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Para a realização desta análise seleccionei seis escolas/agrupamentos. Comecei por visitar os relatórios de agrupamentos com os quais tenho algum
contacto e cuja Biblioteca desenvolve uma acção muito dinâmica. Seleccionei também o relatório de avaliação do meu agrupamento para servir de elemento de
comparação. Depois, seleccionei aleatoriamente duas escolas, uma do Alentejo e outra de Lisboa.
Domínios de AV João Lúcio AV José Carlos da AV Escolas de S. AV Escolas de AV Escolas do Escola Secundária Camões
Avaliação da IGE Maia Brás de Alportel Castro Marim Torrão (Lisboa)
1. Resultados 1.2. A BE contribui para
a participação e
desenvolvimento cívico.
Promoção de entrevistas
a escritores.
A BE tem um papel
importante para o
desenvolvimento de
actividades de
integração.
4. Liderança Edição digital do Jornal Projecto de Leitura Projectos e parcerias A Escola aderiu à rede Nacional de
“O Farol”, que não vem “Batalha dos livros” sem com a CMSA – Projecto Bibliotecas Escolares e, apesar de
referido como actividade referência à BE, Livros sobre Rodas para dispor de um espaço algo diminuto
da BE. promotora do mesmo as escolas que não em função do número de utilizadores,
possuem BE promove actividades variadas e que
correspondem aos interesses dos
alunos.
5. Capacidade de auto-
regulação
Comentário: A observação do quadro acima apresentado permite concluir que as referências à BE/CRE nos Relatórios de Avaliação é esporádica e
merece pouca atenção por parte de quem redige os Relatórios. O domínio em que é referida em todos os eles é o 3: Organização e Gestão Escolar. É
entendida como um espaço, a par de outro como o pavilhão, o refeitório ou a reprografia. Apenas numa Escola (Lisboa) se reconhece à BE algum
papel de liderança. Também em apenas uma escola se reconhece à BE algum papel na obtenção de resultados escolares e apenas no domínio da
integração e desenvolvimento cívico. No domínio 2. Prestação do serviço Educativo, a BE é entendida como um serviço disponibilizador de actividades
e de recursos, mas sem reflexos na articulação curricular e na construção das aprendizagens. As actividades são aludidas genericamente e, quando
relevantes no projecto educativo da escola, vêm nomeadas, sem referência à equipa que as dinamiza, como é o caso de blogues, publicações,
actividades regulares e sistemáticas de desenvolvimento da leitura e literacias.
Esta constatação levanta algumas questões:
Porque motivo a IGE ignora as actividades realizadas pelas BE em prol do ensino-aprendizagem?
Porque motivo actividades que são comuns a Escolas de um grupo concelhio são referidas e valorizadas num relatório e omitidas noutro?
Porque motivo são os Órgãos de Gestão a obter reconhecimento de capacidade liderança enquanto as iniciativas das outras estruturas, entre
elas a BE, são ignoradas?
Estas inquietações justificam-se pelo facto de sabermos que a equipa da IGE teve acesso ao PA e que nele está contido o plano de Actividades da
BE. Também sabemos que a BE estava integrada na Coordenação de Projectos e que porventura o Coordenador da BE não foi ouvido. Vemos que
nos Relatórios, por vezes, se dá grande destaque a uma acção pontual, um projecto de correspondência escolar, por exemplo, e que acções
estruturantes para a aprendizagem, implementadas pela BE, são completamente ignoradas, designadamente a publicação de guiões de trabalho
autónomo, o desenvolvimento de projectos de escrita, de leitura, etc.
É já tempo de dignificar o papel da Biblioteca na comunidade educativa e nos órgãos de decisão. Todas sabem o quanto ela é necessária, mas usam-
na como um mero objecto, sem vida nem alma. Esperamos que a aplicação do Modelo de Auto-Avaliação contribua para a reposição da justiça e que
o nosso esforço valha a pena.
Norberta Sousa