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AMIANTO
Crónicas de uma solução adiada
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ÍNDICE
Introdução ………………………………………………………………………….… 2
O que é o amianto …………………………………………………………………... 2
Diferenças na composição de vários tipos de Amianto ……………………... 3
Principais propriedades …………………………………………………………. 4
História ……………………...………………………………………………………... 4
Classificação …………………………………………………………………………. 5
Vias de exposição……………………………………………………………………. 6
Consequências para a saúde da exposição ao amianto ……………………….. 7
Utilização …………………………………………………………………………….. 9
Qual o perigo do amianto …………………………………………………………... 11
Conceitos …………………………………………………………………………….. 13
Decisão ……………………………………………………………………………….. 15
Directrizes relativas a decisões sobre materiais com amianto …………………. 15
Introdução à legislação ……………………………………………………………... 19
Legislação ……………………………………………………………………………. 20
Complemento …………………………………………………………………….. 31
Substituição viável …………………………………………………………………... 39
Avaliação sumária geral ……………………………………………………………. 39
Pós proibição ………………………………………………………………………… 41
Lista de países que aboliram a utilização do amianto …………………………... 42
Conclusão ……………………………………………………………………………. 42
Referências bibliográficas ……………………………………………………..…… 43
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INTRODUÇÃO
Numa sociedade cada vez “mais informada”, é urgente que seja feito em,
Portugal, um esforço de sensibilização para a, ainda, presença de amianto
(Asbesto) em escolas, edifícios públicos e privados.
A União Europeia proíbe a sua utilização desde 1 de Janeiro de 2005, em
todo o seu território.
Este trabalho visa fazer uma explanação da forma como o assunto amianto
está a ser tratado na União Europeia e em Portugal. Para isso é necessário fazer a
caracterização do mesmo, quais as suas utilizações, efeitos sobre a saúde das
pessoas directa e indirectamente afectadas por ele e como substituí-lo. Por fim falar
das medidas de prevenção para que possa estar ligado a trabalhos que envolvam
ou que são susceptíveis de envolver amianto.
O QUE É O AMIANTO?
O amianto (do latim amianthus = incorruptível, puro, sem sujidade, sem mácula)¹,
também conhecido como asbesto (do grego asbestos = indestrutível, imortal,
inextinguível)¹ é o nome dado a um grupo de seis minerais diferentes, que existem
em estado natural em algumas rochas e no solo. Ele é a forma fibrosa dos silicatos
minerais pertencentes aos grupos das anfíbolas com fibras em forma de agulha
(amosite, de cor castanha, tremolite, antofilite, actinolite e crocidolite, de cor azul) e
das serpentinas com fibras mais finas, o crisótilo, de cor branca.
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Principais propriedades:
HISTÓRIA
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CLASSIFICAÇÃO
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No grupo 4 - O agente ou mistura provavelmente não é cancerígeno para o
homem. Este grupo agrega agentes ou misturas para as quais existem evidências
de falta de carcinogenicidade para seres humanos e animais de laboratório. Em
certas circunstâncias, agentes ou misturas para os quais existem evidências
inadequadas de carcinogenicidade para humanos, mas evidências sugestivas de
falta de carcinogenicidade em animais de laboratório, podem ser classificados
neste grupo.
VIAS DE EXPOSIÇAO
• Dérmica – pele;
• Inalatório – pulmão e tracto respiratório, cavidades nasais
• Oral – boca, tubo digestivo;
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CONSEQUÊNCIAS PARA A SAÚDE DA EXPOSIÇÃO AO AMIANTO
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A inalação de baixas concentrações de amianto pode levar ao aparecimento
de placas nas membranas pleurais, apesar de serem radiograficamente
detectáveis, não são em princípio prejudiciais à função pulmonar (fig. 11).
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UTILIZAÇÃO
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Figura 13: Exemplos de utilização numa casa2
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QUAL O PERIGO DO AMIANTO?
