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1. INTRODUÇÃO:
A situação crítica e o caráter de urgência das crianças em defasagem escolar nas Escolas Municipais
da cidade de Araçuaí têm absorvido inúmeros cuidados, envolvendo um contingente de pessoas,
formando uma rede educacional para a sua recuperação.
Muitos caminhos, muitas experimentações e muito empenho têm caracterizado as equipes do projeto,
envolvendo várias pessoas e instituições nesta intervenção de forma positiva e proativa.
Para isso, todas as experiências no campo educacional e de sucesso são empreendidas pelos
profissionais das duas instituições.
Este conjunto de ações estratégicas é fruto da experiência acumulada pelo CPCD em seus 20 anos de
atuação sistemática nos campos da educação popular e do desenvolvimento comunitário:
Este é o segundo relatório que apresentamos como forma de informar, analisar, avaliar e traçar as
próximas ações em prol do desenvolvimento social e intelectual das crianças e adolescentes da rede
pública de ensino, a partir de recursos internos e externos agregados, visando a educar bem e
dignamente todos os meninos e meninas de Araçuaí.
Realizamos 07 oficinas de formação com mães-cuidadoras, sendo uma em cada uma dos 4 núcleos
(núcleo da “E.M.Joaquim Viana”, “E.M.Irmã Maria Gema”, “E.M. Felícia Esteves Borges” e “E.M.São
Vicente”), uma na zona urbana e duas no núcleo “E.M. Olinto Ramalho” envolvendo 123 pessoas. No
núcleo “Olinto Ramalho”, foram realizadas duas oficinas para atender à demanda e às expectativas
das pessoas das comunidades que compõem o núcleo e também à Escola Municipal “São Roque”,
localizada nas adjacências.
As oficinas foram realizadas nas próprias comunidades, com duração de uma semana num total de 40
horas/oficina. As mães da zona urbana atenderão às crianças dos dois Projetos “Ser Criança”, 19
projetos “Sementinha”, “Ação Social” e ao pré-escolar “Brincando e Aprendendo”.
Discutimos e refletimos sobre a situação dos filhos na escola, sobre as potencialidades e como
podemos usufruir melhor delas, como e com que a comunidade pode contribuir na aprendizagem das
crianças, como formaremos uma equipe em busca do nosso objetivo, como enxergar todas as
potencialidades para realizar o trabalho com êxito.
Através dessas conversas e as experimentações do que podemos levar para dentro da escola foram
surgindo idéias como horta, contação de história, versos, adivinhações, cozinha experimental,
construção de brinquedos, etc.
Deve ser por isso que têm no sangue esse espírito de luta.Quando surge uma idéia de melhoria de
vida, abraçam e demonstram vontade e força para executá-la.
Os grupos formados nos diversos núcleos têm muita coisa para ensinar, muito de bom escondido, que
não podemos deixar passar despercebido. Algumas coisa ainda não foram descobertas e as mulheres
não abrem mão de aprender, de ter uma vida melhor para elas e os filhos.
Procuramos fazer experimentações de tudo o que as comunidades têm para oferecer e que possamos
incluir na aprendizagem de Matemática e Português, contribuindo, assim, para o desenvolvimento das
crianças.
Nossas experimentações foram gincanas, cantigas de roda, contação de história, educador do ônibus,
jogos, pedagogia das placas, entre outras.
A cada experimentação tornava-se mais concreto o que antes era um desafio porque estávamos
aprendendo, ali, juntos, de uma forma agradável.
A partir daí, isso se tornou a grande bandeira das pessoas, pois descobriram que podem ensinar e
aprender, juntas, além de crescer e tornarem-se pessoas melhores.
Estamos, neste espaço, relatando as nossas experiências dentro das Escolas, como uma parceria entre
comunidade e educadores, unindo esforços, experiências, “saberes” e “quereres” para o sucesso
escolar.
A Escola Municipal Olinto Ramalho, abrange 08 comunidades rurais, possui o maior número de
alunos (385), sendo composta de 08 turmas pela manhã e 07 turmas à tarde.
