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Natal-RN
2009
ALBINO LUCIANO
FERNANDO INÁCIO
LUTEMBERG PESSOA
MOISÉS SANTOS
Natal-RN
2009
1- Introdução ................................................................................................................4
2- Processo e procedimento...........................................................................................5
3- Sistematização...........................................................................................................6
4- Classificação.............................................................................................................6
5- Modalidades..............................................................................................................7
6- Fases do processo administrativo: ............................................................................8
7- Caráter subsidiário da lei 9784/99.............................................................................9
9- Processo Administrativo na Administração Federal...............................................14
10- Processo Administrativo Disciplinar.....................................................................16
10.1 – Sentido e fundamento ..................................................................................16
10.2 – Base normativa............................................................................................17
10.3 – Objeto ..........................................................................................................17
10.4 – Sindicância....................................................................................................18
10.5 – Inquérito Administrativo ..............................................................................19
10.6 – Processo Disciplinar Principal......................................................................19
10.7 – Procedimento................................................................................................20
10.8 – Meios sumários.............................................................................................21
11- Conclusão..............................................................................................................22
12- Referencias Bibliográficas....................................................................................23
1- Introdução
2- Processo e procedimento
À primeira vista, e em especial pra aqueles que são leigos nas ciências
jurídicas, de uma forma geral, quando se fala em processo e procedimento, está se
tratando de conceitos sinônimos, o que pode até ser justificado pelo uso indiscriminado
das referidas expressões como se realmente se tratassem da mesma coisa, situação
levada a termo até por alguns operadores do Direito, que deveriam ter o zelo justamente
de não deixar acontecer tais situações.
Segundo a lição de Faria2 processo pode ser definido a grosso modo,
como “um conjunto de informações e documentos ordenados segundo regras e
procedimentos próprios, destinados ao pronunciamento de uma decisão final”.
Procedimento, por sua vez, é o meio que se adota pra o encaminhamento
ao processo, em todas as suas fases, de documentos, informações, meios e produção de
provas, destinados à formação do processo, o qual, por mais simples que seja, não se
inicia nem finaliza se não obedece r aos procedimentos próprios a ele inerentes.
O Ilustre doutrinador assinala ainda que a realização do Direito acontece
através do processo, e este, só se forma através do respectivo procedimento. Foi visto
que ambos dispõem de várias teorias e correntes doutrinárias que tratam de forma
diversa sobre sua natureza e aspectos peculiares, mas segundo observou-se ao longo do
estudo, que a diferenciação fundamental é a que assinalamos nestas linhas.
3- Sistematização
4- Classificação
Doutrinadores da envergadura de Celso Antônio Bandeira de Mello nos relata
que as leis e os doutrinadores no Direito Administrativo reservam o nome júris processo
para os casos contenciosos e a expressão “procedimento” para os que não tem tal
natureza. Na argumentação do autor a terminologia adequada, com a qual
compactuamos, seria “processo” para o abjeto em qualquer de sua natureza e
“procedimento” seria modalidade ritual de cada processo.Ou seja, o caráter litigioso ou
não do abjeto não importaria na classificação em processo e procedimento, pois esse, é a
materialização daquele.
José dos Santos Carvalho seguindo essa linha de pensamento classifica os
processos genericamente em processos não-litigiosos e litigiosos, nos primeiros para
esse autor, não haveria conflitos de interesses entre o Estado e um particular. Para esse
autor isso é que diferencia do processo judicial e que esse elemento seria
imprescindível, o que discordamos, visto que vislumbramos processos judiciais
denominada pela boa doutrina de jurisdição voluntária onde não há conflito. Já nos
segundos, nos litigiosos, isso ocorreria.
5- Modalidades
Temos que o processo pode é dividido em fases, para Hely Lopes seriam a
instauração, onde é a apresentação escrita dos fatos e indicação do direito que ensejam
o processo; proveniente da Administração ( portaria auto de infração, representação ou
despacho inicial); do administrado ( requerimento ou petição); a instrução que é a fase
de elucidação dos fatos, com a produção de provas da acusação ( punitivo), ou de
complementação das iniciais (controle ou outorga); a defesa que é a garantia,
compreende a ciência da acusação, a vistas dos autos na repartição, a oportunidade para
oferecimento de contestação e provas, a inquirição e reperguntas de testemunhas e a
observância do devido processo legal; o relatório que é a síntese do apurado no
processo, feita por quem o presidiu individualmente ou pela comissão processante, com
apreciação das provas, dos fatos apurados, do direito debatido e proposta conclusiva
para decisão da autoridade julgadora competente; não tem efeito vinculante; e
finalmente o julgamento que é a decisão proferida pela autoridade ou órgão competente
sobre o objeto do processo.
