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sendo essa quantidade expressa sob forma numérica, por Artigo 9.º
100 g ou 100 ml do produto tal como é vendido e, quando Comercialização e notificação
apropriado, por 100 g ou 100 ml do produto pronto a ser
consumido em conformidade com as instruções do fabri- 1 — É proibida a comercialização de alimentos die-
cante, podendo esta informação também ser fornecida em téticos destinados a fins medicinais específicos que não
função da dose quantificada no rótulo ou porção, desde cumpram o disposto no presente decreto-lei.
que se especifique o número de porções contidas na em- 2 — A autoridade competente pode exigir, a todo o
balagem; tempo, ao comerciante ou importador a apresentação de
trabalhos científicos e dos dados que comprovam a con-
c) Selectivamente, o teor de componentes das pro-
formidade dos produtos com as regras estabelecidas neste
teínas, hidratos de carbono e lípidos e ou de outros
decreto-lei.
nutrientes e seus componentes, cuja declaração seja 3 — Se se tratar da primeira comercialização do produto
necessária para a adequada utilização prevista para o na Comunidade, o fabricante, se o produto tiver origem
produto, sendo esse teor expresso sob forma numérica, num dos Estados membros, ou o importador, se o pro-
por 100 g ou 100 ml do produto tal como é vendido e, duto tiver origem em país terceiro, notifica a autoridade
quando apropriado, por 100 g ou 100 ml do produto competente, para efeitos de comercialização, enviando o
pronto a ser consumido em conformidade com as instru- rótulo adoptado.
ções do fabricante, podendo esta informação também ser 4 — Se o produto já tiver sido comercializado na Co-
fornecida em função da dose quantificada no rótulo ou munidade, o fabricante ou o importador, para além do ró-
porção, desde que se especifique o número de porções tulo adoptado, informa a entidade destinatária da primeira
contidas na embalagem; notificação de comercialização.
d) Informação sobre a osmolalidade ou a osmolaridade
do produto, conforme aceitável; Artigo 10.º
e) Informação sobre a origem e a natureza das proteínas Contra-ordenações
e ou dos hidrolisados proteicos contidos no produto.
1 — Constitui contra -ordenação punível com
2 — A rotulagem deve ainda comportar as seguintes coima mínima de € 100 e máxima de € 3740,98 ou de
menções obrigatórias, precedidas das palavras «Nota im- € 14 963,91, consoante se trate de pessoa singular ou
portante» ou de menção equivalente: colectiva:
a) O fabrico ou a comercialização de alimentos dietéti-
a) Menção em como o produto deve ser consumido sob
cos destinados a fins medicinais específicos cuja compo-
supervisão médica;
sição não obedeça ao disposto no artigo 5.º;
b) Menção sobre a adequação do produto a uma utili- b) A comercialização de alimentos dietéticos destinados
zação como fonte alimentar única; a fins medicinais específicos cuja rotulagem não cumpra
c) Menção em como o produto se destina a um grupo o disposto nos artigos 6.º a 8.º;
etário específico, quando apropriado; c) As faltas de notificação e de informação exigidas nos
d) Quando apropriado, menção em como o produto re- termos dos n.os 3 e 4 do artigo 9.º;
presenta um risco sanitário se consumido por pessoas não d) A falta de apresentação dos meios de prova suple-
afectadas pela(s) doença(s), anomalia(s) ou situação(ões) mentares ou dos trabalhos científicos que comprovem a
sanitária(s) a que se destina. conformidade do produto com as regras constantes deste
decreto-lei.
3 — A rotulagem deve também incluir:
2 — A negligência é punível, sendo os limites máximo
a) A menção «Para satisfação das necessidades
e mínimo das coimas reduzidos para metade.
nutricionais de …», com indicação da(s) doença(s),
anomalia(s) ou situação(ões) sanitária(s) a que o pro- Artigo 11.º
duto se destina;
b) Quando apropriado, uma menção relativa às adequa- Sanções acessórias
das precauções e contra-indicações; Consoante a gravidade da contra-ordenação e a culpa
c) Uma descrição das propriedades e ou características do agente podem ser aplicadas, simultaneamente com a
que tornam necessária a utilização do produto, nomeada- coima, as seguintes sanções acessórias:
mente em relação aos nutrientes que foram aumentados,
a) A perda de objectos pertencentes ao agente;
reduzidos, eliminados ou por outra forma modificados, b) A suspensão da comercialização do produto.
consoante o caso, e a justificação para utilização do pro-
duto; Artigo 12.º
d) Se apropriado, uma advertência em como o produto
Fiscalização
não se destina a ser utilizado por via parentérica.
Sem prejuízo das competências atribuídas por lei a ou-
4 — A rotulagem deve conter instruções para prepara- tras entidades, a fiscalização do cumprimento do disposto
ção, utilização e armazenamento adequados do produto no presente decreto-lei compete à Autoridade de Segurança
após a abertura da embalagem, quando apropriado. Alimentar e Económica (ASAE).
Diário da República, 1.ª série — N.º 219 — 11 de Novembro de 2008 7877
1 — O levantamento dos autos de notícia compete à O presente decreto-lei entra em vigor no dia seguinte
ASAE, assim como às entidades policiais no âmbito das ao da sua publicação.
suas competências. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 4 de
2 — A instrução dos processos de contra-ordenação Setembro de 2008. — José Sócrates Carvalho Pinto de
compete à ASAE. Sousa — Luís Filipe Marques Amado — António José
3 — A aplicação das coimas e sanções acessórias com- de Castro Guerra — Ascenso Luís Seixas Simões — Ana
pete à Comissão de Aplicação de Coimas em Matéria Eco- Maria Teodoro Jorge.
nómica e de Publicidade (CACMEP).
