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Estrutura e organização do trabalho

ARTIGO ARTICLE
do cirurgião-dentista no PSF de municípios
do Rio Grande do Norte
Structure and organization of the work of dentists
in the Family Health Program of some Municipal
Districts of Rio Grande do Norte (Brazil)

Yanne Pinheiro de Araújo 1


Magda Dimenstein 2

Abstract The purpose of this research was to an- Resumo Esta investigação tem como objetivo
alyze the working profile of dentists from the analisar o perfil de atuação de cirurgiões-dentis-
Family Health Program of some Municipal Dis- tas inseridos no Programa de Saúde da Família
tricts of Rio Grande do Norte (Brazil) in order to (PSF) de municípios do Rio Grande do Norte, bus-
understand the way they handle the experience cando conhecer e compreender a experiência de
acquired with the work developed in that Pro- trabalho que estes profissionais desenvolvem no
gram. The target population was composed of Programa. A população integrante da pesquisa
dentists from the FHP of Rio Grande do Norte. foi composta de cirurgiões-dentistas PSF do Rio
Thus we performed 21 interviews orientated by a Grande do Norte. Foram realizadas 21 entrevis-
semi-structured guidebook with open questions tas orientadas por um roteiro semi-estruturado,
and identification data, beyond recording the com perguntas abertas e composta de dados de
speech of all the professionals. The main results identificação. Optou-se por gravar a fala dos pro-
found were: predominance in the female gender; fissionais, tendo em vista uma melhor fidelidade
the majority of dentists has no post graduation da coleta de informações. Os principais resultados
courses; in those few cases of dentists with some encontrados foram: predominância do sexo femi-
post-graduation a lack of correlation with Public nino; maioria dos entrevistados sem pós-gradua-
or Collective Health was observed; the dentists in- ção, verificando-se, entre seus portadores, a falta
terviewed present a profile directed to clinical ac- de relação entre o referido curso e a saúde pública
tivities; the dentists used to develop basic con- ou coletiva; os cirurgiões-dentistas têm perfil vol-
1 Secretaria Municipal
ducts and educative and preventive activities, tado para a atividade clínica; estes profissionais
de Saúde de Aracaju.
Programa de Pós- even though the last two ones are carried out in desenvolviam atividades básicas de dentística, pe-
Graduação em Odontologia, an extremely traditional way (lectures and topi- riodontia básica, cirurgia simples e atividades
Departamento de cal application of fluoride). The results indicate preventivas e educativas, embora realizadas de
Odontologia Preventiva,
Faculdade de Odontologia, the existence of a necessity to lead them to reflect maneira tradicional (palestras e aplicação de
UFRN. and redirect their practices. In order to reach this flúor). Os resultados apontam que há necessidade
Av. Sen. Salgado Filho aim it must be considered as initial measure the de motivá-los a refletir e redirecionar as suas prá-
1787, Lagoa Nova,
59.056-000, Natal RN. investment and encouragement toward to perma- ticas, tendo como medida inicial o investimento e
yanne.pinheiro@aracaju. nent education as well as a close follow-up and estímulo à educação permanente e um monitora-
se.gov.br evaluation of the actions developed by them. mento e avaliação das ações desenvolvidas.
2 Programa de Pós-
Graduação em Psicologia Key words Insertion, FHP, Professional forma- Palavras-chave Inserção, PSF, Formação profis-
da UFRN. tion sional
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Araújo, Y. P. & Dimenstein, M.

