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o Desenvolvimento Sustentável:
O Brasil na 96ª Conferência
Internacional do Trabalho na OIT
Volume V
PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Luiz Inácio Lula da Silva
MINISTRO DO TRABALHO E EMPREGO
Carlos Lupi
SECRETÁRIO-EXECUTIVO
Ronaldo Lessa
Volume V
Brasília
2007
© 2004 – Ministério do Trabalho e Emprego
É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte.
Edição e Distribuição:
Ministério do Trabalho e Emprego/Assessoria Internacional
Esplanada dos Ministérios, Bloco F, 5º Andar, Sala 555
Brasília/DF
CEP: 70059-900
Fone: (61) 3321-1690/3317-6126 – Fax: (61) 3224-0814
E-mail: internacional@mte.gov.br
CDD 338.92
SUMÁRIO
Apresentação .............................................................................................................. 7
Introdução – Conferência Internacional do Trabalho da OIT ............................................................. 9
Discurso do Ministro do Trabalho e Emprego na 96ª CIT/2007 ................................ 11
Discurso dos Trabalhadores ................................................................................... 13
Discurso dos Empregadores .................................................................................. 15
O Fortalecimento da Capacidade da OIT para Prestar Assistência aos Membros na
Consecução de seus Objetivos no Contexto da Globalização ................................... 17
Comissão sobre o Trabalho no Setor Pesqueiro: Resultados da 96ª CIT/OIT .............. 21
A Promoção de Empresas Sustentáveis em Debate na OIT ........................................ 25
A Comissão de Aplicação de Normas da 96ª Conferência Internacional do Trabalho .29
Siglas .................................................................................................................. 31
Anexo
Informe del Director General a la Conferencia Internacional del Trabajo:
el Trabajo Decente para un Desarrollo Sostenible .................................................... 33
Resolución Relativa al Fortalecimiento de la Capacidad de la OIT ............................. 57
Texto del Convenio sobre el Trabajo en el Sector Pesquero ....................................... 61
Texto de la Recomendación sobre el Trabajo en el Sector Pesquero ........................... 89
Resolución sobre la Promoción de Empresas Sostenibles .......................................... 99
APRESENTAÇÃO
listas, empresários e com o Senhor Diretor-Geral possibilitando que os acordos e convenções se-
da OIT – Embaixador Juan Somavia. Destaco, lados pelas negociações das entidades sindi-
desses encontros, a percepção de uma cres- cais sejam acessados tanto por empregadores
cente sensibilidade no que se refere à imple- como por trabalhadores, o que garantirá maior
mentação dos princípios do trabalho decente transparência ao trabalho realizado pelas repre-
e à promoção do desenvolvimento sustentável, sentações. No tocante à Economia Solidária,
a necessidade de novos enfoques na relação o trabalho desenvolvido pelo Ministério junto
comércio/emprego, o funcionamento dos mer- com nossos parceiros possibilitou recuperar e
cados de trabalho e a redução do déficit de montar cerca de 15 mil empreendimentos, com
trabalho decente – temas abordados, não por os quais geramos aproximadamente 1,2 milhão
acaso, no pronunciamento do Excelentíssimo de postos de trabalho entre empregados diretos,
Senhor Juan Somavia. indiretos e membros-sócios.
Trata-se, pois, do desafio de conciliar as me- A nossa Comissão Tripartite de Relações In-
tas do crescimento econômico, da geração de ternacionais tem trabalhado no sentido de cor-
emprego e renda, da preservação do meio am- rigir o atraso em matéria de encaminhamento
biente e da promoção de relações de trabalho de instrumentos internacionais para apreciação
marcadas pelo equilíbrio e pela justiça. Desafio do Congresso Nacional, como as Convenções
cujo enfrentamento é imprescindível e inadiável, nº 150, sobre Administração do Trabalho, e nº
e nos envolve a todos – governos, empregado- 151, sobre Relações de Trabalho na Adminis-
res, trabalhadores, sociedade civil. tração Pública, de 1978, além das normas mais
recentemente aprovadas pela OIT. Em próximas
Portanto, é com satisfação que, ao apresentar
reuniões dessa Comissão, discutiremos outros
está quinta edição de “Cadernos de Relações
instrumentos pendentes, bem como aqueles
Internacionais” dedicada à 96ª Conferência do
que tenham sido denunciados pelo Governo
Trabalho da OIT, reitero o compromisso do MTE
brasileiro, a exemplo da Convenção nº 158 da
com a promoção do trabalho decente, princípio
OIT. Além disso, temos atuado em estreita co-
que tem norteado nossa atuação em território
operação com diversos países, compartilhando
nacional, e ainda o empenho conjunto com nos-
experiências e contribuindo para a melhoria das
sos vizinhos, visando à promoção da Declaração
políticas públicas, como condição para a ele-
Sociolaboral do Mercosul. Destaco, ademais,
vação da qualidade de vida e de geração de
o processo de elaboração e de implementação
melhores perspectivas para a população traba-
da Agenda Nacional do Trabalho Decente, que
lhadora no Brasil e em nossa região.
estamos realizando em estreita colaboração
com a OIT. Por fim, gostaria ainda de ressaltar a impor-
tância da relação existente entre os compro-
Com igual satisfação, saliento que esta edi-
missos internacionais assumidos pelo Brasil no
ção de “Cadernos” vem à luz num contexto em
âmbito da OIT e os nossos compromissos inter-
que o nosso País registra avanços históricos em
nos, agendas que se fortalecem mutuamente.
relação à agenda do trabalho, como a geração
E reiterar que, como sentenciava o Presidente
de milhões de empregos com Carteira assinada
Lula em Genebra, há quatro anos, não acre-
e a ampliação do combate ao trabalho escravo
ditamos em desenvolvimento econômico sem
e ao trabalho infantil. Logramos estabelecer o
justiça social.
sistema mediador, um programa inédito no País,
O
Por sua parte, as recomendações pretendem
s Estados-Membros da OIT se reúnem na Con- orientar a ação no plano nacional, mas não
ferência Internacional do Trabalho, realizada a cada estão abertas à ratificação nem são juridica-
ano, em Genebra, Suíça, durante o mês de junho. mente vinculantes.
Cada Estado-Membro é representado por uma • A Conferência também supervisiona a apli-
delegação integrada por dois delegados governa- cação nacional das Convenções e Recomen-
mentais, um delegado empregador e um delegado dações. Examina as memórias que todos os
trabalhador, além de seus respectivos conselheiros Estados-Membros apresentam, fornecendo
técnicos; os delegados empregador e trabalhador informação detalhada acerca do cumprimen-
são designados de acordo com as organizações na- to das obrigações contraídas em virtude das
cionais mais representativas dos empregadores e dos Convenções que foram ratificadas e acerca de
trabalhadores. sua legislação e prática relativa às Convenções
(ratificadas ou não) e Recomendações sobre
Todos os delegados desfrutam dos mesmos di- as quais o Conselho de Administração tenha
reitos e podem expressar-se com inteira liberdade e solicitado a apresentação de memórias.
votar como considerar oportuno. Assim, ocorre que
• Desde a adoção, em 1998, da Declaração
os delegados dos trabalhadores e dos empregadores
da OIT relativa aos princípios e direitos fun-
votem em sentido contrário, ou em sentido contrário
damentais no trabalho, outra iniciativa impor-
ao de seus delegados governamentais. Essa diversi-
tante da Conferência é o exame do Informe
dade de pontos de vista não impede que as decisões
Global, preparado pela Organização em vir-
se adotem, com freqüência, por ampla maioria de
tude dos procedimentos de seguimento esta-
votos ou por unanimidade.
belecidos pela Declaração. Ao longo de um
Muitos representantes governamentais são minis- ciclo de quatro anos, a Conferência examina,
tros encarregados dos assuntos sociolaborais de seus por turnos, os informes globais que abarcam
países. Durante a reunião da Conferência, também os quatro direitos fundamentais, a saber:
fazem uso da palavra chefes de Estado ou de go- a) liberdade sindical e associação e reconhe-
verno. As organizações internacionais, tanto gover- cimento efetivo do direito à negociação
namentais como não-governamentais, assistem na coletiva;
qualidade de observador. São várias as funções da
b) a eliminação de todas as formas de trabalho
Conferência, também conhecida como Parlamento
forçado ou obrigatório;
Mundial do Trabalho:
c) a abolição efetiva do trabalho infantil;
• Em primeiro lugar, está a de elaborar e adotar
normas internacionais do trabalho, que reves- d) a eliminação da discriminação no emprego
tem a forma de Convenções e Recomenda- e ocupação.
ções. As Convenções são tratados internacio- • A Conferência é, ademais, um foro em que
nais que, uma vez adotados, são submetidos se debatem com inteira liberdade questões
à ratificação dos Estados-Membros. A ratifi- sociais e trabalhistas, de fundamental impor-
tância para o mundo inteiro. Os delegados • A Conferência também adota resoluções que
estudam a evolução do progresso social no proporcionem orientações para a política geral
mundo, mas o tema central é a Memória que e as atividades futuras da OIT.
é apresentada a cada ano pelo Diretor-Geral • A cada dois anos, a Conferência aprova o
da OIT. Durante os últimos anos, essas me- programa de trabalho e o orçamento bienal
mórias trataram dos temas seguintes: Trabalho da Organização, que são financiados pelos
Decente (1999); Reduzir o Déficit do Trabalho Estados-Membros.
Decente – um desafio global (2001); e Por
uma Globalização Justa: Criar oportunidades
para todos (2004).
A
e Emprego coordena na atualidade vários programas
Memória do Diretor-Geral da Conferência do de geração de emprego e renda, o Programa Nacio-
Trabalho, Juan Somavia, retoma as conclusões da nal para estimular o Primeiro Emprego, o Programa
Cúpula de Johannesburgo e põe em evidência a Nacional de Microcrédito Produtivo e Orientado e o
necessidade de que as políticas nacionais e os orga- Programa Nacional de Qualificação Profissional. A
nismos internacionais multilaterais sejam mais coe- estes programas se somam outros projetos produtivos
rentes. Fortalece o conceito de trabalho decente para coletivos, como cooperativas populares, redes de
todos e o associa à sustentabilidade dos modelos produção, consumo e comercialização, instituições
de desenvolvimento de nossos países. As mudanças financeiras de apoio a iniciativas populares e solidá-
sociais e econômicas que ocorreram no mundo glo- rias, empresas recuperadas por trabalhadores orga-
balizado foram depreciadas nas últimas décadas na nizados em autogestão, cooperativas de agricultura
relação de empregador com o trabalhador. Muitos familiar e cooperativas de prestação de serviços. Os
trabalhadores se vêem obrigados a renunciar a seus Consórcios da Juventude, formados por entidades e
direitos fundamentais para garantir sua sobrevivên- movimentos da sociedade civil organizada, propor-
cia. Devido a essas mudanças, no Brasil, há todo cionam qualificações profissionais aos jovens que se
um processo de qualificação dos trabalhadores, em encontram em situação de vulnerabilidade pessoal
que participam as universidades, os estados fede- e de risco social, com vistas a facilitar seu ingresso
rais etc. A capacitação de nossos jovens para essa no mercado de trabalho.
nova realidade do mundo contemporâneo é uma O Governo concede, ademais, os recursos finan-
prioridade. Estamos convencidos de que a geração ceiros necessários para custear essa qualificação,
de trabalho decente é um meio para alcançar a su- assim como subsídios às empresas que contratam tais
peração da pobreza, a redução das desigualdades jovens. Para apoiar esses programas, o Presidente
sociais e a governança democrática. É inaceitável Luiz Inácio Lula da Silva está realizando esforços
que a eliminação dos direitos e as garantias do tra- com vistas a reforçar o diálogo do Governo com a
balho sejam uma condição prévia para o crescimento sociedade brasileira, a fim de formular conjuntamen-
econômico. te uma política nacional de trabalho decente para
O Governo brasileiro tem se dedicado à aplicação a juventude. Essa mobilização nacional tem contri-
de políticas públicas destinadas a superar a pobreza buído de maneira decisiva para a criação de mais
e assegurar a inclusão social, promover os direitos seis milhões de postos de trabalho no setor formal
fundamentais no trabalho e lutar contra a informali- no Brasil nos últimos quatro anos, sem que por isso
dade. Não acreditamos que exista contradição entre se tenha perdido qualquer dos direitos conquistados
o progresso social e os bons resultados econômicos. por nossos trabalhadores. Estamos registrando índi-
ces sem precedentes de crescimento do emprego no plano nacional e mundial. No Brasil, o Bolsa-Família,
setor formal: 701 novas empresas em quatro meses, um dos programas mais importantes de transferência
um recorde em toda a história do Brasil. Isso refle- direta de renda no mundo, contribui de maneira de-
te os esforços realizados pelo Governo para que o cisiva a romper o ciclo de vulnerabilidade e pobreza
Brasil siga o caminho do crescimento econômico entre as gerações. Ademais das medidas encami-
e da a distribuição de renda. O Brasil acolhe com nhadas a reduzir a pobreza, somos conscientes de
satisfação o Informe Global sobre a Discriminação que priorizar a educação é um requisito primordial
no Trabalho. Queremos destacar a esse respeito o para alcançar uma política eficaz que permita fazer
Decreto Ministerial nº 41, que proíbe qualquer tipo frente a esse flagelo que atinge tantas crianças e
de referência negativa contra o trabalhador em sua jovens no mundo.
Carteira de Trabalho. Proíbe, assim, que o emprega-
As ações brasileiras nesse âmbito, a saber, os
dor exija do trabalhador renunciar a seus direitos, o
programas para a Erradicação do Trabalho Infantil e
que lhe proporcionaria uma prova de esterilização
Toda Criança na Escola, refletem esta preocupação
ou desconforto.
e vêm sendo reconhecidas pela Organização como
O Governo brasileiro quer reiterar seu firme com- exemplos de boas práticas. Nesse sentido, queremos
promisso com a eliminação do trabalho forçado em agradecer à OIT os grandes progressos realizados
seu território nacional. Tendo em vista os resultados pelo Programa Internacional para a Erradicação do
positivos obtidos neste âmbito, queremos expressar Trabalho Infantil em nosso País. Esses resultados têm
nosso interesse em que se siga cooperando com a estimulado o Governo brasileiro a patrocinar projetos
OIT no projeto de luta contra o trabalho forçado do IPEC no Haiti e nos países de língua portuguesa
no Brasil, cujo término está previsto para este ano. na África, onde esperamos poder reproduzir, sempre
Ainda este ano, foram realizados esforços nos Es- em estreita coordenação com os governos locais,
tados do Pará, Maranhão e Piauí, para recordar os as boas práticas existentes no Brasil neste âmbito.
trabalhadores de seus direitos e de lutar, por meio Dessa forma, o Brasil seguirá apoiando os esforços
de nossas equipes de fiscalização, contra qualquer realizados pela Organização para fortalecer nossa
tipo de trabalho forçado. A luta contra o trabalho cooperação.
infantil também é objeto de crescente atenção no
O
possível superar os obstáculos com que esbarram o
Diretor-Geral da Conferência do Trabalho, desenvolvimento, tais como o desemprego e o em-
Juan Somavia, propôs diversos temas, a globaliza- prego informal. A formulação de políticas tende a
ção econômica, os mercados livres, as empresas melhorar as qualificações dos trabalhadores e é uma
sustentáveis, a relação entre as pequenas, médias e estratégia muito conveniente. Quanto à formação
grandes empresas e a capacidade de cada uma de profissional, as organizações de empregadores do
gerar trabalho, os contratos e os salários, a medição Brasil têm empreendido essa tarefa há muito tempo,
dos déficits de trabalho decente, a proteção social, mantendo e administrando por meio das Confedera-
a modernização da gestão dos assuntos públicos no ções Nacionais da Indústria, Comércio, Transporte
mundo do trabalho e a reforma das Nações Unidas. e Agricultura, seus próprios serviços de formação
No Brasil, compartilhamos da mesma inquietude que profissional. Portanto, a solução para fomentar o em-
se experimenta em todo o mundo pelo aglutinamento prego, que tem a ver com a flexibilidade do mercado
das reservas de combustíveis fósseis e a degrada- de trabalho, é decidir se deve ser adotado um novo
ção do meio ambiente, em particular nas grandes modelo de relações trabalhistas definindo uma lista
cidades. Esforçamo-nos para produzir combustíveis mínima de direitos fundamentais e permitindo que
alternativos, tais como o etanol, que já está sendo as negociações entre as partes interessadas ampliem
utilizado em grande parte em nosso mercado auto- essa lista segundo suas possibilidades e necessida-
motivo e o biodiesel, que começamos a mesclar com des. Quanto ao custo da mão-de-obra, seria mais
o diesel destinado a nossos ônibus e caminhões. proveitoso começar a integrar medidas para suprimir
algumas regulamentações excessivas em torno do
No processo de produção, utilizam-se terras dis-
trabalho.
poníveis não destinadas à produção de alimentos.
No que concerne ao meio ambiente, com o apoio A globalização do comércio tem exacerbado a
das empresas e as organizações de trabalhadores, o competitividade e tem imposto novas normas de pro-
Governo brasileiro está melhorando sua legislação e dução, exigindo que os agentes econômicos incorpo-
seus sistemas de inspeção e supervisão. Exemplo dis- rem novas tecnologias e redobrem seus esforços para
so é o organismo ambientalista, o Instituto Brasileiro aumentar a rentabilidade da produção. Lamentavel-
de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (IBAMA) e mente, essas práticas eliminam postos de trabalho
o Programa de Descontaminação da Confederação e incrementam os níveis de desemprego, inclusive
Nacional de Transporte (CNT). Tendo em vista as havendo crescimento econômico. A questão mais
mudanças suscitadas pela globalização, é preciso importante que os governantes de todo o mundo
modificar profundamente as normas que regem o deverão abordar nos próximos anos e, em particular,
trabalho. Em nosso País há enormes diferenças entre a OIT, é como conciliar a irreversível demanda de
o progresso tecnológico, o trabalho e a legislação qualidade e produtividade com a necessidade de
social e a capacidade das Pequenas e Médias Empre- seguir criando suficientes postos de trabalho para
sas (PYMES) para cumprir com a variedade de nor- atender às necessidades de milhões de jovens que, a
mativas. O mundo está mudando e devemos mudar cada ano, ingressam no mercado de trabalho. Acre-
ditamos que a geração e a promoção de trabalho tivas nacionais que cada país empreende de forma
decente é a melhor maneira de conseguir a inclusão responsável, é necessário contar com um ambiente
social e o meio mais apropriado para alcançar o de- de maior cooperação e menos protecionismo, em
senvolvimento sustentável da perspectiva econômica, que a integração dos mercados seja um instrumento
social e ambiental. justo para criar condições propícias para alcançar
mais trabalho decente e inclusão social. Os dirigen-
É imprescindível unir as políticas macroeconô-
tes e os empresários devem fomentar a união da
micas e de emprego e trabalhar com a finalidade
sociedade civil sobre a base das causas comuns. Os
de alcançar um crescimento econômico com desen-
governos não têm respostas nem soluções para todos
volvimento social e proteção do meio ambiente. É
os problemas. Compete à sociedade trabalhar de
possível que a OIT por si só não consiga solucionar
maneira conjunta para analisar os problemas e pro-
todos esses graves problemas do mundo do trabalho,
por soluções. No Brasil, nosso Presidente, Luiz Inácio
mas conviria que fossem incluídos em seu programa
Lula da Silva, tem surpreendido os observadores com
de ações estudos a respeito dos diversos problemas
o equilíbrio alcançado, traduzido em importantes
ocasionados pela globalização, assim como a di-
progressos econômicos e sociais, que têm atraído
mensão social dos mesmos.
investimento e capital estrangeiro. Esperamos que
A globalização do trabalho decente somente pode a redução das taxas de juros permita ao Brasil um
triunfar por meio de um projeto de âmbito mundial crescimento maior, e que as decisões em termos de
em que se harmonizem os aspectos econômico e política fiscal e as reformas necessárias nesta área,
social. É a única maneira de alcançar o desenvolvi- assim como a relação entre o capital e o trabalho,
mento sustentável e a paz mundial. Se desejarmos evoluam com a mesma presteza e determinação.
o trabalho decente, devemos promover um mundo Para concluir, no espírito de fraternidade universal
decente para todos. Contudo, vale a pena mencionar e a confiança que os empregadores brasileiros de-
que o progresso necessário para o processo de glo- positam na OIT, acreditamos que será possível criar
balização exige que se levem em conta as relações um mundo de trabalho decente graças à cooperação
comerciais internacionais. Sem prejuízo das inicia- tripartite que aqui se pratica.
