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3) Direito subjetivo (facultas agendi): é a permissão dada por meio de norma jurídica, para fazer ou não
fazer alguma coisa, para ter ou não ter algo, ou ainda, a autorização para exigir, por meio dos órgãos
competentes do Poder Público ou por meio dos processos legais, em caso de prejuízo causado por
violação de norma, o cumprimento da norma infringida ou a reparação do mal sofrido; é a faculdade que
cada um tem de agir dentro das regras da lei e de invocar a sua proteção e aplicação na defesa de seus
legítimos interesses.
7) Direito público: é o direito composto, inteira ou predominantemente, por normas de ordem pública,
que são normas imperativas, de obrigatoriedade inafastável.
8) Direito privado: é o composto, inteira ou predominantemente, por normas de ordem privada, que são
normas de caráter supletivo, que vigoram apenas enquanto a vontade dos interessados não dispuser de
modo diferente do previsto pelo legislador.
São TRÊS OS CRITÉRIOS através dos quais, se permite identificar se estamos perante Dto. Privado
ou Dto. Público, importância:
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1º Saber qual o Tribunal onde se interpõe a acção
2º Qual a Lei que rege o caso em concreto
- Dto. Privado - norma que visasse a protecção de interesses. privados dos particulares
enquanto tais.
- Dto. Público - norma que visasse a protecção dos interesses públicos ou colectivos em geral.
Esta Teoria, teve várias críticas dado o Direito não ser uma ciência rígida e exacta, mas antes
uma ciência dinâmica e sujeita a várias interpretações.
Principal Crítica - Toda a norma jurídica tem em vista interesses públicos e privados, ponto
este que é esquecido nesta Teoria. Ex.: Art. 875º (esta é uma norma de Dto. Privado , mas é
uma norma que afecta o Dto. Público ou seja a colectividade), As normas de dto. privado não
se dirigem apenas à realização de interesses particulares, tendo em vista frequentemente,
também, interesses públicos, por outro lado, as normas de dto. público, para além do dto.
público visado, pretendem também dar adequada tutela a interesses dos particulares.
Além disso poder-se-ia dizer que todas as normas por cima dos interesses específicos e
determinados que visam, miram um fundamental interesse público, ou seja o da realização do
Dto., ou se quisermos, o da segurança e rectidão.
Assim, o Critério, só poderá manter-se se procurar exprimir apenas uma nota tendencial:
- O Dto. Público tutelaria predominantemente (não exclusivamente) interesses da
colectividade
- O Dto. Privado tutelaria predominantemente (não exclusivamente) interesses dos
particulares
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2º CRITÉRIO - TEORIA DA SUPRA-ORDENAÇÃO OU INFRA-ORDENAÇÃO
Defende esta teoria que:
- Dto. Privado - quando as partes (ou sujeitos) estão num plano de igualdade
- Dto Público - quando as partes (ou sujeitos) não estão no mesmo plano de igualdade (isto é,
quando o Estado age munido de poderes de autoridade (“ius imperii”), ou
seja existe uma posição de supremacia e outra de subordinação.
Ex.: Expropriações
Principal Crítica: Também aqui não é tão simples, dado que, nesta Teoria entende-se que a
supra-ordenação ou infra-ordenação supõe que uma das partes está num plano mais elevado
(poderes de autoridade) do que a outra, sendo por isso, dto. público. Se ao invés, as partes se
encontrarem no mesmo plano, então tratar-se-à de dto. privado.
No entanto, o dto. público regula, por vezes, relações entre entidades numa relação de
equivalência ou igualdade, como acontece por ex. nas relações entre autarquias locais
(municípios e freguesias)
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9) Fontes do direito: são os meios pelos quais se formam as regras jurídicas; as fontes diretas são a lei e
o costume; as fontes indiretas são a doutrina e a jurisprudência
4º- COSTUME - Hoje já não é considerado fonte de dto., não tem valor de lei. Na Alemanha
antigamente, defendia-se que o dto. consuetudinário estaria acima do dto.
escrito, no entanto, hoje isso já não se passa.
5º- JURISPRUDÊNCIA - Conjunto de decisões de Tribunais. Não é considerado como fonte de
dto, no entanto:
- As decisões dos Trib. só o valem para o caso concreto, assim
pode um Trib. decidir de uma forma um caso e outro decidir de
forma diferente. São os Trib. que dão vida à norma, que as
interpretam, aplicam, podendo por isso os mesmos faze-lo de
forma diferente.
10) Norma jurídica: é um imperativo autorizante; a imperatividade revela seu gênero próximo,
incluindo-a no grupo das normas éticas, que regem a conduta humana, diferenciando-a das leis físico-
naturais, e o autorizamento indica sua diferença, distinguindo-a das demais normas.