Introdução vas. Estes, independentemente do tempo de


formados, na maioria das vezes não estão pre-
Tendo em vista a redução da disparidade exis- parados para essas atividades, realizando-as de
tente entre os direitos sociais garantidos em lei maneira inadequada. A população reage ime-
e a capacidade concreta de oferta de ações de diatamente, ávida pelo tratamento curativo, re-
serviços públicos à população brasileira, foram sistindo a cada palestra, a cada reunião.
definidas, a partir da promulgação da Consti- Observa-se atualmente, tanto no Rio Gran-
tuição Federal de 1988, as diretrizes do Sistema de do Norte quanto nos demais estados brasi-
Único de Saúde (SUS) brasileiro: a universali- leiros, uma expansão das ESBs no PSF. No en-
zação, a eqüidade, a integralidade, a descentra- tanto, a inclusão do dentista em alguns muni-
lização e a participação da comunidade. cípios está se dando de maneira desorganizada,
Durante anos, foram estabelecidos vários sem planejamento por parte da gestão, o que
modelos de atenção à saúde no país e o SUS so- acarreta apenas um acréscimo de horas de
freu inegáveis transformações. Em 1994, o Mi- atendimento e aumento do número de pacien-
nistério da Saúde institucionalizou o Programa tes e procedimentos. Procedimentos esses cen-
de Saúde da Família (PSF), com o objetivo de trados na resolução imediata dos problemas de
reorientar o modelo assistencial vigente, rever- saúde bucal, atendendo apenas à demanda es-
tendo a forma da prestação de assistência à pontânea, sem a preocupação de realizar o tra-
saúde que organizava a atenção básica. Porém, tamento do usuário por completo. Dessa for-
o cirurgião-dentista ainda não estava inserido ma, não há uma real melhoria das condições de
nessa nova proposta. saúde bucal da população.
Em 2000, foi criado o incentivo de saúde Neste contexto, esta pesquisa objetivou
bucal pelo Ministério da Saúde, que propiciou analisar o perfil de atuação de cirurgiões-den-
a inserção das Equipes de Saúde Bucal (ESB) tistas inseridos no PSF de municípios do Rio
na estratégia Saúde da Família. Com este acon- Grande do Norte, buscando conhecer e com-
tecimento, a integralidade dos cuidados, passo preender sua experiência de trabalho desenvol-
importante na observância dos princípios do vido no PSF. Essa compreensão é necessária
SUS, pôde ser praticada. para que haja uma avaliação e elaboração de
Souza et al.1 conceituam o PSF como uma estratégias no sentido de melhorar sua qualifi-
estratégia para a reorganização da Atenção Bá- cação e suas condições de trabalho. Tal discus-
sica que busca a vigilância à saúde por meio de são envolve uma reflexão a respeito das pers-
um conjunto de ações individuais e coletivas, pectivas da consolidação deste programa e dos
situadas no primeiro nível de atenção e volta- avanços possíveis do Sistema Único de Saúde
das para a promoção, prevenção e tratamento no país.
dos agravos à saúde. Referem que este progra-
ma, criado pelo Ministério da Saúde, pretende
reorientar o modelo assistencial a partir da Revisão de literatura
Atenção Básica, imprimindo uma nova dinâ-
mica para a consolidação do SUS. Contextualizando o leitor no campo de estudo
Este programa se constitui atualmente nu- deste trabalho, o Rio Grande do Norte, segun-
ma fonte de emprego em expansão para o ci- do dados do IBGE2, possui uma população de
rurgião-dentista no Brasil. Entretanto, o cirur- 2.923.287 habitantes, distribuídos em 167 mu-
gião-dentista que trabalha no PSF vê-se fre- nicípios. E, de acordo com dados do Ministério
qüentemente diante de muitos desafios, sentin- da Saúde3, em 2003, época de início do desen-
do-se, em alguns momentos, inseguro e des- volvimento desta pesquisa, 1.660.517 pessoas
preparado para exercer as suas atividades. Isso eram assistidas pelo PSF, o que corresponde a
porque ele recebeu uma educação voltada para aproximadamente 58% da população. Dentre
as questões biológicas, ações curativas e técni- as 6.170 equipes de saúde bucal no Brasil, 314
cas, com pouca ênfase para os fatores socioeco- funcionavam no Rio Grande do Norte, distri-
nômicos e psicológicos no processo saúde- buídas em 137 municípios e dispostas em 8
doença e para o desenvolvimento de atividades Unidades Regionais de Saúde Pública (Ursaps).
de promoção, manutenção e recuperação da Segundo informações da Secretaria Esta-
saúde. dual de Saúde do Rio Grande do Norte4, a im-
Dentre as atividades exercidas pelos dentis- plantação das ESBs no PSF do Rio Grande do
tas no PSF estão as ações preventivas e educati- Norte ocorreu em janeiro/fevereiro de 2001, e
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até janeiro de 2005 já haviam sido implantadas dicionalmente, não contribuindo para melho-
475 Equipes de Saúde Bucal no RN. rar as condições de saúde bucal da população.
