Você está na página 1de 3

Hipersensibilidade dentinaria

A hipersensibilidade dentinária é uma ocorrência bastante freqüente na clínica odontológica e o seu tratamento
representa, ainda nos dias atuais, um grande desafio para os cirurgiões-dentistas. Várias denominações são
apresentadas na literatura a fim de expressar esta manifestação sensorial de dor dentinária, como
hipersensibilidade dentinária, sensibilidade dentinária, dentinalgia e hiperestesia dentinária. O complexo dentina-
polpa caracteriza-se por ser altamente sensitivo e com um comportamento diferenciado quando comparados com
outros tecidos do corpo. Todos os estímulos como, preparo cavitário, alterações térmicas, estímulos osmóticos ou
desidratação, tem como resposta a sensação dolorosa. Diversas teorias foram descritas tentando explicar o
mecanismo pelo qual um estímulo transmite a dor através da dentina; a mais aceita é a teoria da hidrodinâmica,
proposta originalmente por Gysi, em 1990, apoiada e comprovada por Garberoglio e Brannstrom em 1976, a qual
considera que a variação de pressão intra-pulpar decorrente da movimentação do fluido dentinário em direção a
polpa ou em sentido contrário estimula as terminações nervosas próximas à camada odontoblástica e provoca dor
. O sucesso no tratamento da hipersensibilidade dentinária depende do conhecimento científico do, profissional no
sentido de assegurar uma precisa identificação dos fatores etiológicos e da correta intervenção clínica; dentre
esses fatores, destacam se as lesões cervicais não cariosas. Dessa forma, o propósito desse trabalho é esclarecer
sobre o diagnóstico da hipersensibilidade dentinária e as lesões cervicais não cariosas.

Hipersensibilidade dentinária É uma resposta exagerada ou uma dor passageira relacionada à exposição da
dentina a estímulos químicos, táteis, térmicos ou osmóticos provenientes do meio bucal, os quais, normalmente, não
causariam resposta em um dente sem perda tecidual. A exposição dentinária pode ser resultante de perda de
esmalte por processo de abfração, erosão, ou abrasão, e também pela exposição da superfície radicular. A dor E
conseqüência da exposição dentinária e sua intensidade varia nos diferentes dentes e entre as pessoas, estando
ainda, diretamente relacionada ao grau de tolerância à dor, bem como aos fatores emocionais de cada paciente.
Os estímulos que mais desencadeiam a sensação de dor podem ser de qualquer natureza, como preparo cavitário,
alterações térmicas (alimentos quente ou frio), soluções hipertônicas (doce ou ácido), pressão (contato com escova
dental, unha, explorador dental), desidratação (jato de ar, respiração bucal).
Freqüentemente a hipersensibilidade dentinária é acompanhada pela presença de uma lesão cervical não cariosa,
fazendo- se assim necessário o entendimento dos tipos, da etiologia e das características dessas lesões.

Lesões cervicais não-cariosas : Lesão cervical não-cariosa é uma lesão caracterizada pela perda de estrutura
dentária na região cervical do dente (junção cemento-esmalte), sem envolvimento bacteriano, também denominada
genericamente de desgaste dental. Esse desgaste pode ter início pela erosão, abrasão ou abfração ou pode ser
multifatorial. A lesão cervical não cariosa é um fator predisponente para o surgimento da hipersensibilidade
dentinária, já que a exposição dentinária ocorrida após o início da lesão é acompanhada pela abertura dos túbulos
dentinários, podendo evoluir para um início de sintomatologia dolorosa. As lesões cervicais não cariosas afetam
principalmente a face vestibular de caninos e pré- molares de adultos e idosos, porém podem se desenvolver na
superfície dental de outros dentes e em qualquer idade. Com o envelhecimento, normalmente se observa uma maior
exposição dentinária: por exemplo, 21% das pessoas com idade entre 16 e 24 anos, 81% entre 34 e 44 anos e 98%
das pessoas na faixa etária entre 55 e 64 anos de idade possuem lesões cervicais. Em contrapartida apesar de a
exposição dentinária ser mais acentuada em indivíduos idosos, a hipersensibilidade dentinária decresce com o
decorrer dos anos devido à maior esclerose dentinária, à formação de dentina reparadora e à diminuição do volume
dos túbulos dentinários e do número de fibras nervosas

Diagnóstico diferencial: Alguns aspectos clínicos devem ser observados pelo profissional para favorecer o
estabelecimento de um diagnóstico diferencial das lesões cervicais não cariosas:

Abrasão: Perda da estrutura dentária pelo desgaste mecânico que geralmente ocorre pela constante fricção por
um corpo estranho. Ocorre principalmente quando existe uma exposição radicular ou história de raspagem e
curetagem radicular devido a uma escovação exagerada no sentido horizontal associada à escova dura e
dentifrícios abrasivos. A abrasão é caracterizada por uma superfície lisa, polida, rasa, com contorno regular e
localização vestibular.

Abfração: É uma lesão em que a perda da estrutura dental ocorre devido a microfraturas do esmalte
desencadeadas por tensões de tração e compressão (teoria da flexão do dente) provenientes de forças oclusais
mal dirigidas ou exageradas; geralmente se instala em decorrência da presença de um trauma oclusal e
conseqüentemente excesso de força concentrada sobre o dente em questão. Como característica clínica,
apresenta se em forma de cunha, é profunda, com margem bem definidas, podendo ser encontrada em apenas um
dente, ocasionalmente a lesão, ou parte dela pode estar localizada subgengivalmente.