Segundo vários doutrinadores a lei Lei n.º 9784/99, apesar de ser aplicada no
âmbito federal, foi umas das primeiras legislações a trazerem no seu bojo de maneira
sistematizada os princípios que disciplinam o processo administrativo de maneira geral,
portanto, respeitando-se normas que disciplinam os processos administrativos
específicos, a mesma será aplicada ainda de que maneira subsidiaria. Essa
subsidiariedade é colocada no art. 69 da Lei n.º 9784/99, verificamos que havendo
disposição específica (em processos administrativos específicos) vale esta, em razão do
princípio da especialidade, ou seja, a lei em comento deve ser aplicada subsidiariamente
quando norma específica não dispuser em contrário. Essa aplicação (art. 69 da lei
federal) vem reproduzir o explicitado no art. 2º, § 2º da Lei de Introdução ao Código
Civil.
Reforça esta garantia o disposto no art. 2º, inciso X, da Lei 9.784/99 inferindo
que o processo administrativo deve observar a garantia dos direitos à comunicação, à
apresentação de alegações finais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos
processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio.
No magistério de CARVALHO FILHO (2007, p. 839), este expõe que dentro da
ampla defesa já se inclui, em seu sentido, o direito ao contraditório, que é o direito de
contestação, redarguição a acusações, de impugnação de atos e atividades. Assevera
sobre a desnecessidade de advogado, cuja representação é faculdade outorgada ao
acusado, de modo que tem ele o direito de defender-se sozinho.
O princípio da motivação como bem explica CUNHA JÚNIOR (2009, p. 529), é
exigência do Estado Democrático de Direito. Em face dele, toda decisão administrativa
deve ser fundamentada em razões de fato ou de direito suficiente a ensejá-la. É
necessário, assim, motivá-las, enunciando as circunstâncias fáticas ou jurídicas sobre as
quais se arrima o ato decisório (art. 2º, inciso VII).3
2
Obra referenciada: Manual de Direito Administrativo, ed. Lúmen Júris.
3
Obra referenciada: Curso de Direito Administrativo, ed. JusPodivm.
V - decidam recursos administrativos;
Como visto, fora esses casos será dispensável a motivação. Esta é entendida
como a explicitação dos fatos e fundamentos que deram suporte à prática do ato. Ainda
conforme explica o supracitado autor:
Como preceitua o princípio da finalidade com azo no art. 2º, inciso II todo
processo administrativo só pode ser manejado pela Administração Pública para servir ao
4
Obra Referenciada: Curso de Direito Administrativo, ed. JusPodivm.
5
Obra Referenciada: Curso de Direito Administrativo, ed. Malheiros.
interesse da coletividade, atendendo a fins de interesse geral, sendo vedada a renúncia
total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei.
Em relação aos princípios da moralidade, embasado no art. 2º, inciso IV, expõe
que o processo administrativo deve observar a objetividade no atendimento do interesse
público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades, de modo que a
Administração deve atuar segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé.
E, por força do princípio da segurança jurídica, face ao art. 2º, incisos IX e XIII
a Administração deve interpretar a norma administrativa da forma que melhor garanta o
atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova
interpretação, garantido ao cidadão-administrado adequado grau de certeza e segurança
de seus direitos.
7
Obra referenciada: Manual de Direito Administrativo, ed. Lúmen Júris.
Assim, fora esses casos, dispensável será a motivação. Finalmente, a lei
estabeleceu normas especiais sobre os recursos administrativos. Na lição de
CARVALHO FILHO (2007, p. 845), citando SÉRGIO FERAZ8, assevera que devem os
recursos ser interpostos por requerimento do interessado, com a clara exposição dos
fatos e fundamentos dos pedido revisional, podendo este se fundar em razões de mérito
e legalidade. O processo administrativo não tem prazo recursal expressamente
especificado, dá-se 10 dias contados da ciência ou divulgação do ato, cabendo à
autoridade decidir o recurso em trinta dias a partir do recebimento do pedido recursal,
podendo ser prorrogado por igual período, desde que a autoridade justifique. Também,
não há efeito suspensivo, mas caso haja justo receio de prejuízo de difícil ou incerta
reparação decorrente de execução do ato impugnado, poderá a autoridade recorrida ou a
imediatamente superior, de ofício ou a requerimento do interessado, conferir tal efeito.