A seleção dos profissionais para integrar as Os procedimentos clínicos que fazem parte
equipes do PSF realizou-se, em sua maioria, do elenco de atos da produção de saúde bucal
sem processo seletivo, fato comprovado na pes- da atenção básica, preconizadas pelo Ministé-
quisa organizada por Souza5, com 25 dentistas rio da Saúde7, e que o CD deverá executar são,
do PSF do Rio Grande do Norte. O estudo basicamente, restaurações, periodontia básica,
aponta a precarização das relações de trabalho, extrações, profilaxia e aplicação tópica de flúor
evidenciada pelas formas informais de vincula- em consultório.
ção e de contratação desses profissionais, ob- A educação para a saúde também faz parte
servando-se um grande número de dentistas dos programas de saúde pública. Na prática, no
mantendo uma relação com o município fir- entanto, tem-se observado que os profissionais
mada por meio de contratos temporários e envolvidos nos programas apresentam dúvidas
com seleção por indicação. de como e o que fazer. Muitas vezes atuam ape-
No momento em que as equipes de saúde nas como intermediários de informações e de
bucal foram contratadas, os profissionais eram materiais educativos produzidos por órgãos
capacitados, durante uma semana, através do oficiais, nem sempre observando a realidade
Pólo de Capacitação em Saúde da Família, em local. Portanto, apesar do esforço realizado,
parceria com o Centro de Formação para os não se consegue obter o impacto esperado e os
Serviços de Saúde do Rio Grande do Norte usuários dos serviços de saúde acabam rece-
(Cefope), dispostos nas 6 Unidades Regionais bendo a culpa pela sua incapacidade de com-
de Saúde Pública (Ursaps) do Estado. preender o que foi ensinado (Ministério da
Os processos de avaliação do PSF passaram Saúde8).
a ocorrer com mais freqüência a partir do final A educação em saúde tem sido praticada
da década de 1990, pois não havia experiências pelas ESBs, porém sempre foi abordada de ma-
suficientes para serem analisadas, devido a sua neira tradicional, sem a participação da comu-
implantação muito recente. Além disso, havia nidade nesse processo. Conforme essa idéia,
deficiências dos sistemas de informações, au- Manfredini9 expressa que as ações educativas
sência de metodologias e técnicas adequadas. realizadas pelos cirurgiões-dentistas se restrin-
Publicações dessa natureza começaram a surgir gem, na maioria das vezes, a palestras ou vídeos
só recentemente na Odontologia. No entanto, educativos. Cita ainda que, nas escolas, os te-
estas se limitam a explorar questões relaciona- mas de saúde bucal são pouco explorados pe-
das à melhoria do acesso da população ao trata- los professores e que não há uma articulação
mento odontológico (número de procedimen- entre as equipes de saúde bucal e estas institui-
tos clínicos e coletivos), ou mesmo ao grau de ções sobre a discussão ampliada e problemati-
aceitabilidade da população ao PSF. Não há zação destes temas.
avaliações sobre como o odontólogo está viven- Os métodos preventivos tradicionais estão
do essa nova oportunidade de emprego, na qual ancorados em percepções do modo de apren-
ele está inserido nessa atual perspectiva de aten- der baseado na memorização de informações,
ção à saúde, direcionada à família. Esse é um o que não satisfaz o objetivo maior, que é a
ponto a ser discutido no decorrer deste estudo. transformação do conhecimento em algo com
A inserção dos cirurgiões-dentistas no Pro- revelação expressiva, capaz de efetivar-se em
grama Saúde da Família, censura Werneck6, não geração de autonomia dos próprios cuidados
se deu a partir de experiências já existentes ou com a saúde.
de uma discussão ampliada acerca de seus sig- Sabe-se da importância da educação para o
nificados. Aconteceu sem a participação dos controle das doenças bucais e, para isso, é ne-
profissionais de saúde bucal e de outros profis- cessária uma integração e articulação do setor
sionais da área de saúde. Não houve discussão saúde com o setor educação. Todavia, atual-
sobre a maneira como esses profissionais deve- mente, não existe uma normatização das estra-
riam atuar na atenção básica, nem sobre as difi- tégias preventivas para a Odontologia. Para que
culdades que enfrentariam ao trabalhar com a educação em saúde se torne efetiva, é preciso
uma equipe de saúde. Conseqüentemente, ha- que não só os profissionais que lidam com a
verá probabilidade de esses profissionais não es- odontologia participem desse processo. É fun-
tarem qualificados para desenvolver suas fun- damental o relacionamento com os demais in-
ções ou, ainda, que continuem trabalhando tra- tegrantes, como o médico e o enfermeiro. O
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Araújo, Y. P. & Dimenstein, M.

