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O MODELO DE AUTO-AVALIAÇÃO DAS BIBLIOTECAS ESCOLARES: METODOLOGIAS DE OPERACIONALIZAÇÃO

(PARTE I)
5ª sessão

DOMÍNIO ESCOLHIDO INDICADOR DE PROCESSO INDICADOR DE IMPACTO

C.1. Apoio a actividades livres, extra- C.1.1. Apoio à aquisição e C.1.2. Dinamização de actividades
curriculares e de enriquecimento desenvolvimento de métodos de trabalho livres, de carácter lúdico e cultural na
curricular. e de estudo autónomos. escola.

PLANO DE AVALIAÇÃO

PROBLEMA/DIAGNÓSTICO A BE apoia as actividades livres de leitura, A escola é muito activa, possui grande
pesquisa, estudo e execução de trabalhos (talvez até excessivo) número de actividades
escolares, realizadas pelos alunos fora do no PAA, mas muitas vezes estas são
horário lectivo e dos contextos formais de dispersas pelos vários sectores, disciplinas,
aprendizagem. Departamentos.

Os alunos praticam técnicas de estudo A BE tem a possibilidade de congregar


variadas recorrendo ao acervo documental, actividades, não só pela visão de conjunto
nomeadamente enciclopédias, dicionários e que a professora bibliotecária tem das
bibliografia sobretudo nas áreas da mesmas pela sua representação no CP e

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Literatura Portuguesa e da História e trabalho específico no PAA, como também
acedendo sempre que necessário ao uso do pela função de disponibilização de recursos
computador e da internet. Requisitam materiais e de informação que é inerente à
também vários livros no âmbito dos própria BE.
contratos de leitura e do
Projecto Além disso, a dinamização de actividades
Individual de Leitura, respectivamente nas culturais e lúdicas promove a BE, dando-lhe
disciplinas de Português (Básico e visibilidade e ajuda a promover a articulação
Secundário) e Literatura Portuguesa. entre as turmas e os professores.

Os professores quase não utilizam a BE, a


não ser para requisitar computadores ou
filmes. (Os professores leitores rondam os
10%).

A BE tem pouca visibilidade e está fora do


circuito da maioria dos pavilhões de aulas.

TIPO DE AVALIAÇÃO DE MEDIDA A Avaliação baseada em processos Avaliação baseada em objectivos e em


EMPREENDER (questionários e observação directa) e processos (através do Plano de Acção da
avaliação baseada em resultados BE), definindo etapas e clarificando a sua
(entrevistas no final do ano). missão num processo contínuo de
Planificação/Acção/Avaliação/Planificação.

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MÉTODOS E INSTRUMENTOS A O5- Grelha de observação da utilização QA3 – Questionário aos alunos
UTILIZAR da BE pelos alunos em contexto livre, Questionário aos professores (a criar), que
privilegiando as questões 01, 03,04, 05, os interpele sobre a sua participação nas
06,07,10 e 11. actividades e a utilização livre da BE e dê
Levantamento dos registos dos alunos conta da sua evolução.
que acedem aos computadores e da Registos informais de opiniões e sugestões
respectiva utilização (a partir do livro de de professores e alunos.
registos existente para o efeito).
Caixa de sugestões da BE.
Observação directa do uso dos PC,
Registo do nº de participantes em cada
nomeadamente do acesso à informação
actividade cultural da BE, anos lectivos e
através de motores de busca generalistas
turmas ou cursos.
ou de directórios ou ainda dos links do
blogue da BE criados com o objectivo de Divulgação das actividades na página Web
ajudar a direccionar a pesquisa, indicando, da escola ou da BE e no blogue da BE, bem
por exemplo, bibliotecas digitais. como através de cartazes na escola (em
pontos estratégicos) e na sala de
Observação directa do uso dado à
professores.
informação: copy/paste ou tratamento da
mesma, com técnicas de leitura e estudo? Contacto pessoal com os professores, de
modo a aferir/delimitar público-alvo para
Registo das observações em portefólio.

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Registo fotográfico e videográfico. cada iniciativa.
Inferências.

Entrevistas semi-directas às
Coordenadoras dos DT ou às
Coordenadoras de Área de Projecto do
Ensino Básico e Secundário, com o
objectivo de compreender a percepção
geral que têm sobre a influência da BE nas
aprendizagens nas turmas dos diferentes
ciclos da escola, no início do 2º Período e
no final do ano lectivo.

Análise de conteúdo em grandes


categorias.

Comparação dos dados das entrevistas


das duas fases.

Tratamento estatístico dos dados das


grelhas de observação.

Cruzamento dos dados de natureza

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quantitativa e qualitativa.