11) Classificação das normas jurídicas: 1) quanto à imperatividade, podem ser: a) de imperatividade
absoluta ou impositivas, que são as que ordenam ou proíbem alguma coisa (obrigação de fazer ou não
fazer) de modo absoluto; b) de imperatividade relativa ou dispositiva, que não ordenam, nem proíbem de
modo absoluto; permitem ação ou abstenção ou suprem a declaração de vontade não existente. 2) quanto
ao autorizamento, podem ser: a) mais que perfeitas, que são as que por sua violação autorizam a
aplicação de 2 sanções: a nulidade do ato praticado ou o restabelecimento da situação anterior e ainda a
aplicação de uma pena ao violador; b) perfeitas, que são aquelas cuja violação as leva a autorizar a
declaração da nulidade do ato ou a possibilidade de anulação do ato praticado contra sua disposição e não
a aplicação de pena ao violador; c) menos que perfeitas, que são as que autorizam, no caso de serem
violadas, a aplicação de pena ao violador, mas não a nulidade ou anulação do ato que as violou; d)
imperfeitas, que são aquelas cuja violação não acarreta qualquer conseqüência jurídica. 3) quanto à sua
hierarquia, as normas classificam-se em: normas constitucionais; leis complementares; leis ordinárias;
leis delegadas; medidas provisórias; decretos legislativos; resoluções; decretos regulamentares; normas
internas; normas individuais.
12) Direito civil: é o ramo do direito privado destinado a reger relações familiares patrimoniais e
obrigacionais que se formam entre indivíduos encarados como tais, ou seja, enquanto membros da
sociedade.
13) Princípios do direito civil: a) da personalidade: aceita a idéia que todo ser humano é sujeito de
direito e obrigações; b) da autonomia da vontade: reconhece que a capacidade jurídica da pessoa humana
lhe confere o poder de praticar ou abster-se de certos atos, conforme sua vontade; c) da liberdade de
estipulação negocial: decido à permissão de outorgar direitos e de aceitar deveres, nos limites legais,
dando origem à negócios jurídicos; d) da propriedade individual: pela idéia assente de que o homem pelo
seu trabalho ou pelas formas admitidas em lei pode exteriorizar a sua personalidade em bens imóveis ou
móveis que passam a constituir o seu patrimônio; e) da intangibilidade familiar: ao reconhecer a família
como uma expressão imediata de seu ser pessoal; f) da legitimidade da herança e do direito de testar:
pela aceitação de que, entre os poderes que as pessoas têm sobre seus bens, se inclui o de poder transmiti-
los, total ou parcialmente, a seus herdeiros; g) da solidariedade social: ante a função social da
propriedade e dos negócios jurídicos, a fim de conciliar as exigências da coletividade com os interesses
particulares.
16) Aplicação das normas jurídicas: na determinação do direito que deve prevalecer no caso concreto, o
juiz deve verificar se o direito existe, qual o sentido exato da norma aplicável e se esta norma aplica-se ao
fato sub judice; portanto, para a subsunção é necessária uma correta interpretação para determinar a
qualificação jurídica da matéria fática sobre a qual deve incidir uma norma geral; há subsunção quando o
fato individual se enquadra no conceito abstrato contido na norma; quando ao aplicar a norma ao caso, o
juiz não encontra norma que a este seja aplicável, o art. 4º da LICC, dá ao magistrado, a possibilidade de
integrar a lacuna, de forma que possa chegar a uma solução adequada; trata-se do fenômeno da
integração normativa.
29) Relação jurídica: consiste num vínculo entre pessoas, em razão do qual uma pode pretender um bem
a que outra é obrigada; seus elementos são : sujeito ativo e passivo; objeto imediato e mediato; fato
propulsor (acontecimento); proteção jurídica.
RELAÇÃO JURÍDICA em Sentido Amplo - toda a relação da vida social relevante para o dto.,
isto é, produtiva de efeitos jurídicos e, portanto, disciplinada pelo dto.
RELAÇÃO JURÍDICA em Sentido Restrito - é a relação da vida social disciplinada pelo dto.,
mediante atribuição a uma pessoa de um dto. subjectivo e a imposição a outra pessoa de um
dever jurídico ou de uma sujeição.
A Relação Jurídica Simples - é aquela que se extingue pela simples entrega da coisa
e pelo correlativo cumprimento da prestação (Ex. pagamento do preço)
A Relação Jurídica Complexa - é aquela que agregada à relação jurídica principal
decorrem deveres secundários e acessórios (Ex. A vende uma máquina - Principal - B paga o
preço, tem expectativa de que a máquina funcione correctamente, caso assim não se verifique
A tem o ónus de a pôr a funcionar correctamente), ou seja, é uma relação jurídica, que ao invés
da simples, não se extingue com a entrega da coisa e o cumprimento da prestação devida.
