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Introdução

Partindo da constatação de que os membros e os grupos de uma sociedade são unidos


por um sistema de relações de obrigação, isto é, por uma série de deveres e direitos,
(privilégios) recíprocos, aceites e praticados entre si, a estrutura social refere-se à
colocação e à posição de indivíduos e de grupos dentro desse sistema de relações de
obrigação. Por outras palavras, o agrupamento de indivíduos, de acordo com as posições
que resultam dos padrões essenciais de relações de obrigação, constitui a estrutura
social de uma sociedade (Brown e Barnett).
A realidade social revela padrões, ou estruturas, que dá a cada um de nós, um sentido
para o lugar ao qual pertencemos, o que se espera que façamos, e como nós devemos
pensar e agir. Embora a realidade social não tenha a organização de uma colméia, ela
não deixa de ser organizada; se não o fosse, não saberíamos como agir, e
constantemente ficaríamos incertos às prováveis reações dos outros. Sem estrutura, o
mundo social é o caos. Desde que os homens deixaram a caça e a colheita como modo
de subsistência, eles nunca mais alcançaram o mesmo equilíbrio entre a liberdade e a
autonomia, por um lado, e a ordem e a estabilidade por outro lado. A vida social é um
constante cabo-de-guerra entre o nosso desejo de ser livre e a nossa necessidade de ser
parte da estrutura social. Estrutura social é, definitivamente, composta de status, que é o
lugar que ocupamos, em um sistema de posições interligadas.

Estrutura social

Partindo da constatação de que os membros e os grupos de uma sociedade são unidos