As conclusões refletem, em primeiro plano, o con- progressiva. Entretanto, a discussão não se encer-
senso obtido pelos Membros quanto à permanência e rará ao término dessa etapa. Subjaz ao debate a
à validade dos princípios e objetivos da OIT, expres- indagação sobre o futuro lugar da OIT no sistema
sos em atos fundamentais e no Programa de Trabalho ONU, cujo processo de reestruturação poderia re-
Decente, e ao significado do tripartismo como meio sultar em perda de poder e capacidade de atuação
essencial para alcançar ditos objetivos. Abordam, das agências especializadas em favor da “unifica-
em seguida, os três aspectos fundamentais para a ção da imagem/ação das Nações Unidas”.2 Diante
melhoria da governança, resumidos na seção ante- desse cenário, ganha maior nitidez o acento dado
rior, que poderiam contribuir para o fortalecimento pela Comissão ao compromisso de fortalecer a OIT
da capacidade da OIT. no processo de reforma das NU [Unidos na Ação],
de manter todas as suas esferas de atividade e de
O projeto de resolução trata, em essência, da
valorizar sua identidade tripartite.
proposta dirigida ao Conselho de Administração
para que ele considere a possibilidade de incluir
o tema na ordem do dia da 97ª Conferência, para 5. SUGESTÕES PARA UMA AGENDA
prosseguimento e conclusão do debate e a adoção
de um documento de referência. Também solicita à DE TRABALHO EM TORNO DO TEMA
Oficina os meios necessários à celebração de amplas A reinserção do tema na 97ª Conferência (2008)
consultas e a redação de um projeto de “documento e o programa de consultas que a antecederão abrem
de referência” que leve em conta as opiniões ex- uma oportunidade particularmente favorável à ado-
pressas na presente reunião e aquelas a surgir do ção de um conjunto de iniciativas relacionadas com o
intercâmbio de idéias entre os Membros. assunto em foco. O elemento-chave do processo de
A Conferência Internacional do Trabalho adotou, fortalecimento da OIT é, em última análise, prover os
na sessão plenária do dia 15 de junho, os projetos Estados-Membros de maior capacidade para pôr em
de resolução e de conclusões. marcha políticas públicas de trabalho decente e, por
essa via, impulsionar o desenvolvimento sustentável
e a justiça social. O PTDP é o elemento-chave que
4. AVALIAÇÃO DOS FEITOS possibilita estreitar a colaboração entre a Oficina e
DA COMISSÃO
o país, integrar os objetivos econômicos e sociais,
vincular os programas internos de desenvolvimento
A temática proposta à Comissão comporta ques- aos conexos dos organismos internacionais respon-
tões não apenas numerosas, mas também de uma der aos desafios sociais da globalização. É também
complexidade apreciável, que implicam, ademais, o veículo natural de engajamento de empregadores
dificuldades à necessária obtenção de consensos en- e de trabalhadores na busca de padrões laborais
tre os constituintes. Tanto é verdade que o Relatório civilizados, recordando-se que o diálogo tripartite
V antecipava comentários a respeito da conveniência é elemento constitutivo do trabalho decente e meio
de se prever para o debate mais tempo do que o eficaz para alcançá-lo.
disponível em uma única reunião da Conferência.
A arquitetura de uma agenda que associe a con-
A despeito disso, a Comissão registrou progressos
creção do PTDP nacional e o debate sobre o for-
importantes no tratamento dos aspectos centrais do
talecimento da OIT poderia também reservar um
tema e na convergência de posições, como demons-
espaço à preparação da delegação brasileira, em
tram os projetos de resolução e de conclusões.
particular da governamental, à futura Conferência.
O prosseguimento do exame do tema, a ser rea-
lizado durante o programa de consultas e a próxima
Conferência, refinará as idéias e propostas para o 2
Considerações apoiadas, sobretudo, na Nota MRE nº 00047,
fortalecimento da OIT num ambiente de globalização da Missão do Brasil em Genebra, de 25 de junho de 2007.
Caberia imaginar, com tal propósito, cadeias de in- outros arranjos supranacionais. O diálogo ampliado
terlocução que, impelidas desde o MTE, estenderiam proporcionaria uma visão mais penetrante dos te-
progressivamente seus limites a outros ministérios mas, formação de consensos, participação individual
e órgãos públicos interessados, aos sujeitos do tri- e coletiva qualificada, percepção dos impactos de
partismo e, se oportuno, a entidades da sociedade normas e outras medidas a respeito do emprego e
civil. O esquema poderia ser adaptado às nego- as condições sociais, compartilhamento de soluções
ciações envolvendo os Estados-Partes do Mercado na esfera nacional, sub-regional ou regional e outros
Comum do Sul (MERCOSUL), da CIMT/OEA e de ganhos concretos.
O Brasil tem 8.200 quilômetros de costa e uma Atualmente a pesca oceânica no Brasil é realiza-
da, em sua maior parte, por meio de barcos de pesca
plataforma continental de 822 mil quilômetros qua-
drados na faixa de até 200 metros de profundidade, estrangeiros, arrendados por empresas nacionais,
e poderia ser uma referência internacional na produ- com a finalidade de aumentar as quotas de captura,
ção pesqueira, porém, com a produção média anual transferir tecnologia e formar mão-de-obra. Em al-
de 843 mil toneladas, ocupa o 25º lugar no ranking guns estados do Nordeste, essa finalidade tem sido
mundial da pesca, com uma participação de menos alcançada em grande parte, pois já temos barcos
de 1% da produção mundial. O consumo nacional de pesca oceânica nacionalizados, com dois terços
de pescados é baixo, de 6,9 quilos ao ano por ha- da tripulação de barcos estrangeiros formados por
bitante, bem inferior às médias dos outros países, pescadores brasileiros.
que chegam a alcançar 50 quilos na Espanha e 80 A atividade pesqueira no Brasil se apresenta como
quilos no Japão, ficando o Brasil no 128º lugar do uma alternativa real de criação de divisas, empregos
ranking de consumidores. e alimentos. Assim, torna-se necessário o engaja-
O modelo da pesca em nosso País ainda é ex- mento do governo, empregadores e trabalhadores
trativista, dependendo da sorte e da experiência do nessa alternativa, de forma integrada, resguardando
pescador, e a frota nacional de pesca é relativamente o interesse legítimo de cada segmento, para que o
pequena e obsoleta, formada por embarcações de resultado seja producente. Nesse contexto, o tripar-
pequeno porte, sendo que 97% dessa frota – 70 mil tismo surge como uma estratégia ideal para decisões
barcos até 12 metros de comprimento – tem idade sobre o setor, visando à criação e ao cumprimento
média de 20 anos. de regras para a pesca que contemplem os parceiros
sociais envolvidos de forma otimizada.
Estamos situados em posição estratégica entre
três importantes blocos econômicos e mercados
consumidores do mundo (NAFTA, União Européia e DESENVOLVIMENTO DOS TRABALHOS
MERCOSUL), além do mercado interno, e estamos
próximos às áreas de ocorrência, na macrorregião NA COMISSÃO DA PESCA/96ª CIT
econômica do Atlântico, das espécies de peixes mi- A nova Convenção visava revisar cinco instrumen-
gratórios de alto valor comercial, como os atuns, tos da OIT (quatro convenções e uma recomenda-
espadartes, tubarões, etc. Isso representa concretas ção), preservando os direitos dos pescadores, ela-
vantagens comparativas (localização, Zona Eco- borando um texto em linguagem acessível e de fácil
nômica Exclusiva extensa, real potencialidade dos entendimento, que fosse atrativa para aumentar as
ratificações, visando assegurar a mais ampla aceita- uma Mesa-Redonda na OIT, em dezembro de 2006,
ção e ao mesmo tempo a fiscalização efetiva. com a presença do Brasil, para discutir possíveis so-
luções de consenso que levassem à adoção do texto
O texto que foi utilizado na ordem do dia da 96ª
em 2007.
reunião da Conferência Internacional do Trabalho
(CIT)/2007 era o mesmo que constava no relatório As respostas dos países citados, assim como as
do Comitê do Setor Pesqueiro da 93ª Reunião da consultas diárias aos representantes dos países do
CIT /2005, quando a proposta teve a seguinte vota- GRULAC na Comissão da Pesca, foram levadas em
ção: 288 votos a favor, 8 contra e 139 abstenções. consideração pela representante do Governo nos
Como o quorum era 297, e requerida maioria de entendimentos com os outros grupos de países, na
2/3, equivalente a 290 votos (do total de 435 votos), 96ª CIT, em relação à apresentação de possíveis
a Convenção não foi adotada. emendas ao texto e esclarecimentos aos represen-
tantes que não estiveram presentes às outras reuniões
A recomendação teve votação suficiente e foi
da OIT sobre Pesca, para evitar abrir discussões des-
adotada na CIT de 2005, mas nessa nova discussão
necessárias sobre disposições maduras no projeto e,
de 2007 seria necessário que a mesma fosse revista
ao mesmo tempo, defender os interesses dos países
e provavelmente fosse adotada uma nova recomen-
do GRULAC.
dação, o que efetivamente ocorreu.
Os Grupos de Pescadores e Armadores
O Conselho de Administração da OIT, em sua
continuaram com discussões bilaterais até junho de
294ª Reunião (novembro de 2005), havia decidido
2007, procurando encontrar o maior número possível
que seriam feitas novas consultas tripartites sobre o
de soluções em comum, o que facilitou o trabalho
texto, e seus resultados agregados aos documentos
nesta 96ª CIT. Esses grupos também continuaram com
a serem disponibilizados para a 96ª CIT. Foi remeti-
os entendimentos com o Japão, conseguindo concor-
do um questionário a todos os Estados-Membros, a
dância em relação à equivalência da tonelagem, para
ser respondido de forma tripartite, com os principais
facilitar a ratificação dos países asiáticos.
pontos identificados que apresentaram dificuldades
(para ratificação), ou seja: Os debates foram muito produtivos, tendo a
• possibilidade de que a autoridade competente Comissão da Pesca conseguido trabalhar de forma
exclua certas embarcações ou pescadores de al- harmônica, entendendo que a Convenção, para ser
gumas ou todas as disposições da Convenção; amplamente ratificada e proteger maior número de
trabalhadores, deveria apresentar normas mínimas,
• exame médico dos pescadores;
sem abrir mão dos direitos já conseguidos pelos pes-
• tripulação mínima e horas de descanso; cadores, mas respeitando o fato de que os países em
• alojamento a bordo de embarcações pesquei- desenvolvimento e os países asiáticos teriam que ser
ras, incluindo as cifras de equivalência de ar- levados em consideração, e que os países mais desen-
queação bruta que figuram no § 7º do art. 28, volvidos pudessem conservar suas normas de padrão
Anexo III; mais elevado. Por isso, os trabalhos foram finalizados
• quaisquer outras questões que deveriam ser em 10 sessões, em prazo inferior ao esperado.
abordadas com relação a este ponto da Or- Nio dia 8 de junho foi concluído o trabalho, tendo
dem do Dia da 96ª CIT. sido completado com as cláusulas finais o texto da
O questionário recebeu respostas de 48 Estados- proposta de Convenção sobre o Trabalho na Pesca,
Membros até 20 de outubro de 2006, e dentre esses, bem como da nova recomendação e quatro reso-
de 11 países do GRULAC: Argentina, Brasil, Costa luções, estas sobre promoção da nova convenção;
Rica, Cuba, Honduras, México, Panamá, Suriname, sobre eventuais mudanças nas equivalências de to-
Trinidad e Tobago, Uruguai e Venezuela. Foi feita nelagem e comprimento, conforme alterações das
convenções da IMO; a respeito da promoção do homens e mulheres que laboram no setor da pesca
bem-estar dos pescadores e sobre as fiscalizações mundial. Nossos representantes atuaram defendendo
trabalhistas do Estado do Porto nas embarcações os interesses nacionais e os dos países do GRULAC
estrangeiras. (países da América Latina, Central e Caribe), sendo
a representante do Governo a coordenadora desse
Durante todo o período, a Assessoria Internacio-
grupo de países na Comissão da Pesca.
nal repassou informações atualizadas à Assessoria
de Comunicação do MTE, possibilitando a todos, Foram analisadas 70 emendas, muitas seme-
principalmente no Brasil, acompanhar em tempo real lhantes entre si e outras com apoio simultâneo dos
as ocorrências na 96ª CIT na página do Ministério. pescadores e dos armadores. A convenção possui
Também foram feitas reuniões da bancada de go- 43 artigos e três anexos, sem contar as disposições
verno, para orientações sobre procedimentos, com finais. A recomendação possui 55 parágrafos e qua-
a chefia da delegação e os representantes do MRE, tro resoluções foram adotadas, como mencionado
facilitando, dessa forma, a correta condução dos anteriormente.
diversos temas. Houve forte entrosamento da equi-
Além de disposições para todos os pescadores
pe, que foi muito solicitada por outros países para
terem a proteção de um contrato de trabalho formal,
opiniões e esclarecimentos a respeito de todos os
a convenção prevê tempo de descanso necessário
assuntos da agenda, inclusive com pedidos de coo-
e outros itens visando a melhorar a saúde e a se-
peração técnica, principalmente do Chile e Uruguai,
gurança no trabalho da pesca, determina a mesma
no caso da pesca.
proteção da seguridade social que os outros traba-
lhadores do país possuem e cria mecanismos para
CONCLUSÃO uma implementação progressiva de determinados
artigos, quando o mesmo não possuir condições de
O resultado final da Comissão da Pesca na 96ª aplicar todas as disposições imediatamente.
CIT/OIT foi a adoção da Convenção sobre o Traba-
lho na Pesca nº 188/2007, por 437 votos a favor, Para o Brasil, que atende praticamente todos os
dois votos contra e 22 abstenções. A conclusão dos itens previstos na Convenção, a maior proteção será
trabalhos iniciados em 1999, sempre com a colabo- em relação aos pescadores de barcos estrangeiros de
ração do Brasil, teve essa votação significativa pelo pesca oceânica arrendados por empresas nacionais, e
êxito do trabalho tripartite, respeitando os países que, em alguns casos, trouxeram condições desuma-
em desenvolvimento e suas dificuldades, mostrando nas de trabalho, em que foi necessária forte atuação
que é importante termos uma norma que pretende da Inspeção do Trabalho, do Ministério Público do
melhorar as condições de trabalho de 30 milhões de Trabalho e da Marinha para evitar a continuidade
dessa competição desleal com nossos barcos.
no diálogo social; aplicação da legislação laboral memente baseado em sua singular função normativa
mediante administração eficaz do trabalho, inclu- e na Agenda do Trabalho Decente”iii. Nesse sentido,
sive sistemas de inspeção do trabalho; incentivo à deve empreender pesquisas e elaborar políticas para
responsabilidade social da empresa; promoção de promoção do emprego e do trabalho decente, ao
contratação, empréstimos e investimentos públicos mesmo tempo em que deve buscar cooperação com
responsáveis, sob a ótica social e ambiental; incor- outros organismos internacionais para tratar da re-
poração de objetivos sociais e ambientais na pro- lação entre trabalho e questões macroeconômicas
moção de setores e cadeias produtivas; existência de e comerciais.
marco institucional e legal que propicie flexibilidade
Enfatizou-se que a OIT deve proporcionar su-
e proteção para gestão da mudança; programas de
porte e ferramentas práticos aos governos e atores
empreendedorismo sustentável voltados para públi-
sociais, adaptados à realidade de cada país, tratan-
cos específicos; facilitação do acesso a investimento
do como espaços privilegiados para esse labor as
em pesquisa e inovação; criação de mecanismos
Agendas Nacionais do Trabalho Decente. Assim, o
de acesso a informação e a serviços empresariais
Relatório Conclusivo propõe que o apoio aos países
e financeiros; articulação e coerência intragoverna-
na promoção de empresas sustentáveis ocorra no
mental; formulação de políticas internacionais efeti-
sentido de fortalecer a capacidade dos governos e
vas em áreas relacionadas à promoção de empresas
dos atores sociais de criar um ambiente propício ao
sustentáveis; promoção de formas sustentáveis de
desenvolvimento de empresas sustentáveis; realizar
produção e consumo; e apoio à formação e à ca-
estudos e análises voltados à identificação de setores
pacitação.
com potencial de criação de trabalho decente, no
contexto da promoção de cadeias de valor e conglo-
O PAPEL DOS ATORES SOCIAIS merados; auxiliar no desenvolvimento de estratégias
de desenvolvimento local e; promover boas práticas
Reservou-se uma seção para o essencial papel no ambiente de trabalho.
que trabalhadores, empregadores e suas organiza-
ções têm no apoio aos governos para formulação
e implementação de políticas de promoção de em- BREVE COMENTÁRIO SOBRE OS
presas sustentáveis. O Relatório Conclusivo sugere
que tal suporte pode se consubstanciar a partir de
TRABALHOS DA COMISSÃO
apoio à elaboração de políticas de incentivo ao de- Não resta dúvida sobre a relevância do tema de
senvolvimento de empresas sustentáveis; ampliação promoção de empresas sustentáveis para o atingi-
da representação de trabalhadores e empregadores, mento da missão da OIT de “gerar trabalho decente
reforçando os benefícios da associação; prestação e meios de sustento, segurança laboral e melhores
de serviços a seus membros, particularmente em condições de vida para pessoas vivendo tanto nos
gestão do conhecimento, formação e orientação; e países mais pobres como nos mais ricos”, mediante
promoção do trabalho decente na implementação a promoção dos direitos do trabalho, de melhores
de políticas e normas. oportunidades de obtenção de trabalho decente,
melhoria da proteção social e fortalecimento do
diálogo social sobre assuntos laboraisiv. Partindo da
O PAPEL DA OIT consideração de que são as empresas as principais
A seção do Relatório Conclusivo dedicada ao geradoras de emprego e renda, nada mais impor-
papel da OIT reforça que o trabalho na promoção tante que colocá-las no centro da agenda da OIT,
de empresas sustentáveis “deve se guiar por seu man- para que sejam geradoras de emprego e renda e
dato, orçamento e vantagem comparativa e estar fir- desenvolvimento sustentável.
balho forçado, 1930, a Comissão incluiu as conclu- Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
sões dos casos de Bielo-Rússia (Belarus), Zimbábue Econômico (OCDE), oito países de Ásia, cinco da
e República Democrática do Congo num parágrafo África e três da América Latina. Não existem fórmulas
especial. Essas duas últimas delegações não partici- mágicas nem equilíbrio perfeito. As normas são aper-
param da deliberação de seus casos respectivos. feiçoáveis para o fortalecimento do sistema.