dentista, através de reuniões de equipe, pode o mínimo possível as respostas e recolher o


passar informações de saúde bucal para estes maior número possível de percepções, captan-
profissionais, que as irão repassar a seus pa- do a visão própria dos indivíduos. Foram co-
cientes. lhidos também dados de identificação. Optou-
No estudo de Moimaz citado por Pauleto, se por gravar a fala dos profissionais, tendo em
Pereira e Cyrino10, os autores avaliaram a utili- vista uma melhor fidelidade da coleta de infor-
zação dos métodos de prevenção e educação mações.
em saúde bucal por cirurgiões-dentistas dos Inicialmente, foi realizado um estudo pilo-
serviços públicos e particulares. A análise desse to, sorteando-se três dentistas que estão traba-
estudo, realizado a partir de questionários apli- lhando no PSF de Natal, tendo em vista a ne-
cados aos profissionais, permitiu concluir que, cessidade da avaliação da adequação do instru-
apesar da utilização de medidas preventivas mento de pesquisa. As entrevistas foram reali-
por grande parte dos profissionais entrevista- zadas no mês de março de 2004, gravadas e
dos, na prática de atendimento ao paciente, a aplicadas por um mesmo pesquisador. A sele-
educação odontológica não estava sendo reali- ção desses profissionais foi feita a partir de
zada de maneira sistemática em ambos os ser- uma listagem fornecida pela Secretaria Esta-
viços avaliados. Apesar de grande parte dos dual de Saúde do Rio Grande do Norte, que
profissionais ter respondido que orientava os continha uma relação dos cirurgiões-dentistas
pacientes, os autores verificaram que aproxi- inseridos nas Equipes de Saúde Bucal do PSF
madamente a metade dos profissionais do ser- no Rio Grande do Norte de seis Unidades Re-
viço público e particular destinava apenas uma gionais de Saúde Pública (Ursaps) do Estado,
breve sessão para este fim, com duração máxi- no período da pesquisa.
ma entre 20 e 25 minutos, tempo considerado Foram escolhidos então os municípios in-
insuficiente para uma comunicação efetiva, dicados, nos quais está assinalado o número
com possibilidades de aprendizagem e constru- de dentistas correspondente: Touros (3), Nova
ção de conhecimentos novos. Cruz (5), Governador Dix-Sept Rosado (3), Aca-
Na esfera do PSF, a educação em saúde fi- ri (3), Santa Cruz (3) e Pau dos Ferros (4), per-
gura como uma prática prevista e atribuída a fazendo um total de 21 cirurgiões-dentistas
todos os profissionais que compõem a ESF. participantes. Cada município foi escolhido
Espera-se que esta seja capacitada para assis- por ser o mais representativo da sua respectiva
tência integral e contínua às famílias da área regional (Ursap), em termos de quantidade de
adscrita, identificando situações de risco à equipes de saúde bucal implantadas no perío-
saúde na comunidade assistida para enfrentar, do do desenvolvimento da pesquisa.
em parceria com a comunidade, os determi- Na pesquisa qualitativa, delineada por Mi-
nantes do processo saúde-doença, e desenvol- nayo13, é o agrupamento de circunstâncias que
ver processos educativos para a saúde, volta- dá sentido ao fato, e não uma situação isolada,
dos à melhoria do autocuidado dos indiví- oferecendo liberdade para resgatar o importante
duos (Alves11). na novidade dos temas, mesmo se a freqüência é
Os profissionais do serviço deveriam atuar pequena. Triviños14 menciona que o estudo
sob uma concepção mais ampla, em que traba- qualitativo permite abordar pontos mais expli-
lhar a doença não seja a prioridade e em que a cativos de uma situação e, com seus achados,
promoção de saúde e prevenção da doença posteriormente, pode-se realizar uma pesquisa
proporcionem às comunidades ferramentas e extensiva que permita validar seus dados e apre-
tecnologias para a sua participação no autocui- ciar sua variação segundo critérios pertinentes.
dado (Viáfara & Brugés12). Os dados relativos à caracterização dos en-
trevistados foram analisados através de estatís-
tica descritiva, com representação em números
Metodologia absolutos. Essas informações estão classificadas
em: idade, sexo, tempo de formado, município
A população que integrou a pesquisa foi com- de atuação, tempo de inserção no PSF e pós-
posta de cirurgiões-dentistas que estavam traba- graduação. Os dados relativos às ações desen-
lhando no Programa de Saúde da Família (PSF) volvidas no PSF foram analisados por agrupa-
no Estado do Rio Grande do Norte. Foram rea- mento das categorias mais freqüentes, de acor-
lizadas 21 entrevistas com um roteiro semi-es- do com as falas. Escolheram-se também as fa-
truturado com perguntas abertas, para induzir las mais representativas para serem discutidas.