por um sistema de relações de obrigação, isto é, por uma série de deveres e direitos,
(privilégios) recíprocos, aceites e praticados entre si, a estrutura social refere-se à
colocação e à posição de indivíduos e de grupos dentro desse sistema de relações de
obrigação. Por outras palavras, o agrupamento de indivíduos, de acordo com as posições
que resultam dos padrões essenciais de relações de obrigação, constitui a estrutura
social de uma sociedade (Brown e Barnett).
A realidade social revela padrões, ou estruturas, que dá a cada um de nós, um sentido
para o lugar ao qual pertencemos, o que se espera que façamos, e como nós devemos
pensar e agir. Embora a realidade social não tenha a organização de uma colméia, ela
não deixa de ser organizada; se não o fosse, não saberíamos como agir, e
constantemente ficaríamos incertos às prováveis reações dos outros. Sem estrutura, o
mundo social é o caos. Desde que os homens deixaram a caça e a colheita como modo
de subsistência, eles nunca mais alcançaram o mesmo equilíbrio entre a liberdade e a
autonomia, por um lado, e a ordem e a estabilidade por outro lado. A vida social é um
constante cabo-de-guerra entre o nosso desejo de ser livre e a nossa necessidade de ser
parte da estrutura social. Estrutura social é, definitivamente, composta de status, que é o
lugar que ocupamos, em um sistema de posições interligadas.
O ponto mais importante para se começar é: um relógio é mais do que a
soma das suas peças. Se
você tem um relógio à mão ao ler isso, desmonte-o. Reúna todas as
peças e ponha-as na mão. Você não
tem um relógio, mas apenas um monte de peças. Logo, um relógio não é
apenas a soma das suas peças,
mas a soma das suas peças mais a maneira como elas são montadas,
relacionadas entre si, organizadas.
Da mesma forma, a sociedade é mais do que a soma das pessoas que
estão nela. Não são apenas as pessoas,
mas também a maneira como elas estão relacionadas entre si,
organizadas - a estrutura social. Se
isso é correto, o que ocorre numa sociedade não pode ser explicado
unicamente em termos de indivíduos,
mas somente pela compreensão da maneira como eles estão
relacionados mutuamente.
Pode-se desenvolver a analogia. Um relógio pode ser subdivido em
grupos de peças - por exemplo,
as ligadas ao fornecimento de energia; à regulação; à informação e à
proteção. Dentro dos grupos
maiores de peças estão grupos menores, até que se retorna à peça
individual. Alguns sociólogos, usando
a analogia orgânica, têm tentado dizer que as sociedades têm sistemas
reguladores, sistemas digestivos
etc., tal como um corpo. Este uso da analogia é completamente
enganador. Não estamos tentando dizer
que qualquer grupo específico de peças num relógio, as ligadas à
informação, por exemplo (ponteiros,
mostrador, etc.), tenha um equivalente na sociedade. Estamos
afirmando que, como a ação de cada peça é
explicada pela organização do seu grupo de peças, e a ação do seu
grupo pela organização do todo, da
estrutura, também na sociedade podemos explicar parcialmente a ação
de cada indivíduo pela organização
dos grupos aos quais ele pertence e a ação dos grupos parcialmente,
pela organização da sociedade como
um todo, a estrutura social. Observe aqui as modificações na analogia.
Em primeiro lugar, a afirmação de
uma explicação total em termos de estrutura seria um exemplo extremo
do determinismo tosco, bem como
imperialismo sociológico - negando às outras Ciências Sociais,
especialmente à Psicologia, o direito
de um bocado de explicação. Em segundo, o mesmo indivíduo, ao
contrário de uma peça de relógio, pertence
a vários grupos diferentes, de modo que as coisas não podem ser tão
arrumadas como num relógio.
Trabalhemos um pouco mais com a analogia do relógio. As peças e
grupos de peças num relógio
têm uma ação estreitamente definida na sua estrutura. O relógio é
desenhado para um fim específico -
dizer as horas. Pode haver muito pouca variação na ação das peças do
nosso relógio, já que, se elas não
fizerem exatamente aquilo para o que foram criadas, estarão defeituosas
e dizemos que o relógio não está
certo. Talvez a peça seja defeituosa - mal feita. Alternativamente, o
desenho do relógio pode ser defeituoso,
de modo que aplica tensão excessiva a um grupo de peças. Neste ponto,
achamos que a analogia do
relógio se torna desorientadora.
Ao contrário do relógio, não existe nenhum criador externo de sociedade
nem qualquer finalidade
externamente definida para ela. As sociedades são criadas pelas peças
(pessoas) da estrutura, elas próprias
interagindo. Como não existe criador externo e nenhuma finalidade
externa, é bem possível que as
opiniões dos grupos de pessoas dentro da estrutura possam estar em
conflito quanto às finalidades que a
sociedade tem, ou deveria ter, sem que possamos dizer que haja algo de
errado com as pessoas ou com o
“desenho”. Também, embora seja teoricamente tão possível desenhar
sociedades como relógios, e várias
pessoas tenham apresentado diagramas de como acham que a
sociedade deveria ser desenhada (Auguste