Na sessão de adoção do Relatório, durante a Neste ano, constatamos que as conclusões da
plenária, destacamos os aspectos que devemos ca- Comissão resultaram mais claras, mais objetivas e
pitalizar, tais como são as consultas realizadas com mais concisas. Resta-nos apenas encontrar um maior
a finalidade de melhorar os métodos de trabalho da equilíbrio entre os temas para evitar que a Comissão
Comissão, permitindo que tivéssemos uma lista pré- seja uma extensão de outros mecanismos de controle
via desde o dia 15 de maio, facilitando aos governos da Organização.
sua preparação com antecedência e a organização
Finalizamos nossa intervenção, destacando o fato
de um calendário de atividades.
de que os debates realizados no âmbito da Comissão
Os membros que trabalharam na Comissão, nos são o reflexo da situação nacional, em ocasiões,
últimos anos, sabem da importância dos avanços. carregados de emoção. Devemos nos esforçar para
Agradeci em nome dos governos a sessão de informa- adotar critérios objetivos e claros para a seleção dos
ção organizada pelos vice-presidentes, após a adoção caso; considerando as limitações dos temas, sem
da lista dos casos individuais, na qual nos foram ex- ceder à pressão ideológica ou política. Sobretudo,
plicados o procedimento e os critérios para a inclu- devem ser mantidos a cortesia e o respeito mútuo
são na lista. Na lista deste ano, houve sete países da para fortalecer o tripartismo.
importante de las propuestas de programa y pre- de guía en los próximos años para formular nuestras
supuesto que presento a la reunión de este año de políticas y aumentar la capacidad institucional:
la Conferencia Internacional del Trabajo, así como • la globalización y la transformación de las es-
de las discusiones sustantivas sobre la mejora de tructuras de las inversiones y el empleo;
las capacidades de la OIT y sobre la promoción de
• trabajo y sociedad – lucha contra la pobreza,
las empresas sostenibles.1 Además, las rondas más
la discriminación y la exclusión social;
recientes de reuniones regionales de la OIT en las
Américas, Asia y el Pacífico, y, más recientemente • modernización de la gobernanza del mundo
en Africa, han desarrollado programas de acción a del trabajo, y
través de programas de trabajo decente por país para • el trabajo decente y la agenda internacional
el período que se extiende hasta 2015 con miras a para el desarrollo.
aportar una contribución importante a la agenda Todos esos temas son fundamentales para el mun-
internacional para el desarrollo, con inclusión de los do, para el futuro de la OIT como institución y para
Objetivos de Desarrollo del Milenio (ODM). el tripartismo como método para formular y aplicar
En este punto debo expresarme con franqueza. En políticas.
la prensa, la televisión y la radio distintos comenta- En mi Memoria de este año se tratan algunas de
ristas y analistas políticos sostienen que el modelo de las cuestiones clave inherentes a la promoción del
diálogo social no sobrevivirá a las presiones compe- trabajo decente para un desarrollo sostenible. En ella
titivas de la globalización, y que el tripartismo simple- se destacan puntos del orden del día de la reunión de
mente no puede responder con la rapidez necesaria la Conferencia, en los que, a mi juicio, el tripartismo
para seguir el ritmo tan rápido de los cambios. Mi y el diálogo social se enfrentan con retos importantes
corazón me dice que están equivocados, pero mi y respecto de los cuales debemos mostrarnos dispues-
cabeza me dice que mejor será asegurarnos de que tos a pensar de mane-ra innovadora y a actuar con
el tripartismo pueda demostrar su capacidad de inno- urgencia, tanto en la formulación de políticas como
vación si ha de sobrevivir y conservar su pertinencia. en la mejora de la capacidad institucional. Invito a
Debemos redoblar nuestros esfuerzos para garantizar los delegados ante la Conferencia a que acepten
que el tripartismo sea una realidad nacional e inter- estos retos, oportunidades y responsabilidades para
nacional palpable. promover de manera eficaz el Programa de Trabajo
El objetivo de la presente Memoria es examinar Decente y ayudar de esta manera a orientar al Con-
varias cuestiones que deben abordarse mediante el sejo de Administración y a la Oficina para seguir
tripartismo de la OIT. La mayoría de ellas son el re- desarrollando nuestras estrategias. Estas cuestiones
sultado de las políticas internacionales aplicadas en están agrupadas bajo los temas siguientes:
los últimos veinticinco años. • un enfoque equilibrado del desarrollo sostenible;
En las discusiones celebradas en la última reunión • políticas más coherentes para el comercio, las
de la Conferencia Internacional del Trabajo sobre mi finanzas, las inversiones y el empleo;
Memoria Cambios en el mundo del trabajo se desta- • promoción de una transición socialmente justa
caron cuatro temas importantes que deberían servir a empleos verdes;
• la compresión de los salarios y el aumento de
las desigualdades constituyen una amenaza
1
Véanse los siguientes informes presentados a la presente reunión
de la CIT: Proyecto de Programa y Presupuesto 2008-2009 y para el desarrollo sostenible;
otras cuestiones financieras, Informe II, Segundo punto del
• una mejor formulación de las políticas exige
orden del día; El fortalecimiento de la capacidad de la OIT
para prestar asistencia a los Miembros en la consecución de una base más completa de información sobre
sus objetivos en el contexto de la globalización, Informe V, el mercado de trabajo para medir los déficits
Quinto punto del orden del día; y La promoción de empresas
sostenibles, Informe VI, Sexto punto del orden del día.
de trabajo decente;
sarrollo mundial – que han promovido principalmen- La discusión sobre la promoción de empresas sos-
te las instituciones de Bretton Woods en los últimos tenibles en la reunión de la Conferencia de este año
veinticinco años. Con frecuencia se la conoce con el es particularmente oportuna. Promover las empresas
nombre de Consenso de Washington. La aplicación sostenibles significa reforzar las instituciones y los
de esta estrategia se ha suspendido muchas veces, sistemas de gobernanza que fomentan las empresas;
pero sigue teniendo una importante influencia sobre un mercado fuerte y eficiente requiere instituciones
las políticas. fuertes y eficaces. También significa garantizar una
combinación equitativa y eficiente de los recursos
Muchos de los preceptos de esas políticas se han
humanos, financieros y naturales que permita lograr
convertido en referentes comunes, por ejemplo, la
innovaciones y un aumento de la productividad. Para
estabilidad macroeconómica, la búsqueda de bajos
ello hacen falta nuevas formas de cooperación entre
niveles de inflación, la predominancia de las inver-
el gobierno, la empresa y la sociedad que aseguren
siones del sector privado y una mayor apertura del
la mejor calidad de vida (y de empleo) ahora y en el
comercio y las finanzas. Sin embargo, esa estrategia
futuro, y que a la vez salvaguarden la sostenibilidad
adolece de un defecto fundamental: se basa en la
del planeta.
creencia de que los mercados pueden reemplazar
las políticas públicas para equilibrar las necesidades La OIT puede dinamizar aún más la búsqueda
económicas, sociales y medioambientales. de un enfoque plenamente integrado del desarrollo
sostenible porque el lugar de trabajo reúne las di-
Los economistas llaman fallos del mercado a
mensiones social, económica y medioambiental de
lo que en realidad son fallos de las políticas. Es-
manera indisociable. También estoy convencido de
tos fallos han creado graves desequilibrios con las
que, para garantizar el avance de nuestro Programa
consiguientes reacciones sociales y políticas, que
de Trabajo Decente, tendremos que situarlo de ma-
pueden medirse en las encuestas, observarse en las
nera más clara en un marco de desarrollo sostenible.
elecciones y presenciarse cada vez más en las calles.
Necesitamos más y mejores empleos, sobre todo en
Paralelamente a los numerosos beneficios que han
sociedades que sufren de una pobreza generalizada,
recibido ciertas categorías en todos los países, la
pero esos empleos también deben ser sostenibles.
Comisión Mundial sobre la Dimensión Social de la
¿Qué significa esto?
Globalización ha advertido de que «el actual proceso
de globalización está produciendo resultados desi- En el plano social, esos empleos deben estar
guales entre los países y dentro de ellos. […] Esas abiertos a todos por igual, y los beneficios derivados
desigualdades globales son inaceptables desde el deben ser equitativos. La desigualdad y la discrimina-
punto de vista moral e insostenibles desde el punto ción provocan frustración y rabia y por ello son causa
de vista político».3 de dislocación social e inestabilidad política. 4 En el
plano económico, los empleos deben ser productivos
El tripartismo de la OIT está muy integrado en la
y poder competir en un mercado competitivo. Y, en el
buena gobernanza del mercado de trabajo para lo-
plano medioambiental, los empleos deben utilizar los
grar que haya economías de mercado justas, produc-
recursos humanos de modo que conserven el planeta
tivas y competitivas. Por esta razón, creo que puede
para las generaciones futuras, pero a la vez deben
desempeñar un papel fundamental para definir el
ser seguros para las trabajadoras y los trabajadores
punto de convergencia de las políticas públicas y de
y para la comunidad.
los mecanismos de mercado necesario para encon-
trar los equilibrios indispensables para el desarrollo
sostenible. 4
“OIT: La igualdad en el trabajo: afrontar los retos que se plan-
tean”, Informe global con arreglo al seguimiento de la Decla-
ración de la OIT relativa a los principios y derechos fundamen-
3
“OIT: Por una globalización justa: crear oportunidades para tales en el trabajo, Informe del Director General, Informe I (B).
todos”, informe de la Comisión Mundial sobre la Dimensión Conferencia Internacional del Trabajo, 96ª reunión, Ginebra,
Social de la Globalización, Ginebra, 2004. 2007.
La desigualdad social dentro de las naciones y en- El desarrollo sostenible requiere un marco sólido
tre ellas, exacerbada por la desigualdad en la distri- de normas y reglamentos que goce de una aceptaci-
bución de los beneficios y los costos de la globaliza- ón general. Sin embargo, hay que evitar el fardo de
ción, constituye una seria amenaza para el desarrollo un Estado excesivamente centralizado y burocrático,
sostenible. La apertura de los mercados está intensifi- y los riesgos consiguientes de asfixia de la innovación
cando la competencia en los mercados nacionales y y la competencia. El tripartismo es una de las vías
de exportación, lo cual obliga a las empresas de todo más prometedoras para el desarrollo de una sólida
el mundo a mejorar constantemente sus resultados infraestructura social en la cual las organizaciones
para no correr el riesgo de irse a pique. Un cambio de empleadores y los sindicatos puedan promover
de nuestra manera de consumir recursos que consista el diálogo y la confianza necesarios para garantizar
en adoptar modelos mucho menos destructivos desde el cumplimiento de reglas de aceptación general, lo
el punto de vista medioambiental creará numerosas cual reduce la necesidad de utilizar costosos meca-
oportunidades para reducir la pobreza a través del nismos estatales para el control de la aplicación.
trabajo decente, y también dará lugar a importantes
ajustes en las empresas y en el empleo.
2. POLÍTICAS MÁS COHERENTES
La sostenibilidad de la vida de la gente, la sos-
tenibilidad de las empresas y la sostenibilidad del PARA EL COMERCIO, LAS FINANZAS,
medio ambiente del planeta están estrechamente re- LAS INVERSIONES Y EL EMPLEO
lacionadas; estas tres dimensiones deben construirse
a través de una acción colectiva en los planos local Uno de los motores del cambio es el comercio.
y mundial. Debemos empezar a pensar en un futuro Por esta razón, me complace que este año se haya
más lejano, es decir, más allá de las preocupaciones publicado por primera vez un estudio conjunto de la
de cómo sobrevivir día a día en el mercado. Estas OMC y la OIT sobre comercio y empleo.5 Se trata de
tres dimensiones de la sostenibilidad obligan a los una rica fuente de información sobre los conocimien-
mandantes tripartitos de la OIT a planificar cómo han tos actuales acerca de las complejas relaciones que
de aprovecharse las oportunidades y administrarse existen entre las políticas comerciales y las políticas
los ajustes de una manera equitativa. de empleo. En él se muestra que la liberalización del
comercio da lugar a una reestructuración en forma de
Las economías de mercado, si no cuentan con cierre de empresas y pérdida de empleo en algunos
políticas públicas eficaces y con interlocutores so- sectores de la economía y de creación de nuevas
ciales fuertes, no promueven automáticamente la empresas, inversión para aumentar la producción y
inclusión social, ni tampoco crean suficientes vías nuevos empleos en otros sectores.
para un trabajo productivo y decente para las perso-
nas desfavorecidas. Del mismo modo, los mercados La liberalización del comercio se asocia tanto con
no reglamentados tampoco internalizan los costos la destrucción como con la creación de empleo. A
medioambientales ni los reflejan en las estructuras corto plazo, los efectos sobre el empleo pueden ser
de precios. Si queremos anticipar las repercusiones positivos o negativos en función de facto-res nacio-
que tendrá la aceleración del ritmo de transforma- nales específicos tales como el funcionamiento de
ción social, económica y medioambiental que se ha los mercados de trabajo y de productos y el carácter
iniciado con la apertura de las economías nacionales justo de las normas comerciales.
a una mayor competencia internacional y nacional, y
si queremos establecer políticas apropiadas, enton-
ces es necesario reforzar la capacidad de actuación 5
“OIT y Secretaría de la OMC: Comercio y empleo: los retos de
de los Estados y la capacidad de cooperación del la investigación sobre las políticas”, estudio conjunto de la OIT
tripartismo. y la Secretaría de la OMC, Ginebra, 2007.
importancia debido al reducido número de países no basta para mantener a su familia por encima de
que recurren a su apoyo, y deberían integrarse en la línea de pobreza y ofrecerles buenas expectativas
un programa de reforma multilateral más amplio de progreso en su vida laboral.
paralelo a la reforma de las Naciones Unidas. La
Como se afirma en el informe presentado a esta
reforma del FMI debe abordar varias cuestiones que
reunión de la Conferencia sobre la promoción de em-
inciden sobre su capacidad para contribuir a «al-
presas sostenibles, la iniciativa empresarial requiere
canzar y mantener altos niveles de ocupación y de
un entorno financiero estable, previsible y favorable
ingresos reales»6 y en particular sobre sus estructuras
para las inversiones productivas y el trabajo decente.
de gobernanza, y sobre el papel que desempeña
Un marco reglamentario equilibrado, acorde con las
en relación con las crisis económicas y financieras
innovaciones financieras, es un elemento vital para
importantes, el bajo nivel de los ingresos en los pa-
garantizar que los beneficios obtenidos y el poder
íses en desarrollo, la inestabilidad financiera y su
creativo de los empresarios sirvan al conjunto de la
nivel global de recursos.7 Todas estas cuestiones a
sociedad.
la postre tienen repercusiones sobre el Programa de
Trabajo Decente. Nuestro objetivo debe consistir en desarrollar po-
líticas coherentes de inversión, crecimiento y empleo
Sin embargo, creo que el diálogo y la convergen-
que garanticen que la economía mundial, al igual
cia son posibles. La OIT ha abierto un foro de discu-
que las economías nacionales, se encamine en una
sión con otros organismos internacionales, con inclu-
vía de aumentos sostenibles y equilibrados de la pro-
sión del FMI, el Banco Mundial y la OMC, acerca de
ductividad y el empleo. Necesitamos hacer progresos
cómo lograr una mayor coherencia entre las políticas
todos los años para reducir el desempleo y el número
para promover el trabajo decente para todos, la es-
de trabajadores pobres mediante la creación de más
tabilidad financiera y la apertura del mercado.8 Para
y mejores empleos. Para que el Programa de Trabajo
muchos países menos adelantados que siguen ata-
Decente de la OIT y los esfuerzos multilaterales per-
dos por programas de austeridad fiscal y monetaria
mitan alcanzar los objetivos convenidos en materia de
adoptados a cambio de la cancelación de su deuda
desarrollo internacional, es vital realizar un examen
y del alivio de la deuda, es vital contar con un mayor
conjunto de las investigaciones y mantener un diálogo
espacio para las políticas a fin de permitir, por ejem-
acerca de las interrelaciones entre diferentes ámbitos
plo, una modesta recuperación del poder adquisitivo
de política a fin de identificar la naturaleza de las
de los salarios mínimos extremadamente bajos. Esto
concesiones que pueden hacerse y el tipo de ventajas
es particularmente importante para la remuneración
que cabe esperar. Este esfuerzo representa un reto
de la administración pública, que en algunos países
fundamental para el conjunto del sistema multilateral y
es tan baja que impide la contratación y retención de
en él debe tenerse en cuenta la necesidad de conservar
mano de obra calificada. Los progresos en la reduc-
los recursos naturales y el medio ambiente.
ción de la corrupción y la construcción de un Estado
moderno – con instituciones de mercado de trabajo
y de diálogo social que sirvan a sus ciudadanos y 3. PROMOCIÓN DE UNA TRANSICIÓN
al desarrollo nacional – quedarán paralizados si la
remuneración ordinaria de los funcionarios públicos SOCIALMENTE JUSTA A EMPLEOS VERDES
El enfoque que consiste en buscar áreas de si-
6
Extracto del artículo I (Fines), ii) del Convenio Constitutivo del FMI. nergia de las políticas tiene repercusiones de gran
7
E. M. Truman (director de la publicación): Reforming the IMF alcance para la labor de la OIT y para sus relaciones
for the 21st Century, Institute for International Economics (Wa- con otros organismos. Este enfoque, además de que
shington, D.C., 2006).
8
Véase “OIT: Crecimiento, inversión y empleo: actualización re-
ofrece un margen para seguir realizando una labor
lativa a la investigación y las reuniones sobre coherencia de las útil con la OMC, las instituciones de Bretton Woods
políticas“, Consejo de Administración, 298ª reunión, Ginebra, y otros organismos en relación con las políticas co-
marzo de 2007, documento GB.298/WP/SDG/2.
merciales, de inversión y de empleo, también debería desde ya medidas para ajustar la producción y los
aplicarse para reflexionar sobre la relación que existe modelos de consumo porque sus efectos sobre el
entre las políticas para mitigar el cambio climático y ajuste del empleo no tardarían en hacerse sentir. El
para promover el empleo. Hay pruebas cada vez más período que se extiende hasta 2015 será, pues, de-
abundantes de que es urgente detener y, llegado el terminante para definir un proceso de transición que
momento, reducir las emisiones de gases de efecto permita aumentar al máximo las oportunidades de
invernadero, que constituyen un factor importante en empleo y abordar la pérdida potencial de empleos.
el calentamiento global.9 En la OIT necesitamos em- Habida cuenta de la experiencia adquirida con los
prender un esfuerzo importante en materia de inves- retos que han planteado otros ajustes del empleo,
tigaciones y de políticas para determinar el alcance cabe citar algunas cuestiones prioritarias que podría
y la naturaleza de la transformación del empleo que abarcar esa iniciativa de transición a empleos verdes
acompañará el cambio a modelos más sostenibles y que incluirían la identificación y aplicación de:
de producción y consumo, y en particular a una eco- • programas destinados a desarrollar y ampliar
nomía menos dependiente del carbono. Esto debería un diálogo eficaz entre todos los actores per-
realizarse en cooperación con el PNUMA y con otras tinentes, y en particular un diálogo social na-
organizaciones internacionales y nacionales pertinen- cional e internacional sobre el medio ambiente
tes. Esta es una de las áreas de acción prioritarias y el mundo del trabajo entre los gobiernos, las
que identificó el Secretario General de las Naciones organizaciones de empleadores y las organi-
Unidas, Ban Ki-Moon. zaciones de trabajadores;
Cabe prever importantes cambios en los modelos • un vasto programa de investigaciones acer-
de empleo y en los perfiles de las calificaciones. Es ca de las consecuencias que podrían tener
probable que el alcance de estos cambios y el corto las diferentes hipótesis de cambio climático y
plazo en que se produzcan no den tiempo suficiente medidas de mitigación sobre la producción y
para que los mercados de trabajo puedan ajustarse los modelos de consumo, la lucha contra la
con facilidad. La experiencia adquirida en otras situa- pobreza y las oportunidades futuras de empleo
ciones anteriores de transición indica que convendría e ingresos;
adelantarse a los acontecimientos. ¿Qué medidas • un programa de apoyo a la creación de nuevos
útiles pueden adoptarse para preparar y acompañar empleos «verdes» en varios sectores prioritarios
la transición y garantizar que las emisiones de gases tales como las fuentes de energías renovables,
de efecto invernadero dejen de aumentar para 2015, la conservación de energía, la captación de car-
tal como lo ha demostrado el IPCC para detener el bono, las nuevas tecnologías con un bajo conte-
cambio climático?10 Habría que empezar a aplicar nido de carbono, la construcción, el trans-porte
público y la eliminación de los desechos;
9
El Grupo Intergubernamental de Expertos sobre el Cambio Cli-
mático (IPCC) ha publicado tres informes como parte del pro-
• en un contexto más amplio de políticas de
ceso preparatorio de su Cuarto Informe de Evaluación. En estos protección social y de políticas activas de
informes un grupo de expertos internacionales llegó a un amplio mercado de trabajo diseñadas para apoyar el
consenso sobre el alcance y la urgencia de este problema y
también sobre la viabilidad y las ventajas de actuar pronto para ajuste del empleo a los cambios tecnológicos
mitigar el calentamiento global. Véase en particular el Cuarto y comerciales, medidas destinadas a facilitar
Informe de Evaluación del IPCC, Grupo de Trabajo III, en el cual una transición justa de las trabajadoras y los
se concluye que los estudios de enfoque ascendente y de enfoque
descendente sobre las políticas indican que hay un importante po- trabajadores, las comunidades y las empresas
tencial económico para mitigar las emisiones de gases de efecto perjudicadas por los cambios de los modelos
invernadero en los próximos decenios, que podría compensar el de producción y de consumo, con inclusión de
crecimiento previsto de las emisiones mundiales o reducir esas
emisiones por debajo de los niveles actuales. políticas para mitigar el cambio climático;
10
IPCC, ibíd.
