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Agrupamento de Escolas

Santa Maria dos Olivais

Plano de Avaliação traçado para o Domínio A2 - indicadores A.2.1 A.2.4


Introdução
Até há bem pouco tempo, as Bibliotecas Escolares foram avaliadas através de inputs,
isto é, procedia-se a uma avaliação das instalações, equipamentos, financiamento, software e
colecções, através dos processos, tendo em conta as actividades e serviços, e de outputs,
considerando-se as visitas à BE, consultas do catálogo, pesquisa, etc. Hoje, com o novo
paradigma para as Bibliotecas Escolares, há que se medir também, em termos de avaliação,
os outcomes, os impactos da BE nas aprendizagens dos alunos, há que ir mais além, no
sentido de se conhecer os benefícios que ela apresenta no desenvolvimento do currículo.
A literatura internacional tem demonstrado em trabalhos de pesquisa apresentados, o
contributo muito positivo que as Bibliotecas Escolares podem dar em prol do sucesso
educativo e na promoção das aprendizagens ao longo da vida.
Já muita coisa se disse sobre o actual modelo de avaliação para as bibliotecas
escolares portuguesas. Ele foi construído a partir da análise efectuada a outros modelos
existentes, tomando em consideração a realidade portuguesa. Agrada-me a ideia de ele ser
um instrumento regulador, de melhoria contínua da qualidade, apontando, simultaneamente,
para uma reflexão orientada para a mudança e constituindo-se como um meio indispensável
de qualificação das BEs e das próprias Escolas, no cumprimento da sua missão e dos seus
objectivos. Assim, é necessário que "cada escola conheça o impacto das actividades
realizadas pela e com a BE no processo de ensino e na aprendizagem bem como o grau de
eficiência e eficácia dos serviços prestados e da satisfação dos utilizadores da BE" (Modelos
de Auto-avaliação - Novembro de 2009)
Para demonstrar o impacto junto da comunidade educativa, é necessário que a BE
mostre o papel que desempenha. Para isso, há que investigar os resultados da sua acção,
analisar o sucesso e o impacto dos seus serviços, prestando contas à escola e a todos os que
estão ligados ao seu funcionamento.
Embora, neste momento considere o processo complexo e moroso, reconheço que
este tipo de avaliação permitirá tomar decisões baseadas em factos concretos a partir de
evidências, capazes de mobilizar a escola para a melhoria através de uma acção colectiva.
Por isso, esta avaliação deverá ser entendida como um processo que conduzirá à reflexão e
originará mudanças concretas na prática.
Para a equipa, a avaliação baseada em evidências determinará até que ponto a missão
e os objectivos estabelecidos para a BE estão ou não a ser alcançados, identificar práticas
que têm sucesso ou não, pontos fracos a melhorar.
1. Etapas do Processo
1.1. Escolha do Domínio/Subdomínio

Auto- Avaliação da Biblioteca Escolar

Domínio A - Apoio ao Desenvolvimento Curricular


Subdomínio A.2 - Promoção da Literacias da Informação, Tecnológica e Digital
A.2.1 - Organização de actividades de Formação de utilizadores na Escola
Indicadores A.2.5 - Impacto da BE no desenvolvimento de valores e atitudes
indispensáveis à formação da cidadania e à aprendizagem ao longo da vida.
A.2.1 - Indicador de processo
A.2.5 - Indicador de impacto

1.2. Fundamentação da Escolha do Domínio/Subdomínio

Não foi fácil para mim a realização deste trabalho, principalmente porque me encontro
numa fase de implementação e reestruturação da Biblioteca Escolar da minha escola (foi
inaugurada no dia 30 de Outubro), com reuniões sucessivas, aquisição de materiais, formação
de utilizadores, visitas pelos professores, apoio às ACND, criação de um modelo de pesquisa
comum a toda a escola, dinamização de actividades integradas no PNL, enfim, um cem
número de tarefas realizadas em simultâneo. Mas se, por um lado, toda esta manopla de
actividades, surgiu como obstáculo à realização do meu trabalho, por outro, foi o despoletar
da vontade de ultrapassar as dificuldades que se afiguravam como difíceis. Foi tempo de
parar e reflectir, de partilhar preocupações, de recolher opiniões, foi tempo de pensar como a
BE da minha escola ajuda os alunos a aprender a aprender. Até aqui, esse conhecimento era
empírico: alguns professores faziam-nos chegar a sua opinião e apreço pelo trabalho que
realizávamos com os alunos e estes mostravam-se gratos pela ajuda dispensada na
realização dos seus trabalhos e na superação das suas dúvidas.
Embora não seja este o domínio escolhido para avaliar no presente ano lectivo, pensei
que poderia ser uma mais valia para a escolha do próximo ano lectivo.
As tecnologias estão a modificar o ambiente de aprendizagem. O mundo para o qual se
está a preparar os alunos é um mundo voltado para a tecnologia. Daí que a Be deva ser
proactiva, indutora de inovação, preparando os alunos para o uso inteligente da informação
disponível através das tecnologias que tem ao seu dispor. Elas modificam o ambiente de
aprendizagem, transformando o ambiente escolar em termos de fontes de informação, num
espaço profícuo à aprendizagem.

