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para participar neste encontro e dar a nossa colaboração para o debate sobre Cidadania
Rodoviária, um assunto que, lamentavelmente, não tem sido discutido como merece,
concidadãos.
Bem sei que pode parecer um pouco pedante falar da Suíça como país civilizado.
Afinal, para além de terem uma obsessão com a limpeza das ruas, os suíços são
esburacado.
a desta forma assunto de discussão pública. Nos seus princípios está consagrada a
como espaço de vivência para todos. Defende que a pedonalidade deverá ser
considerada parte de uma nova cultura e reconhecida pela sociedade e pelos políticos e
Em Portugal, a defesa dos direitos dos cidadãos enquanto peões não tem merecido a
atenção que merece por parte das várias administrações e das instituições a que esta
dos cidadãos.
alcoólico, não é impedimento legal ou ético do direito a ser peão. (...) O peão tem
também mais direitos perante o Estado e a sociedade, em função do seu estatuto de:
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Na sequência das actividades que a Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados tem
efectuar no domínio das condições de circulação viária e pedonal. (estudo sobre fluxos
Largo do Rato).
elaborar conjuntamente com os professores para realização de trabalhos deste tipo, nas
âmbito das matérias de Formação Cívica ou Área Projecto, e executada pelos alunos.
Estamos certos de que a adopção das nossas propostas poderão ter resultados muito
positivos, não apenas na promoção de ambientes viários mais seguros em torno dos
soluções.
que será certamente o mais difícil, (mas nós gostamos de desafios) uma campanha para
De referir que foi com muito gosto que vimos finalmente aprovada pela Câmara
Municipal de Lisboa a Carta dos Direitos dos Peões e esperamos que muitos
Campanha dos Pontos Negros e o diálogo com a administração pública através dos
meios institucionais devidos – que por vezes assustam os burocratas porque imaginam
que um requerimento é uma denúncia criminal – atitude que nos terá sido legada pelo
Estado Novo ou talvez mesmo pelos tempos da inquisição, em que as pessoas de nariz
referência à temática que aqui me traz. Segundo o autor, “As formas de participação dos
Acrescenta ainda o estudo que “ Poucos municípios dispõem de mecanismos para que a
de publicidade dos actos - editais, consulta pública, conselhos consultivos, etc. Nem o
a esse objectivo. Pelo contrário como aborda sobretudo a obra feita, não os projectos,
"A associação dos cidadãos na fase de execução das decisões de ordem estratégica é
uma circunstância muito rara sendo a participação dos cidadãos sobretudo de carácter
participação é residual, sendo os partidos e clubes desportivos os mais activos, pelo que
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“Poder decide sem participação dos cidadãos” – Paulo Martins in Jornal de Notícias de 13.10.07
um cidadão que não se reconheça em nenhum destes grupos correrá sérios riscos de não
tem mais espaço para se desenvolver. Essa é aliás hoje uma tendência que está a ocorrer
civil no exercício do poder são cada vez mais invocadas como uma necessidade da boa
Isto para dizer que é necessário ter a noção de que as palavras podem alterar a
percepção que temos da realidade, e fazer com que as coisas aconteçam. Nós
afirmámos , há já 9 anos, de que havia uma guerra civil nas estradas portuguesas e não
Depois, fizemos algo que os políticos não esperavam: não desistimos nem nos deixámos
problema, acho que valeu a pena todas as horas de sono perdidas e o cansaço de
espadeirar contra um inimigo fugidio. Penso que se pode dizer que há hoje uma
A guerra de todos contra todos nas estradas continua a ser motivada pela fraca presença
da autoridade nas vias e na percepção social de que as leis não têm de ser cumpridas.
aumentar o nível de participação cívica, que acabará por conduzir os políticos a assumir
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Idem
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“Democracia e populismos” – Helena Roseta in Jornal Público de 12-10-07
4. Pedestrian Mobility Switzerland ( http://www.fussverkehr.ch/en/portrait.php)
a dimensão nacional do problema e a empenharem-se na sua resolução, inclusivamente
Convém recordar que as alterações introduzidas no IP4 e que contribuíram para uma
de tantas mortes e desastres, também tem sido alvo de múltiplas alterações no seu
Quando em 2003 introduzimos a campanha «Vamos acabar com os pontos negros nas
cafés, tentámos introduzir um novo mecanismo que permitisse envolver os cidadãos nos
problemas dos seus bairros, vias e localidades. Porque não basta reivindicar, é
necessário colaborar.
A campanha de que vos falo, uma das muitas iniciativas que temos desenvolvido,
deve cumprir o CPA. Saber usá-lo é ter a garantia de que defendemos os nossos direitos,
que conseguimos melhorar o sistema. Recebemos as queixas dos cidadãos,
respeito pelas nossas exigências de cidadãos a quem o estado existe para servir. O IEP e
na esperança de que pudéssemos resolver situações junto do IEP, com que elas não
resolução de "pontos negros", de preferência antes que alguém chegue a morrer neles;
"pontos negros" das estradas, com base nos direitos concedidos aos cidadãos no Código
- Levar os cidadãos a serem mais conscientes dos perigos da condução, e o Estado a ser
Quando iniciámos esta campanha, dizíamos que os “pontos negros” são locais que, por
Brevemente serão divulgados pela DECO e pela ACA-M os dados mais recentes. A
Também pelo dever de participação, foi criada a Estrada Viva – Liga contra o
do seu aplacamento;
Hoje, a ACA-M continua a apelar aos cidadãos que continuem a participar na resolução
dos problemas das infra-estruturas e que se tornem mais conscientes do perigo inerente
à condução automóvel, pois ninguém defende melhor os nossos interesses que nós
próprios. Se não é assim, pelo menos deveria ser. Muitas vezes, é por preguiça e por
falta de motivação cívica que preferimos delegar em outrem a defesa dos nossos
interesses e direitos.
A monitorização das decisões, por um lado, e a promoção de ideias, por outro, são
de participar civicamente na vida política, seja individualmente seja por via associativa.
mobilizam para a defesa dos seus interesses) tem procurado fazer. Porque o que está
mal, muda-se.