• un programa destinado a apoyar iniciativas en mano de obra, combinados con un aumento de las
materia de educación y formación que faciliten desigualdades de los ingresos, son perturbadores,
el desarrollo de las calificaciones necesarias entre otras cosas, porque esta situación amenaza
para la creación de nuevos empleos verdes y el desarrollo sostenible en una economía mundial
para facilitar la transición de los trabajadores abierta. Esto nos recuerda que para la OIT, «el tra-
que perderán sus «viejos» empleos; bajo no es una mercancía» y que la paz se basa en
• nuevas técnicas de evaluación para mejorar las la justicia social.
estimaciones y, cuando sea posible, aumentar Numerosos análisis sobre la desigualdad mues-
las repercusiones que tienen sobre el empleo y tran que las tendencias recientes obedecen probable-
los ingresos las inversiones en infraestructura mente a la manera en que los mercados de trabajo
públicas y privadas de gran escala (infraes- se han visto afectados por la globalización, y por
tructura de transporte e inversiones en activi- desigualdades históricas. Es significativo el hecho de
dades de rehabilitación, mitigación y adap- que la parte correspondiente a los ingresos laborales
tación, tales como la captación de carbono, en el ingreso nacional está disminuyendo, mientras
los biocombustibles y la protección contra las que los beneficios están aumentando en muchos
inundaciones), y países. Un capítulo del documento Perspectivas de
• medidas encaminadas a reforzar la capacidad la economía mundial, FMI, abril de 2007, contiene
institucional para tratar de manera más eficaz cuadros que muestran que, en 16 países industriali-
los efectos que tengan sobre el empleo y los zados, entre 1980 y 2004, la compensación de los
ingresos las iniciativas de desarrollo sosteni- empleados (los salarios más las contribuciones del
ble, con inclusión de la prestación de apoyo empleador a la seguridad social) bajó del 58 por
a los ministerios del medio ambiente, trabajo, ciento a aproximadamente el 55 por ciento del PIB.
finanzas, educación y otros ministerios perti- Si se incluyen los ingresos por concepto de «trabajo»
nentes, las organizaciones de trabajadores y de los trabajadores independientes y de otros tra-
de empleadores y las autoridades de zonas bajadores por cuenta propia, esta disminución del
urbanas. porcentaje correspondiente a la mano de obra en los
ingresos nacionales es todavía más importante, pues
pasó, aproximadamente, del 68 al 62 por ciento.
4. LA COMPRESIÓN DE LOS SALARIOS Varios análisis anteriores que realizó la OIT sobre
Y EL AUMENTO DE LAS DESIGUALDADES un grupo más grande de países industrializados, en
transición y en desarrollo muestran una disminución
CONSTITUYEN UNA AMENAZA PARA global similar, aunque en promedio no ha sido muy
EL DESARROLLO SOSTENIBLE alta y varía de un país a otro.12 La disminución del
porcentaje correspondiente a los ingresos laborales
El mandato constitucional de la OIT consiste en en el ingreso nacional es coherente con el cambio
luchar por la justicia social y abordar las condicio- que se ha observado en el poder de mercado relativo
nes de trabajo que entrañan «tal grado de injusticia, de la mano de obra y del capital a raíz de la integra-
miseria y privaciones para un gran número de seres
humanos, que el descontento causado constituye
una amenaza para la paz y armonía universales». 11
Los indicios cada vez más numerosos de un cambio 12
Los análisis de las partes correspondientes a la mano de obra
y a los beneficios dependen mucho de las clasificaciones de
de actitud que consiste en atribuir una gran impor- los ingresos de los trabajadores independientes y por cuenta
tancia al rendimiento del capital en detrimento de la propia y del porcentaje de este grupo de trabajadores en el
conjunto de la fuerza de trabajo. Los países en desarrollo ge-
neralmente tienen un número mucho más alto de estos tipos
de trabajadores y, por lo tanto, tienden a tener un porcentaje
11
Preámbulo de la Constitución de la OIT.
más bajo de ingresos laborales en el ingreso nacional.
ción de varios países muy populosos en el sistema ingresos de los pobres y eleva los ingresos medios,15
económico mundial y de los efectos de los cambios los progresos alcanzados en países exitosos – en
tecnológicos originados en los países adelantados particular China – han elevado por encima de los
que permiten ahorrar mano de obra.13 umbrales de pobreza de 1 y 2 dólares diarios a cien-
tos de millones de familias.16 Ahora bien, el número
Cuando los dueños del capital, y no los trabaja-
de personas que viven en la extrema pobreza ha dis-
dores, detentan una parte cada vez más importante
minuido como porcentaje de la población mundial,
del ingreso nacional, es probable que aumente la
pero sigue siendo alto en términos absolutos y no ha
desigualdad de los ingresos, dado que el rendimiento
disminuido en Africa.17
del capital beneficia principalmente a una minoría
adinerada.14 Además, los salarios de los profesionales Si bien el crecimiento ha sido un factor importante
y de las personas relativamente calificadas a menu- en la reducción de la pobreza, las pruebas de que
do han aumentado con más rapidez que los de los ha aumentado la desigualdad dentro de los países
trabajadores sin calificaciones, que en algunos casos indican, sin embargo, que los modelos actuales de
se han estancado o incluso han disminuido a pesar crecimiento favorecen a las personas acomodadas
del crecimiento económico. Como resultado de estas más que a los pobres. Un estudio, basado en da-
dos tendencias, en muchos países – desarrollados y tos sobre el consumo, muestra que sólo un 9,5 por
en desarrollo – los ingresos del estrato más alto de la ciento del crecimiento registrado entre 1993 y 2001
escala han aumentado con mucha más rapidez que los benefició al 50 por ciento más pobre de la población
de las personas de los estratos intermedio y bajo. mundial. Y el 19 por ciento de la población mundial
que sobrevive con menos de 1 dólar diario se bene-
Otra manera de examinar la desigualdad mun-
fició sólo del 2 por ciento del aumento del consumo
dial consiste en comparar los ingresos medios por
mundial. La «clase media mundial» constituida por
habitante entre países. Un aspecto positivo de ello
las personas que se encuentran en la mitad superior
es que los ingresos por habitante de varios países en
de la escala mundial de distribución de los ingresos
desarrollo, con inclusión de los dos gigantes que son
recibió más del 90 por ciento de este aumento. Esto
China e India, han aumentado con más rapidez que
incluye la mayor parte de la población de los paí-
los de los países ricos. Por lo tanto, se ha estrechado
ses más ricos del mundo, más muchas personas en
mucho la brecha entre varios países en desarrollo exi-
China y otros países de Asia Oriental y del sudeste
tosos y el mundo industrializado. En cambio, en otras
de Asia.18
partes, y particular-mente en los países africanos, los
ingresos han aumentado de manera mucho más lenta Un estudio pionero que elaboró recientemente el
que los de las economías avanzadas. De resultas de Instituto Mundial de Investigaciones de Economía del
ello, la brecha global entre los países más pobres Desarrollo de la Universidad de las Naciones Unidas
y los más ricos ha aumentado sustancialmente: los (UNU-WIDER) contiene informaciones sobre la distri-
ingresos medios por habitante en los 20 países más bución mundial de la riqueza, la cual se define como
ricos son ahora 12 veces más altos que los de los
20 países más pobres, cuando a principios de 1960
15
Banco Mundial: Informe sobre el seguimiento mundial 2007:
eran 49 veces más altos. Teniendo en cuenta que Objetivos de Desarrollo del Milenio: Resolución de los desa-
el crecimiento generalmente contribuye a elevar los fíos que plantean la igualdad de género y los Estados frágiles
(Washington, D.C., 2007).
16
P. Collier y D. Dollar: Globalización, crecimiento y pobreza:
Construyendo una economía mundial e incluyente, Banco Mun-
13
FMI: “Globalización de la mano de obra”, capítulo 5 de Pers- dial (Washington, D.C., 2002).
pectivas de la economía mundial: Desbordamientos y ciclos
17
M. Ravaillon y S. Chen: Absolute poverty measures for the deve-
de la economía mundial (Washington, D.C., abril de 2007). loping world, 1981-2004, World Bank Policy Research Working
14
E. Daudey y C. García-Peñalosa: The personal and the factor Paper 4211 (Washington, D.C., 2007).
distributions of income in a cross-section of countries, GREQAM
18
P. Edgard: “Examining inequality: Who really benefits from global
(Marsella, 2005). growth?”, en World Development, vol. 14 (10), 2006.
el valor de los activos físicos y financieros menos el políticas. En la mayoría de los países en desarrollo,
pasivo. Esto demuestra que sólo el 1 por ciento de el factor que más afecta a los mercados de trabajo
los adultos más ricos poseían el 40 por ciento de los es el flujo constante de hombres y, cada vez más, de
activos mundiales en 2000, y que el 10 por ciento mujeres de zonas rurales que abandonan sus tierras
de los adultos más ricos poseían el 85 por ciento del por las ciudades, donde la mayoría de ellos terminan
total mundial. En contraste con ello, la mitad más dedicándose al comercio ambulante o a empleos
pobre de la población mundial adulta poseía apenas jornaleros ocasionales, que tal vez les ofrecen una
el 1 por ciento de la riqueza mundial. Para formar situación ligeramente mejor que en el campo, pero
parte del 100 por ciento de los adultos más ricos no mucho mejor. Están subempleados, trabajan de
del mundo harían falta activos valorados en 61.000 manera intermitente utilizando pocas herramientas,
dólares y para formar parte del 1 por ciento más rico pero no tienen otra opción para sobrevivir debido
harían falta activos superiores a 500.000 dólares. a la falta de sistemas de apoyo social. Las distin-
Hay una alta concentración de riqueza en América tas subdivisiones del sector de los servicios incluyen
del Norte, Europa y en los países de Asia y el Pacífico actividades laborales altamente calificadas y bien
de altos ingresos. La población de esos países posee remuneradas, así como el enorme sector informal
colectivamente casi el 90 por ciento de la riqueza del comercio ambulante que es en gran parte una
total mundial. Si bien en América del Norte vive sólo actividad de supervivencia, en la cual predominan las
un 6 por ciento de la población mundial adulta, en mujeres. En las economías globalizadas de hoy en día
esa región se concentra el 14 por ciento de la riqueza el crecimiento no llega hasta estas últimas personas.
de los hogares. La concentración de riqueza dentro Sencillamente no está produciendo suficiente trabajo
de los países varía de manera importante, pero las decente y, por lo tanto, no está promoviendo un ritmo
estimaciones del porcentaje de riqueza correspon- más rápido de reducción de la pobreza.
diente al 10 por ciento más rico de la población
Hoy en día es una necesidad política aminorar o
oscilan entre alrededor del 40 por ciento en China y
invertir esta tendencia hacia un aumento de las bre-
el 70 por ciento en los Estados Unidos.19
chas sociales dentro de los países y al mismo tiempo
Es necesario profundizar y ampliar el análisis de seguir haciendo progresos para reducir las brechas
estas distintas tendencias, en particular para tener entre países y lograr una reducción sustancial de la
una visión más amplia de la manera en que el pro- pobreza absoluta. Esta debe ser una prioridad para
ducto de los ingresos y la riqueza y los porcentajes los responsables de las políticas económicas y socia-
correspondientes a la mano de obra y al capital in- les. Es fundamental que las políticas de inversión y de
teractúan con el funcionamiento de los mercados empleo permitan eficazmente que los trabajadores
de trabajo, sobre todo en los países en desarrollo. pobres accedan al trabajo decente. En este sentido,
También hace falta una perspectiva de género para las políticas encaminadas a integrar el trabajo infor-
cuantificar de manera más sistemática datos según mal en la economía formal desempeñan un papel
los cuales la población femenina se concentra más en vital para acelerar la reducción de la pobreza, dete-
el estrato inferior de la escala de ingresos y riqueza ner el aumento de la desigualdad de los ingresos y
que en el estrato más alto. superar la discriminación, sobre todo contra las mu-
jeres. Las estrategias de educación y formación que
La difícil tarea que se nos plantea consiste en
permiten reducir la falta de calificaciones y superar
tratar de tener una mejor comprensión de las relacio-
la discriminación y la exclusión también son capitales
nes actuales entre el crecimiento, las inversiones y el
para lograr un crecimiento más rápido y generador
empleo, y la manera en que se ven afectados por las
de empleo, así como un mayor poder adquisitivo
para las personas con ingresos más bajos. También
19
J. B. Davies, S. Sandstrom, A. Shorrocks y E. N. Wolff: The es probable que las mejoras de la legislación laboral,
world distribution of household wealth, UNU-WIDER (Helsinki,
2006).
los sistemas de seguridad social, las políticas activas
del mercado de trabajo y de negociación colectiva ón real del empleo y del mercado de trabajo, pues
permitan contribuir a crear un nuevo equilibrio entre en particular no permiten captar las características
flexibilidad y seguridad, que pueda servir de apoyo esenciales que son propias de los países en desar-
al dinamismo de la competencia, garantizando al rollo. Resulta por ejemplo difícil dar una definición
mismo tiempo un aumento de las oportunidades, uniforme de las personas que tienen un empleo re-
sobre todo para los más desfavorecidos en el mer- munerado y de aquellas que trabajan por cuenta
cado de trabajo. propia. Se considera que una persona está empleada
cuando informa de que ha realizado algún trabajo
durante al menos una hora en un período de refe-
5. PARA MEJORAR LA ELABORACIÓN rencia determinado. Este mismo criterio se aplica al
DE POLÍTICAS SE NECESITA UNA desempleo. Se considera desempleada toda persona
que no tiene trabajo, ha venido buscando empleo en
BASE DE INFORMACIÓN MÁS fechas recientes y se halla disponible para trabajar.
SÓLIDA ACERCA DEL MERCADO Estar sin empleo significa no haber trabajado más de
una hora durante el período de referencia señalado
DE TRABAJO QUE PERMITA MEDIR para la encuesta, el cual suele ser de una semana.
LOS DÉFICITS QUE EXISTEN EN Personalmente, no considero que esta definición sea
aceptable desde un punto de vista social, pues su-
TÉRMINOS DE TRABAJO DECENTE bestima a buen seguro las cotas reales de exclusión
Para mejorar la elaboración de políticas y alcan- del mercado de trabajo.
zar los objetivos de trabajo decente se requiere una Además, para que los parámetros de medición
base de información y conocimientos sólida que per- tradicionales constituyesen indicadores verdadera-
mita rastrear y vigilar la evolución del mercado de mente suficientes, deberían cumplirse al menos las
trabajo. Unos pocos países en desarrollo han aumen- dos condiciones siguientes:
tado sus inversiones en instrumentos indispensables
• debería haber un predominio claro del empleo
a estos efectos, como encuestas sobre la fuerza de
asalariado a tiempo completo y sistemático;
trabajo, apoyadas por métodos informatizados de
almacenamiento y tratamiento de datos, pero otros • todos los miembros de la fuerza de trabajo
muchos van rezagados en este empeño o incluso deberían poder percibir prestaciones por de-
recortan estos servicios indispensables para atender sempleo.
otras prioridades con unos recursos ya de por sí es- En realidad, son éstas unas condiciones que rara
casos, y ello a veces en cumplimiento de políticas vez se cumplen en los países en desarrollo, y que
de austeridad vinculadas a su vez a programas de en los países industrializados no son hoy, ni mucho
ajuste que gozan de apoyo internacional. También menos, tan de actualidad.
debemos reconsiderar las normas y los conceptos
básicos internacionales para cerciorarnos de que En muchos países en desarrollo no existen prác-
aquello que se mide corresponde de hecho a lo que ticamente regímenes de prestación por desempleo,
necesitamos saber acerca de los mercados de trabajo y el empleo asalariado a tiempo completo y en la
en la actualidad y en los próximos años. economía formal es un privilegio del que sólo goza
una fracción de la fuerza de trabajo que oscila en-
Así, por ejemplo, los parámetros tradicionales tre el 5 y el 50 por ciento. Así pues, por una parte,
que se utilizan para medir el empleo (número de como la mayoría de la gente no tiene más remedio
trabajadores empleados en actividades económicas) que trabajar para sobrevivir y no puede permitirse
y el desempleo (número de personas sin trabajo, quedar inactiva, la tasa de desempleo medida con
en busca de empleo y disponibles para trabajar) no parámetros tradicionales suele ser baja. Por otra par-
han sido nunca suficientes para indicar la situaci- te, la mayoría, a menudo inmensa, de trabajadores
tradicionalmente considerados como empleados la semana y escasas ganancias, entre ellos muchos
suelen ser en realidad trabajadores autónomos o vendedores ambulantes que permanecen la mayor
asalariados ocasionales que trabajan en la economía parte del día esperando clientes. Para muchos traba-
informal del sector rural o urbano. Muchos de estos jadores, el empleo a tiempo completo es sinónimo
hombres y mujeres se hallan confrontados a diversas de baja productividad y escaso rendimiento laboral.
formas de desempleo y registran una productividad Los datos relativos a la pobreza recabados mediante
sumamente escasa, de modo que cuando se mide la encuestas por hogares permiten estimar con cierta
tasa de desempleo se subestima con mucho la pro- precisión el número de adultos o de «pobres que tra-
porción que realmente alcanza la ausencia de trabajo bajan» entre la masa total de personas que viven con
productivo, mientras que cuando se mide la tasa de un máximo de _ o 2 dólares de los Estados Unidos al
empleo se sobrestima con creces la disponibilidad día. No obstante, para corroborar esas estimaciones
de trabajo productivo. es importante mejorar las encuestas relativas a los
ingresos derivados del empleo.
En muchos países en desarrollo el número de
trabajadores autónomos y trabajadores asalariados El carácter fragmentario de la información relativa
y ocasionales supera a veces el 60 por ciento de la a la situación de las personas más vulnerables a la
fuerza de trabajo. Suponiendo que éstos encuentren exclusión en el mercado de trabajo no es privativo de
empleo en tan sólo un 75 por ciento de los casos los países en desarrollo. También en los países indus-
en que están disponibles y buscan trabajo, cabría trializados se necesita una información más completa
estimar que la «subutilización de la mano de obra» acerca de la magnitud que alcanza el empleo infor-
asciende a un 15 por ciento. Esta tasa, sumada a mal, el trabajo realizado involuntariamente a tiempo
la tasa de desempleo que, medida con parámetros parcial o con carácter temporal, así como los motivos
tradicionales, ronda el 5 por ciento, ascendería pues de las bajas tasas de participación en el mercado
a un 20 por ciento, y en realidad se acercaría mucho de trabajo y de la pobreza de ciertos colectivos de
más a aquella obtenida con una observación aleato- hombres y mujeres que trabajan.
ria del mercado de trabajo de un país en desarrollo
La Conferencia Internacional de Estadísticos del
que a aquella calculada con los criterios estadísticos
Trabajo celebrará su próxima reunión ordinaria en
que se aplican hoy día. Si bien la experiencia no ha
2008. Esta ocasión brindará una oportunidad excelen-
confirmado todavía que los trabajadores asalariados
te de tratar esas importantes cuestiones conceptuales y
ocasionales y aquellos empleados por cuenta propia
aportar indicadores adicionales que generen el tipo de
en la economía informal hallen trabajo en un 75 por
información necesaria a quienes elaboran las políticas
ciento de los casos en que están disponibles para
y que puedan aplicar las autoridades nacionales en
trabajar, este dato permite sin embargo dar un or-
materia de estadísticas. Es preciso que el tripartismo
den de magnitud de la escasez de oportunidades de
de la OIT contribuya en gran medida a que las es-
trabajo que aqueja a los países en desarrollo. Para
tadísticas del trabajo reflejen con mayor fidelidad la
elaborar políticas que permitan acelerar la reducción
situación real y diaria de los trabajadores.
de la pobreza mejorando la calidad del trabajo e in-
crementando las cotas de empleo, es esencial poder Además de esta labor determinante, es también
medir con mayor exactitud los déficits registrados en preciso atender con carácter urgente el suministro de
términos de trabajo decente, con un desglose más apoyo internacional a las autoridades de estadísticas
detallado por sexos y edades. de los países en desarrollo que hoy día no tienen el
potencial necesario para recabar y analizar los datos
Otro aspecto, vinculado al anterior, reside en la
que necesitan sus propios políticos y que son cada
necesidad de conocer mejor la magnitud real de
vez más importantes para completar el panorama de
las cotas de «pobreza de los trabajadores». Muchos
las tendencias globales. El acopio y el tratamiento
hombres y mujeres empleados a tiempo completo
de los datos esenciales sobre el empleo son funcio-
tienen largas jornadas de trabajo todos los días de
nes indispensables para medir y evaluar las políticas con la equidad social es posible, siempre y cuando
con precisión. De hecho, la mayoría de los países se adopten políticas maduradas con el apoyo y la
necesitan una base de datos sociales mucho más intervención de los sindicatos y de las asociaciones
sólida que les permita establecer puntos de referencia empresariales.
fiables y evaluar los progresos realizados en cumpli-
La clave reside en una planificación que permita
miento de los Objetivos de Desarrollo del Milenio y el
lograr a un tiempo resultados económicos equitati-
programa de desarrollo internacional en general. En
vos y un incremento de la productividad. Ello viene
las Naciones Unidas ya se están realizando algunas
a confirmar uno de los principales mensajes de la
la-bores en este sentido, mientras la OIT elabora
Constitución de la OIT, según el cual la organización
propuestas para la creación de un buen programa
del trabajo no puede disociarse de la organización
de cooperación técnica sobre estadísticas del trabajo
de las responsabilidades sociales.