OBJECTO - é aquilo sobre que incidem os poderes do titular activo da relação, ou seja,
formam o conteúdo da relação jurídica (pode incidir sobre coisas corpóreas, ex. carro,
ou não corpóreas ex. direitos de autor)
INCAPACIDADES DE EXERCÍCIO
(Declaração expressa e
declaração tácita)
1. A declaração negocial pode ser
expressa ou tácita: é expressa,
quando feita por palavras, escrito ou
qualquer outro meio directo de
manifestação da vontade, e tácita,
quando se deduz de factos que, com
4) Direitos da personalidade: são direitos subjetivos da pessoa defender o que lhe é próprio, ou seja, a
sua integridade física, a sua integridade intelectual e sua integridade moral.
Características dos dtos de personalidade:
1) Absolutos - impõem-se “erga omnes”, tendo obrigatoriamente de ser respeitados por todas
as pessoas.
2) Gerais - porque se aplicam a toda a gente
3) Extrapatrimoniais - não são avaliáveis em dinheiro o valor da vida ou honra, são
inqualificáveis, porém, no caso da sua violação, o ofensor terá de indemnizar a vítima ou
os seus herdeiros, indemnização essa, que se reporta não ao valor da vida mas sim, ao
custo da violação.
4) Inalienáveis - são indissociáveis e indisponíveis mesmo para o seu titular
5) Irrenunciáveis - não pode ser renunciados
Capacidade jurídica: é a maior ou menor extensão dos direitos de uma pessoa (art. 2º, CC); esta aptidão
oriunda da personalidade, para adquirir direitos e contrair obrigações na vida civil, dá-se o nome de
capacidade de gozo ou de direito; não pode ser recusada ao indivíduo; tal capacidade pode sofrer
restrições legais quanto ao seu exercício pela intercorrência de um fator genérico; logo, a capacidade de
fato ou de exercício é a aptidão de exercer por si os atos da vida civil.
PESSOAS COLECTIVAS
Pessoas Colectivas - são organizações constituídas por uma colectividade de pessoas ou por
uma massa de bens, dirigidos à realização de interesses comuns ou colectivos, às quais a
ordem jurídica atribui personalidade jurídica.
Deste Art.º resulta que, as Associações, são pessoas colectivas de substrato pessoal que
não tenham por fim a obtenção de lucro para distribuir pelos sócios. Relativamente às
Fundações, que o cód. determina que só poderão obter personalidade jurídica se o seu fim for
de interesse social. No respeitante às Sociedades, pode dizer-se que é quando duas ou mais
pessoas se juntam (com bens ou serviços) para desempenhar uma dada actividade económica,
com vista à obtenção de lucros
DOMÍCILIO
Domicílio - em sentido técnico-jurídico é idêntico ao sentido usual, isto é, é a residência
habitual de alguém, da mesma forma, é igualmente, no domicílio da pessoa que devem ser
praticadas as diligências ou efectuadas as comunicações dirigidas a dar-lhe conhecimento
pessoal de um facto, quando esse conhecimento seja pressuposto da produção de
determinados efeitos.
A noção de Domicílio Voluntário Geral, é-nos dada pelo Art. 82º, coincidindo com o lugar de
residência habitual. Este conceito nada tem a ver com o paradeiro, referido no Art. 225º e cuja
noção se pode entender no Art. 82, n.º 2 (in fine).
Da mesma forma, não se confunde com residência, com o local onde a pessoa está a
viver com alguma permanência. Mas a residência pode ser ocasional, se a pessoa vive com
alguma permanência, mas temporária ou acidentalmente, num certo local. A residência
ocasional, não faz surgir um domicílio, embora na falta de domicílio de uma pessoa, esta
funcione como seu equivalente (Art. 82º, nº2).
Da mesma forma, nada impede a pessoa de ter mais de um domicílio voluntário ou
profissional, no entanto, terá de ser declarado qual destes constitui o seu domicílio voluntário
geral.
Ao lado do domicílio voluntário geral, a lei reconhece um domicílio profissional (Art. 83º)
e um domicílio electivo (Art. 84º).
Boa-fé objectiva-subjectiva
Em vista desse comportamento, existe um investimento, a confiança de que a conduta será a adotada
anteriormente, mas depois de referido lapso temporal, é alterada por comportamento contrário ao
inicial, quebrando dessa forma a boa-fé objetiva (confiança). Existem, portanto quatro elementos para a
caracterização do venire: comportamento, geração de expectativa, investimento na expectativa gerada
e comportamento contraditório.