Daí a escolha dos indicadores acima mencionados:


- De processo A.2.1 - Organização de actividades de Formação de utilizadores na
Escola - contribuindo para a verificação do trabalho que é realizado pela escola e pela
BE;
- De impacto A.2.5 - Impacto da BE no desenvolvimento de valores e atitudes
indispensáveis à formação da cidadania e à aprendizagem ao longo da vida -
contribuindo para a verificação dos efeitos do trabalho desenvolvido nas aprendizagens
dos alunos e na própria biblioteca.

Pretende-se tomar consciência dos pontos fortes e fracos, das fraquezas e das
oportunidades nesta área de intervenção para, a partir daí, de forma mais consistente, se
proceder aos ajustes e à elaboração de um plano de melhoria, de padrões de funcionamento
que consolidem o trabalho que a BE deve desenvolver numa área considerada fulcral para o
seu sucesso e efectiva integração pedagógica na escola. Por outro lado, levar a cabo um
conjunto de acções capazes de contribuir para o crescimento pessoal (no campo da
promoção da leitura e das literacias da informação) e social, em termos de conhecimento e
aprendizagem, de atitudes responsáveis ao uso da cidadania, conforme PEE do
Agrupamento.

1.3. Calendarização e Intervenientes

Na planificação da avaliação há que se ter em conta vários procedimentos com o


objectivo de se realizar uma escolha ponderada e participada do domínio a avaliar e de se
consciencializar os elementos que vão estar envolvidos em todo o processo.

Calendarização
Durante os 1º e 2º períodos
3º Período:
- Aplicação de um inquérito
- Apresentação do relatório

Equipa da BE
Intervenientes
Professores
Direcção da escola
Alunos
CP

1.4. Acções a avaliar


Uma forma de consciencialização será a promoção do diálogo através da realização de
reuniões com todos os elementos envolvidos na avaliação. Todo este processo permite
antecipar necessidades e preparar medidas a tomar, nomeadamente a recolha de
documentos; escolha das actividades a observar, identificar os momentos mais adequados à
aplicação dos instrumentos de recolha de informação.

O que se pretende?
Aferir o contributo da BE na autonomia e formação dos seus utilizadores;
Evidenciar pontos fracos, priorizar necessidades e implementar acções para a melhoria

Actividades de formação de utilizadores com todas as turmas da escola


(Projecto Visitar/Conhecer/Utilizar/Aprender;
Utilização dos materiais de apoio existentes para a formação de
utilizadores:
- Guião de utilizadores;
Indicadores - Guião de visita interactiva.
Acções a
A.2.1 Implementação de um modelo de pesquisa comum a toda a escola,
avaliar
Organização de baseado no BIG SIX;
actividades de Desenvolvimento do Projecto Visitar/Conhecer/Utilizar/Aprender no
Formação de âmbito das literacias da Informação, tendo como base o modelo BIG
utilizadores na SIX (5º e 6º anos em cinco sessões de Área de Projecto);
Escola Utilização dos folhetos de apoio à pesquisa "Como se Faz?"
Reuniões várias (Direcção, departamentos, DT, prof. de AP e EA...)

O que se pretende?
Avaliar o contributo da BE para a autonomia, a cooperação e a responsabilidade no processo de aprendizagem;
Evidenciar pontos fracos, priorizar necessidades e implementar acções para a melhoria

Indicadores Utilização de modalidades de trabalho diversificadas (individual,


A.2.5 a pares, ou em grupo);
Impacto da BE no Acções a
Realização de tarefas diferenciadas de acordo com a estrutura
desenvolvimento avaliar
espacial e funcional da BE;
de valores e
Demonstração de atitudes de confiança e de respeito por parte
atitudes
dos alunos, cumprindo normas de actuação, de convivência e de
indispensáveis à
formação da trabalho, inerentes ao sistema de organização e funcionamento
cidadania e à da BE;
aprendizagem ao Pertinência da utilização da sinalética como elemento facilitador
longo da vida da utilização das áreas funcionais da BE (mascotes da Biblio-
teca).
1.5. Recolha de Evidências

As evidências deverão revelar o trabalho realizado, as actividades desenvolvidas e os


resultados e os impactos alcançados. Elas deverão incidir sobre os processos - qual é o
trabalho realizado e como - e os resultados e impactos - como é que os serviços estão a
corresponder às necessidades dos utilizadores

Recolha de Evidências
Documentos (PAA, projecto/calendário das sessões de formação de utilizadores,
Indicadores
respectivos materiais produzidos, professores envolvidos - 1º período);
A.2.1
Grelhas de Observação: alunos com necessidades educativas especiais (2/3 vezes
Organização de
actividades de
ao longo do ano, na mesma turma);
Formação de Estatística - levantamento de dados de utilização da BE (fichas variadas);
utilizadores na Aplicação de questionário aos alunos e professores envolvidos nas sessões de
Escola
formação de utilizadores - após a realização das sessões (3º período);
- Amostra:
20% de professores;
Todos os alunos do 5º e 6º anos;
10 do número total de alunos do 3º ciclo.

