípio da simetria concêntrica, as regras constitucionais são
de repetição obrigatória. Assim, a própria Lei Orgânica da Comuna de Nova Floresta/PB
dispõe em seu art. 53, cabeça e § 1°, in verbis;
Art. 53. O projeto de lei aprovado pela Câmara será, no prazo de 10 (dez)
dias úteis, enviado pelo seu Presidente ao Prefeito que, concordando o
sancionará no prazo de 15 (quinze) dias úteis.
No que concerne à compra de Gás Liquefeito de Petróleo - GLP à empresa LILIANDA ZAYRA
DOS SANTOS ANDRADE - ME, fls. 2.005/2.006, ficou demonstrado pelo defendente que se
trata do único fornecedor autorizado a operar no Município, segundo informações da Agência
Nacional de Petróleo - ANP, fls. 2.572/2.577, enquadrando-se, portanto, em hipótese de
inexigibilidade de licitação, ante a inviabilidade de competição, consoante prevê o art. 25,
inciso I, da Lei Nacional n.o 8.666, de 21 de junho de 1993, verbatim:
Já para a contratação de profissionais dos setores artísticos, cuja despesa alcançou um total
de R$ 40.500/00/ fls. 2.007/2.027/ verifica-se que a Comuna realizou a Inexigibilidade de
Licitação n.O 02/2006/ fls. 2.028/2.066/ sem, contudo, comprovar a exclusividade do
empresário NACES LUCIANO, na forma do inciso 111/do já mencionado art. 25/ da Lei de
Licitações e Contratos Administrativos, ipsis litteris.
1-( ... )
I - (...
)
Além do mais, como a propna norma preconiza, deve ficar evidenciada a notória
especialização do profissional prestador dos serviços para se configurar a hipótese
inexigibilidade de licitação. Nos autos, nada existe que suscite a manifesta especialização os
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Por sua vez, o colendo Tribunal de Contas da União - TCU estabilizou seu posicionamento
acerca da matéria em análise através da, sempre atual, Súmula n.O 39/ de 28 de dezembro
de 1973/ verbatim:
No âmbito judicial, verifica-se que Superior Tribunal de Justiça - STJ tem se posicionado pela
necessidade da efetiva comprovação da inviabilidade de competição para a implementação
do procedimento de inexigibilidade de Iicitação, consoante podemos verificar do extrato de
ementa transcrito a seguir, ipsis /itteris.
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
In casu, o Alcaide deveria ter realizado o devido concurso público para a contratação dos
referidos profissionais. Neste sentido, cabe destacar que a ausência do certame público para
seleção de servidores afronta os princípios constitucionais da impessoalidade, da moralidade
administrativa e da necessidade de concurso público, devidamente estabelecidos na cabeça
e no inciso U, do art. 37, da Carta Constitucional, verbis.
I -(omissis)
Também motivados pela citada denúncia, fls. 568/578, os técnicos desta Corte verificaram
que a contratação do SR. GENÉSIO SERRÃO DE CARVALHO, para exercer a função de
professor de educação física, fls. 607/610, ocorreu de forma irregular, uma vez que,
segundo declaração do Secretário da Administração Municipal à época, SR. FRANCISCO
FRANCISMAR OLIVEIRA, o prestador do serviço não possuía a formação acadêmica
necessária para exercer a função para a qual fora contratado, fI. 611. Tal fato contraria o
disposto no art. 62, da Lei Nacional n.o 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece
°
as diretrizes e bases da educação nacional, regulamentado pelo Decreto n. 3.276, de 06 de
dezembro de 1999, verbatim:
Logo, embora tenha sido informado pelo defendente que a situação não mais persiste,
fI. 2.497, cabe representação sobre o fato ao Conselho Regional de Educação Física no
Estado da Paraíba para adoção das providências cabíveis.
Art. 70 São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
1-( ...)
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma
direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e
das seguintes contribuições sociais:
Outrossim, deve ser ressaltado que a referida irregularidade pode ser enquadrada como ato
de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública,
conforme dispõe o art. 11, inciso I, da lei que trata das sanções aplicáveis aos agentes
públicos - Lei Nacional n.O 8.429, de 02 de junho de 1992 -, verbum pro verbo:
Diante deste contexto, merece destaque o fato de que quatro das máculas remanescentes
nos presentes autos constituem motivo de emissão, pelo Tribunal, de parecer contrário à
aprovação das contas do Prefeito Municipal de Nova Floresta/PB, conforme disposto nos
itens "2", "2.5", "2.11" e "2.12", do Parecer Normativo PN - TC - 52/2004, in verbis:
2.1. (omissis)
( ...)
...
( )
Por fim, ante as diversas transgressões a disposições normativas do direito objetivo pátrio,
decorrentes da conduta implementada pelo ex-Chefe do Poder Executivo da Comuna de
Nova Floresta, Sr. José Zito de Farias Andrade, resta configurada a necessidade imperiosa de
imposição da multa máxima de R$ 2.805,10 - valor atualizado pela Portaria n.o 039/06 do
TCE/PB -, prevista no art. 56, inciso II, da Lei Orgânica do TCE/PB - Lei Complementar
Estadual n.O 18, de 13 de julho de 1993, verbatim:
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I- (omissis)
1) Com base no art. 71, inciso I, c/c o art. 31, § 1°, da Constituição Federal, no art. 13, § 1°,
da Constituição do Estado da Paralba, e no art. 1°, inciso IV, da Lei Complementar Estadual
n.O 18/93, EMITA PARECER CONTRARIO à aprovação das contas de governo do ex-Prefeito
Municipal de Nova Floresta/PB, Sr. José Zito de Farias Andrade, relativas ao exercício
financeiro de 2006, encaminhando-o à consideração da ego Câmara de Vereadores do
Município para julgamento político da referida autoridade.