Materiais
que contêm Utilização comum Onde se encontra
amianto
Revestimentos Isolamento térmico e acústico, Em estruturas de aço em edifícios
aplicados à protecção contra incêndios e de grandes dimensões ou de vários
pistola condensação. pisos, barreiras corta-fogo em tectos
(podem conter vãos, nomeadamente em edifícios
85% de de piscinas.
amianto)
Materiais de Isolamento térmico e acústico. Isolamento de sótãos, couretes.
enchimento
(podem conter
100% de
amianto)
Guarnições e Isolamento térmico de tubagens, Em tubagens e caldeiras de edifícios
embalagens caldeiras, recipientes sob públicos, escolas, fábricas e
(de 1% a 100% pressão, secções de tubos pré- hospitais. Edredões de amianto em
de amianto) fabricados, lajes, fita, corda, caldeiras a vapor industriais, fio ou
papel corrugado, corda enrolados em tubagens por
edredões, feltros e cobertores. vezes revestidos de materiais do
tipo cimento.
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Painéis Protecção contra incêndios, Em quase todos os tipos de
isolantes de isolamento térmico e acústico, edifícios. Em condutas, barreiras
amianto bem como trabalhos gerais de corta-fogo, painéis sanduíche,
(podem conter construção. divisórias, placas para coberturas,
16% a 40% de membranas de impermeabilização
amianto ) para coberturas, forros de paredes,
painéis para casas de banho.
Revestimentos de caldeiras
domésticas, divisórias e placas para
tectos, revestimento de fornos e
sistemas de pisos flutuantes.
Cordas, fios Materiais de guarnições, junções Caldeiras de aquecimento central,
(podem conter e embalagem, juntas e selantes fornos, incineradoras e outras
100% de resistentes ao calor/fogo, instalações sujeitas a altas
amianto) argamassas para assentamento temperaturas.
de alvenaria, selagem de
caldeiras e condutas de
evacuação, bem como tubagens
entrançadas para cabos
eléctricos.
Têxteis Juntas e embalagens,isolamento Em fundições, laboratórios e
(podem conter térmico e guarnições, caloríficas cozinhas. Cortinas anti-fogo em
100% de (cobertores resistentes ao fogo, teatros.
amianto) colchões e cortinas anti-fogo),
luvas, aventais e fatos-macacos.
Cartão, papel e Isolamento térmico e protecção Feltros betuminosos e membranas
produtos de contra incêndios em geral, bem de impermeabilização para
papel como isolamento térmico e coberturas, materiais compósitos
(90% a 100% eléctrico de equipamento com aço, revestimentos de paredes
de amianto) eléctrico. e coberturas, revestimentos de piso
vinílicos, revestimento de painéis
combustíveis, laminados resistentes
ao fogo e isolamento de tubos
corrugados.
Fibrocimento Chapas perfiladas para Divisórias em edifícios agrícolas e
( pode conter de coberturas, revestimentos de de habitação, cofragens em edifícios
10% a 15% de paredes e protecções contra as industriais, painéis decorativos,
amianto ) intempéries. painéis de casas de banho,
intradorsos, forros de paredes e
tectos, construções amovíveis,
viveiros de reprodução hortícolas,
protecções de lareiras, placas de
materiais compósitos para protecção
contra incêndios.
Fibrocimento Telhas e lajes. Revestimentos, pisos flutuantes,
( pode conter de lajes para calçadas, coberturas.
10% a 15% de
amianto )
Fibrocimento Produtos moldados pré- Produtos moldados pré-fabricados.
( pode conter de fabricados. Cisternas e tanques, drenos,
10% a 15% de esgotos, condutas de águas pluviais
amianto ) e caleiras, condutas de evacuação,
vedações, componentes de
coberturas, calhas e condutas para
cabos, condutas de ventilação,
caixilhos de janelas.
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Produtos Feltros betuminosos e Coberturas planas, tubos de queda.
betuminosos impermeáveis para coberturas,
com amianto placas semi-rígidas para
(podem conter coberturas, impermeabilização
cerca de 5% de caleiras e tubos para
amianto) escoamento fluvial,
revestimentos de produtos
metálicos.
Revestimentos Mosaicos para revestimento de Escolas, hospitais, edifícios de
de pisos pisos (os mosaicos habitação.
(podem conter termoplásticos contêm
até 25% de normalmente 25% de amianto),
amianto) revestimentos de pisos em PVC
forrados a papel de amianto.
Revestimentos Revestimentos de paredes e Estiveram na moda e foram
e tintas tectos. utilizados em alguns dos Estados-
texturados Membros.