Na possibilidade de haver outros interessados a Administração deverá intimá-los para
em cinco dias apresentar suas alegações ou contra-razões. O órgão incumbido de
apreciar o recurso poderá confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente,
a decisão recorrida, caso haja agravamento da situação do recorrente, o mesmo terá a
oportunidade de apresentar alegações.
8
“Processo administrativo: prazos; preclusões” publ. na RTDP vol. Nº 26, PP. 45-59, 1999.”
conduta incorreta ou ilegítima tem a Administração o poder jurídico de restaurar a
legalidade e de punir os infratores. A hierarquia administrativa, que comporta vários
escalões funcionais, permite esse controle funcional com vistas à regularidade no
exercício da função administrativa. A necessidade de formalizar a apuração através de
processo administrativo para que a Administração conclua a apuração dentro dos
padrões da maior veracidade.
10.3 – Objeto
10.4 – Sindicância
10.7 – Procedimento
11- Conclusão
O escopo deste estudo foi fazer uma observação, em linhas gerais, sobre
os mecanismos e instrumentos dos quais a Administração Pública pode lançar mão com
o fim de sanear desmandos, abusos, irregularidade e outros atos praticados pelos
servidores no exercício da função, que contenham vícios ou sejam manifestamente
contrários ao bom andamento da atividade funcional dos órgãos públicos.
Certamente que um tema de tamanha envergadura não se resume apenas
ao que foi exposto nestas páginas, especialmente por que com a conscientização e o
esclarecimento cada vez maior da população sobre os seus direitos, é inevitável o
surgimento da demanda decorrente de abusos, desvios ou arbitrariedades funcionais.
Assim sendo, no afã de corresponder aos anseios daqueles que são eventuais vítimas
dessas condutas a Administração adota as normas de disciplina para fazer com que os
servidores cumpram o seu dever com zelo e empenho profissional, pelo qual recebem a
correspondente prestação pecuniária.
Ao longo do trabalho, tratamos de forma sucinta, mas buscando sermos
claros e diretos, dos mais variados temas ligados à matéria, como a questão dos
princípios atinentes ao processo administrativo, sua classificação, as fases e as
modalidades em que se divide.
Foi vista também a questão da falta de unicidade no que tange à
legislação que trata da matéria, uma vez que a União, os Estados e o Distrito Federal
têm competência concorrente para legislar sobre procedimentos em matéria processual,
onde, mesmo com a edição da Lei 9.784/99, que trata do tema os legisladores optaram
para que suas disposições abranjam apenas o âmbito federal, e desta forma, percebe-se
uma falta de padronização no que tange aos procedimentos adotados de um ente
federativo para o outro
Vale lembrar que o Direito Disciplinar vem ganhando muita importância
nos últimos anos, a ponto de já haver doutrinadores que apontam para uma futura
desvinculação da matéria do Direito Administrativo puro, passando a ser visto como um
ramo autônomo da ciência jurídica, tal o destaque que o tema vem obtendo ao longo do
tempo, justamente por conta da maior demanda de administrados em busca de
preservação de direitos atingidos por atos de servidores, motivo pelo qual alguns
doutrinadores defendem abertamente a sua separação do direito administrativo puro.
Carvalho Filho, José dos Santos. Manual de direito Administrativo – 19ª edição
revista ampliada e atualizada – Rio de Janeiro, 2008.
Di Pietro, Maria Sylvia Aznella. Direito Administrativo – 15ª edição - São Paulo:
Atlas, 2003.
DI PÍETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 13 ed. . São Paulo: Atlas,
2001.
FARIA, Edimur Ferreira de. Curso de Direito Administrativo Positivo. 4 ed. revista.
atualizada. e ampliada. Belo Horizonte: Del-Rey, 2001.
JUNIOR, Dirley da Cunha. Curso de Direito Administrativo. 7ª ed. Salvador,
JusPodivm, 2009.
MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 25ª ed. São
Paulo, Malheiros, 2008.