que permita ayudar a las autoridades nacionales y
mejorar la calidad y el ámbito de los conjuntos de La historia también nos enseña que muchas socie-
datos internacionales. dades empezaron a crear regímenes de protección
social con la experiencia de alguna crisis. Así, por
ejemplo, la OIT fue creada en las postrimerías de la
6. ENFOQUE GLOBAL DE LA Primera Guerra Mundial, las instituciones de bienes-
PROTECCIÓN SOCIAL: TODA SOCIEDAD tar de los Estados Unidos y de los países nórdicos
surgieron para contrarrestar los efectos de la Gran
NECESITA UN CIMIENTO SOCIAL Depresión, y el modelo social europeo, con todas
Toda sociedad debe concebir regímenes de segu- sus variantes, se desarrolló después de la Segunda
ridad social adaptados a sus necesidades y circuns- Guerra Mundial. La forma que hoy reviste la globa-
tancias específicas. También debemos poder reflexio- lización no preserva de nuevas crisis. Un elemento
nar con una perspectiva global sobre la manera de estabilizador indispensable es la comprensión global
organizar la solidaridad entre países. Además, para de que todas las sociedades necesitan cimientos so-
mantener unos sistemas económicos abiertos en el ciales consensuados, atendiendo a las posibilidades
plano internacional, debemos empezar a considerar económicas existentes y con el apoyo de la coope-
que la seguridad social es una cuestión decisiva para ración internacional.
la gobernanza y a articular dispositivos que permitan Como bien saben ustedes, la acelerada trans-
a quienes más dificultades tienen en aprovechar las formación económica y social provocada por el en-
oportunidades que encierra la globalización de lograr carnizamiento de la competencia en los mercados
un trabajo decente, participar en los beneficios de globales está modificando profundamente las pautas
esta última. de trabajo y, por tanto, la experiencia de las mujeres
La historia nos muestra que los regímenes de se- y de los hombres que trabajan, así como la de sus
guridad social han evolucionado más o menos con el familias. Aquellas personas con menor poder adqui-
crecimiento de los países industrializados. Hace cien sitivo son las que más expuestas se hallan a caer y
años, los Estados nórdicos, que son hoy paradigmas quedar atrapadas en la pobreza. Según se desprende
de estados del bienestar fuertes, eran países pobres del Informe global presentado este año con arreglo
donde un porcentaje elevado de la fuerza de trabajo al seguimiento de la Declaración de la OIT relativa a
todavía labraba la tierra. Empezaron a invertir en la los principios y derechos fundamentales en el trabajo,
protección social en los años treinta y su empeño fue y titulado La igualdad en el trabajo: afrontar los retos
recompensado, ya que hoy registran las tasas más que se plantean, la discriminación, la exclusión social
bajas de pobreza y criminalidad, buenos índices de y la pobreza representan una concatenación de des-
bienestar y algunas de las tasas de ingresos más altas ventajas, y la mejor manera de afrontarlas consiste
por habitante. Compaginar el crecimiento económico en promover la igualdad de acceso al empleo y la
igualdad en el lugar de trabajo, especialmente con nio sobre la seguridad social (norma mínima), 1952
miras a reducir las desigualdades de género. Si bien (núm. 102), que es un instrumento marco, aumenta
la mayoría de la gente pasa gran parte de la vida desde su adopción sin prisa aunque sin pausa, lo cual
trabajando, los ingresos que deriva de este trabajo denota la necesidad de fortalecer este proceso. La
no siempre bastan para garantizarle una fuente de protección y la justicia social deben ser intrínsecas al
ingresos que le permita hacer planes para toda una desarrollo nacional en aquellas sociedades que son
vida. Algunas personas tienen más facilidad que otras todavía relativamente pobres. El planteamiento con-
para ahorrar lo suficiente a fin de quedar cubiertas sistente en anteponer el crecimiento a la distribución
durante los períodos en que no tengan la posibilidad genera disparidades que luego son difíciles de rea-
de trabajar. bsorber. Bueno es recordar que, en los años treinta,
cuando ya habían empezado a desarrollar el Estado
En la mayoría de las sociedades las familias pres-
de bienestar, Noruega y Suecia eran más pobres en
tan algún apoyo, pues redistribuyen entre sus miem-
términos de ingresos reales por habitante que países
bros los ingresos de suerte que, por ejemplo, los
como el Brasil o Sudáfrica lo son hoy en día.
niños pueden disfrutar de un período de desarrollo
físico y mental antes de entrar en el mercado de ¿Acaso era el desarrollo del Estado del bienestar
trabajo, y las personas de edad avanzada pueden posible solamente en economías relativamente cerra-
jubilarse. En las sociedades de corte más tradicio- das de las que el capital no podía eludir los aumentos
nal también la familia menos directa se ve a veces fiscales? ¿Es acaso inevitable que los regímenes de
obligada a cuidar en la medida de lo posible de protección social engendren rigideces y disuadan
sus miembros en períodos en que éstos no perci- de la innovación, de forma que reduzcan la com-
ben ingresos, como en caso de enfermedad, lesión, petitividad y debiliten el potencial de las economías
maternidad, búsqueda de empleo o, en el caso de abiertas? Aunque la envergadura de los regímenes
la agricultura, en los períodos fuera de temporada. de seguridad social varía considerablemente de un
Sin embargo, este aspecto de la seguridad social de país industrializado a otro, no existe una correlación
la familia o del clan principalmente rural y de las fuerte entre el crecimiento efectivo y la cuota presu-
sociedades agrícolas formó, y todavía suele formar puestaria que representa la seguridad social en el
hoy, parte integrante de unas estructuras de autori- PIB de los países.20
dad sumamente jerarquizadas en que prevalece la
Si bien personalmente opino que podemos vislum-
discriminación por varios conceptos, entre ellos por
brar ya algunas respuestas a esas preguntas, lo que
razón de sexo. La enseñanza y la difusión de ideas
está claro es que el futuro de la seguridad social está
sobre los derechos humanos y la democracia, suma-
estrechamente vinculado a la ordenación del trabajo,
das a la disgregación de las tradicionales unidades
la cual depende a su vez y en gran medida del tipo
económicas de los hogares debida al aumento de
de globalización que configuramos para el mundo.
la movilidad y de la urbanización, han entrañado
Necesitamos crear un cimiento social a escala glo-
el desarrollo de regímenes de seguridad social más
bal y elevarlo paulatinamente, y no debemos pensar
formales y más basados en los derechos.
sistemáticamente que la protección social entraña
Volviendo la mirada hacia el siglo XXI, los países solamente costos. La experiencia de los países nór-
del mundo en desarrollo, en que se experimenta una dicos y también de otros países nos demuestra que
rápida urbanización, donde se debilitan los vínculos esta operación constituye en realidad una inversión
con los familiares menos directos y donde la fuerza social y económica muy rentable.
de trabajo tiene mayor movilidad profesional y ge-
ográfica, necesitan el espacio político y el respaldo
internacional necesarios para ampliar paulatinamen- 20
Desde hace varios años los países nórdicos con altas cotas de
te la seguridad social en sintonía con su desarrollo gasto social han registrado los Indices de Competitividad Global
más altos del Foro Económico Mundial. Véase Global Compe-
económico. El número de ratificaciones del Conve- titiveness Report 2006-2007 (Palgrave MacMillan, 2006).
Velar por que las mujeres y los hombres que viven lecimiento y la ampliación de la protección social
en la pobreza puedan tomar el camino del empleo como una de las principales tareas en relación con
decente, productivo y razonablemente seguro debe los procesos de globalización.22
ser una prioridad de las estrategias de reducción de
Las principales causas de la pobreza no son in-
la pobreza. La pobreza castiga sobre todo a los que
dividuales sino estructurales, y deben tratarse como
más riesgos tienen de perder el empleo, más dificul-
una responsabilidad social. Una vez creado el ci-
tades tienen en encontrar otro nuevo y más proba-
miento social, la sociedad está en condiciones de
bilidades tienen de cobrar una retribución modesta.
pedir a las mujeres y a los hombres que acepten la
La pobreza se transmite con demasiada facilidad
responsabilidad de aprovechar las oportunidades de
entre generaciones y en una lógica de privación. La
trabajar para superar la pobreza mediante el trabajo.
mala salud, los escasos logros educativos, el género
Es evidente que en los países más ricos se tiende a
y otros factores de discriminación, además de otras
prestar un apoyo más concreto a las personas que
vertientes de la pobreza, dificultan todavía más el
tropiezan con dificultades para conseguir un trabajo
logro de un empleo y la posibilidad de mantenerlo.
regular, pero en la mayor parte del mundo en de-
Las sociedades deben proponerse evitar que la gente
sarrollo la creación de un cimiento social básico es
quede atrapada en la pobreza, y brindar apoyo a
la prioridad absoluta.
quienes tienen grandes dificultades en encontrar un
empleo. Invertir en la protección social equivale a prevenir
una disgregación de la sociedad fruto de la privación
En la mayoría de los países industrializados al
y a crear el capital humano y social de las economí-
menos una de cada seis personas, en promedio,
as. Sin embargo, pese a las claras ventajas que ello
cambia de trabajo cada año, principalmente por
supone para los países y la gente, tan sólo un 20 por
decisión personal pero también a veces por haber
ciento de la población mundial, principalmente de los
sido despedida.21 Muchos países en desarrollo se
países más ricos, goza de cierto grado de cobertura
acercan a estas tasas de movilidad, de forma que
social. Cabe pues preguntarse por qué resulta tan
resulta esencial dotar a las mujeres y a los hombres
difícil a los países más pobres iniciar la creación de
de calificaciones para permitirles superar la transición
estos regímenes.
de un empleo a otro y prestarles apoyo para que
afronten esas transiciones como un episodio natural En parte porque las corrientes de pensamiento tra-
de la vida laboral y no como una catástrofe que en- dicionalistas de los últimos decenios han sostenido que
trañe el peligro casi inevitable de caer en la pobreza el crecimiento termina siempre alcanzando incluso a
y quedar sumido en ella. Al elevar la productividad los más pobres, pues el bienestar trasciende hasta las
general de la economía, esas estrategias generan capas más bajas de la población sin que el Estado
más recursos que, a su vez, pueden invertirse en deba intervenir para estimular su redistribución. Esta
regímenes de protección social sólidos y garantes de afirmación es parcialmente correcta, pero el ritmo de
un cimiento social que impida a la gente caer en la reducción de la pobreza es de una lentitud alarman-
pobreza extremada. Según declararon los ministros te en muchos países, y mientras muchos cientos de
de trabajo y empleo del G8 en las conclusiones que millones de personas recién emergen del umbral de
adoptaron en la conferencia celebrada en Dresde en la pobreza, que supone cobrar entre 1 y 2 dólares de
2007 sobre la configuración de la dimensión social los Estados Unidos diarios, los ingresos registrados en
de la globalización, debemos considerar el forta- el otro extremo del espectro han crecido mucho más
deprisa, de forma que las desigualdades se han acen-
tuado. La aceleración de la reducción de la pobreza
22
Conferencia de Ministros de Trabajo y Empleo del G8 sobre
21
The natural survival of work: Job creation and job destruction la configuración de la dimensión social de la globalización,
in a growing economy, Pierre Cahuc y André Zylberberg (MIT Dresde 2007, conclusiones del Presidente (dirección de correo
Press, 2006). electrónico: http:///www.bmas.bund.de).
extremada y la reducción de la desigualdad, o bien el para el estudio era sumamente modesta, su inciden-
hecho de impedir que la pobreza aumente, presupone cia en la pobreza extremada fue considerable, al
que existan regímenes que aporten un ingreso básico lograr una reducción estimada en alrededor de un 40
a las personas más vulnerables. por ciento de las cifras inferiores a los umbrales de
pobreza nacionales. Este conjunto de medidas resulta
Así pues, la OIT ha centrado sus investigaciones
por tanto sostenible desde un punto de vista fiscal
en evaluar la incidencia de un arsenal básico de
para los países en desarrollo con ingresos bajos, y
medidas de protección social para determinar su
su introducción se vería acelerada con un apoyo de
impacto probable en la pobreza y las estrategias
la cooperación internacional, especialmente en la
encaminadas a difundir su introducción en los países
fase inicial. Además, la experiencia registrada en
en desarrollo. Ese conjunto de medidas se articula
Bangladesh, Brasil y México con los programas de
de la siguiente manera:
transferencias en efectivo condicionadas demuestra
• El acceso a una atención sanitaria básica me- un progreso claro de indicadores como las ganancias
diante sistemas nacionales pluralistas integra- a lo largo de la vida, y una reducción del número de
dos por elementos públicos financiados por bajas por enfermedad, lo cual denota que existe un
los impuestos, elementos de seguro social y efecto positivo en la productividad gracias a la mejo-
privado, y elementos comunitarios vinculados ra de la educación y de la salud. En Namibia y Sudá-
a un sistema central fuerte. frica se instauraron planes de pensiones básicos que
• Un sistema de prestaciones familiares que per- arrojan resultados positivos en términos de reducción
mita la escolarización de los niños. de la pobreza y, curiosamente, los ingresos para los
• La elaboración de un sistema universal y fun- abuelos en forma de pensiones también mejoran la
damental de pensiones de vejez, invalidez y asistencia a la escuela y la nutrición de los niños. Se
supervivencia que de hecho apoye a la totali- espera que estas tendencias se acentúen al confiarse
dad de las familias. cada vez más el cuidado de los niños a los abuelos
• Un sistema de asistencia social básica de ajuste en los países con altas cotas de VIH/SIDA y fuertes
automático (programas de trabajo remunera- corrientes migratorias con fines laborales.
do) que ayude a superar la pobreza más ab- La coyuntura demográfica es hoy ideal para am-
soluta a las personas que estén en condiciones pliar los regímenes de seguridad social básicos. En
físicas de trabajar. algunos de los países más ricos ese espacio de opor-
• Los derechos fundamentales en el trabajo. tunidad empieza a cerrarse, pues la gente de edad
avanzada empieza a ser más numerosa. Se deberá
En estudios recientes la OIT concluyó que el gasto
pues procurar ampliar los períodos de actividad eco-
dedicado en ese conjunto de medidas a los concep-
nómica de una población cada vez más en forma,
tos de vejez e invalidez, prestaciones para niños y
especialmente en la franja de edad comprendida
atención médica esencial representa entre un 5 y un 7
entre los 55 y los 65 años. En varios países en desar-
por ciento del PIB en siete países de Africa y un 1 por
rollo ese espacio de oportunidad seguirá abierto para
ciento del PIB en cinco países de Asia.23 Ello debería
otra generación más, lo cual permitirá la financiación
absorber alrededor de un 20 por ciento del gasto pú-
de las transferencias sociales básicas, que a su vez
blico de la mayoría de los países interesados. Aunque
tendrá una incidencia máxima en la vida de la gente
la cuantía de las transferencias en efectivo efectuadas
más pobre. Según las economías en desarrollo vayan
prosperando, les resultará cada vez más fácil apoyar
23
K. Pal, C. Behrendt, F. Léger, M. Cichon y K. Hafemeyer: Can low a la población que envejece.
income countries afford basic social protection? First results of a
modelling exercise (OIT, Ginebra, 2005); S. Mizunaya, C. Behren- La seguridad económica es un factor esencial
dt, K. Pal y F. Léger: Costing of basic social protection benefits for de civismo responsable y presupuesto previo de un
selected Asian countries: First results of a modelling exercise: Issues
in social protection paper nº 17 (OIT, Ginebra, 2006). entorno comercial estable y propicio para una inicia-
La generación de un entorno de confianza en el dos marco, muchos de los cuales se inspiran en los
lugar de trabajo es responsabilidad primera y prin- principios y derechos fundamentales en el trabajo
cipal de los empleadores y de la fuerza de trabajo, establecidos por la OIT.
con arreglo a un marco jurídico sólido. No obstante,
El sistema normativo de la OIT es el órgano vital
todos ellos suelen necesitar ayuda y sendas asocia-
del Programa de Trabajo Decente de la Organizaci-
ciones representativas, a saber, las organizaciones
ón, sin el cual el desarrollo de empresas sostenibles
de empleadores y los sindicatos, que son las que en
y la generación de empleo no tendrían arraigo en el
mejores condiciones se hallan para coadyuvar a la
principio de la equidad.
existencia de unas relaciones sanas en el lugar de
trabajo. La solución de los problemas mediante la También las normas internacionales del trabajo
negociación a escala local constituye la base de la necesitan ser actualizadas, al igual que las legisla-
pirámide de la buena gobernanza en las sociedades ciones nacionales y los convenios colectivos. Ello
democráticas y las economías dinámicas. significa que es preciso ya elaborar normas nuevas,
ya revisar y fortalecer aquellas existentes, y también
Las normas de la OIT sobre la libertad de aso-
que debe determinarse cómo pueden respaldarse las
ciación y de sindicación, y sobre la igualdad, el
legislaciones nacionales y el sistema normativo de la
trabajo forzoso y el trabajo infantil, en las que se
OIT mediante mecanismos voluntarios.
recogen los principios y derechos fundamentales en
el trabajo, son indispensables para lograr un buen El pasado año se pudo apreciar la elasticidad
equilibrio entre la flexibilidad y la seguridad en los de ese sistema con la adopción del nuevo Convenio
lugares de trabajo, al cimentar unas relaciones no sobre el trabajo marítimo, por el cual se refundieron
coactivas, basadas en el respeto mutuo y el diálogo y desarrollaron varias normas antiguas y aplicables al
constructivo. sector global por antonomasia: la industria marítima.
Algunos han afirmado que sin la revolución de la
En ellas también se recogen derechos que pro-
contenerización, que ha transformado el transporte
pician el desarrollo tanto de los trabajadores como
marítimo en el espacio de una vida laboral, nunca
de los empleadores, que en sus relaciones con el
hubiera podido acelerarse la tasa de crecimiento del
Estado necesitan crear una plataforma de estabilidad
comercio mundial. Creo que llevan razón, por lo que
en un mundo que evoluciona a pasos agigantados,
resulta muy oportuno mostrar el potencial que los
una plataforma que pueda adaptarse y modelarse
sistemas normativos de la OIT encierran para contri-
en sintonía con las pautas de evolución del trabajo.
buir a la modernización de la gobernanza del trabajo
También es una base sobre la que debe seguir de-
mediante la adopción de un convenio destinado a la
sarrollándose la legislación laboral, tomando como
gente de mar y a los armadores de todo el mundo.
fuente de inspiración y orientación el corpus de las
Otro ejemplo de esta flexibilidad lo brinda la rapidísi-
normas internacionales del trabajo.
ma tasa de ratificación del Convenio sobre las peores
Tanto las empresas como los órganos del sector formas de trabajo infantil, 1999 (núm. 182).
privado, las organizaciones no gubernamentales y
Según apunté en la introducción, creo que de-
organismos internacionales como la Organización
bemos aprovechar estos logros y fortalecer aún más
Internacional de Normalización se dirigen cada vez
a la OIT. Tenemos una oportunidad inmejorable de
más a la OIT para elaborar sus respectivos códigos
demostrar la importancia de enfocar la buena go-
de conducta y orientar sus servicios de auditoría so-
bernanza en atención a los derechos y de basarla en
cial creados para propiciar un cumplimiento efectivo.
el diálogo social, que es el cauce más provechoso
Asimismo, más de 50 empresas multinacionales han
para adaptar los clásicos puntos fuertes de la OIT a
suscrito con federaciones sindicales globales acuer-
las exigencias de un mundo en evolución.
Creo que el tripartismo está hoy preparado, tan- Nuestra movilización en aras del Programa de
to a escala nacional como a escala internacional, Trabajo Decente ha dado muy buen resultado; la OIT
para un nuevo renacimiento. Debemos asegurar sus y el tripartismo han logrado mayor reconocimiento y
cimientos incrementando el respeto de la libertad de apoyo. Nuestro porvenir común depende ahora de la
asociación de los trabajadores y de los empleadores, orientación que ustedes nos presten para alcanzar los
robusteciendo el cometido de la administración del objetivos, aprovechar las oportunidades y asumir las
trabajo en el seno del Estado y fomentando políticas responsabilidades que hemos hecho nuestros.
activas de mercado de trabajo basadas en el diálogo
social. También necesitamos crear asociaciones en
los ámbitos nacional e internacional.