Nas reuniões realizadas para falarmos sobre o projeto, constatamos que nas comunidades, o número
de jovens com disponibilidade para participarem da oficina dos Agentes Comunitários de Educação -
ACE’s é reduzido. Devido a falta de emprego em nossa região, a maioria dos homens, entre eles
alguns adolescentes, vão para o corte de cana e as mulheres, para a cidade trabalhar como
empregadas domésticas. É uma das poucas opções, para não falar a única, que essas pessoas
encontram para sobreviver.
Diante desse quadro, fomos obrigados a abrir as vagas para as oficinas com os ACE’s (Agentes
Comunitários de Educação) aos jovens que estão cursando o ginásio, nas comunidades.
A oficina com os jovens começou com duas semanas de atraso devido às constantes chuvas que
arrasam as estradas e à falta de transporte escolar que não permitia o acesso das pessoas ao local de
treinamento.
Como a maioria dos jovens inscritos para estar participando da oficina são estudantes e alguns
estudam na cidade vizinha de Badaró, a oficina só foi possível acontecer das 13:30 às 16:00 horas e
com a duração de duas semanas, tornando-se um ponto negativo, pois o tempo de trabalho e de
discussão com esses jovens ficou muito limitado, correndo-se o risco de deixar assuntos pendentes.
No início, percebemos que as pessoas são tímidas e retraídas. Aparentemente apáticas, sem reação,
desprovidas de sonhos e desejo de melhorar. Aos poucos a alegria do ambiente foi contagiando-as e
investimos nessas energias positivas, para levar dinamismo às escolas, em que estamos atuando.
Realizamos uma reunião com os professores da Escola Municipal Olinto Ramalho e para não
suspender as aulas, Mães-Cuidadoras e Agentes Comunitários de Educação assumiram as turmas, fato
Esta maneira alegre de viver e o dinamismo foram extensivos às pessoas das comunidades. O
destaque foi na Escola “São Roque” com professores e funcionários, mães, pais e irmãos muito
receptivos e animados.
As mães chegaram receosas e envergonhadas na roda. Quase não participavam das discussões, não
opinavam, nem sugeriam nada. Um pequeno grupo é que sempre mantinha as discussões vivas.
No decorrer da oficina, realizamos algumas atividades para provocar alguma reação, ocasião em que
também discutimos sobre a importância de valorizar a si mesmo, reconhecer suas qualidades, ir em
busca dos sonhos e ter iniciativa.
Nosso objetivo era levantar um pouco a auto-estima do grupo. O efeito apareceu nos dois últimos dias
da oficina, pois as pessoas já se sentiam mais à vontade, criavam e participavam melhor,
principalmente nos trabalhos de grupo.
Depois da realização da oficina, fizemos a seleção para compor o grupo de trabalho dentro das
escolas Olinto Ramalho e São Roque.
Quando da utilização do “Bornal de Jogos”, o grupo ficou muito empolgado e interessado. Discutimos
sobre as possibilidades que temos de aprender brincando e quais as brincadeiras que usávamos
quando crianças. O grupo de jovens e mães responde bem ao desafio de criar. São criativos em
atividades como jogos, músicas, poesias e versos. Com certeza, esse fator contribuirá muito para a
execução do trabalho e o convívio com as crianças e adolescentes.
Com a brincadeira da gincana das palavras, cantigas de roda e versos, listamos várias formas de
contagiar crianças e adolescentes, aproveitando, assim, o clima para aprofundar na escrita e na
leitura.
No início, os grupos tiveram muitas dificuldades, que foram superadas com as avaliações e
experimentação conjuntas. As discussões e as apresentações de como melhorar na roda e discutir mais
ampliam a visão e a possibilidade de se aprender através das cantigas e brincadeiras com afeto e
carinho. As questões levantadas pelo grupo foram como melhorar as atividades, como explorá-las ao
A Escola Municipal São Vicente está localizada neste núcleo e abrange 06 comunidades com cerca de
177 alunos, sendo 04 turmas pela manhã e 04 turmas à tarde.