(podem conter
de 1% a 5% de
amianto)
Mástiques, Pode ter sido utilizado com Selagem de janelas e de pisos.
selantes, e qualquer destes selantes.
adesivos
(podem
conter5% a 10%
de amianto)
Plásticos Painéis plastificados, painéis e Painéis plastificados (por ex.
reforçados revestimentos em PVC, reforço marinite) em camarotes de navios,
(podem conter de aparelhos domésticos. batentes de janelas.
5% a 10% de
amianto)
Argamassa de Parafusos para aparelhos Caixas eléctricas.
enchimento murais.
CONCEITOS
Apesar de este ser um trabalho sobre amianto, não deixa de ser relevante, e
até importante, deixar aqui alguns conceitos sobre saúde, higiene e segurança no
trabalho, pois vão ser eles que nos vão ajudar a fazer uma correcta interpretação
da lei a aplicar, e a uma correcta gestão de prevenção, no que diz respeito aos
trabalhos que possam envolver amianto.
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Dano – lesão física ou psíquica para a saúde, prejuízo para os materiais ou para o
meio ambiente, resultantes de qualquer ocorrência;
Risco Tolerável – risco considerado como aceitável, ou seja, situação tendo pouca
probabilidade de provocar acidente e a acontecer, as consequências serão
reduzidas;
Risco Residual - risco ainda existente mesmo depois de terem sido tomadas as
medidas de protecção adequadas;
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DECISÃO
Como já anteriormente foi dito, para o comum dos mortais pelo simples facto
de estar dentro, ou perto de um edifício, ou de materiais que contenham amianto
em bom estado de conservação, não constitui por si factor de risco, no entanto
existem profissões que pela sua natureza, estão potencialmente em risco de
exposição ao mesmo, como por exemplo mecânicos, trabalhadores da construção
civil ou da manutenção e/ou limpeza de edifícios
Não nos podemos esquecer que 30% do amianto utilizado em Portugal, em
2000, encontrava-se em condutas de fibrocimento utilizadas nas canalizações de
água. Devido à inexistência de planos e consciencialização para a sua correcta
eliminação controlada de resíduos de amianto, esses resíduos são abandonados
no meio rural, aumentando as probabilidades de deterioração.
Para se poder tomar decisões tem de haver um processo coerente que
passa por, determinar se é mais sensato deixar ficar os materiais que contêm
amianto (em condições de segurança satisfatórias e sob controlo e gestão
adequados) ou prever a sua remoção, ou ainda decidir se certos trabalhos de
manutenção podem ser executados com um risco suficientemente baixo de
exposição ao amianto para que caiam no âmbito das «tarefas de exposição
esporádica e de fraca intensidade» susceptíveis de ser empreendidas sem
notificação prévia da autoridade responsável.
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Uma vez sabido que contém amianto, existem perguntas obrigatórias para se
apurar se o material:
• Está em boas condições ou;
• Não pode ser reparado com facilidade;
• É de fácil acesso (potencialmente susceptível de sofrer estragos acidentais
ou deliberados, enquanto da remoção); sofreu danos que não podem ser
considerados menores ou superficiais (tornando a reparação pouco fiável);
• Sofreu danos graves (ou seja, danos generalizados que inviabilizam o
confinar das partes danificadas);
• Não se presta à selagem nem ao isolamento (por quaisquer outras razões).
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Isto pode ser feito com base em medições realizadas para trabalhos
similares ou anteriores. Por exemplo as concentrações de exposição
características, segundo as medições efectuadas no Reino Unido, para guarnições,
revestimentos e painéis isolantes de amianto (UK Health and Safety Executive
1999, HSG 189/1 e UK HSE (2003) INDG 288 (rev1)) (quadro 2) e fibrocimento (UK
HSE HSG 189/2) (quadro 3)
Exposição
Técnica Observações típica
(fibras/ml)
Decapagem a húmido bem controlada de Humedecimento completo das Até 1
guarnições e revestimentos aplicados à guarnições com um agente molhante
pistola, utilizando ferramentas manuais seguido de uma remoção cuidadosa
Decapagem a húmido bem controlada de Como acima mas com ferramentas Até 10
guarnições e revestimentos aplicados à eléctricas (o que NÃO se deve fazer)
pistola, utilizando ferramentas eléctricas
Notas:
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Quadro 3-Exposições típicas para fibrocimento (ver também notas no final do quadro
anterior).