Erosão: É a perda patológica, crônica, localizada e indolor de estrutura dentária pela dissolução por
ácidos não bacterianos provenientes de alimentos (frutas cítricas), bebidas (alguns refrigerantes e vinhos),
medicamentos e, ainda, por ácidos provenientes do próprio organismo, como ácido clorídrico (pela regurgitação em
Hipersensibilidade dentinaria

pacientes com refluxo gastresofágico). Esse processo pode ser agravado pela xerostomia e perimólise (diminuição
da capacidade tampão da saliva). As lesões cervicais por erosão têm aspecto arredondado, raso, amplo e sem
borda definida.

A sensibilidade dentária e causas naturais: Uma das principais razões para a sensibilidade dentária é
escovar demasiado duro e causando danos para os dentes e gengivas. No entanto, existem também causas
naturais. Uma causa natural para a sensibilidade dentária está envelhecendo. Como uma pessoa envelhece, as
gengivas começam retrocedendo e este expõe a raiz do dente. Se a pessoa então escovas muito duro, ele vai
acabar por pôr em causa a proteção da camada de cemento radicular e expô-los completamente. Isso acaba
tornando os dentes sensíveis. Moagem de dentes quando dorme, uma condição conhecida como bruxismo, pode
causar o esmalte para desgastar e, assim, expondo a dentina levando a sensibilidade dentária. Não há cura para a
sensibilidade dentária devido a causas naturais. A única opção que uma pessoa tem é a de reduzir a sensação. Isto
pode ser feito por uma boa higiene bucal, utilizando escova macia para escovar os dentes, usando creme dental
para dentes sensíveis, usando produto dental fluoretado e evitando o consumo de alimentos e bebidas altamente
ácidas. Além disso, visitas regulares ao dentista devem ser realizadas de modo que você obtenha os dentes limpos
profissionalmente e ter flúor tratamento a cada 6 meses. No entanto, se a sua sensibilidade dentária é realmente
ruim, você deve obter flúor tratamento feito com mais freqüência do que a cada 6 meses.

Lesão multifatorial: Quando a lesão cervical resulta da interação de dois ou mais fatores etiológicos, sendo que
na prática clínica é difícil fazer o diagnóstico dessas lesões.

Diagnóstico

Anamnese: O paciente com queixa de hipersensibilidade dentinária deve ser submetido a uma anamnese bem
detalhada, procurando levantar dados relativos à sua história médica odontológica. É importante a descrição das
características da dor pelo paciente, como duração, freqüência, estímulos que desencadeiam a resposta dolorosa e
a espontaneidade da mesma, sua localização, bem como a intensidade. Por exemplo: distúrbio de origem
psicogênica como bulimia ou aneroxia nervosa podem aumentar a acidez na cavidade bucal e levar a dissolução de
tecido mineralizados. Deve-se, analisar os hábitos alimentares do paciente como o consumo de exagerado de
frutas cítricas, sucos, refrigerantes, medicamentos e substancias ácidas de maneira geral que podem influenciar
nos episódios de hipersensibilidade dentinária.

Exame clínico: Deve-se realizar um minucioso exame clínico procurando observar a presença de lesões
de cárie, restaurações fraturadas e desadaptadas, presença de dentes fraturados e/ou trincados, lesões com
comunicação com a câmara pulpar. Para uma avaliação mais completa, deve-se realizar um exame periodontal
verificando a presença de recessão gengival, mobilidade dental, presença de biofilme, qualidade da escovação.

* Dica clínicaNa hipersensibilidade dentinária, a dor é provocada, localizada, aguda, de curta duração e
desaparece com a remoção do estímulo. Como a hipersensibilidade dentinária tem resposta a estímulo tátil, uma
forma de diagnosticar a lesão é passar a ponta de uma sonda exploradora na região a ser avaliada.

Analise da oclusão: Deve-se analisar a oclusão, identificando sinais de trauma oclusal (fratura de esmalte,
mobilidade dental, facetas de desgaste e abfrações cervicais), hábitos parafuncionais e registro do padrão oclusal
atual do paciente.

Testes e exames complementares : Percussão, Palpação, Sondagem, Radiografia, Térmico, Elétrico

CONCLUSÃO
A hipersensibilidade é um problema que atinge grande parte da população. Além de causar um
desconforto bucal, gera uma série de inconvenientes na nossa vida, levando até a restrições alimentares.

O que provoca a "sensibilidade"? Pode ser provocada por uma série de fatores: a escovação
forçada - abrasão, causa o desgaste pela ação mecânica. Deve-se observar a qualidade da escova (macia com
extremidades arredondadas) e os movimentos não devem ser bruscos.

O bruxismo ou hábitos parafuncionais, atrição, como morder lápis, tampa de caneta, alfinete, roer unha,
etc, também são agentes causadores. O Trauma oclusal leva a perda patológica de tecido dentário mineralizado na
região cervical a partir de trincas e microfraturas – abfração. O consumo excessivo de refrigerantes, frutas ou
sucos cítricos, além de algumas drogas - erosão. Quem sofre de bulimia ou anorexia nervosa também pode ter
seus dentes sensíveis pela ação do ácido gástrico, presente no processo de regurgitar (provocar o vômito). O
tabagismo é outro fator importante, pela agressão na gengiva, podendo com isto causar sua retração gengival.
Hipersensibilidade dentinaria

Happily ever
after?
I hope so
>> Te amo,
Vidinha!
S2

Você também pode gostar