No dia 19 de Abril. iniciamos a formação dos pais e mães-cuidadoras na comunidade Malhada Preta,
com a participação de 11 pessoas, sendo apenas dois homens. Todos os participantes eram de
comunidades próximas, Córrego do Narciso, Lapinha, Cabeceira da Barriguda, Tesouras, Água
Branca, Giral, Malhada Preta e Piauí.
Ficamos reunidos durante uma semana com o grupo e, neste período, construímos relações de
amizade, carinho e muito respeito entre as pessoas, cada qual com suas idéias, crenças e saberes.
Formar um grupo de mães e pais cuidadores para atuar junto à escola e comunidade, usando de
novas formas alternativas de aprendizagem, é uma oportunidade de maior desenvolvimento para estas
comunidades.
A cada dia fomos construindo nossa linha de atuação, a partir das experiências de cada um, suas
histórias, versos, músicas, receitas, remédios caseiros etc.. Usamos e construímos jogos de
aprendizagem, visando à aprendizagem e ao resgate dos valores que se perderam ao longo do
tempo.
No final do treinamento, tínhamos que fazer a escolha das pessoas que atuariam durante o ano todo
na comunidade e escola. Então fizemos uma reunião e deixamos o próprio grupo escolher as pessoas
que ficariam. Três pessoas não puderam ficar no grupo, porque não têm disponibilidade, mas não
foram descartados do grupo. Elas participarão sempre que quiserem e forem convidadas. Fechamos,
então, um grupo de 07 mães-cuidadoras e um pai-cuidador, comprometidos com a idéia, visando ao
crescimento e desenvolvimento das crianças e comunidades.
Após a fase de treinamento das Mães-cuidadoras e Agentes Comunitários de Educação com os jovens
na comunidade Malhada Preta, demos início às atividades na escola Municipal São Vicente.
As mães e o pai cuidador formam um grupo muito divertido, o que é importante no trabalho, pois
eleva a auto-estima, não os deixando desanimar. Procuram usar toda a experiência de vida para
descobrir formas e ‘jeitos’ de ensinar e aprender, fazendo uma troca de tudo que sabem.
A comunidade respeita muito o projeto. Quando vamos fazer o trabalho com as placas, somos muito
bem recebidos. As pessoas são muito atenciosas e o que combinamos, por exemplo, a maioria está
cumprindo: os pais ajudarem os filhos a ler e escrever as placas.
Quando planejamos a horta e precisamos de mudas e esterco para plantar foi a comunidade que nos
ajudou. Sempre estão contribuindo para o melhor desenvolvimento das atividades.
A escola é a nossa parceira fundamental para que as coisas possam acontecer. Às vezes, ainda há
uma resistência, mínima, de alguns professores que não se envolveram plenamente com as ações.
Mas é função nossa estar avaliando, discutindo e procurando soluções para o trabalho. A direção e a
coordenação, sempre atuante e presente, dão muito apoio ao grupo do projeto.
A Escola Municipal Nucleada Irmã Maria Gema atende cerca de 217 crianças e adolescentes,
divididos em 5 turmas no período da manhã e 5 no período da tarde, fazendo parte de seu núcleo, 09
comunidades.
Logo após a seleção das Mães-Cuidadoras e dos Agentes Comunitários de Educação, os grupos foram
para dentro da escola atuar. O trabalho iniciou com a apresentação desses grupos aos membros da
Escola: alunos, serviçais, secretária, diretora e professores. A apresentação foi mais um ritual de
formalidade, pois são conhecidos na escola. A diferença é que, agora, são partes integrantes e ativas.
Inicialmente, os grupos ficaram temerosos de encarar esse novo desafio. Por isso, cada tecnologia de
ensino desenvolvida era primeiramente trabalhada dentro dos grupos e só então utilizada com os
alunos. O primeiro contato com os alunos foi muito positivo, pois houve a participação em massa dos
alunos da classe trabalhada e da professora, que deu continuidade em sua aula ao trabalho feito
pelas Mães Cuidadoras e Agentes Comunitários de Educação. Esse primeiro contato e a boa aceitação
Tivemos prova da eficácia do projeto pelo fato duas das dez Mães Cuidadoras serem analfabetas.