3. La Comisión convino en que se debería re- relativas a dichos objetivos. Esos exámenes
conocer y reafirmar la renovada pertinencia, podrían servir para fortalecer la base de
en el contexto de una globalización progre- conocimientos y la capacidad analítica de
siva, de los objetivos de la OIT enunciados la Oficina. Ante todo, la discusión tripartita
en su Constitución y en la Declaración de celebrada anualmente en la reunión de la
Filadelfia, complementados por la Decla- Conferencia Internacional del Trabajo de
ración de la OIT relativa a los principios y nuevos informes operacionales de este tipo
derechos fundamentales en el trabajo, de podría contribuir a establecer un vínculo más
1998, y contenidos en el Programa de Tra- directo entre las necesidades de los mandan-
bajo Decente. También acordó que en un tes, así como a facilitar la selección de las
entorno en constante evolución, el diálogo prioridades para la adopción de futuras me-
tripartito entre los gobiernos y las organiza- didas, en especial la elaboración de normas.
ciones representativas de los empleadores y El examen de esos informes podría permitir
de los trabajadores debería aceptarse como llevar a cabo una evaluación sistemática de
un medio esencial para el logro efectivo de la pertinencia de esas prioridades y de la
los objetivos estratégicos en el ámbito na- repercusión de las medidas adoptadas para
cional, regional e internacional. aplicarlas, sobre la base de la información
proporcionada por los mandantes.
4. Aunque las propuestas que figuraban en el
Informe V no trataban de forma exhaustiva 6. El Consejo de Administración debería anali-
todos los aspectos del punto del orden del zar con más detenimiento la posibilidad de
día, la Comisión reconoció que procedía llevar a cabo esos informes, sus modalidades
prestar especial atención a los tres principa- y el examen correspondiente, así como su
les aspectos de la gobernanza a fin de lograr relación con los estudios generales previstos
el objetivo de fortalecer la capacidad de la en el artículo 19 de la Constitución, a fin de
OIT para prestar asistencia a sus Miembros. garantizar que ese proceso, de adoptarse,
Quedaba entendido que era preciso tener no sometiera a una demanda excesiva las
en cuenta las repercusiones institucionales capacidades de la Oficina o supusiera una
de ese proceso para la OIT y la capacidad responsabilidad adicional de presentación
de la Oficina, incluido el Consejo de Admi- de informes para los Estados Miembros. La
nistración. Los procesos administrativos de la Comisión señaló que ello podría simplificar
OIT, como el examen de la estructura exte- considerablemente la tarea del Consejo de
rior, la gestión basada en los resultados y la Administración de seleccionar puntos para
revisión del ciclo de programación, también el orden del día de las reuniones de la Con-
eran claramente pertinentes en ese contexto. ferencia.
Las reformas propuestas no deberían menos-
7. En segundo lugar, respecto de la promoción
cabar en caso alguno los procedimientos
de un enfoque más integrado de esos obje-
existentes en la Organización, entre ellos los
tivos estratégicos en el marco de la Organi-
mecanismos de elaboración de normas y de
zación, entre sus mandantes y en la labor de
control.
la Oficina, hubo una amplia convergencia
5. En primer lugar, en cuanto a la posibilidad de opiniones en torno a la necesidad de
de realizar exámenes cíclicos o periódicos, adoptar dicho enfoque integrado, dada la
solía reconocerse que esos exámenes podían interdependencia y la complementariedad
ser un medio para ofrecer a los mandantes de esos objetivos. Ello también sería plena-
y al público en general una actualización mente compatible con el concepto mismo de
periódica de las tendencias y las políticas trabajo decente y estaría en armonía con el
apoyo generalizado que había recibido el ción y procesamiento de datos, así como las
Programa de Trabajo Decente dentro y fuera capacidades analíticas en todos los ámbitos,
de la Organización. tanto en la sede como en las regiones. Las
actividades de investigación y de formulaci-
8. Ese enfoque integrado también desempeña-
ón de políticas de la OIT deberían ser de la
ría una función esencial para promover la
mayor calidad posible y contrastarse con las
coherencia en la formulación de programas
repercusiones logradas de conformidad con
de trabajo decente por país (PTDP) adapta-
sus objetivos y la aplicación del Programa
dos a las necesidades y características espe-
de Trabajo Decente. De este modo, la OIT
cíficas de los países interesados. Por tanto, el
intensificará sus esfuerzos para convertir-
Consejo de Administración podría establecer
se en un centro mundial de excelencia. La
disposiciones en el ámbito institucional para
estructura tripartita confiere a la OIT una
examinar los PTDP con objeto de conseguir
ventaja comparativa y una credibilidad ex-
un equilibrio adecuado, también a escala
cepcionales para extraer enseñanzas de sus
nacional, y una mayor coherencia entre esos
actividades de investigación y de los resul-
programas a fin de aumentar su eficacia así
tados de los estudios por país.
como estrechar los vínculos y aumentar las
repercusiones respecto de otros programas 11. El fortalecimiento de los mandantes es un
pertinentes de las Naciones Unidas y orga- aspecto fundamental de la labor efectiva de
nismos multilaterales. La experiencia adqui- la OIT. La Organización debería aumentar
rida mediante los PTDP también podría enri- el apoyo que presta al fomento de la capa-
quecer los exámenes cíclicos o periódicos. cidad de sus mandantes para garantizar que
sigan estando en condiciones de participar
9. El establecimiento de ejemplos concretos so-
en los objetivos y en el Programa de Trabajo
bre la manera en que un enfoque integrado
Decente de la OIT, alcanzar esas metas en
puede resultar útil en términos de progreso
el contexto de la globalización y atender las
social, desarrollo sostenible y erradicación
necesidades de los mandantes.
de la pobreza contribuirá a convencer a to-
dos los Estados Miembros de las ventajas 12. Se señaló que el Programa Global de Empleo
de adoptar dicho enfoque. Por consiguiente, adoptado con pleno apoyo por el Consejo de
el Consejo de Administración podría exa- Administración proporciona directrices impor-
minar el modo en que se podrían utilizar tantes a los mandantes y a la Oficina para
las experiencias del pasado y del presente aplicar el Programa de Trabajo Decente.
en relación con los estudios por país a fin
13. En tercer lugar, con respecto a las asocia-
de establecer un marco coherente para ese
ciones establecidas en aras del trabajo de-
tipo de estudios, destinados a lograr que se
cente con los actores, como se indica en
comprenda la interrelación existente entre
el capítulo 4 del Informe V, se convino en
esos objetivos y la «fertilización mutua» de
que, si bien los objetivos y métodos de la
experiencias y prácticas adecuadas. De ser
OIT eran más adecuados que nunca, era
pertinente, el Consejo de Administración
preciso tener en cuenta tanto el nuevo con-
debería examinar la posibilidad de estable-
texto de la globalización como la existencia
cer un sistema voluntario de exámenes inter
de esos actores con creciente influencia en
pares y de autoevaluación, y las correspon-
este tema. Se recordó que en la Declaración
dientes modalidades.
Ministerial del Consejo Económico y Social
10. La OIT debe mejorar sus conocimientos, su de las Naciones Unidas (ECOSOC) de julio
base de competencias, la labor de compila- de 2006, se convenía en que el trabajo de-
Tomando nota de la Declaración de la OIT rela- Teniendo presente que el mandato fundamental
tiva a los principios y derechos fundamentales en el de la Organización es la promoción de condiciones
trabajo, de 1998; de trabajo decentes;
instrumento por el que se modifique dicho a los pescadores que trabajen a bordo de
anexo o se lo sustituya; embarcaciones más pequeñas la protección
prevista en el presente Convenio para los
i) el término «eslora» designa el 96 por ciento
pescadores que trabajen a bordo de buques
de la longitud total en una flotación corres-
de eslora igual o superior a 24 metros.
pondiente al 85 por ciento del puntal mínimo
de trazado, medido desde el canto superior
ARTÍCULO 3
de la quilla, o la distancia existente entre la
cara proel de la roda y el eje de la mecha 1. Cuando la aplicación del Convenio plantee
del timón en esa flotación, si esta última problemas especiales y de fondo, atendien-
magnitud es mayor. En los buques proyec- do a las condiciones de servicio específicas
tados con quilla inclinada, la flotación de de los pescadores o a las operaciones de
referencia para medir la eslora deberá ser los buques pesqueros de que se trate, todo
paralela a la flotación de proyecto; Miembro podrá, previa celebración de con-
j) la expresión «eslora total o máxima» designa sultas, excluir de los requisitos del presente
la distancia medida en línea recta, y parale- Convenio, o de ciertas disposiciones del
lamente a la flotación de proyecto, desde el mismo, a:
extremo anterior de la proa hasta el extremo a) las embarcaciones pesqueras dedicadas
posterior de la popa; a operaciones de pesca en ríos, lagos o
canales, y
k) la expresión «servicio de contratación y co-
locación» designa a toda persona, empresa, b) algunas categorías limitadas de pesca-
institución, agencia u otra entidad, pública o dores o buques pesqueros.
privada, cuya actividad consiste en contratar 2. En el caso de que haya exclusiones con arre-
a pescadores por cuenta de los propietarios glo a lo dispuesto en el párrafo 1 del presente
de buques pesqueros o en colocarlos direc- artículo, y cuando sea factible, la autoridad
tamente a su servicio; competente deberá tomar medidas, según
l) el término «capitán» o «patrón» designa al proceda, para extender progresivamente los
pescador al mando de un buque pesquero. requisitos previstos en el presente Convenio
a las categorías de pescadores y de buques
pesqueros antes citadas.
Ámbito de aplicación
3. Todo Miembro que ratifique el presente Con-
ARTÍCULO 2 venio deberá:
1. Salvo que en el presente Convenio se disponga a) en la primera memoria sobre la aplica-
otra cosa, éste se aplica a todos los pescadores ción del Convenio que someta en virtud
y todos los buques pesqueros que se dediquen del artículo 22 de la Constitución de la
a operaciones de pesca comercial. Organización Internacional del Trabajo:
i) presentar una lista de las categorías
2. En caso de duda respecto de si un buque o
de pescadores o de buques pesque-
embarcación está o no dedicado a la pesca
ros excluidos de conformidad con el
comercial, la decisión al respecto incumbirá
párrafo 1;
a la autoridad competente, previa celebra-
ción de consultas. ii) exponer las razones de tal exclusión,
indicando las posturas adoptadas
3. Todo Miembro, previa celebración de con- al respecto por las organizaciones
sultas, podrá extender, total o parcialmente, interesadas representativas, respec-
ARTÍCULO 8
PRINCIPIOS GENERALES
1. El propietario del buque pesquero tiene la
Aplicación responsabilidad global de asegurar que el
capitán o patrón disponga de los recursos y
ARTÍCULO 6 los medios necesarios para dar cumplimien-
to a las obligaciones derivadas del presente
1. Todo Miembro deberá aplicar y hacer respe- Convenio.
tar la legislación u otras medidas que haya
2. El capitán o patrón es responsable de la se-
adoptado para cumplir sus obligaciones de
guridad de los pescadores embarcados y de
conformidad con el presente Convenio por
la seguridad operacional del buque, lo que
lo que respecta a los pescadores y buques
incluye, pero no se limita a:
pesqueros bajo su jurisdicción. Entre otras
medidas, pueden figurar los convenios co- a) ejercer una supervisión que permita ga-
lectivos, las decisiones judiciales, los laudos rantizar, en la medida de lo posible, que
arbitrales u otros medios conformes con la los pescadores desarrollen sus labores
legislación y la práctica nacionales. en condiciones óptimas de seguridad y
salud;
2. Ninguna de las disposiciones del presente
b) dirigir a los pescadores en un clima de
Convenio menoscabará cualquier ley, sen-
respeto de la seguridad y la salud, lo que
tencia, costumbre o acuerdo entre los propie-
comprende la prevención de la fatiga;
dos, impartida con arreglo a programas médico, a condición de que dicho pescador
y planes de estudio establecidos, o tenga en su poder un certificado médico ca-
b) la naturaleza específica de la tarea o ducado en fecha reciente.
un programa de formación reconocido
requieran que los pescadores a los que ARTÍCULO 11
se aplique la excepción realicen trabajos Todo Miembro deberá adoptar una legislación u
de noche y la autoridad determine, pre- otras medidas que prevean:
via celebración de consultas, que dicho
a) la naturaleza de los exámenes médicos;
trabajo no perjudicará su salud ni su
bienestar. b) la forma y el contenido de los certificados mé-
dicos;
7. Ninguna de las disposiciones del presente
c) la expedición de los certificados médicos por
artículo afectará las obligaciones asumidas
personal médico debidamente calificado o,
por el Miembro al ratificar cualquier otro
en el caso de que se trate solamente de cer-
convenio internacional del trabajo.
tificados relativos a la vista, por una persona
habilitada por la autoridad competente para
Examen médico expedir este tipo de certificados; estas personas
deberán gozar de plena independencia para
ARTÍCULO 10 emitir dictámenes profesionales;
d) la frecuencia de los exámenes médicos y el pe-
1. No deberá permitirse que trabaje a bordo
ríodo de validez de los certificados médicos;
de un buque pesquero ningún pescador que
no disponga de un certificado médico válido e) el derecho de una persona a ser examinada de
que acredite su aptitud para desempeñar sus nuevo por otro personal médico independiente,
tareas. en el caso de que a esta persona se le niegue
un certificado o se le impongan limitaciones
2. La autoridad competente, previa celebración respecto del trabajo que puede realizar, y
de consultas, podrá autorizar exenciones con
f) otros requisitos pertinentes.
respecto a la aplicación de lo dispuesto en
el párrafo 1 del presente artículo, tomando
ARTÍCULO 12
en consideración la seguridad y la salud de
los pescadores, el tamaño del buque, los Además de las disposiciones establecidas en los
medios de asistencia médica y de evacu- artículos 10 y 11, en lo que atañe a los buques pes-
ación disponibles, la duración del viaje, la queros de eslora igual o superior a 24 metros o los
zona de actividades y el tipo de operación buques pesqueros que permanezcan habitualmente
de pesca. más de tres días en el mar:
3. Las exenciones previstas en el párrafo 2 del 1. En el certificado médico del pescador deberá
presente artículo no se aplicarán a los pes- constar, como mínimo, que:
cadores que trabajen en buques pesqueros a) la audición y la vista del pescador exa-
de eslora igual o superior a 24 metros o que minado son satisfactorias a efectos de
permanezcan habitualmente más de tres días las tareas que ha de cumplir a bordo
en el mar. En casos de urgencia, la autoridad del buque, y
competente podrá permitir que un pescador
b) el pescador no tiene ningún problema
trabaje a bordo de tales buques durante un
de salud que pueda agravarse con el
período de duración limitada y específica
servicio en el mar o incapacitarlo para
en espera de la obtención de un certificado
realizar dicho servicio o que pueda po-
que sean transferidos por los mismos motivos servicio forme parte de un servicio público
del buque al puerto extranjero. de empleo para todos los trabajadores y em-
pleadores, o sea coordinado por éste.
2. El costo de la repatriación a que se hace re-
ferencia en el párrafo 1 del presente artículo 2. Todo servicio privado de contratación y co-
será sufragado por el propietario del buque locación de pescadores que desarrolle acti-
pesquero, salvo cuando se haya constata- vidades en el territorio del Miembro deberá
do que, de conformidad con la legislación operar en conformidad con un sistema nor-
nacional u otras medidas, el pescador ha malizado de licencias o certificación u otra
cometido un incumplimiento grave de las forma de reglamentación, que sólo podrán
obligaciones derivadas de su acuerdo de establecerse, mantenerse o modificarse pre-
trabajo. via celebración de consultas.
3. Los Miembros deberán establecer, por me- 3. Todo Miembro deberá, por medio de la le-
dio de la legislación u otras medidas, las gislación u otras medidas:
circunstancias exactas que dan a los pesca- a) prohibir que los servicios de contrataci-
dores amparados por el párrafo 1 del pre- ón y colocación usen medios, mecanis-
sente artículo el derecho a la repatriación, la mos o listas destinados a impedir que
duración máxima de los períodos de servicio los pescadores obtengan un empleo o
a bordo que dan a estos pescadores el dere- a disuadirlos de ello;
cho a la repatriación y los destinos a los que
b) prohibir que se imputen a los pesca-
los pescadores pueden ser repatriados.
dores, directa o indirectamente y en su
4. Si un propietario de buque pesquero omite totalidad o en parte, los honorarios u
autorizar la repatriación a que se hace re- otros gastos correspondientes a su con-
ferencia en el presente artículo, el Miembro tratación o colocación, y
cuyo pabellón enarbole el buque deberá c) fijar las condiciones en que cualesquiera
adoptar todas las medidas necesarias para licencias, certificados o autorizaciones
la repatriación del pescador de que se trate y similares para explotar un servicio pri-
tendrá derecho a reclamar al propietario del vado de contratación o de colocación
buque pesquero el reembolso de los gastos podrán suspenderse o retirarse en caso
correspondientes. de infracción a la legislación pertinen-
5. La legislación nacional no menoscabará nin- te, y especificar las condiciones en que
gún derecho del propietario de un buque dichos servicios privados podrán ejercer
pesquero a recuperar el costo de la repatria- sus actividades.
ción con arreglo a lo dispuesto en acuerdos
contractuales suscritos por terceras partes.
Agencias de empleo privadas
4. Todo Miembro que haya ratificado el Conve-
nio sobre las agencias de empleo privadas,
CONTRATACIÓN Y COLOCACIÓN
1997 (núm. 181), podrá atribuir, en virtud
ARTÍCULO 22 del mismo, ciertas responsabilidades a las
agencias de empleo privadas que presten
Contratación y colocación de pescadores los servicios especificados en el apartado b)
del párrafo 1 del artículo 1 de dicho Con-
1. Todo Miembro que mantenga un servicio venio. Las responsabilidades respectivas de
público de contratación y colocación de dichas agencias y de los propietarios de bu-
pescadores deberá asegurarse de que este ques pesqueros, que serán las «empresas
a) a bordo de los buques pesqueros se lleven y el servicio del buque, teniendo en cuenta el
se sirvan alimentos de valor nutritivo, calidad número de pescadores a bordo, la zona de
y cantidad suficientes; operaciones y la duración del viaje;
b) se lleve a bordo una cantidad suficiente de b) los buques pesqueros deberán tener a bordo
agua potable de calidad adecuada, y por lo menos a un pescador calificado o for-
c) los alimentos y el agua potable sean provistos mado en materia de primeros auxilios y otras
por el propietario del buque pesquero, sin cos- formas de atención médica, que además posea
to para el pescador. Sin embargo, de confor- los conocimientos necesarios para el uso del
midad con la legislación nacional, los costos equipo y el material médico disponibles en el
podrán recuperarse como costos de explota- buque de que se trate, teniendo en cuenta el
ción, a condición de que ello esté estipulado número de pescadores a bordo, la zona de
en un convenio colectivo que rija el sistema de operaciones y la duración del viaje;
remuneración a la parte o en un acuerdo de c) el equipo y los suministros médicos que se lleven
trabajo del pescador. a bordo deberán ir acompañados de instruccio-
nes u otra información en un idioma y formato
ARTÍCULO 28 que resulten comprensibles para el pescador o
pescadores a que se refiere el apartado b);
1. La legislación u otras medidas que adopte
el Miembro con arreglo a los artículos 25 d) los buques pesqueros estén equipados para
a 27 darán pleno efecto al anexo III sobre efectuar comunicaciones por radio o por sa-
alojamiento a bordo de buques pesqueros. télite con personas o servicios en tierra que
El anexo III podrá modificarse en la forma puedan proporcionar asesoramiento médico,
prevista en el artículo 45. teniendo en cuenta la zona de operaciones y
la duración del viaje, y
2. Todo Miembro que no esté en condiciones de
e) los pescadores tendrán derecho a recibir trata-
aplicar las disposiciones de anexo III podrá
miento médico en tierra y a ser desembarcados
adoptar, previa celebración de consultas, dispo-
oportunamente en caso de sufrir lesiones o
siciones en su legislación u otras medidas que
enfermedades graves.
sean en sustancia equivalentes a las disposicio-
nes establecidas en el anexo III, con excepción ARTÍCULO 30
de las que se refieren al artículo 27.