Remoção de coberturas em
fibrocimento Até 0,5
Empilhamento de coberturas em
Fibrocimento Até 0,5
Limpeza de revestimentos
verticais em fibrocimento por 1a2
escovagem a húmido
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INTRODUÇÃO Á LEGISLAÇÃO
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LEGISLAÇÃO
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iii) Amianto antofilite, n.º 77536-67-5 do CAS;
Sempre que haja alteração das condições de trabalho que deram origem à
1ª notificação deve ser renovada a notificação à (ACT)
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Actividades proibidas (art. 5º)
• Da extracção do amianto
• Do fabrico e da transformação de produtos que contenham amianto
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com a menção «Contém amianto», de acordo com a legislação aplicável
sobre classificação, embalagem e rotulagem de substâncias e preparações
perigosas.
4. Os resíduos referidos no número anterior são tratados de acordo com a
legislação aplicável aos resíduos perigosos.
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4 — Nas situações em que não seja possível tecnicamente reduzir a exposição
para valor inferior ao valor limite de exposição é obrigatória a utilização pelos
trabalhadores de equipamento de protecção individual das vias respiratórias.
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b) Utilização de equipamentos de protecção individual pelos
trabalhadores, sempre que necessário;
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Equipamentos de protecção individual EPI (art. 13º)
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d) Práticas profissionais seguras, controlos e equipamentos de protecção;
f) Procedimentos de emergência;
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Vigilância da saúde dos trabalhadores (art. 19º)
a) Asbestose;
b) Mesotelioma;
c) Cancro do pulmão;
d) Cancro gastrointestinal.
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c) Comunica ao empregador o resultado da vigilância da saúde com
interesse para a prevenção de riscos, sem prejuízo do sigilo profissional a
que se encontra vinculado.
3 — O trabalhador tem acesso, a seu pedido, ao registo de saúde que lhe diga
respeito.
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Exposições esporádicas e de fraca intensidade (art. 23º)
Pode não ser aplicado o disposto nos artigos: 3º; 11º; 19º; 20º; 21º; e 22º se os
trabalhos implicarem:
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aplicável sobre concepção, fabrico e comercialização de equipamentos,
tendo por referencial o elenco exemplificativo que consta em anexo ao
decreto-lei, do qual faz parte integrante.
Complemento
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1 — Materiais para vedação e limitação das zonas de trabalho, designadamente;
fitas, barreiras, rótulos e material de sinalização.
3 — Equipamento apropriado
apropriado para visualização clara e supervisão do trabalho e
dos trabalhadores na zona confinada, quando necessário.
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4 — Gerador de fumo para ensaios e verificação da estanquidade das zonas
confinadas.
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7 — Unidade de descontaminação inteiramente
inteiramente lavável, com o número de
compartimentos separados entre si por portas automáticas, determinados em
função da actividade desenvolvida e dos equipamentos de protecção utilizados,
com chuveiro de água quente adaptável e áreas separadas para o vestuário limpo
l e
o vestuário de trabalho contaminado, equipado com uma unidade de pressão
negativa para manter a ventilação no interior da unidade de descontaminação
9 — Aparelho para medir a pressão negativa com pelo menos dois canais.
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12 — Pulverizador para aplicação de aglutinantes de fibras de amianto.
De seguida vou enumerar uma lista não exaustiva de rubricas que devem ser
incluídas ou tidas em conta no plano de trabalho. Destina-se a cobrir as questões
relativas aos trabalhos notificáveis (art. 1º do Decreto-Lei 266/2007). Para os
trabalhos de baixo risco, o plano de trabalho pode ser menos abrangente mas deve
incluir as secções ou rubricas assinaladas com um asterisco(*).
* Página de cobertura
Sob o nome da organização que vai executar os trabalhos:
⇒ Data de publicação;
⇒ Designação geral do projecto (remoção de amianto, encapsulamento, etc.);
⇒ Natureza do material que contém amianto;
⇒ Autorizações ou licenças nacionais para empreender o trabalho (se exigido
pela legislação nacional), data e duração dos trabalhos;
⇒ Nome do director da obra; nome do cliente;
⇒ Morada exacta do estaleiro;
⇒ Nome do médico (nos Estados-Membros em que houver um médico
implicado na gestão da saúde e segurança);
⇒ Data prevista para o início do estaleiro.