Como utilizamos com antecedência toda e qualquer atividade a ser desenvolvida com os alunos dentro
do nosso próprio grupo, durante a confecção do jogo Centopéia, cujo objetivo é ensinar o alfabeto, foi
possível observar o interesse dessas mães pelas letras escritas ali. Devido à participação em cada
etapa da confecção desse jogo, na hora da experimentação, o grupo achou interessante e aprovou a
estética do jogo, pensada e discutida antes. Com esse jogo, as duas mães analfabetas tiveram a
oportunidade de aprender mais, mesmo com muita dificuldade pois sempre tiveram ajuda do restante
do grupo. No final do dia, cada uma dessas mães aprenderam de três a cinco letras cada. Após isso,
discutiu-se que se cada aluno aprendesse, com esse jogo, pelo menos três letras por dia, em nove dias
já saberiam o alfabeto.
O diagnóstico tem como objetivo de conhecer o que cada aluno sabe ou não, relacionado a sua série.
Foi um pouco complicada a elaboração desse diagnóstico, devido ao número de alunos. Fizemos o
diagnóstico da aprendizagem dos alunos do primário e do ginásio, individualmente, com atividades
que envolviam português e matemática. Uma de nossas maiores preocupações era tornar essa
atividade mais agradável e lúdica, por isso utilizamos o Bornal de Jogos e Livros e algumas
brincadeiras. Com esses instrumentos, foi possível fazer o diagnóstico e contribuímos para o
aprendizado do aluno. Procedíamos assim: se fizéssemos um ditado e o aluno errasse algumas
palavras, escrevíamos as palavras erradas novamente, solucionando suas dúvidas e depois
retornávamos ao ditado com as palavras que o aluno havia errado.Utilizamos desse processo tanto
para português quanto para matemática. Quando íamos às salas buscar os alunos para o diagnóstico,
todos queriam ser chamado.
Com certeza, cada aluno que passou por ali aprendeu algo, como se vê no depoimento abaixo:
A comunidade participa de forma direta e indireta, mas grande parte acredita muito no trabalho, estão
sempre buscando informação através das Mães-Cuidadoras, dos Agentes Comunitários de Educação e
mesmo de seus filhos que estudam na escola. Sempre aparecem alguns dos jovens que participaram
da oficina e passam uma parte do dia conosco, ajudando no desenvolvimento do trabalho. Quem
A escola está muito envolvida com o trabalho e temos total abertura para trabalhar. Os professores
acreditam muito na proposta do Projeto e pedem sempre para irmos a suas salas desenvolver alguma
atividade, juntos. Quando vamos trabalhar com alguma sala, o professor participa e contribui com o
grupo do início ao fim. Na escola a equipe da cozinha já participa da roda e até coordena. A
secretária também é uma pessoa que participa de tudo desde o planejamento até a realização dos
trabalhos.
O nosso trabalho, a cada dia, torna-se mais rico, devido à participação de todos os funcionários da
escola. Esse fato faz com que as mães e os jovens se sintam mais seguros para enfrentar as
dificuldades dos alunos. A direção sempre participa e nos dá apóia na execução das atividades, uma
vez que acredita muito em nosso trabalho e no potencial de cada um.
Nas segundas e sextas-feiras, por não termos transporte direto de Araçuaí ao Núcleo da Gema,
chegamos atrasados e com isso os alunos perdem muitas horas de aula.
Neste núcleo encontra-se a Escola Joaquim Viana Gonçalves, com 228 alunos divididos em 5 turmas
pela manhã e 6 à tarde (da pré-escola à 8ª série), atendendo a 06 comunidades.
As atividades do Projeto têm como objetivo ajudar no desenvolvimento das crianças e adolescentes da
Escola Municipal Joaquim Viana Gonçalves, que apresentam dificuldades na aprendizagem. Seu
objetivo é fazer com que os alunos saiam da escola sabendo ler, escrever e resolver as quatro
operações. O trabalho está mais voltado para o básico em português e matemática. Esse trabalho está
sendo de grande importância e os resultados são surpreendentes. É bem aceito pela direção.
professores, alunos e comunidade.