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Este estudo, que se enquadra na modalida- período de implantação das ESB no PSF no Rio
de de pesquisa de risco mínimo, seguiu as nor- Grande do Norte. Na Avaliação Normativa do
mas e diretrizes da Resolução no 196/96 do Programa de Saúde da Família no Brasil através
Conselho Nacional de Saúde, Ministério da do monitoramento da implantação e funciona-
Saúde15 e recebeu parecer favorável do Comitê mento das equipes de saúde da família no pe-
de Ética e Pesquisa da UFRN. Para a sua reali- ríodo de 2001 a 2002 (Ministério da Saúde18),
zação, cada entrevistado assinou o termo de dois anos antes da realização deste estudo, no-
consentimento em participar da pesquisa. tou-se que, no Rio Grande do Norte, 50% dos
dentistas estavam trabalhando de 7 a 12 meses e
49,3% por até 6 meses. Isso se deve ao fato de as
Resultados e discussões ESBs só terem sido implantadas no ano de
2001. O Ministério da Saúde18 reportou que a
Caracterização dos participantes inserção dos profissionais nas equipes de saúde
era recente, pois a maioria dos profissionais das
A faixa etária predominante entre os entre- ESF estava trabalhando a menos de um ano,
vistados estava acima de 40 anos (11 CDs). principalmente os CDs. O mesmo acrescentou
Apenas 4 CDs tinham menos de 25 anos. No que O pequeno tempo de permanência das equi-
Brasil, segundo estudo realizado pelo Instituto pes pode se constituir em fator limitante para o
Brasileiro de Estudos e Pesquisas Socioeconô- trabalho, dificultando desde a qualificação dos
micas – Inbrape16, em 2003, encontrou-se que profissionais, até o desempenho das ações, tendo
29,5% dos dentistas tinham de 26 a 35 anos. em vista a necessidade de adesão e incorporação
Nota-se que a faixa etária dos dentistas no PSF de novos valores e o exercício de novas práticas de
do Rio Grande do Norte, nos municípios pes- saúde (Ministério da Saúde18).
quisados, é bem maior que a média brasileira. Encontrou-se que onze entrevistados não
Isso se explica pelo fato de esses profissionais possuíam pós-graduação, e dos que possuíam,
que trabalham no PSF terem sido “aproveita- 4 eram pós-graduados em Prótese, 2 em Den-
dos”, isto é, já estavam trabalhando no municí- tística, 2 em Periodontia, 2 em Endodontia e 2
pio no momento em que implantaram as equi- em Cirurgia. O estudo de Rodrigues17 apontou
pes. que 42,8% dos CDs que trabalhavam no servi-
Quanto ao sexo, encontrou-se maioria do ço público do RN não tinham qualquer pós-
sexo feminino (11 CDs), corroborando com graduação. Nota-se que há uma quantidade
um estudo elaborado pelo Inbrape16, realizado muito grande de cirurgiões-dentistas sem pós-
em 2003, no qual se encontrou que 57,5% dos graduação trabalhando no PSF, revelando uma
dentistas no Brasil eram do sexo feminino. E quantidade maior até dos que trabalham no
ainda por meio de pesquisa realizada no Rio serviço público como um todo.
Grande do Norte em 2001, por Rodrigues17, vi- Dos CDs que atestaram não possuir pós-
sando conhecer o Perfil dos Profissionais de graduação (11 CDs), 9 têm de 16 a 20 anos de
Saúde Bucal do Estado Rio Grande do Norte, formatura, pois são de uma geração em que a
em que se verificou que o percentual dos CDs concorrência na profissão não era tão intensa,
do sexo feminino que trabalhavam no serviço havendo pouca procura por qualificação. O
público no Estado do RN era de 54,8%. mercado de trabalho atual na Odontologia exi-
O tempo de formado foi dividido em seis ge um profissional cada vez mais especializado
períodos: até 5 anos; de 6 a 10 anos; de 11 a 15 para “vencer” a competição profissional.
anos; de 16 a 20 anos; de 21 a 25 anos; e de 26 a
30 anos. Houve uma maior predominância do
tempo de formado do período de até 5 anos (10 Estrutura e organização do trabalho
CDs). São os dentistas que se formaram há pou- dos cirurgiões-dentistas no PSF
co tempo e que têm o PSF como opção de em-
prego. Esse dado tem fundamental importância Deste momento em diante, dar-se-á início à
na análise das respostas, pois nos permite enten- análise das questões abertas, lembrando que es-
der a influência desse fator em diversas questões tas foram gravadas e baseadas num roteiro de
da vivência daqueles profissionais no PSF. entrevista.
Quanto ao tempo de inserção no PSF, no- Os CDs foram questionados quanto ao tipo
tou-se que a maioria dos CDs tem de 2 a 3 anos de ações que desenvolviam no PSF. No geral, a
de trabalho no programa, correspondendo ao maioria respondeu que desenvolve atividades
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Araújo, Y. P. & Dimenstein, M.