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* Informações administrativas
⇒ Empreiteiro ou entidade que vai realizar os trabalhos nos materiais que
contêm amianto (nome do director oficial, representante no estaleiro,
respectivas moradas, números de telefone e de fax);
⇒ Responsáveis pela execução dos trabalhos (telefone, fax);
⇒ Consultor designado no estaleiro;
⇒ Laboratório responsável pelas medições no estaleiro (morada, telefone, fax);
⇒ Subempreiteiros, nomeadamente para os trabalhos preparatórios;
⇒ Lista das entidades oficiais implicadas.
Trabalhos preparatórios
⇒ Remoção de mobiliário e materiais;
⇒ Criação de redes de abastecimento e de evacuação (electricidade, água,
renovação do ar);
⇒ Adaptação dos sistemas do edifício na zona dos trabalhos (alarmes de
incêndio, electricidade, gás, aquecimento central, ar condicionado etc.);
⇒ Materiais e equipamento necessários ao trabalho.
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Preparação da zona de trabalho com o amianto
⇒ Isolamento e confinamento;
⇒ Obtenção da pressão negativa;
⇒ Limpeza prévia da zona de trabalho, bem como remoção de dispositivos
eléctricos e acessórios ou protecção dos que vão permanecer no local;
⇒ Confinamento da zona (procedimentos de trabalho seguros, materiais e
saídas de emergência);
⇒ Pressão negativa e características da extracção do ar;
⇒ Ensaios de fumo, processo e critérios de aceitabilidade.
Remoção de resíduos
⇒ Estado dos resíduos (amianto e não amianto), procedimentos para o seu
manuseamento;
⇒ Eliminação de resíduos, armazenagem em condições de segurança no
estaleiro e processo de eliminação nos locais autorizados.
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Limpeza da zona de trabalho
⇒ Métodos operacionais de remoção dos revestimentos e subsequente limpeza
das superfícies em causa;
⇒ Métodos de descontaminação de materiais e equipamento utilizados no
trabalho;
⇒ Inspecção visual e verificação da limpeza; sistema de regulação da pressão
negativa; pessoa designada responsável pelos sistemas de controlo.
Procedimentos de emergência
⇒ Socorristas; procedimentos de emergência em situações de urgência e
gravidade variáveis;
⇒ Procedimentos definidos para intervenções de emergência;
⇒ Comunicações (para pedir socorro a partir do interior da zona confinada);
⇒ Coordenação com serviços de emergência externos.
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⇒ Disposição das redes e instalações envolvidas na execução dos trabalhos
(p. ex., pontos de admissão de ar, abastecimento de água e electricidade
para a unidade de descontaminação);
⇒ Localização das saídas se for utilizada uma rede de abastecimento de ar
comprimido ao equipamento de protecção respiratória.
SUBSTITUIÇÃO VIÁVEL
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que abre os seus tentáculos. Aquilo que é proibido nos nossos países está agora a
ser feito noutros locais – onde as normas laborais não são tão rigorosas, não existe
nenhuma protecção e os grupos de pressão ligados ao amianto ainda são
poderosos.”
Actualmente, decisores e consumidores nos países em desenvolvimento são
visados por campanhas publicitárias agressivas, financiadas com milhões de
dólares provenientes do amianto. O incremento no consumo de amianto nos países
que dispõem de pouca informação sobre as consequências a longo prazo da
exposição ao amianto, sem legislação específica sobre esta substância, sem
controlo do cumprimento da legislação vigente, sem inspecções oficiais dos locais
de trabalho, sem indemnizações, sem serviços de saúde e segurança social,
constitui motivo de séria preocupação. A vulnerabilidade dos trabalhadores da
construção civil nestes países transformou a exploração numa rotina. Não raro
analfabetos, muitos vivem com as suas famílias nos estaleiros de construção ou
nas bermas das estradas. Neste contexto, para Fiona Murie, directora de saúde e
segurança na Federação Internacional dos Trabalhadores da Construção Civil e da
Madeira (IFBWW), a noção de «utilização controlada» do amianto é «uma piada de
mau gosto».