Com os jogos, as crianças estão mais interessadas em aprender, de forma descontraída, alegre,
participativa, ajudando uns aos outros.
Todos que têm acesso aos jogos são atraídos por eles, porque podem manuseá-los ou mesmo adaptá-
los às necessidades de aprendizagem.
As próprias mães criaram um jogo para trabalhar textos com as crianças. Ele é composto por um
dado, contendo tarefas como: de que você mais gostou, fale e/ou escreva o maior número de palavras
de que você se lembra do texto, fale sobre os personagens da estória, conte outra estória para o
grupo, etc. O jogo estimula o aluno a aprender, para o professor é mais uma tecnologia de
aprendizagem que facilita sua aula, e promovendo maior rendimento.
Outra atividade que está sendo desenvolvida é a leitura e escrita através de livros infantis e juvenis.
Com eles, crianças e adolescentes são motivados a criar e apresentar teatros, mímicas, poesias e até
músicas. Estamos percebendo que a frase “criança não gosta de ler “é apenas uma fuga de muitos
para justificar as dificuldades e até mesmo os fracassos da escola, pois as crianças e pais se encantam
com os livros. Os que não lêem as palavras, lêem as figuras ou pedem o educador para ler. Aqui
temos trabalhado mais de trinta livros por mês. O trabalho com livros tem se transformado em várias
outras atividades como produção de outras estórias, versos, placas com palavras nas casas, versos e
músicas.
Esse trabalho está estimulando cada vez mais a leitura, pois através das atividades diferentes o
momento torna se mais descontraído e serve de incentivo, para que as crianças aprendam a dar mais
valor à leitura e adquiram o hábito de ler sempre.
Na comunidade dos Bois, está localizada a Escola Municipal Felícia Esteves Borges, com 113 alunos de
1ª a 8ª série.
Atendendo aproximadamente 100 famílias, a Escola Municipal Nucleada Felícia Esteves Borges,
localizada na comunidade dos Bois, vem desenvolvendo juntamente com 7 Pais/Mães cuidadores e 6
Agentes comunitários de Educação diversas ações que variam de viveiros de mudas à educador no
ônibus, com o objetivo de melhorar a aprendizagem de crianças e adolescentes que se encontram em
situação de UTI Educacional: não sabem ler, escrever ou fazer as quatro operações.
O que não se pode descartar é que estes resultados alcançados, se multiplicados venham a ser a
solução para passarmos à próxima etapa deste projeto que é Araçuaí Cidade Educativa.
No geral, a equipe mostra-se mais envolvida e empolgada com as ações que estão sendo colocadas
em prática e isso torna o trabalho prazeroso.
Para tornar as ações mais eficientes, estão acontecendo as conversas e discussões para detectarmos as
deficiências do trabalho e do grupo.
O grupo também mostra grande flexibilidade e abertura para experimentar atividades, que enriquece
o trabalho. A equipe vem se afinando e tendo, como conseqüência, resultados eficazes na
aprendizagem das crianças.
É importante ressaltar que, com exceção do trabalho com as placas e do educador no ônibus, todas as
outras tecnologias já faziam parte do meio, de forma primitiva ou desenvolvida. Um bom exemplo é
com relação à horta e ao viveiro que são tecnologias de domínio popular. O que vem acontecendo, na
verdade, é a transformação do modo como estas atividades são vistas. Antes, só para a melhoria da
alimentação; hoje, também para fazer educação, ensinar a ler, escrever e fazer contas.
Para a pintura da escola fizemos um mutirão no sábado (coordenação, professores, alunos, pais e
mães), com a orientação do coordenador do projeto Fabriquetas, que ensinou a técnica para o grupo.
Com esse trabalho da pintura da escola com tinta de terra, percebemos que as crianças se sentem
melhores lá dentro, o ambiente torna-se mais agradável e o melhor é que sabem que para a pintura,
Durante os meses de abril, maio e junho, realizamos capacitação para as mães-cuidadoras e Agentes
Comunitários de Educação e duas reuniões com mães das crianças dos Projetos Sementinha, Ser
Criança e o pré–escolar Brincando e Aprendendo, visando prepará-los para a implementação das
diversas ações estratégicas do Projeto Araçuaí: de UTI Educacional à Cidade Educativa.