En lo que atañe a los buques pesqueros de eslora
igual o superior a 24 metros, teniendo en cuenta el
PARTE VI número de pescadores a bordo, la zona de opera-
ciones y la duración del viaje, todo Miembro deberá
ATENCIÓN MÉDICA, PROTECCIÓN DE adoptar una legislación u otras medidas en las que
se estipule que:
LA SALUD Y SEGURIDAD SOCIAL
a) la autoridad competente determinará cuáles
Atención médica serán el equipo y los suministros médicos que
se deberán llevar a bordo;
ARTÍCULO 29 b) el equipo y los suministros médicos que se lle-
ven a bordo sean debidamente conservados
Todo Miembro deberá adoptar una legislación u
e inspeccionados por personas responsables
otras medidas en las que se estipule que:
designadas o aprobadas por la autoridad com-
a) los buques pesqueros deberán llevar a bordo petente, a intervalos regulares establecidos por
equipo y suministros médicos apropiados para dicha autoridad;
c) los buques lleven a bordo una guía médica e) la constitución de comités paritarios o, previa
adoptada o aprobada por la autoridad com- celebración de consultas, de otros organismos
petente, o la última edición de la Guía médica competentes en materia de seguridad y salud
internacional de a bordo; en el trabajo.
d) los buques tengan acceso a un dispositivo pre-
establecido de consultas médicas por radio ARTÍCULO 32
o por satélite, que incluya el asesoramiento 1. Los requisitos contenidos en el presente artícu-
de especialistas, a toda hora del día o de la lo deberán aplicarse a los buques pesqueros
noche; de eslora igual o superior a 24 metros que
e) los buques lleven a bordo una lista de radios permanezcan habitualmente más de tres días
o de estaciones satelitales por cuyo intermedio en el mar y, previa celebración de consultas,
se pueda obtener asesoramiento médico, y a otros buques pesqueros, teniendo en cuenta
f) en la medida en que sea conforme con la legis- el número de pescadores a bordo, la zona de
lación y la práctica del Miembro, se proporcio- operaciones y la duración del viaje.
ne atención médica gratuita a los pescadores 2. La autoridad competente deberá:
cuando éstos se encuentren a bordo o se hayan
a) previa celebración de consultas, exigir
desembarcado en un puerto extranjero.
que los propietarios de buques pesque-
ros, con arreglo a la legislación, los con-
Seguridad y salud en el trabajo y prevención de venios colectivos y la práctica nacionales,
accidentes laborales establezcan procedimientos que regirán
a bordo en lo que respecta a la preven-
ARTÍCULO 31 ción de los accidentes del trabajo y las
lesiones y enfermedades profesionales,
Todo Miembro deberá adoptar una legislación u teniendo en cuenta los peligros y riesgos
otras medidas en lo relativo a: específicos del buque pesquero de que
a) la prevención de los accidentes del trabajo, se trate, y
las enfermedades profesionales y los riesgos b) exigir que a los propietarios de buques
relacionados con el trabajo a bordo de bu- pesqueros, capitanes o patrones, pes-
ques pesqueros, incluidas la evaluación y la cadores y demás personas interesadas
gestión de los riesgos, así como la formación se les proporcionen orientaciones, ma-
y la instrucción de los pescadores impartidas teriales de formación y otros recursos
a bordo; de información suficientes y adecuados
b) la formación de los pescadores para la ma- sobre la forma de evaluar y gestionar
nipulación de los tipos de artes de pesca que los riesgos para la seguridad y la salud
utilizarán y el conocimiento de las operaciones a bordo de buques pesqueros.
de pesca en las que participarán;
3. Los propietarios de buques pesqueros debe-
c) las obligaciones de los propietarios de buques rán:
pesqueros, así como de los pescadores y otras
a) asegurarse de que a todos los pesca-
personas interesadas, teniendo debidamente
dores que se encuentren a bordo se les
en cuenta la seguridad y la salud de los pes-
proporcionen las ropas y equipos indi-
cadores menores de 18 años;
viduales de protección adecuados;
d) la notificación e investigación de los accidentes
b) asegurarse de que todos los pescadores
ocurridos a bordo de buques pesqueros que
que se encuentren a bordo hayan reci-
enarbolen su pabellón, y
ARTÍCULO 33 ARTÍCULO 37
La evaluación de los riesgos en relación con la No obstante la atribución de responsabilidades
pesca deberá llevarse a cabo, según proceda, con con arreglo a los artículos 34, 35 y 36, los Miem-
la participación de los pescadores o de sus repre- bros, mediante acuerdos bilaterales y multilaterales y
sentantes. mediante disposiciones adoptadas en el marco de las
organizaciones de integración económica regional,
Seguridad social podrán determinar otras reglas sobre la legislación
en materia de seguridad social a que están sujetos
los pescadores.
ARTÍCULO 34
Todo Miembro deberá garantizar que los pes- Protección en caso de enfermedad, lesión o muerte
cadores que residen habitualmente en su territorio,
relacionadas con el trabajo
así como las personas a su cargo, en la medida
prevista por la legislación nacional, tengan derecho
a beneficiarse de la protección de la seguridad social
ARTÍCULO 38
en condiciones no menos favorables que las que 1. Todo Miembro, de conformidad con la le-
se apliquen a los demás trabajadores, incluidos los gislación y la práctica nacionales, deberá
asalariados y los trabajadores por cuenta propia, que adoptar medidas para proporcionar protec-
residen habitualmente en su territorio. ción a los pescadores en caso de enferme-
dad, lesión o muerte relacionadas con el
ARTÍCULO 35 trabajo.
Todo Miembro deberá comprometerse a adoptar 2. En caso de lesión por accidente de trabajo
medidas, en función de las circunstancias naciona- o de enfermedad profesional, el pescador
les, para lograr progresivamente una protección de deberá tener acceso a:
seguridad social completa para todos los pescadores a) una atención médica apropiada, y
que residen habitualmente en su territorio.
b) la indemnización correspondiente, con
arreglo a la legislación nacional.
ARTÍCULO 43 ARTÍCULO 44
Todo Miembro deberá aplicar el presente Con-
1. Si un Miembro recibe una queja u obtie-
venio de manera que pueda asegurarse de que los
ne pruebas de que un buque pesquero que
buques pesqueros que enarbolan el pabellón de
enarbola su pabellón no está en conformi-
cualquier Estado que no haya ratificado el presente
dad con los requisitos del presente Conve-
Convenio no reciban un trato más favorable que
nio deberá adoptar las medidas necesarias
los buques pesqueros que enarbolan el pabellón de
para investigar el asunto y velar por que se
cualquier Miembro que lo haya ratificado.
adopten disposiciones para subsanar todas
las deficiencias detectadas.
2. Si un Miembro, en cuyo puerto hace escala PARTE VIII
un buque pesquero en el curso normal de
su actividad o por razones operativas, reci-
be una queja u obtiene pruebas de que en
ENMIENDAS A LOS ANEXOS I, II Y III
dicho buque no se cumplen los requisitos
ARTÍCULO 45
establecidos en el presente Convenio, podrá
preparar un informe, con copia al Direc- 1. A reserva de las disposiciones pertinentes
tor General de la Oficina Internacional del del presente Convenio, la Conferencia In-
Trabajo, destinado al gobierno del Estado ternacional del Trabajo podrá modificar los
del pabellón del buque pesquero y adoptar anexos I, II y III. El Consejo de Administra-
las medidas necesarias para rectificar toda ción de la Oficina Internacional del Trabajo
situación a bordo que constituya manifies- podrá inscribir en el orden del día de las reu-
tamente un peligro para la seguridad o la niones de la Conferencia un punto relativo
salud. a las propuestas de enmienda establecidas
por una reunión tripartita de expertos. Para 2. Entrará en vigor doce meses después de
adoptar una propuesta de enmienda se re- la fecha en que las ratificaciones de diez
querirá una mayoría de dos tercios de los Miembros, ocho de los cuales deberán ser
votos emitidos por los delegados presentes Estados ribereños, hayan sido registradas
en la reunión de la Conferencia, incluida al por el Director General.
menos la mitad de los Miembros que hayan
3. A partir de entonces, el presente Convenio
ratificado el presente Convenio.
entrará en vigor, para cada Miembro, doce
2. Toda enmienda adoptada en conformidad meses después de la fecha de registro de su
con el párrafo 1 del presente artículo entrará ratificación.
en vigor seis meses después de la fecha de
su adopción para todo Miembro que haya ARTÍCULO 49
ratificado el presente Convenio, a menos
1. Todo Miembro que haya ratificado el presente
que el Miembro notifique por escrito al Di-
Convenio puede denunciarlo a la expiración
rector General de la Oficina Internacional
de un período de diez años, contado a partir
del Trabajo que la enmienda no entrará en
de la fecha en que se haya puesto inicialmen-
vigor para dicho Miembro o entrará en vigor
te en vigor, mediante un acta comunicada,
sólo en una fecha posterior que será notifi-
para su registro, al Director General de la
cada ulteriormente por escrito.
Oficina Internacional del Trabajo. La denun-
cia no surtirá efecto hasta un año después de
PARTE IX la fecha en que se haya registrado.
2. Todo Miembro que haya ratificado el presen-
DISPOSICIONES FINALES te Convenio y que, en el plazo de un año
después de la expiración del período de diez
ARTÍCULO 46 años mencionado en el párrafo precedente,
El presente Convenio revisa el Convenio sobre no invoque el derecho de denuncia previsto
la edad mínima (pescadores), 1959 (núm. 112); el en este artículo, quedará obligado durante
Convenio sobre el examen médico de los pescadores, un nuevo período de diez años y, en lo suce-
1959 (núm. 113); el Convenio sobre el contrato de sivo, podrá denunciar este Convenio durante
enrolamiento de los pescadores, 1959 (núm. 114), el primer año de cada nuevo período de diez
y el Convenio sobre el alojamiento de la tripulación años, en las condiciones previstas en este
(pescadores), 1966 (núm. 126). artículo.
ARTÍCULO 47 ARTÍCULO 50
Las ratificaciones formales del presente Convenio 1. El Director General de la Oficina Internacio-
serán comunicadas, para su registro, al Director Ge- nal del Trabajo notificará a todos los Miem-
neral de la Oficina Internacional del Trabajo. bros de la Organización Internacional del
Trabajo el registro de cuantas ratificaciones,
ARTÍCULO 48 declaraciones y denuncias le comuniquen los
Miembros de la Organización.
1. El presente Convenio obligará únicamente
a aquellos Miembros de la Organización 2. Al notificar a los Miembros de la Organiza-
Internacional del Trabajo cuyas ratificaciones ción el registro de la última de las ratifica-
haya registrado el Director General de la ciones necesarias para la entrada en vigor
Oficina Internacional del Trabajo. del Convenio, el Director General llamará
e) el viaje o los viajes que se vayan a emprender, tario del buque pesquero u otra parte o partes
si cabe determinar este dato al celebrarse el en el acuerdo de trabajo del pescador deberán
acuerdo; proporcionar al pescador, según proceda;
f) la función para cuyo desempeño se va a em- n) el derecho del pescador a la repatriación;
plear o contratar al pescador; o) una referencia al convenio colectivo, cuando
g) si es posible, el lugar y la fecha en que el proceda;
pescador tiene que presentarse a bordo para p) los períodos mínimos de descanso, de con-
comenzar su servicio; formidad con la legislación nacional u otras
h) los víveres que se suministrarán al pescador, medidas, y
salvo cuando la legislación o los reglamentos q) todos los demás datos que la legislación na-
nacionales prevean un sistema diferente; cional pueda exigir.
i) el importe del salario del pescador o, si fuera
remunerado a la parte, el porcentaje de su
participación en especie y el método adoptado ANEXO III
para el cálculo del mismo, o el importe de su
salario y el porcentaje de su participación y el
ALOJAMIENTO A BORDO DE
método adoptado para el cálculo de ésta si
fuera remunerado mediante una combinaci- BUQUES PESQUEROS
ón de estos dos métodos, así como el salario
mínimo que pudiera haberse convenido;
DISPOSICIONES GENERALES
j) la terminación del acuerdo y las condiciones 1. A los efectos del presente anexo:
correspondientes, a saber: a) la expresión «buque pesquero nuevo»
i) si el acuerdo se ha celebrado por un pe- designa todo buque respecto del cual:
ríodo determinado, la fecha fijada para su i) el contrato de construcción o un
expiración; contrato de transformación impor-
ii) si el acuerdo se ha celebrado por un viaje, tante se ha adjudicado en la fecha
el puerto de destino y el tiempo que ha de de entrada en vigor del Convenio
transcurrir después de la llegada para que para el Miembro interesado o des-
el interesado sea dado de baja, y pués de ésta, o
iii) si el acuerdo se ha celebrado por un perío- ii) el contrato de construcción o de trans-
do indeterminado, las condiciones que per- formación importante se ha adjudi-
mitirán a cada una de las partes rescindirlo, cado antes de la fecha de entrada en
así como el plazo de aviso requerido, que vigor del Convenio para el Miembro
no podrá ser más corto para el empleador, interesado y la entrega del buque se
el propietario del buque pesquero u otra produce tres o más años después de
parte en el acuerdo que para el pescador; esta fecha de entrada en vigor, o
k) la protección que cubrirá al pescador en caso iii) cuando no existe un contrato de
de enfermedad, lesión o muerte relacionadas construcción, en la fecha de entrada
con su trabajo a bordo del buque; en vigor del Convenio para el Miem-
l) las vacaciones anuales pagadas o la fórmula bro interesado o después de ésta:
empleada para calcularlas, cuando proceda; – se ha colocado la quilla, o
m) la cobertura y las prestaciones de salud y de – se ha iniciado una fase de la
seguridad social que el empleador, el propie- construcción que puede identifi-
ocupen un dormitorio no deberá ser superior dimensiones interiores de las literas no sean
a seis. inferiores a 190 centímetros por 70 centí-
metros, si comprueba que esto es razonable
41. En los buques de eslora igual o superior a 24
y no redundará en incomodidad para los
metros, el número de personas que podrán
pescadores.
ocupar un dormitorio no deberá ser superior
a cuatro. La autoridad competente podrá 48. Los dormitorios deberán proyectarse y equi-
permitir excepciones a este requisito en ca- parse de manera que se facilite su limpieza y
sos particulares en que su aplicación no sea se proporcione una comodidad razonable a
razonable o factible habida cuenta del tipo los ocupantes. En su equipamiento deberán
de buque, sus dimensiones o el servicio a incluirse literas, armarios individuales de di-
que esté destinado. mensiones suficientes para contener la ropa
y demás efectos personales, y una superficie
42. En la medida en que no se estipule expre-
adecuada para escribir.
samente otra cosa y cuando sea factible,
se proporcionará a los oficiales uno o más 49. En los buques de eslora igual o superior a 24
dormitorios separados. metros, se deberá proporcionar un escritorio
adecuado para escribir y una silla.
43. En los buques de eslora igual o superior a
24 metros, los dormitorios de oficiales se 50. En la medida en que sea factible, los dormi-
destinarán, cada vez que sea posible, a una torios deberán estar ubicados o equipados
sola persona; en ningún caso habrá más de manera que los hombres y las mujeres
de dos literas por dormitorio. La autoridad puedan tener una privacidad conveniente.
competente podrá permitir excepciones a
los requisitos contenidos en este párrafo, en COMEDORES
los casos particulares en que la aplicación
51. Los comedores deberán estar tan cerca como
de los mismos no sea razonable o factible
sea posible de la cocina, pero en ningún
habida cuenta del tipo de buque, sus dimen-
caso delante del mamparo de abordaje.
siones o el servicio a que esté destinado.
52. Los buques deberán disponer de comedo-
OTRAS DISPOSICIONES res apropiados para su funcionamiento. En
la medida en que no se estipule expresa-
44. El número máximo de personas que pueden
mente otra cosa y cuando sea factible, los
alojarse en un dormitorio deberá indicarse,
comedores deberán estar separados de los
en forma legible e indeleble, en un lugar
dormitorios.
fácilmente visible de la habitación.
53. En los buques de eslora igual o superior a
45. Deberán proporcionarse literas individuales
24 metros, los comedores deberán estar se-
de dimensiones apropiadas. Los colchones
parados de los dormitorios.
deberán ser de un material apropiado.
54. Las dimensiones y el equipamiento de cada
46. En los buques de eslora igual o superior a
comedor deberán ser suficientes para aco-
24 metros, las dimensiones interiores de las
ger al número de personas que se estima
literas no deberán ser inferiores a 198 por
puedan utilizarlo en cualquier momento.
80 centímetros.
55. En los buques de eslora igual o superior a
47. No obstante lo dispuesto en el párrafo 46,
24 metros, los pescadores deberán tener
la autoridad competente, previa celebraci-
acceso en todo momento a un refrigerador
ón de consultas, podrá determinar que las
61. En los buques de eslora igual o superior a 67. En los buques de eslora igual o superior a 45
24 metros, todos los pescadores que no ocu- metros, se deberá disponer de una enferme-
pen habitaciones con instalaciones sanitarias ría separada, que deberá estar adecuada-
privadas deberán disponer de, al menos, mente equipada y mantenida en condiciones
una bañera o ducha o ambas a la vez, un higiénicas.
retrete y un lavabo por cada cuatro personas
o menos. OTRAS INSTALACIONES
62. No obstante lo dispuesto en el párrafo 61, la 68. Se deberá disponer de un lugar adecuado
autoridad competente, previa celebración de para colgar la ropa impermeable y demás
consultas, podrá determinar que se deberá equipos de protección personal, fuera de los
dormitorios pero en sitios fácilmente accesi- 74. Los buques de eslora igual o superior a 24
bles a partir de estos últimos. metros deberán estar equipados con cocinas
separadas.
ROPA DE CAMA, VAJILLA Y
75. Cuando se utilice gas butano o propano
ARTÍCULOS DIVERSOS
para cocinar, los recipientes de gas deberán
69. A todos los pescadores que se encuentren mantenerse en la cubierta expuesta, dentro
a bordo del buque se deberá proporcionar de un refugio que los resguarde de las fuen-
vajilla y ropa de cama apropiadas. Sin em- tes de calor y los choques del exterior.
bargo, los costos de la ropa de cama podrán 76. Deberá disponerse de un lugar apropiado
recuperarse como costos de explotación, a y de volumen suficiente para almacenar las
condición de que ello esté estipulado en un provisiones, que pueda ser ventilado y man-
convenio colectivo o en el acuerdo de tra- tenido seco y fresco para evitar el deterioro
bajo del pescador. de los alimentos. En la medida en que no
se estipule expresamente otra cosa y cuan-
INSTALACIONES DE RECREO do sea factible, se instalarán refrigeradores
70. En los buques de eslora igual o superior a 24 u otros medios de almacenamiento a baja
metros, se deberá proporcionar a todos los temperatura.
pescadores a bordo instalaciones, equipos y 77. En los buques de eslora igual o superior a
servicios de recreo apropiados. Cuando así 24 metros, se deberá disponer de una des-
proceda, los comedores podrán ser utiliza- pensa y un refrigerador o de otros lugares
dos como instalaciones de recreo. de almacenamiento a baja temperatura.
71. En la medida en que sea factible, todos los 78. El abastecimiento de víveres y agua potable
pescadores a bordo tendrán un acceso razo- deberá ser suficiente en relación con el nú-
nable a los equipos de comunicación, a un mero de pescadores y la duración y natura-
costo razonable que no excederá del costo leza del viaje. Además, deberá ser adecuado
efectivo de las comunicaciones para el pro- en cuanto a su valor nutritivo, calidad, can-
pietario del buque pesquero. tidad y variedad, habida cuenta asimismo
de las exigencias religiosas y las prácticas
COCINA Y DESPENSA culturales de los pescadores en materia ali-
mentaria.
72. En todo barco pesquero deberán preverse
equipos para cocer los alimentos. En la me- 79. La autoridad competente podrá establecer
dida en que no se estipule expresamente otra requisitos en cuanto a las normas mínimas
cosa y cuando sea factible, estos equipos de- de calidad y cantidad de los alimentos y del
berán instalarse en una cocina separada. agua que deban suministrarse a bordo.
73. La cocina o las instalaciones destinadas a
CONDICIONES DE LIMPIEZA Y HABITABILIDAD
cocer los alimentos cuando no se disponga
de una cocina separada deberán ser de di- 80. Los espacios de alojamiento de los pescado-
mensiones adecuadas, y estar bien ilumina- res deberán mantenerse en condiciones ade-
das y ventiladas y debidamente equipadas cuadas de limpieza y habitabilidad, y no se
y mantenidas. deberá almacenar en ellos ningún material
82. Los desechos deberán depositarse en conte- Los resultados de estas inspecciones y las medi-
nedores bien cerrados y sellados, y deberán das adoptadas para solucionar las anomalías que
retirarse de los lugares donde se manipulen se detecten deberán consignarse y estar disponibles
alimentos, cada vez que sea necesario. para consulta.
trabajan en el mar, como las Directrices para 12. Al término de cada contrato, debería poner-
la realización de reconocimientos médicos se a disposición del pescador interesado una
periódicos y previos al embarque de la gente hoja de servicios relativa a dicho contrato,
de mar (OIT/OMS). o anotarse los datos correspondientes en su
10. En el caso de los pescadores que estén exen- libreta profesional.
tos de la aplicación de las disposiciones del
Convenio relativas al examen médico, la
MEDIDAS ESPECIALES
autoridad competente debería adoptar las 13. En el caso de los pescadores excluidos del
medidas adecuadas para efectuar el segui- ámbito de aplicación del Convenio, la auto-
miento médico correspondiente en materia ridad competente debería adoptar medidas
de seguridad y salud en el trabajo. encaminadas a proporcionarles una protec-
ción adecuada en lo relativo a sus condicio-
COMPETENCIAS PROFESIONALES
nes de trabajo, así como mecanismos para
Y FORMACIÓN la solución de conflictos.
