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– Participação dos leigos na função sacerdotal, profética e real de Cristo. A santificação das
tarefas seculares.
– O sacerdócio ministerial.
Esta participação dos leigos na função sacerdotal de Cristo supõe, pois, uma
vida centrada na Santa Missa; mas a sua participação eucarística não se
esgota quando assistem activamente ao Sacrifício do Altar, nem se expressa
principalmente em determinadas funções litúrgicas que os leigos também
podem desempenhar... O seu campo próprio está na santificação do trabalho
quotidiano, no cumprimento dos seus deveres profissionais, familiares,
sociais..., que procuram desempenhar com a máxima rectidão.
III. ESTE NOVO POVO de Deus tem Cristo como Sumo e Eterno Sacerdote.
O Senhor assumiu a tradição antiga, transformando-a e renovando-a: instituiu
um sacerdócio eterno. Os sacerdotes de Cristo são, cada um deles,
instrumento do Senhor e prolongação da sua Santíssima Humanidade. Não
actuam em nome próprio, nem são simples representantes do povo, mas fazem
as vezes de Cristo. De cada um deles se pode dizer que, escolhido entre os
homens, está constituído em favor dos homens para as coisas que dizem
respeito a Deus...14
Cristo actua realmente através deles, por meio das suas palavras, gestos,
etc., e o seu sacerdócio está íntima e inseparavelmente unido ao sacerdócio de
Cristo e à vida e crescimento da Igreja. O sacerdote é pai, irmão, amigo...; a
sua pessoa pertence aos outros, pertence à Igreja, que o ama com um amor
inteiramente especial e tem sobre ele direitos de que nenhum outro homem
pode ser depositário15. “Jesus – ensinava João Paulo II numa numerosa
ordenação no Brasil – identifica-nos de tal modo consigo no exercício dos
poderes que nos conferiu, que a nossa personalidade como que desaparece
diante da sua, já que é Ele quem age por meio de nós. «Pelo sacramento da
Ordem, disse alguém com justeza, o sacerdote torna-se efectivamente idóneo
para emprestar a Jesus Nosso Senhor a voz, as mãos e todo o seu ser. É
Jesus quem, na Santa Missa, com as palavras da consagração, muda a
substância do pão e do vinho na do seu corpo e do seu sangue» (cfr. S.
Josemaría Escrivá, Sacerdote per l’eternità, Milano, 1975, pág. 30). E podemos
acrescentar – continuava o Papa –: É o próprio Jesus Cristo quem, no
Sacramento da Penitência, pronuncia a palavra autorizada e paterna: Os teus
pecados te são perdoados (Mt 9, 2; Lc 5, 20; 7, 48; cfr. Jo 20, 23). É Ele quem
fala quando o sacerdote, exercendo o seu ministério em nome e no espírito da
Igreja, anuncia a palavra de Deus. É o próprio Jesus Cristo quem cuida dos
enfermos, das crianças e dos pecadores, quando são envolvidos pelo amor e
pela solicitude pastoral dos ministros sagrados”16.
(1) Is 43, 1; (2) Conc. Vat. II, Const. Lumen gentium, 9; (3) cfr. Ex 19, 5-6; (4) cfr. Is 43, 20-21;
(5) Conc. Vat. II, ib.; (6) 1 Pe 2, 9-10; (7) 1 Pe 2, 5; (8) cfr. S. Josemaría Escrivá, É Cristo que
passa, n. 87; (9) cfr. João Paulo II, Exort. Apost. Christifideles laici, 30-XII-1988, 14; (10) cfr.
idem, Laborem exercens, 14-IX-1981, 5; (11) cfr. C. Burke, Autoridad y libertad en la Iglesia,
Rialp, Madrid, 1988, pág. 196; (12) Paulo VI, Exort. Apost. Evangelii nuntiandi, 8-XII-1975, 70;
(13) C. Burke, op. cit., pág. 203; (14) cfr. Hebr 5, 1-4; (15) cfr. Servo de Deus Álavaro del
Portillo, Escritos sobre el sacerdocio, Palabra, Madrid, 1970, pág. 81; (16) João Paulo II,
Homilia, 2-VII-1980; (17) cfr. 1 Cor 4, 1; (18) Card. J. H. Newman, Sermão na inauguração do
Seminário São Bernardo, 2-X-1873.