Nos núcleos já formados, o grupo de Mães Cuidadoras está desenvolvendo atividades educativas,
complementares à escola, planejadas e discutidas com a coordenação do projeto e equipe da escola.
As mães continuam cada vez mais envolvidas e comprometidas com os propósitos do projeto. Possuem
um potencial que nossos educadores têm canalizado para produzir educação plural e muito cafuné
pedagógico , como já citamos anteriormente.
No mês de julho, os professores deixarão as salas de aula para freqüentar as Faculdades de férias,
ocasião em que mães, jovens e os professores que não fazem a Faculdade (que são poucos)
assumirão as atividades dentro das Escolas.
Cada grupo de ACE´s e Mães-Cuidadoras reuniram junto ao coordenador do CPCD para planejarem
estas atividades. Numa Escola não foi possível reunir com todos os professores para o planejamento,
recorrendo, assim, a conversas isoladas, principalmente com os professores que deixam a sala de
aula.
Na zona urbana, onde há os projetos Ser Criança e Sementinha (com turmas também na zona rural) e
o pré-escolar, o grupo de mães-cuidadoras reuniu com as educadoras dos projetos para planejar este
período de recesso dos professores, viabilizando assim a continuidade das atividades.
6. BORNAL DE JOGOS
Os jogos são criados de acordo com as dificuldades das crianças. Como os jogos são muitos, alguns
ainda não foram dominados pelos grupos. A Damática, por exemplo, muitos do grupo não sabem
jogar, pelo fato de não saberem jogar dama. Isso nos levou a discutir se desistiríamos do jogo ou
Para trabalhar as vogais na turma da 3ª série, explicamos o jogo “Duvido” muitas vezes, até que os
meninos pudessem entender. No decorrer da atividade, fomos observando as crianças que tinham
mais dificuldade. Um dos meninos não queria brincar porque não entendia o jogo da forma que era
jogado. As mães e um pai cuidador que estavam com ele, adaptaram o jogo e fizeram com que ele
participasse da atividade até o fim sem perder o interesse. Esse foi o ponto mais importante do dia
porque, além da dificuldade de aprender o jogo, esse menino não consegue reconhecer as vogais e
com o jogo, pôde.
A partir daí, fomos planejando e confeccionando os jogos para atender essas necessidades. O jogo
que mais usamos até hoje foi a Centopéia, que trabalha o alfabeto, pois muitas crianças ainda não
conhecem nem as letras de seus nomes.
Acreditamos que o Bornal de Jogos será muito usado. É uma atividade para acontecer diariamente.
Pois precisamos estar sempre criando e adaptando-os para atender as muitas necessidades das
crianças.
7. A RODA NA ESCOLA
A roda na E.M. Nucleada São Vicente e Irmã Maria Gema está sendo a oportunidade para as pessoas
se reunirem e conversar sobre os assuntos da escola. No início, conversamos muito sobre o
desperdício da merenda, pois no final do recreio sempre sobrava merenda nos pratos. Passamos
então, a conversar sobre a importância de se usar bem o que temos, todos os dias na roda ouvíamos
sugestões das crianças e dos adolescentes. Hoje conseguimos reduzir o desperdício. Elas sabem que
vão colocar no prato só o que conseguem comer. Abolimos a fila e este exercício tornou as crianças
mais pacientes, menos ansiosas e cooperativas.
Na roda, conversamos também sobre algumas coisa que acontecem durante o dia como brigas, lixo
no pátio da escola, cuidado com as plantas e as informações que as pessoas querem dar.
A roda está sendo muito boa porque conseguimos, com ela, conversar com todos juntos, passar
recados, combinar regras e avaliar o que combinamos.
Foram organizados 100 Bornais com 15 livros cada um, em mochilas especialmente confeccionadas
para este fim. É uma mochila bem colorida com logomarca do Projeto e seus parceiros. Além dos
livros devidamente selecionados por séries, contém também um caderno “Diário de Bordo”, para que
as professoras de posse do material, registrem as experiências e estas possam circular para o
conhecimento das outras.