Recolha de Evidências
Documentos (Doc. de Normas de funcionamento da BE, guião do utilizador,
Indicadores
sinalética usada para identificação das várias zonas funcionais (papel das
A.2.5
mascotes), afixação de normas (1º período);
Impacto da BE no
Estatística - registo autónomo nas várias fichas, pesquisas realizadas;
desenvolvimento
Grelhas de Observação: alunos com necessidades educativas especiais (1º e 2º
de valores e atitu-
des indispensáveis períodos e outros alunos (2/3 vezes ao longo do ano, na mesma turma);
à formação da ci- Aplicação de questionário aos alunos (10$ do total da escola em cada nível de
dadania e à apren- escolaridade) e professores (20% do total de professores das várias disciplinas (3º
dizagem ao longo período).
da vida

1.6. Análise e Apreciação dos Dados Recolhidos


A análise dos dados obtidos deve conduzir à elaboração de avaliações sobre a BE e os
seus serviços em termos de: eficácia, valor, utilidade, impacto, etc.
Neste aspecto, é importante distinguir entre elaborar uma descrição e uma avaliação. A
avaliação implica uma apreciação baseada na análise de informação relevante e evidências.
Frequentemente inclui a explicação das consequências ou implicações de uma determinada
acção ou processo. Os resultados deverão ser objecto de análise e apreciação pela equipa e
professor bibliotecário de modo a se identificarem os pontos fortes e as áreas que precisam
de melhorar, merecendo "de todos os envolvidos uma leitura atenta, que perspective os
factores envolvidos, devendo conduzir à elaboração de um plano de acção que possa
efectivamente ser implementado e desenvolvido. Esse plano irá alimentar o processo contínuo
de melhoria e, de acordo com o ciclo de auto-avaliação, deverá ser avaliado em profundidade
quando o domínio for novamente objecto de análise" (Modelo de Auto-avaliação - Nov 2009).

A partir desta análise, situar-se-á a BE num dos níveis de desempenho definidos pelo
Análise dos dados recolhidos
Feita de forma qualitativa e quantitativa

Indicadores
A.2.1
Tratamento da informação dos vários documentos;
Organização de
actividades de
Formação de Análise e apreciação dos resultados das várias aplicações.
utilizadores na
Escola

3º Período

Análise dos dados recolhidos


Feita de forma qualitativa e quantitativa

Indicadores
A.2.5
Impacto da BE no
Tratamento da informação dos vários documentos;
desenvolvimento
de valores e atitu-
des indispensáveis Análise e apreciação dos resultados das várias aplicações.
à formação da ci-
dadania e à apren-
dizagem ao longo
da vida
3º Período
modelo. Tal situação, permitir-nos-á tomar consciência da realidade da BE.
1.7. Comunicação dos Resultados

A comunicação dos resultados do processo de auto-avaliação é uma etapa essencial e


um facto crucial para o sucesso das acções de melhoria. Os resultados resultantes da
avaliação dizem respeito a toda a escola, por isso ela deve ser envolvida, partilhando-se os
aspectos positivos e os menos conseguidos.
A comunicação deve, em primeiro lugar, ser dirigida aos órgãos de administração e
gestão (conselho geral, director, conselho pedagógico), mas também aos departamentos
curriculares e demais estruturas de coordenação educativa e de supervisão pedagógica e,
naturalmente, à equipa. Também se podem identificar outros interlocutores fundamentais,
como os próprios alunos, os encarregados de educação (sobretudo no ensino básico, por
exemplo através das associações de pais/EE). O relatório de auto-avaliação da BE deve ser
integrado no relatório da avaliação da escola.

1.8. Preparação e implementação do Plano de Acção

Depois de feita a análise e apreciação aos resultados da auto-avaliação da BE, é


Comunicação dos Resultados
C. Geral; Directora; CP; Departamentos Curriculares; alunos;
3º Período Colocação no Blog da BE;
Afixação em local próprio, na escola.

tempo de se proceder à elaboração de um Plano de Melhoria, estabelecendo-se objectivos e


metas a serem alcançados em função da concretização de acções. Estas são definidas e
delineadas no tempo. Após a informação recolhida (evidências), procura-se analisar factores
que influenciaram o resultado. Assim, as acções para a melhora vão assentar em elementos
concretos. Estas acções deverão ser, posteriormente, incorporadas no Plano de Acção da BE,
onde se identificarão as áreas prioritárias de actuação de acordo com os elementos
identificados na auto-avaliação e o Projecto Educativo da Escola

Plano de Melhoria - 3º período (Julho)

E volta tudo ao princípio, preparando-se o terreno para avaliar o próximo Domínio…

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