INTERVENIENTES Professora bibliotecária e Equipa da BE Professora bibliotecária e Equipa da BE;


na observação e no tratamento dos dados; colaboradores e Assistentes Operacionais;
colaboradores e Assistentes ex-professores (no “Projecto Unidos pelos
Operacionais no registo das actividades Livros”, que conta colaboração em sessões
dos alunos sempre que estes se esquecerem de dinamização da leitura); livreiros e
de o fazer. escritores convidados.

CALENDARIZAÇÃO Registo de observações no final de cada “Projecto Unidos pelos Livros” –


Período lectivo (duas últimas semanas, mensalmente (excepto Dezembro, devido a
altura de maior afluência à BE com o acumulação de iniciativas e avaliações).
intuito de estudar, realizar trabalhos).
Outras actividades: ao longo do ano
Respectivo tratamento de dados após lectivo.
cada observação.

Entrevistas às Coordenadoras no início


do 2º Período e no final do ano.

PLANIFICAÇÃO DA RECOLHA E Adaptação da Grelha de Observação 05, Construção de um questionário aos


TRATAMENTO DE DADOS construção de outras grelhas de professores, adequação do questionário
observação, preparação de um aos alunos (QA3), construção de cartazes e

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portefólio de registo de observações e de de textos de divulgação dos eventos antes
um guião de entrevista semi-dirigida. (anúncio) e depois (impacto) da sua
realização, no blogue da escola.

Criação de um documento de registo do nº


de participantes por ano/turma/curso.

Previsão de contactos informais com os


participantes (professores e alunos), de
modo a colher informações sobre o valor
atribuído a cada sessão cultural (Feiras do
Livro, sessões de autógrafos, sessões de
leitura, etc.).

ANÁLISE E COMUNICAÇÃO DA Análise dos dados realizada pela Tratamento estatístico dos dados dos
INFORMAÇÃO Professora Bibliotecária e pela Equipa questionários e sua divulgação periódica.
da BE. Comunicação à Direcção da Comunicação através do blogue da BE e
Escola, ao Conselho Pedagógico e aos no CP em momentos formais de avaliação
Departamentos Curriculares de per si, das actividades da BE e/ou do PAA.
devendo estar presentes nessa
comunicação pelo menos dois membros da
equipa da BE, para complementar

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perspectivas e comunicar processos de
avaliação/tratamento dos dados.

LIMITAÇÕES, LEVANTAMENTO DE Necessidade de tempo para tratamento Pouca sensibilização dos professores para
NECESSIDADES (RECURSOS das entrevistas. actividades que impliquem a sua
HUMANOS, FINANCEIROS, Dimensão demasiado ambiciosa da deslocação à BE.
MATERIAIS…) avaliação, para que seja fiel e abarque
dados de natureza qualitativa e
quantitativa.

Embora a nossa BE conte com vários


colaboradores, a maioria possui poucas
horas por semana para o efeito, o que
pode comprometer trabalhos de grande
fôlego.

FUNDAMENTAÇÃO DO TIPO DE AVALIAÇÃO A EMPREENDER:

Actualmente, mais do que apostar na dicotomia qualitativo/quantitativo, ambas as abordagens são reconhecidas como legítimas e,
inclusivamente, complementares (LESSARD-HEBERT et al.: 1990). Se a lógica que subjaz à investigação quantitativa visa a explicação dos
factos, remetendo para o binómio causa-efeito, a investigação qualitativa, por seu lado, procura a “compreensão”, o “significado” dos

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fenómenos e da realidade, tal como eles são entendidos pelos sujeitos. A investigação qualitativa privilegia a subjectividade, a interpretação
semântica das experiências e dos relatos humanos.
Uma das características deste tipo de investigação é, precisamente, a descrição dos dados (que podem ser recolhidos por entrevista,
material fotográfico ou videográfico ou por suporte documental). A análise dos dados tende a ser realizada de modo indutivo, partindo dos
materiais, do seu conteúdo, que emerge à medida que aquela progride e se aprofunda. Não existem, portanto, juízos apriorísticos sobre as
conclusões a retirar da aplicação do MAABE nestes pontos em concreto, mas antes a preocupação em verificar o que os dados “transmitem”,
segundo regras que, obviamente, ultrapassem a mera subjectividade e a intuição pessoal.
As entrevistas permitirão um estudo diacrónico, em fases distintas do processo, salientando permanências e/ou mutações do pensamento
das entrevistadas, no que se refere à influência da BE nas aprendizagens dos alunos, o que terá de ser cruzado posteriormente com outros
documentos, uma vez que a BE não actua isoladamente e que se torna difícil delimitar a sua actuação e as consequências da sua avaliação de per
si.

BIBLIOGRAFIA SUPLEMENTAR:

BOGDAN, R. e Sari BIKLEN (1999). Investigação Qualitativa em Educação – Uma Introdução à Teoria e aos Métodos, Porto: Porto
Editora, col. Ciências da Educação, nº12 (ed. original:1991).

Formanda: Maria Carla Crespo


Escola Secundária Fernão Mendes Pinto

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