4 — O produto da aplicação das coimas reverte a favor Promulgado em 21 de Outubro de 2008.
das seguintes entidades: Publique-se.
a) 60 % para o Estado; O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA.
b) 10 % para a entidade autuante;
c) 20 % para a entidade que instruiu o processo; Referendado em 23 de Outubro de 2008.
d) 10 % para a CACMEP. O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto
de Sousa.
Artigo 14.º
ANEXO
Regiões Autónomas
O disposto no presente decreto-lei aplica-se às Regiões Composição essencial dos alimentos dietéticos para fins
Autónomas, sendo as competências cometidas a serviços medicinais específicos
ou organismos da administração do Estado exercidas pelos Estas especificações referem-se aos produtos para con-
correspondentes serviços e organismos das administrações sumo, comercializados como tais ou reconstituídos em
regionais com idênticas atribuições e competências. conformidade com as instruções do fabricante.
1 — Os produtos referidos na alínea a) do n.º 1 do ar-
Artigo 15.º tigo 4.º destinados especificamente a lactentes devem con-
Recurso hierárquico ter as vitaminas e minerais indicados no quadro n.º 1.
2 — Os produtos referidos na alínea b) do n.º 1 do
Da decisão proferida pela autoridade competente, nos artigo 4.º destinados especificamente a lactentes devem
termos do n.º 3 do artigo 9.º, cabe recurso para o Ministro conter as vitaminas e minerais indicados no quadro n.º 1,
da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, sem prejuízo da alteração de um ou mais destes nutrientes,
a interpor no prazo de 20 dias a contar da notificação da tornada necessária pela utilização prevista para o produto.
decisão. 3 — Os níveis máximos das vitaminas e minerais pre-
Artigo 16.º sentes nos produtos referidos na alínea c) do n.º 1 do ar-
tigo 4.º destinados especificamente a lactentes não devem
Taxas exceder os indicados no quadro n.º 1, sem prejuízo da
1 — Pela apreciação dos documentos e informações alteração de um ou mais destes nutrientes, tornada neces-
exigidas pelo artigo 9.º são cobradas taxas a pagar pelos sária pela utilização prevista para o produto.
utentes dos serviços prestados pela autoridade competente, 4 — Se tal não for contrário às exigências ditadas pela
cujos quantitativos são fixados por portaria do membro do utilização prevista, os alimentos dietéticos para fins medi-
Governo responsável pela área da agricultura. cinais específicos destinados especificamente a lactentes
2 — As receitas previstas no número anterior destinam- devem cumprir as disposições relativas a outros nutrientes,
-se a pagar as despesas decorrentes da prestação do serviço aplicáveis às fórmulas para lactentes e às fórmulas de
transição, consoante os casos.
respectivo e constituem receita do GPP.
5 — Os produtos referidos na alínea a) do n.º 1 do ar-
tigo 4.º diversos dos especificamente destinados a lactentes
Artigo 17.º
devem conter as vitaminas e minerais indicados no quadro
Norma revogatória n.º 2.
6 — Os produtos referidos na alínea b) do n.º 1 do ar-
1 — É revogado o Decreto-Lei n.º 212/2000, de 2 de
tigo 4.º diversos dos especificamente destinados a lacten-
Setembro. tes devem conter as vitaminas e minerais indicados no
2 — A Portaria n.º 609/2001, de 20 de Junho, mantém-se quadro n.º 2, sem prejuízo da alteração de um ou mais
em vigor enquanto não for publicada a portaria prevista nutrientes, tornada necessária pela utilização prevista para
no artigo anterior. o produto.
Artigo 18.º 7 — Os níveis máximos das vitaminas e minerais
Norma transitória
presentes nos produtos referidos na alínea c) do n.º 1
do artigo 4.º diversos dos especificamente destinados
É permitida a comercialização de produtos não confor- a lactentes não devem exceder os indicados no quadro
mes com o presente decreto-lei até 31 de Dezembro de n.º 2, sem prejuízo da alteração de um ou mais destes
2009, desde que estejam em conformidade com o Decreto- nutrientes, tornada necessária pela utilização prevista
-Lei n.º 212/2000, de 2 de Setembro. para o produto.
7878 Diário da República, 1.ª série — N.º 219 — 11 de Novembro de 2008
QUADRO N.º 1
Sódio (mg) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 14 20 60
Cloreto (mg). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 29 50 125
Potássio (mg) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 35 60 145
Cálcio (mg) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 60 50 250
Fósforo (mg) (1) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 22 25 90
Magnésio (mg) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1,2 3,6 5 15
Ferro (mg) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 0,12 0,5 0,5 2
Zinco (mg) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 0,12 0,6 0,5 2,4
Cobre (μg) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4,8 29 20 120
Iodo (μg) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1,2 8,4 5 35
Selénio (μg) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 0,25 0,7 1 3
Manganésio (μg) . . . . . . . . . . . . . . . . . . 0,25 25 1 100
Crómio (μg) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . – 2,5 – 10
Molibdénio (μg). . . . . . . . . . . . . . . . . . . – 2,5 – 10
Fluoreto (mg) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . – 0,05 – 0,2
(1) A razão cálcio: fósforo não deve ser inferior a 1,2 nem superior a 2.
QUADRO N.º 2
Valores relativos a vitaminas, minerais e oligoelementos em produtos alimentares nutricionalmente completos, diversos
dos destinados a lactentes
Vitamina E (mg α-TE) . . . . . . . . . . . . . . 0,5/g de ácidos gordos 0,75 0,5/g de ácidos gordos poli- 3
poli-insaturados ex- -insaturados expressos
pressos em ácido li- em ácido linoleico, mas
noleico, mas nunca in- nunca inferior a 0,1 mg
ferior a 0,1 mg/100 kJ /100 kcal existentes.
existentes.