básicas: extrações, restaurações, periodontia plantodontia, e a gente ainda tem que fazer ex-
básica, profilaxia; e também atividades preven- tração. As pessoas não querem fazer restauração.
tivas e educativas: palestras, aplicação de flúor Eles acham que se faz a restauração, no futuro
em crianças nas escolas, creches. Além de aten- vão ter que extrair. E se no futuro tiver que ex-
dimento de urgência, visitas domiciliares e trair e não tiver dentista? (CD17).
atendimento a hipertensos, diabéticos, gestan- Infelizmente, o que constatamos nas seguin-
tes e crianças. tes falas é que os dentistas não estão fazendo ati-
As falas abaixo expressam essas respostas: vidades preventivas como deveriam ser realiza-
Bom, por enquanto a gente só tem atividades das. Relatam a dificuldade de praticá-las na co-
basicamente dentro do consultório, dada a pro- munidade e que a população exige o tratamento
cura, que é muito grande. Já entrei em contato curativo. Alguns expressam a falta de material
com a Secretaria para ir nos colégios.[...] porque para o dentista realizar educação em saúde, ou
a gente vai começar a fazer palestra tanto nas es- que não sabem como realizá-la. Porém, esses fa-
colas quanto na comunidade. Eu estou querendo tores não justificam a ausência destas ações, pois
destinar um turno pra fazer isso, mas mesmo as- há facilidade no acesso aos manuais de orienta-
sim estamos pretendendo começar essa parte de ção do Ministério da Saúde, às faculdades de
prevenção, mas vamos precisar de umas orienta- Odontologia, além de diversas maneiras de
ções (CD7). construir esses instrumentos educativos, inclu-
Extração, curativo, restauração, profilaxia e sive com a participação da comunidade.
flúor. [...] Tem resina foto. O material é bom. Eu O Ministério da Saúde18 analisa que no RN
trabalho nesse posto e em outro posto. [...] eu fi- 30,9% das ESBs referiram possuir material su-
co mais com a parte de restauração (CD21). ficiente para a realização de ações educativas,
Bom, é como eu falei para você... nós traba- estando abaixo da média no Brasil que foi de
lhamos a parte preventiva, né? Essa parte pre- 41,9%. Considerando que o cirurgião-dentista
ventiva... ela consiste no seguinte: nós trabalha- dispõe de 40 horas semanais, é possível reser-
mos nas escolas, certo? De 3 em 3 meses nós faze- var um horário específico para este participar
mos um trabalho de palestras, orientação de es- das atualizações da equipe, como capacitar os
covação. Com a prevenção da cárie dentária, das THDs, ACDs, ACSs e auxiliares de enferma-
doenças periodontais e do câncer bucal (CD6). gem. Assim, o CD deve ser um participante ati-
Eu sei que era para a gente desenvolver mui- vo das ações de promoção, educação e preven-
tas atividades preventivas. Isso é o que mais se vê ção, dispondo de tempo para reunir-se com a
nos treinamentos do PSF, só que nós não fazemos equipe de saúde e com a população da área on-
isso. Eu não faço. Prevenção tipo palestra, ir nu- de atua, participando dos processos de planeja-
ma escola fazer alguma orientação, não faço. No mento e avaliação das ações em desenvolvi-
dia que se tira um horário de trabalho de proce- mento na sua região e no município como um
dimentos como exodontia, a população reclama. todo, fazendo visitas aos domicílios, sempre
Teve uma época que a gente estava com falta de que isso for necessário para conhecer profun-
água no posto que a gente trabalhava, eu ia mar- damente a população e suas condições de vida
cava atendimento com gestante para fazer orien- (Capistrano Filho19).
tação, e só foi uma. Tinha 50 gestantes na área, Na verdade, a dificuldade de como traba-
foi uma ou duas. Eles só vão se tiver alguma coi- lhar no PSF, relatada pelos CDs, é reflexo do
sa em troca. Eles não vão pra obter informação. modelo de saúde ainda vigente, o cirúrgico-
A gente sabe que o PSF tem tudo pra melhorar a mutilador, no qual a quantidade de procedi-
saúde, tem tudo para dar certo. Só que a popula- mentos predomina na mentalidade dos CDs e
ção não está educada pra esse método de traba- dos gestores.
lho. Ela não quer prevenção. Ela só quer mesmo Observa-se também que enquanto em al-
tratamento curativo. A atividade que eu desen- guns locais são realizadas restaurações fotopo-
volvo é exodontia. Atualmente tem pouco dentis- limerizáveis, em outros só há exodontia, carac-
ta fazendo restauração no município. Os dentis- terizando a falta de planejamento e organiza-
tas do consultório particular é que devem estar ção na utilização dos recursos provenientes do
gostando. Mas a população é altamente pobre. A Ministério da Saúde.
cidade é grande, 40 e poucos mil habitantes, mas Há ainda a falta de interesse por parte de al-
é pobre. A maioria trabalha na prefeitura ou tra- guns profissionais em realizar alguns procedi-
balha numa fábrica de sandálias É um desestí- mentos, como se observa pelo relato a seguir:
mulo fazer exodontia. Você está numa era da im- Faço o básico, restaurações, extrações, raio X. O
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aparelho de raio X é uma polêmica. Trabalhou estes faltam muito ao atendimento e que há di-
durante um tempo, depois parou... aí não revela ficuldade de organização desses grupos. Há
mais e eu não sei o que é (CD19). falta de integração com os outros profissionais
Notou-se que à medida que os profissionais da ESF, principalmente com os ACSs, que po-
iam respondendo às questões, os relatos dire- deriam auxiliar numa melhor captação desses
cionavam ao não-cumprimento da carga horá- grupos.
ria semanal de 40 horas, que é exigida pelo Mi- Segundo o Ministério da Saúde7, dentre as
nistério da Saúde7. O que aparece nos relatos é atribuições do cirurgião-dentista no PSF está o
que nenhum profissional cumpre essa carga atendimento a grupos prioritários, que são clas-
horária, realizando, na maioria das vezes, qua- sificados em: crianças, gestantes, diabéticos e
tro dias de trabalho e, em alguns casos, apenas hipertensos.
um turno diário de atendimento. O fato tam- O odontólogo deveria, pois, destinar, no
bém foi notado na pesquisa de Souza20. mínimo, dois turnos semanais para o atendi-
Segundo o Ministério da Saúde18, o estabe- mento a esses grupos e se reunir freqüente-
lecimento da carga horária de 40 horas para os mente com essa população, aproveitando os
profissionais das equipes de saúde sustenta-se mesmos turnos utilizados pelos outros mem-
na idéia de que esta é uma condição necessária bros das ESFs, compostas pelos médicos, enfer-
para a criação de vínculos entre os membros da meiros e ACSs, para que estes participem des-
equipe e entre estes e a população. E, ainda, pa- ses encontros.
ra melhor desenvolvimento do processo de tra- Há também, por parte da população, uma
balho das equipes, tanto do ponto de vista ge- aceitação da perda dentária. Todavia, ao expor
rencial e organizacional, quanto assistencial. as suas perdas dentárias, o indivíduo expõe
Em pesquisa realizada pelo próprio Ministério também as suas perdas culturais, sociais, eco-
da Saúde, constatou-se que no Brasil, no perío- nômicas, afetivas, políticas, entre outras. A per-
do de 2001 a 2002, somente 68,3% dos cirur- da dentária não é natural, pois é produção so-
giões-dentistas do PSF cumpriam a carga ho- ciocultural e histórica e tem influências im-
rária de 40 horas semanais. No RN, apenas portantes nas subjetividades de quem as sofre
48,7% a cumprem. Situação melhor do que a (Souza20).
dos médicos (41,7%) e pior do que a dos enfer- Merhy22 ressalta que deveria haver uma
meiros (50,5%). Esse fato ressalta a necessida- combinação da melhor forma possível entre
de de uma maior fiscalização quanto à efetivi- eficiência das ações e a produção de resultados
dade dessa carga horária. centrados nos usuários, isto é, procurar a pro-
Uma atividade de grande importância no dução do melhor cuidado em saúde, o cuidado
âmbito da educação e prevenção é a visita do- que resulta na cura, promoção e proteção da
miciliar, que possibilita o conhecimento da si- saúde individual e coletiva. Só que, para isso,
tuação de saúde das famílias com uma maior há que se conseguir uma combinação ótima
profundidade; o desenvolvimento de ações entre a capacidade de se produzirem procedi-
promocionais; o acompanhamento de grupos. mentos e a de ministrar o cuidado.
Além disso, constitui-se em forte elemento no Concordando com essa idéia, Souza20 abor-
estabelecimento de vínculos entre as equipes e da a necessidade de mudanças dos saberes e
as famílias (Ministério da Saúde18). Segundo os práticas nos processos de trabalho em saúde;
relatos, porém, esta é uma atividade pouco exe- isso exige, porém, novos padrões cognitivos e
cutada por esses profissionais, e quando o é, culturais. A mesma enfatiza que para sairmos
não há priorização da visita de acordo com o da relação entre clínica e saúde coletiva, é ne-
risco das famílias a serem visitadas. cessário que na clínica as ações sejam mais do
A incorporação do atendimento domiciliar que apenas o diagnóstico de sinais e sintomas,
aponta para uma reestruturação e reorganiza- observando a subjetividade do processo do ado-
ção das práticas de saúde para além dos muros ecimento.
dos serviços de saúde, deslocando seu olhar pa- As atividades desenvolvidas pela equipe de
ra o espaço domicílio das famílias e comunida- saúde da família devem ser freqüentemente
des nas quais as práticas estão enraizadas (Trad avaliadas e adaptadas às necessidades da comu-
& Bastos21). nidade. É fundamental o acompanhamento
A maioria dos entrevistados referiu realizar dos dados, para posteriormente consolidá-los e
atendimento odontológico aos grupos priori- servir de base para o planejamento e o redire-
tários. Os profissionais queixam-se, porém, que cionamento das ações (Ministério da Saúde18).
226
Araújo, Y. P. & Dimenstein, M.