11. Los Miembros deberían:
REMUNERACIÓN DE LOS PESCADORES
a) tener en cuenta las normas internacio-
nales generalmente aceptadas relativas 14. Los pescadores deberían tener derecho a
a la formación y las competencias de los percibir adelantos con cargo a su remune-
28. En la medida en que sea factible, las literas berían estar ubicados en un lugar fácilmente
de los miembros de la tripulación deberían accesible desde los dormitorios y desde las
estar distribuidas de forma que las guardias instalaciones de aseo personal, pero sepa-
estén separadas y que las personas que tra- rados de ellos. Cuando haya varios retretes
bajan de día no tengan que compartir el en un mismo compartimento, éstos deberían
dormitorio con personas que hagan guardias estar lo suficientemente aislados como para
nocturnas. preservar la intimidad.
29. En los buques de eslora igual o superior a 32. Deberían facilitarse instalaciones sanitarias
24 metros se deberían prever dormitorios separadas para hombres y mujeres.
separados para hombres y mujeres.
INSTALACIONES DE RECREO
INSTALACIONES SANITARIAS
33. Cuando se requiera la existencia de instala-
30. Los espacios destinados a las instalaciones ciones de recreo, los equipamientos deberí-
sanitarias deberían cumplir los requisitos si- an incluir, como mínimo, una biblioteca y los
guientes: medios necesarios para la lectura, la escri-
a) los suelos deberían ser de un material tura y, en la medida en que sea factible, los
duradero homologado, de fácil limpieza juegos de salón. Las instalaciones y servicios
e impermeable a la humedad, y estar de recreo deberían ser objeto de revisiones
provistos de un sistema adecuado de frecuentes para asegurarse de que respon-
desagüe; den a las necesidades de los pescadores, ha-
bida cuenta de la evolución tecnológica, de
b) los mamparos deberían ser de acero o
las condiciones de explotación y de cualquier
de cualquier otro material aprobado, y
otra novedad. También se debería considerar
estancos hasta una altura de por lo me-
la posibilidad de ofrecer, sin costo alguno
nos 0,23 metros con respecto al suelo
para los pescadores y cuando sea factible,
del puente;
las instalaciones y servicios siguientes:
c) los locales deberían contar con ilumina-
a) una sala para fumar;
ción, calefacción y ventilación suficien-
tes; b) la recepción de programas de televisión
y de radio;
d) las tuberías de aguas servidas y de eva-
cuación deberían ser de dimensiones c) la proyección de películas o vídeos, cuya
adecuadas y estar construidas de ma- oferta debería adecuarse a la duración
nera que se reduzca al mínimo el riesgo del viaje y, en caso necesario, renovarse
de obstrucción y se facilite su limpieza; a intervalos razonables;
no deberían atravesar los depósitos de d) equipos de deporte, incluidos aparatos
agua dulce o potable ni, en la medida de ejercicios físicos, juegos de mesa y
en que sea factible, pasar por los techos juegos de cubierta;
de los comedores o los dormitorios. e) una biblioteca con obras de contenido
31. Los retretes deberían ser de un modelo profesional y de otra índole, en cantidad
aprobado y asegurar en todo momento una suficiente para la duración del viaje y
descarga de agua abundante que pueda renovada a intervalos razonables;
controlarse de forma independiente. En la f) medios para realizar trabajos manuales
medida en que sea factible, los retretes de- recreativos, y
g) aparatos electrónicos como radios, te- 39. Para los buques de eslora igual o superior a
levisores, magnetoscopios, lectores de 24 metros, deberían tomarse en considera-
CD/DVD, ordenadores y programas in- ción, además de las disposiciones del artícu-
formáticos, y magnetófonos. lo 32 del Convenio, los criterios adicionales
siguientes:
en los lugares de trabajo donde las dimen- ductividad y atender otras necesidades de
siones social, económica y medioambiental desarrollo de la empresa, cuyos beneficios
coexisten de manera indisociable. habrán de compartirse equitativamente en
la empresa y en la sociedad en su conjunto.
4. Al abordar los desafíos de la promoción de
Ello exige nuevas formas de cooperación
empresas sostenibles, es importante recordar
entre los gobiernos, las empresas, los traba-
los instrumentos que orientan el Programa de
jadores y la sociedad con el fin de garanti-
Trabajo Decente de la OIT de más amplio
zar una máxima calidad de la vida presente
alcance. La Constitución de la OIT, inclui-
y futura y del empleo y, al mismo tiempo,
da la Declaración de Filadelfia, así como la
preservar la sostenibilidad del planeta. El
Declaración de la OIT relativa a los princi-
tripartismo, con inclusión del diálogo social
pios y derechos fundamentales en el trabajo
y la negociación colectiva, es un elemento
y su seguimiento, 1998, subrayan que las
vital a este respecto.
políticas económicas y sociales son com-
ponentes fundamentales y que se refuerzan 7. Las empresas sostenibles precisan sociedades
mutuamente con miras a la creación de un sostenibles: las empresas suelen prosperar
desarrollo sostenible de base amplia y a la cuando las sociedades prosperan y vicever-
promoción de la justicia social. Por su parte, sa. Ello exige una inclusión social y econó-
el Programa Global de Empleo de la OIT mica, así como equidad en la distribución
adoptado por el Consejo de Administración de los recursos y el acceso a los mismos. La
de la OIT proporciona una serie de políticas, habilitación económica de las mujeres es
incluidas políticas de desarrollo empresarial, de crucial importancia para las sociedades
destinadas a lograr un empleo pleno y pro- sostenibles. Requiere la igualdad de acceso
ductivo y un trabajo decente para todos. a las oportunidades en materia de iniciativa
empresarial, los servicios financieros y los
5. Promover las empresas sostenibles implica
mercados de trabajo. El fomento de opor-
fortalecer el Estado de derecho, las institu-
tunidades sociales y económicas para los
ciones y los sistemas de gobernanza que ha-
grupos desfavorecidos es particularmente
cen prosperar a las empresas, y alentarlas a
importante a este respecto, incluida la ne-
llevar a cabo sus actividades de manera sos-
cesidad de apoyar a los jóvenes. La sosteni-
tenible. Para ello, es de importancia crucial
bilidad también implica tener confianza en
contar con un entorno propicio que aliente
que las políticas públicas y los marcos regla-
la inversión, la iniciativa empresarial, los de-
mentarios han de hacer realidad la promesa
rechos de los trabajadores y la creación, el
de unas sociedades prósperas, estables y
crecimiento y el mantenimiento de empresas
equitativas.
sostenibles, conciliando las necesidades y los
intereses de la empresa con la aspiración de 8. Las empresas tienen que ser viables para ser
la sociedad de seguir un modelo de creci- sostenibles, pero ello no niega el hecho de
miento que respete los valores y principios que, incluso en las economías pujantes y di-
del trabajo decente, la dignidad humana y námicas, es inevitable que algunas empresas
la sostenibilidad del medio ambiente. reduzcan su actividad o fracasen y haya un
proceso continuo de entrada y salida. Los
6. Promover las empresas sostenibles implica
principios y valores del trabajo decente pro-
también garantizar que los recursos huma-
porcionan orientaciones que pueden aplicar-
nos, financieros y naturales se combinen de
se tanto en el caso de las empresas que se
manera equitativa para lograr una inno-
contraen o fracasan como en el caso de las
vación sostenible y un aumento de la pro-
que tienen éxito y crecen. A este respecto, las variar en diferentes etapas del desarrollo y
políticas activas de mercado de trabajo y la en contextos culturales y socioeconómicos
protección social revisten gran importancia distintos. Ahora bien, hay algunas condicio-
para gestionar transiciones eficientes y justas nes básicas que generalmente se consideran
en el plano social que tengan en cuenta las esenciales. Estas condiciones interrelaciona-
circunstancias nacionales. das y que se refuerzan mutuamente son las
siguientes:
9. Los objetivos del Programa de Trabajo De-
cente tienen una aplicación universal. Sin 1. Paz y estabilidad política. La paz y la
embargo, no existe una solución única en estabilidad política son condiciones
lo que respecta a la formulación y la aplica- previas básicas para impulsar la cons-
ción de políticas que promuevan empresas titución y el crecimiento de empresas
sostenibles. Las políticas deben reconocer la sostenibles, mientras que la guerra y los
diversidad de las situaciones nacionales de conflictos civiles son importantes facto-
acuerdo con el nivel de desarrollo, recursos res que desincentivan la inversión y el
y capacidad institucional de los países, sin desarrollo del sector privado.
menoscabar la importancia de las normas 2. Buena gobernanza. Unas instituciones
laborales y medioambientales. Del mismo políticas democráticas, unas entidades
modo, la diversidad en cuanto al tamaño y públicas y privadas transparentes y que
los tipos de empresas y su ubicación en la rindan cuentas, unas medidas eficaces
cadena de valor exige una serie de interven- de lucha contra la corrupción, y una
ciones diferenciadas, aunque hay que reco- gobernanza empresarial responsable
nocer que las pequeñas y medianas empresas son condiciones clave para que las
(PYME) son uno de los principales instrumen- economías de mercado y las empresas
tos de creación de empleo. La promoción obtengan mejores resultados y se ade-
de empresas sostenibles también debe poner cuen mejor a los valores y los objetivos
particular énfasis en apoyar la transición de a largo plazo de la sociedad.
los operadores de la economía informal a la 3. Diálogo social. El diálogo social basado
economía formal y garantizar que las leyes y en la libertad sindical y de asociación
reglamentaciones abarquen a todas las em- y el derecho de negociación colectiva,
presas y todos los trabajadores. en particular a través de marcos institu-
cionales y normativos, es esencial para
UN ENTORNO PROPICIO PARA
lograr resultados eficaces, equitativos y
LAS EMPRESAS SOSTENIBLES mutuamente beneficiosos para los go-
biernos, los empleadores, los trabaja-
10. Un entorno propicio para la creación y el
dores, y la sociedad en su conjunto.
crecimiento o transformación de empresas
sobre una base sostenible combina la bús- 4. Respeto de los derechos humanos uni-
queda legítima de ganancias, uno de los versales y de las normas internacionales
principales motores del crecimiento econó- del trabajo. La competitividad debería
mico, con la necesidad de un desarrollo que fundarse en valores. El respeto de los
respete la dignidad humana, la sostenibili- derechos humanos y de las normas in-
dad medioambiental y el trabajo decente. ternacionales del trabajo, especialmente
la libertad sindical y de asociación y la
11. El entorno propicio para el desarrollo de em- negociación colectiva, la abolición del
presas sostenibles abarca un gran abanico trabajo infantil, del trabajo forzoso y de
de factores, cuya importancia relativa puede todas las formas de discriminación, es
rídico formal y eficaz que garantice a terial para las empresas, los sistemas de
todos los ciudadanos y empresas que transporte, las escuelas y los hospitales.
los contratos se respetan y se cumplen, El acceso seguro y asequible al agua y
que se respeta el imperio de la ley y que la energía también constituye un gran
se garantizan los derechos de propiedad desafío, especialmente en los países en
es una condición fundamental no sólo desarrollo. Ayuda también particular-
para atraer la inversión, sino también mente a las empresas el acceso local
para generar certidumbre y cultivar la a sectores de actividad auxiliares como
confianza y la justicia en la sociedad. La los proveedores de servicios y los pro-
propiedad es más que la mera titulari- veedores y fabricantes de maquinaria.
dad; la ampliación de los derechos de 13. Tecnologías de la información y la co-
propiedad puede ser una herramienta municación. Ampliar el acceso a las
de habilitación y puede facilitar el ac- tecnologías de la información y la co-
ceso al crédito y el capital. Esos dere- municación (TIC) es otro desafío fun-
chos también conllevan la obligación damental en la era de la economía
de cumplir las normas y los reglamentos del conocimiento. El uso de las TIC es,
establecidos por la sociedad. pues, fundamental para el desarrollo de
10. Competencia leal. Es necesario esta- empresas sostenibles, por lo que debe
blecer normas sobre la competencia ser plenamente utilizado a dicho fin. La
para el sector privado que incluyan el tecnología de banda ancha asequible
respeto universal de las normas labo- es también de suma importancia para
rales y sociales, y eliminar las prácticas los países y empresas, y debería facili-
anticompetitivas a nivel nacional. tarse.
11. Acceso a los servicios financieros. Un 14. Educación, formación y aprendizaje per-
sistema financiero que funciona bien manente. El talento humano es el factor
es el catalizador del crecimiento de un productivo más importante de la eco-
sector privado dinámico. Si se facilita el nomía contemporánea. Es importante
acceso de las PYME, con inclusión de centrarse en el desarrollo de una fuerza
las cooperativas y las empresas incipien- de trabajo calificada y el aumento de las
tes, a la financiación, por ejemplo, al capacidades humanas a través de siste-
crédito, el arrendamiento financiero, los mas de educación, formación y apren-
fondos de capital de riesgo u otros tipos dizaje permanente de alta calidad para
de instrumentos similares o nuevos, se ayudar a los trabajadores a encontrar
crean las condiciones apropiadas para buenos empleos y a las empresas a en-
un proceso más incluyente de desarrollo contrar los trabajadores calificados que
de las empresas. Habría que alentar a necesitan. Asimismo, se debería propor-
las instituciones financieras, particular- cionar apoyo financiero para mejorar el
mente las multilaterales e internaciona- acceso de los trabajadores pobres a la
les, a incluir el trabajo decente en sus formación y el perfeccionamiento de las
prácticas crediticias. calificaciones. De ese modo, la socie-
12. Infraestructura material. La sostenibili- dad podrá alcanzar el doble objetivo del
dad de las empresas y el desarrollo hu- éxito económico y el progreso social.
mano dependen fundamentalmente de 15. Justicia social e inclusión social. La
la calidad y cantidad de la infraestructu- desigualdad y la discriminación son
ra existente, como la infraestructura ma- incompatibles con el desarrollo de em-
16. El gobierno puede actuar como regulador, sables desde el punto de vista social y
facilitador y promotor de las empresas soste- medioambiental. Los gobiernos deberí-
nibles mediante una serie de políticas y prác- an promover normas sociales y medio-
ticas, entre las que figuran las siguientes: ambientales en los programas de con-
1. Facilitación del diálogo social y par- tratación e inversión públicas y en las
ticipación en él. El diálogo social, la políticas crediticias, incluido a nivel bi-
libertad sindical y de asociación y el lateral y multilateral. Deberían impulsar
derecho a la negociación colectiva son y consolidar una cultura de respeto de
herramientas pertinentes para la promo- los derechos de los trabajadores dando
ción de empresas sostenibles y deberían buen ejemplo y promoviendo prácticas
ampliarse para abarcar a todos los sec- ambientalmente racionales.
tores de la economía. 5. Promoción de los sectores y las ca-
2. Aplicación de la legislación laboral denas de valor. Los gobiernos suelen
mediante una administración del tra- promover la inversión en sectores es-
bajo eficaz, incluidos los sistemas de pecíficos y participar en iniciativas de
inspección del trabajo. La legislación política industrial que son importantes
laboral y las políticas bien concebidas para aumentar el coeficiente de empleo
son importantes para el desarrollo de del crecimiento. Esas políticas deberí-
empresas sostenibles. Los gobiernos an incorporar plenamente los objetivos
deberían aplicar y hacer cumplir la le- sociales y medioambientales y tener en
gislación laboral mediante sistemas de cuenta la totalidad de la cadena de va-
administración del trabajo y de inspec- lor, y no deberían obstaculizar ni coartar
ción del trabajo dotados de recursos las iniciativas de inversión nacionales ni
suficientes. La experiencia adquirida en tampoco menoscabar los derechos de
materia de aplicación y cumplimiento los trabajadores.
de la legislación debería servir de guía 6. Flexibilidad y protección para gestionar
para el examen de la misma. Se debería el cambio. Las empresas y economías
prestar especial atención a la ampliaci- sostenibles deben desarrollar la capaci-
ón del alcance de la legislación laboral dad de adaptarse a los rápidos cambios
a todos los trabajadores, en particular de las condiciones del mercado. A fin
los hombres y mujeres que trabajan en de ayudar a las empresas y a sus tra-
la economíainformal o los trabajadores bajadores a afrontar esos desafíos, los
implicados en relaciones de trabajo en- gobiernos deberían elaborar un marco
cubiertas. jurídico e institucional, incluida la regla-
3. Promoción del concepto de responsa- mentación laboral, la protección social,
bilidad social de la empresa (RSE): Los las políticas activas de mercado de tra-
gobiernos deberían promover, facilitar bajo y servicios de empleo eficaces que
y dar a conocer la RSE, teniendo en también apoyen la capacidad de adap-
cuenta las necesidades específicas de tación de las empresas. Esas políticas
las pequeñas y medianas empresas, y deberían formularse en plena consulta
apoyar los esfuerzos de los interlocuto- con los interlocutores sociales.
res sociales para abordar conjuntamen- 7. Programas específicos. Los gobiernos
te las cuestiones relativas a la RSE. deberían promover programas de de-
4. Promoción de la contratación, los prés- sarrollo de empresas sostenibles y fo-
tamos y la inversión públicos respon- mentar una cultura de iniciativa em-
del trabajo que se refieren a la promoción de 22. El objetivo del trabajo decente es universal,
empresas sostenibles y la aplicación de las pero teniendo presente que la política y la
recomendaciones pertinentes (véase anexo). práctica en materia de promoción de empresas
sostenibles han de variar entre los países con
20. La Oficina debería trabajar en estrecha co-
diferentes niveles de desarrollo, la OIT tiene
laboración con sus mandantes y de manera
que proporcionar apoyo práctico y herramien-
continua para evaluar su práctica actual en
tas específicos a los gobiernos y los interlocu-
relación con estas conclusiones, incluyendo:
tores sociales. Es necesario elaborar e impartir
1. el lugar central que ocupa el Programa programas de formación en colaboración con
de Trabajo Decente en esta práctica; el Centro Internacional de Formación de la
2. la necesidad de mejorar la calidad de OIT. Dicho Centro debería centrar su labor
la ejecución de los programas y sus re- relativa a los programas de promoción de las
sultados; empresas en los elementos clave de la soste-
3. la armonización de los programas rela- nibilidad y el trabajo decente.
tivos a las empresas sostenibles con los
23. La OIT debería emprender investigaciones
programas de trabajo decente por país
y elaborar políticas con miras a promover
(PTDP) para asegurarse de que abordan
el empleo y el trabajo decente y cooperar
las prioridades y condiciones locales;
con las organizaciones internacionales per-
4. el examen de la estructura exterior que
tinentes a fin de hacer valer sus conocimien-
debería proporcionar la oportunidad
tos especializados sobre la relación entre el
de mejorar la ejecución y la calidad de
empleo y las cuestiones macroeconómicas
los programas relativos a las empresas
y comerciales. La OIT debería también ayu-
sostenibles, y
dar a los países en desarrollo a elaborar y
5. la importancia de la plena participación aplicar políticas sobre desarrollo industrial
de los mandantes en todas las activida- para la creación de empresas sostenibles.
des de la OIT.
24. Los PTDP constituyen el principal mecanis-
En sus intervenciones, la OIT ha de centrarse mo para la cooperación de la OIT con sus
en respuestas prácticas y orientadas en fun- mandantes en todo el mundo. Cada PTDP
ción de la demanda, como las herramientas, organiza la cooperación de la OIT en un
las metodologías y el intercambio de cono- marco coherente que permite efectivamente
cimientos que tengan valor práctico para los a los Estados Miembros avanzar con miras al
interlocutores sociales en sus actividades. logro del trabajo decente. La labor de la Ofi-
21. La creación de empresas sostenibles es un cina relativa al desarrollo de empresas soste-
elemento fundamental para lograr resultados nibles debería proporcionar apoyo directo y
en materia de trabajo decente. La labor de la pertinente a las estrategias contenidas en los
OIT con respecto al desarrollo de empresas PTDP. Ese apoyo tiene que contribuir a:
sostenibles está basada en el Programa Glo- 1. Reforzar la capacidad de los gobiernos
bal de Empleo, el cual, como pilar relativo y de los interlocutores sociales para es-
al empleo del Programa de Trabajo Decente, tablecer un entorno propicio para las
proporciona orientación con miras al logro empresas sostenibles. La OIT tiene que
del empleo pleno y productivo y el trabajo apoyar al gobierno para establecer po-
decente para todos. A este respecto, debe líticas y reglamentaciones que contri-
coordinarse con los otros tres objetivos estra- buyan a un entorno propicio para la
tégicos: derechos en el trabajo, protección creación de empresas sostenibles, que
social y diálogo social. contribuya al crecimiento en la econo-