A IFBWW promove uma campanha contra o amianto desde os anos 80. Os
sindicalistas chilenos estiveram na primeira linha do movimento para a proibição do
amianto. Através do trabalho com um grupo de vítimas do amianto, conseguiram
denunciar as práticas nefandas de Pizzarreno, um membro do grupo Eternit, que se
recusou a reconhecer ou a indemnizar as famílias enlutadas de 300 trabalhadores
de 11 fábricas de fibrocimento vitimados por doenças provocadas pelo amianto.
Recorrendo a técnicas de manifestação aperfeiçoadas durante os anos da ditadura
de Pinochet, foram organizadas «funas» à porta das casas de executivos da
Pizzarreno para denunciar a sua participação pessoal na conduta vergonhosa da
empresa e exercer pressão no sentido da proibição nacional do amianto. Em 2001,
o Chile tornou-se o primeiro país da América Latina a proibir o amianto.
A IFBWW, em colaboração com outras organizações laborais mundiais, tem
exercido um lóbi junto da OIT para que esta adopte uma posição sobre a proibição
global do amianto com base em argumentos de saúde. Infelizmente, muitos
governos europeus não têm «ajudado». Determinados a tirar partido do status quo,
o Reino Unido, a Holanda e a Dinamarca, entre outros, têm resistido a nova
legislação, tratados multilaterais ou novas convenções sobre normas do trabalho. A
Convenção n.º 162 da OIT está a ser deliberadamente distorcida por lobitas do
amianto no Brasil e não só, que a citam para justificar a propaganda da indústria
em prol da «utilização controlada».
A Organização Mundial da Saúde (OMS), que concordou em fazer da
erradicação da asbestose uma prioridade, tem igualmente de se debruçar sobre as
consequências das exposições ambientais. Entre os objectivos da IFBWW, contam-
se:
• a necessidade de uma proibição global do amianto;
• a inclusão do crisótilo (amianto branco) na lista de Prévia Informação e
Consentimento (PIC ) da Convenção da Roterdão;
• a protecção de trabalhadores, como os carpinteiros e canalizadores, contra
os riscos de exposição ao amianto;
• a erradicação da decapagem a seco para remoção do amianto por
empresas não licenciadas que empregam trabalhadores sem formação e da
deposição ilegal de amianto;
• a necessidade de melhorar os direitos e condições dos trabalhadores, bem
como de pôr termo às práticas laborais informais e sem controlo.
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PÓS-PROIBIÇÃO
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LISTA DE ALGUNS PAÍSES QUE ABOLIRAM A UTILIZAÇÃO DO AMIANTO:
I
Islândia: 1983 Irlanda do Norte: 1999
Noruega: 1984 Escócia: 1999
El Salvador: (metade da década de 80) República da Irlanda:
Dinamarca: 1986 2000
Suécia: 1986 País de Gales: 1999
Suíça: 1989 Irlanda do Norte: 1999
Áustria: 1990 Escócia: 1999
Holanda: 1991 República da Irlanda:
Finlândia: 1992 2000
Itália: 1992 Chile: 2001
Alemanha: 1993 Argentina: 2001
França: 1996 Espanha: 2002
Eslovénia: 1996 Luxemburgo: 2002
Polónia: 1997 Austrália: 2003
Principado de Mónaco: 1997 Vietname: 2004
Bélgica: 1998 Portugal: 2005*
Arábia Saudita: 1998 Grécia: 2005*
Burkina-Faso: 1998 Japão 2004
Inglaterra: 1999 Honduras 2004
País de Gales: 1999 Uruguai 2002
África do Sul 2004
CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://www.aipa.pt/amiantoz.html
http://toxtown.nlm.nih.gov/text_version/chemicals.php?id=4
http://pt.wikipedia.org/wiki/Asbesto
http://www.indshop.com.br/carvamach/asbestos.htm
http://www.epa.gov/
http://www.osha.gov/index.html
http://www.lkaz.demon.co.uk/
http://www.icr.ac.uk/
http://www.abrea.com.br/
http://www.eurofound.europa.eu/
http://www.ifbww.org/index.cfm?n=2&l=2
http://www.ibas.btinternet.co.uk/
http://www.etuc.org/
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