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(...) (NR)
Recentemente, o STJ admitiu a aplicao da Lei Maria da Penha (11.340/06) numa agresso contra
mulher praticada por outra mulher (relao entre me e filha). Isso porque, de acordo com o art. 5 da Lei
11.340/2006, configura violncia domstica e familiar contra a mulher qualquer ao ou omisso baseada
no gnero que lhe cause morte, leso, sofrimento fsico, sexual ou psicolgico e dano moral ou patrimonial
em qualquer relao ntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida,
independentemente de coabitao. Da anlise do dispositivo citado, infere-se que o objeto de tutela da Lei
a mulher em situao de vulnerabilidade, no s em relao ao cnjuge ou companheiro, mas tambm
qualquer outro familiar ou pessoa que conviva com a vtima, independentemente do gnero do agressor.
Nessa mesma linha, entende a jurisprudncia do STJ que o sujeito ativo do crime pode ser tanto o homem
como a mulher, desde que esteja presente o estado de vulnerabilidade caracterizado por uma relao de
poder e submisso. HC 277.561-AL, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 6/11/2014.
2.
Antes da Lei 13.104/15 essa forma do crime j qualificava o homicdio, mas pela torpeza, sendo
igualmente rotulada como hedionda. A mudana, portanto, foi meramente topogrfica, migrando o
comportamento delituoso do art. 121, 2o., I, para o mesmo pargrafo, mas inc. VI. A virtude dessa
alterao est na simbologia, isto , no alerta que se faz da existncia e necessidade de se coibir com mais
rigor a violncia contra a mulher em razo da condio do sexo feminino.
3.