Considerações finais vai de encontro com as características que eles


próprios identificaram como sendo imprescin-
Este estudo teve como objetivos analisar a for- díveis ao trabalho no PSF: ter um conhecimen-
ma como vem se dando a atuação de cirur- to amplo e multidisciplinar, ter habilidade para
giões-dentistas no PSF do Rio Grande do Nor- atender diferentes tipos de demandas, gostar de
te e mapear as atividades aí desenvolvidas. A trabalhar com comunidades pobres, em zona
investigação realizada possibilitou a identifica- rural e, principalmente, possuir determinadas
ção de uma série de aspectos que serão aqui re- características pessoais tais como ser paciente,
tomados. solidário, corajoso, humano, as quais fazem di-
Observa-se que a precarização das ofertas e ferença nesse tipo de trabalho. Não é por acaso
condições de trabalho para o CD tem impul- que a maioria considera que não atende a esse
sionado este profissional a buscar alternativas perfil e, conseqüentemente, enfrenta dificulda-
de trabalho, mesmo distante dos seus ideais de des de realização do seu trabalho, especialmen-
realização profissional. São raros aqueles que te no contato diário com a comunidade. Ob-
fazem opção pelo trabalho no PSF, por sua fi- serva-se que a experiência do PSF não tem con-
losofia e proposta de atenção à saúde. Quanto seguido mudar as formas de atuação já estabe-
ao segundo aspecto, nota-se que a inclusão do lecidas, e de criar um outro modo de produzir
CD, tal como ocorre com outros profissionais, saúde. O que se vê é a reprodução de práticas
é definida por relações pessoais e políticas, o tradicionais, fragmentadas e isoladas.
que interfere, certamente, no tipo de trabalho Nos discursos dos participantes, não se ob-
realizado e no comprometimento que esse pro- serva o cumprimento da carga horária preco-
fissional estabelece com seu trabalho e com a nizada pelo Ministério da Saúde7, como tam-
comunidade. bém a participação em cursos de capacitação
Percebeu-se que os CDs têm perfil profis- promovidos pelo Cefope-RN. Os CDs referem
sional voltado para a clínica, aspecto que está haver participado exclusivamente do Curso
relacionado a sua formação acadêmica, mas Preparatório inicial para o PSF. Isso corrobora
também devido à própria expectativa da co- a idéia anterior de que tais profissionais pas-
munidade, bem como da gestão do serviço em sam muito pouco tempo nos seus ambientes de
priorizar o atendimento clínico. A maioria não trabalho e que não cumprem a carga horária
possui especialização, e os que têm tal forma- estabelecida. Aponta, ainda, para a falta de
ção concluíram cursos sem nenhuma relação compromisso do profissional com seu trabalho
com a saúde pública ou coletiva, demonstran- e de controle do gestor sobre isso. A falta de
do a falta de preparo acadêmico para uma atu- participação em cursos de capacitação está di-
ação mais adequada ao PSF. retamente relacionada ao fato de que muitos
As atividades básicas que são desenvolvidas desses profissionais encaram sua participação
no cotidiano, tais como dentística, periodontia no PSF como uma atividade passageira, a qual
básica, cirurgia simples e atividades preventi- não requer investimento do ponto de vista pro-
vas e educativas, são realizadas da maneira tra- fissional. Os resultados apontam também que
dicional, em forma de palestras e aplicação de há necessidade de motivá-los a refletir e redire-
flúor. Nenhum outro tipo de ação ou recurso cionar as suas práticas, tendo como medida
foi detectado nas falas dos participantes, de- inicial o investimento e estímulo à educação
monstrando o limitado arsenal com que traba- permanente e um monitoramento e avaliação
lham no PSF. Esse perfil clínico preponderante das ações por eles desenvolvidas.

Colaboradores

YP de Araújo participou de todas as etapas da elaboração


do artigo; M Dimenstein participou como orientadora
no processo de concepção teórica e na avaliação final do
texto.
227

Ciência & Saúde Coletiva, 11(1):219-227, 2006


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p. 181-6. Artigo apresentado em 8/06/2005
Aprovado em 15/07/2005
Versão final apresentada em 22/08/2005

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