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O MODELO DE AUTO-AVALIAÇÃO DAS BIBLIOTECAS ESCOLARES: METODOLOGIAS DE

OPERACIONALIZAÇÃO (PARTE II)

SUBDOMÍNIO D3
GESTÃO DA COLECÇÃO/DA INFORMAÇÃO

ACÇÕES FUTURAS

DUAS COISAS QUE CONSIDERE QUE A/S BE/S DEVESSEM DEIXAR DE FAZER:

1. A forma como se tem constituído a equipa da BE

Não directamente relacionado com o subdomínio Gestão da Colecção/da


Informação, mas penso que bastante implícito no domínio Gestão da BE que
lhe dá suporte, julgo que umas das coisas que se deveria deixar de fazer é a
forma como tem sido constituída a equipa da Biblioteca. O que normalmente
se tem passado é que são direccionados para a BE professores a quem é
necessário completar horários, grande parte das vezes sem qualquer
motivação para a função. A equipa tem mudado todos os anos o que
compromete imenso o trabalho a desenvolver. Penso que deveria ser
auscultado sempre o Professor Bibliotecário e a Direcção da Escola deveria
“fazer um esforço” para entender que este é um dos aspectos cruciais não só
para o desenvolvimento da BE mas também da própria Escola.

2. Centralizar o trabalho da BE na Professora Bibliotecária

Este é um aspecto que está directamente ligado à forma como se tem


constituído a equipa. Daí que a Professora Bibliotecária acabe por “abarcar”
todo o trabalho. É altura de começar a definir claramente o papel e a função
de cada elemento quer da equipa quer dos professores colaboradores.

DUAS COISAS QUE CONSIDERE QUE A/S BE/S DEVESSEM CONTINUAR A FAZER:

1. Apostar cada vez mais na articulação com as diversas estruturas de


coordenação educativa e supervisão pedagógica e os docentes

Toda a acção da BE está condicionada pela relação que conseguir


estabelecer na escola com as diversas estruturas. No campo mais específico
do subdomínio D3 - Gestão da colecção/da informação este aspecto é
fundamental. Planear a colecção de acordo com os interesses dos
utilizadores; adequar os recursos às suas necessidades; gerir as verbas
disponíveis (que são sempre limitadas) procurando responder da melhor
maneira às solicitações dos departamentos, dos docentes, dos alunos;
oferecer recursos digitais que apoiem o currículo; divulgar todos os recursos
que chegam (não apenas fisicamente) à BE… requer empenhamento da
equipa e um trabalho articulado de auscultação permanente, de atenção ao
que se vai editando, ao que se vai produzindo, para poder na altura certa
fazer as sugestões e as aquisições que melhor sirvam o público da BE.

Ana Teresa Beja – Formação RBE 2009 1


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2. A aquisição de obras que fomentem a leitura recreativa.

Possuir uma colecção direccionada ao público juvenil, que seja


periodicamente actualizada e que inclua os livros que normalmente fazem
parte dos “tops” das livrarias e os jornais e as revistas que os alunos gostam de
ler. Já há bastante tempo que aplicamos grande parte das verbas na
aquisição de obras de literatura (literatura portuguesa, estrangeira, juvenil, BD)
para os motivar para a leitura. Também ao nível dos periódicos há títulos que
lhes interessam bastante e que são responsáveis pela ida dos alunos à BE (por
exemplo, na minha escola há muitos alunos que só frequentam a biblioteca
porque recebemos diariamente o Record; outros que lá vão
propositadamente para ler a Blitz). Provavelmente, se não fosse isto nunca
frequentariam a BE. E o mais importante é “apanhá-los” lá. Depois será mais
fácil cativá-los para outras coisas.

DUAS COISAS QUE CONSIDERE QUE A/S BE/S DEVESSEM COMEÇAR A FAZER:

1. Incentivar o desenvolvimento das Redes Concelhias

Penso que um dos aspectos em que as BE devem apostar fortemente deverá


ser o desenvolvimento destas redes e porque me parece que provavelmente
ainda não é uma prática comum a muitas bibliotecas, refiro este aspecto
neste ponto. A BE da minha escola integra a Rede Concelhia de Mangualde e
Penalva do Castelo formalmente desde Novembro de 2008, mas o Grupo de
Trabalho das Bibliotecas de Mangualde – GT Bib’s (que lhe deu origem)
trabalha em parceria há já alguns anos e considero que a experiência tem
sido bastante positiva a vários níveis. Penso que a aposta na ligação entre as
várias BE de um concelho e a BM, trará vantagens evidentes quer para as
bibliotecas escolares, quer para a biblioteca municipal, que depende
também muito do público escolar.
Das actividades desenvolvidas, relativas ao subdomínio D3, destaco:

- a criação do portal que permite a partilha dos catálogos online das


várias bibliotecas integradas e a difusão da informação de uma forma mais
abrangente - ainda que não estejam todos os catálogos a 100%, o portal
possibilita a todos - alunos, docentes, comunidade - aceder mais facilmente a
qualquer um dos catálogos das bibliotecas. Estas, não podem esquecer que
hoje têm outros públicos (EFA, alunos das novas oportunidades…) que muitas
vezes não têm possibilidades de se deslocar ao espaço fisco das várias
bibliotecas. De igual forma, qualquer notícia divulgada no portal da rede
atinge um público muito mais vasto do que aquele que acede aos sítios web
de cada uma das BE;
- o apoio técnico ao tratamento dos recursos das BE disponibilizado
através do SABE da BM - o apoio ao tratamento documental tem permitido
uniformizar os catálogos e corrigir os erros que fruto da nossa pouca
experiência existiam em grande número;
- a partilha de recursos materiais e humanos e o desenvolvimento de
actividades em parceria – as actividades desenvolvidas em conjunto têm
contribuído para projectar as bibliotecas do concelho e progressivamente,
têm-se institucionalizado nas práticas do meio em que nos inserimos (como
exemplos, refiro a realização conjunta da Feira do Livro anual no centro da

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cidade, com actividades de animação que envolvem a participação das


várias escolas - teatro, sessões de leitura, mostras de arte…. ; a Semana da
Leitura com acções envolvendo a comunidade local - por cá fazemos as
“Leituras na Rádio” em colaboração com a rádio local há 3 anos, as “Leituras
Seniores” nos lares de idosos, a “Ladainha da Leitura” a abrir a semana (que
envolve alunos de todos os níveis de escolaridade…)
- a criação de documentos reguladores do Grupo de Trabalho – está
concluído o documento “Empréstimo Interbibliotecas” e previsto para breve a
elaboração do documento “Política de Desenvolvimento da Colecção”.
Neste, será definido para onde deve “caminhar” a colecção concelhia; que
tipo de recursos interessam mais aos utilizadores que se tem, quer nos espaços
físicos de cada biblioteca, quer nos espaços virtuais; que obras adquirir em
cada biblioteca… Será um documento que contribuirá para uma gestão mais
eficaz das colecções das várias bibliotecas permitindo potenciar recursos e
aplicar melhor as verbas disponíveis.

2. Incrementar a utilização dos recursos da Web 2.0 para melhorar o


desenvolvimento da BE:

a) disponibilizando recursos de informação online – penso que é importante


criar a noção de valor na BE. Mas para isso, não chega abrir as portas. É
necessário que os alunos reconheçam que a biblioteca serve para alguma
coisa. Serve por exemplo para lhes indicar quais os passos a seguir na
elaboração de um trabalho, ou para lhes explicar como se faz a referência
bibliográfica de um site que é preciso colocar no trabalho X; ou para lhes
indicar os materiais que podem consultar sobre o tema Y… Disponibilizar esses
recursos no blogue ou na página da BE permitirá o acesso (a qualquer hora)
quer aos alunos da escola, quer a outros públicos constituindo-se, na minha
opinião, numa melhoria dos serviços da BE. Da mesma forma, aproveitar as
potencialidades do “Delicious”, dos “wikis spaces” ou serviços similares para
oferecer no blogue ou na página da BE, catálogos de sítios Web
seleccionados pelos docentes ou pela equipa da biblioteca direccionados ao
apoio ao currículo (dirigidos ao 7º ano, ao projecto X, à disciplina de…)

b) utilizando as redes sociais (facebook, twitter, blogue, youtube…) para


divulgar/promover/dinamizar a BE – divulgar colecções, novidades, notícias,
actividades desenvolvidas e a desenvolver; para criar comunidades de
leitores, de discussão sobre um livro, um escritor, um assunto; para divulgar
trabalhos dos alunos, para dinamizar concursos relacionados com a escrita, o
vídeo…

Ana Teresa Beja – Formação RBE 2009 3

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