2) Com fundamento no art. 71, inciso II, da Constituição do Estado da Paraíba, bem como
no art. 1°, inciso I, da Lei Complementar Estadual n.O 18/93, JULGUE IRREGULARES as
contas de gestão do ex-Ordenador de Despesas da Comuna no exercício financeiro de 2006,
Sr. José Zito de Farias Andrade.
3) APLIQUE MUL TA ao ex-Chefe do Poder Executivo de Nova Floresta/PB, Sr. José Zito de
Farias Andrade, no valor de R$ 2.805,10 (dois mil, oitocentos e cinco reais e dez centavos),
com base no que dispõe o art. 56, inciso II, da Lei Complementar Estadual n.o 18/93 -
LOTCE/PB.
5) ENVIE cópia desta decisão à ex-Vereadora da Urbe, Sra. Maria José Soares Macedo, e ao
Presidente do Partido dos Trabalhadores - PT de Nova Floresta/PB à época, Sr. Francisco de
Assis Macedo, subscritores da denúncia formulada em face do Sr. José Zito de Farias
Andrade, para conhecimento.
6) FAÇA recomendações no sentido de que o atual Prefeito da Comuna, Sr. João Elias da
Silveira Neto Azevedo, não repita as irregularidades apontadas no relatório da unida
técnica deste Tribunal e observe, sempre, os preceitos constitucionais, legais e
regulamentares pertinentes.
I
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
7) Com fulcro no art. 71, inciso XI, c/c o art. 75, caput, da Constituição Federal, OFICIE ao
Conselho Regional de Educação Física no Estado da Paraíba acerca da contratação em 2006,
pelo Município de Nova Floresta/PB, de professor sem a qualificação profissional necessária
para o exercício da função, bem como COMUNIQUEà Delegacia da Receita Federal do Brasil,
em Campina Grande/PB, a respeito da ausência de pagamento da maior parte das
obrigações patronais devidas ao Instituto Nacional do Seguro Social - INSS sobre as
remunerações pagas pelo Poder Executivo da referida Comuna, durante o exercício
financeiro de 2006.
8) Também com base no art. 71, inciso XI, c/c o art. 75, cabeça, da Lei Maior, REMETA
cópias das peças técnicas, fls. 2.464/2.484, 4.690/4.694, 4.850/4.854 e 4.915/4.917, do
parecer do Ministério Público Especial, fls. 4.924/4.935, e desta decisão à augusta
Procuradoria Geral de Justiça do Estado da Paraíba, para as providências cabíveis.
É a proposta.
Processo TC n? 2390/07
Órgão: Prefeitura Municipal de Nova Floresta
Assunto: Prestação de Contas do exercício de 2006
Voto Vista
Senhor Presidente pedi vista ao processo anunciado por Vossa Excelência, motivado pelos
fatos narrados pelo Relator do feito, o Auditor Renato Sergio Santiago Melo, que ao final da
tão minuciosa exposição restou, a meu ver, apenas a irregularidade referente ao não
recolhimento das contribuições previdenciárias que teria o condão de macular as contas do
gestor.
Em conformidade com as informações trazidas pelo Relator, no exercício de 2006, o
município deixou de recolher ao INSS, a título de contribuições patronais, o valor de
aproximadamente R$ 470.646,23. O gestor na defesa apresentada restringiu-se ao
argumento de que irá pedir ao INSS informações minuciosas acerca das contribuições
previdenciárias.
O cálculo feito pela Auditoria revelou que no exercício de 2006 as contribuições
previdenciárias patronais alcançaram o valor de R$ 203.459,76, deixando de recolher o
montante já R$ 470.646,23, balizado em projeção definidas a partir de 21 % das despesas
com pessoal que alcançaram o montante de R$ 3.210.028,51.
Data vênia, permito-me divergir do entendimento da d. Auditoria, por entender que não há
precisão e liquidez nos cálculos apresentados. Nesse sentido, em matéria análoga, o
MPjTCE, em manifestação do Procurador André Carlo Torres pontes no Parecer nO 1116/08
(Processo TC nO2094/07) entendeu que:
"o levantamento realizado pela d. Auditoria não goza de presunção
de certeza e liquidez - atributo alcançado quando a apuração do
débito resultar de procedimento fiscal regular pelo agente público
competente perante a lei. Assim, a acusa de parcial fafta de
recolhimento previdenciário deve ser noticiado ao órgão fazendário
federal para as medidas a seu cargo. Outrossim, o referido débito é
objeto de parcelamento, conforme assegura a Certidão com efeitos
negativa emitida em nome do Município".
No caso em tela, a Receita Federal do Brasil, mediante Certidão nO 003502006-13001120,
atestou que a Prefeitura Municipal de Imaculada encontrava em situação regular, com
ressalvas de débitos que se encontravam parcelados.
Pelo que se pode verificar o próprio órgão responsável pela fiscalização das contribuições
previdenciárias atesta a regularidade previdenciária do município de Nova Floresta.
Destarte, seria temerário a esta Corte contrariar o próprio Órgão Credor, no caso MPAS.
No entanto, vislumbro a necessidade de representação à Receita Federal do Brasil, órgão
responsável atualmente pela fiscalização previdenciária, para que tome conhecimento dos
fatos apurados pela Auditoria e adote as providências a seu cargo.
Por outro lado, segundo análise realizada pela assessoria do gabinete, a partir de
levantamento feito no sistema de informação do Banco do Brasil - DAF, ficou demonstrado
W
naqueles extratos que foi retido na C/C do FPM o montante de R$ 516.980,12, conforme
especificado abaixo:
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