Comte, que batizou a Sociologia, era exímio nisso), de modo geral,
ninguém desenhou as sociedades em
que o homem tem vivido até agora. Como Topsy, elas apenas surgiram.
Temos de descobrir como e por
quê.
Logo, ao contrário das peças do relógio, desenhadas para uma
finalidade, as pessoas, grupos e instituições
podem não “adaptar-se”. Ao contrário do que acontece num relógio, os
conflitos de interesse
entre pessoas e grupos podem ser de uma estrutura social de um modo
como jamais poderiam sê-lo num
relógio. Na verdade, uma das principais maneiras de se compreender
como as sociedades mudam pode ser
através do exame dos conflitos de interesse entre os diferentes grupos,
oriundos das suas diferentes posições
numa estrutura social, e os benefícios diferenciais que recebem dessas
posições.
Afirmamos que as sociedades, ao contrário dos relógios, não têm
finalidade externa. Mas grande
número de sociólogos - que aqui chamamos de “funcionalistas”- discorda
disso. Eles tentam explicar a
sociedade atribuindo-lhe um propósito. Particularmente os sociólogos
que têm estudado as sociedades
primitivas observam que, em muitos casos, as coisas realmente
pareciam ser análogas a um relógio - as
pessoas e os grupos pareciam ajustar-se tal como as peças de um
relógio. A fim de dar sentido ao que
viam, desenvolveram os seguintes tipos de explicação, que também
estão subjacentes na maneira como
muitos sociólogos hoje encaram as sociedades. Alguns afirmavam que a
finalidade da sociedade era a
manutenção da ordem social, e da estabilidade social, e que a função
das partes de uma sociedade e a maneira
como eram organizadas, a estrutura social, era manter esta ordem e
estabilidade. Outro argumento
era o de que a finalidade da sociedade é a satisfação de certas
necessidades biológicas dos seres humanos.
Outra opinião é um desenvolvimento mais sofisticado do primeiro,
baseada na idéia de que a manutenção
da ordem ou equilíbrio (outra analogia, tomada de empréstimo da
mecânica) é alcançada principalmente
pela existência de valores comuns, ou normas, compartilhados pela
vasta maioria das pessoas na sociedade.
Se se aceitar a finalidade principal, a manutenção da ordem, então é
possível levar a analogia do relógio
mais longe, por exemplo, para sugerir que algumas partes da sociedade
podem ser doentes, ou patológicas,
por que não se adaptam. A falha básica em todas essas opiniões é que é
um erro completo atribuirse
qualquer tipo de finalidade à sociedade, que, não é uma coisa como um
relógio, mas apenas um termo
coletivo para uma nação de pessoas, suas possessões, organização e
comportamento. Somente as pessoas
podem ter finalidades, e grupos de pessoas em situações comuns podem
ter finalidades comuns. Quaisquer
que possam ser estas, e como elas estão relacionadas com a
organização da sociedade, é uma questão
a investigar e não pode ser previamente decidida em bases teóricas.
Os sociólogos, entre os quais nos incluímos, que rejeitam o
funcionalismo em todas as suas formas
como um meio de se compreender a sociedade, afirmam que por a
sociedade não ser como um relógio,
ou como um corpo, nas maneiras críticas acima examinadas, é
necessário analisar os interesses e finalidades
dos grupos de pessoas numa sociedade - em outras palavras, estudar a
estrutura social sem atribuir
às sociedades as características de uma pessoa. Porque quase todos
esses estudos mostram que as
estruturas sociais reais se desenvolveram de tal maneira que a estrutura
beneficia alguns grupos à custa de
outros, existe um conflito potencial entre os grupos nas estruturas
sociais, oriundo da própria estrutura.
A analogia do relógio nos permitiu estabelecer vários fatos sobre a
importância da estrutura como
um meio de explicação em Sociologia, sobre o esclarecimento da parte
em termos da organização do todo,
e para diferenciar entre os sociólogos que atribuem alguma finalidade ao
todo, que dão uma função a
cada uma das partes, e os que não fazem isso. Outro argumento, de
particular importância, deve ser introduzido
aqui. Se nosso ponto de referência para a análise das sociedades é
alguma finalidade existente,
que está sempre ali, a história de como as coisas vieram a ser como são
é separada da sua explicação e
deixa de ser de interesse fundamental. Falar de estrutura social é
descrever como a organização da sociedade
“mantém” a ordem. Por outro lado, se não existe nenhum ponto externo
de referência, a única maneira
pela qual podemos compreender as relações de grupos é examinando a
maneira como eles interagem
com o correr do tempo - em sua prática histórica. Examinando-se isso -
como alguns grupos se beneficiam
e outros reagem, por exemplo - podemos determinar os princípios pelos
quais a sociedade é organizada,
sua estrutura social e, daí, as pressões para a mudança e resistência a
ela. Logo, na sociologia funcionalista,
o estudo da história e da mudança está depreciado. Na sociologia do
conflito estrutural ele é essencial.

FONTES

dgta.fca.unesp.br/

pt.wikipedia.org/wiki/Estrutura_social

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