A troca do bornal se fará à medida que todas as possibilidades de criação e recriação forem
esgotadas com as crianças através de desenhos, artes plásticas, teatros, músicas, poesias e outras
formas de releitura possíveis.
Trabalhamos a leitura e a escrita na horta com o livro: Como Nascem as Florestas, e nos ônibus,
trabalhamos com os livros A Fazendinha e A Vassoura Encantada.
Com os livros foi possível perceber algumas deficiências, como no caso de Ronaldo, que mesmo
estando na 6ª. série, não sabe ler.
A apropriação deste instrumento está acontecendo de forma dinâmica e as crianças cobram muito o
trabalho com o Bornal de Livros.
O fato de as crianças se interessarem mais pelas histórias contadas, não é o ideal e, no Bornal, isso
vem sendo superado, porque a leitura está se tornando uma ação prazerosa.
9. EDUCADOR DO ÔNIBUS
Esta experiência tem demonstrado que é preciso experimentar todas as formas para se educar crianças
e adolescentes. As experiências são diversificadas, o acerto é o que as pessoas envolvidas sabem e
almejam, elas se apropriaram da idéia e a colocam em prática, desde os primeiros dias de
implantação dos projetos nas escolas.
Na comunidade dos Bois, esta tecnologia apresenta dificuldade. Fizemos uso dela para solucionar dois
problemas: o primeiro é a aprendizagem dentro do ônibus, que ainda não acontece, pois o barulho
muito alto impede a comunicação. Foram feitos alguns experimentos como, por exemplo, cantar, que
não funcionou, pois as crianças não conseguem jogar versos. O barulho também impede a contação
de estórias.. Só o teatro realizado pela coordenação e professores da escola funcionou,e precisa
acontecer mais vezes. A maioria das pessoas viram o teatro pela primeira vez no ônibus . Acreditamos
Na Escola Municipal Joaquim Viana Gonçalves, na comunidade do Córrego da Velha, essa atividade
está sendo de grande repercussão, pois tem como objetivo transformar a viagem monótona dos alunos
(da escola para casa e de casa para escola), numa viagem mais tranqüila e divertida.
No transporte são desenvolvidas atividades como: músicas, cantiga de roda, apresentação de teatros e
contação de estórias. Estas são realizadas tanto pelas crianças como por aqueles que utilizam o
ônibus.
Com esta atividade, percebe-se que o comportamento das crianças está melhorando cada dia mais.
Estão mais tranqüilos, em seus lugares e não percebem o tempo passar. Isso evita muitos acidentes.
Todo o trajeto do ponto de ônibus até a escola, e a volta, são feitos diariamente em clima de alegria e
animação com o educador do ônibus.
No grupo de educadores das Escolas Municipais Olinto Ramalho e São Roque descobrimos um jovem
que se chama “Nego” que tem muita habilidade com a sanfona. Resolvemos então fazer a experiência
do “Educador do Ônibus”, com a proposta: fazer um “São João” no ônibus.
Os jovens surpreenderam. Estavam muito animados e entusiasmados com a música. Foi muito
agradável realizar essa experiência. Tivemos momentos de alegria e de aprendizagem com cantigas,
versos e músicas da região.
Para fazer essa atividade, na Escola Municipal São Vicente”, combinamos com a 4ª série trazer mudas
de casa. O esterco veio da casa de um menina da comunidade “Tesouras”.
Conseguimos juntar muitas plantas, as crianças trouxeram muitas mudas. Começamos a nossa
atividade combinando na roda o que iríamos fazer, onde plantaríamos, separando o jardim das
plantas medicinais. As crianças se interessaram muito e ajudaram em todos os lugares que iam ser
plantados. A professora também participou, contribuindo e incentivando os meninos, fazendo um elo
entre o plantio da horta e a aprendizagem da escrita. Quando o professor está integrado às
atividades, sem dúvida elas são mais exploradas, pois as possibilidades de aprendizagem são
As mães conhecem muito de plantas e como plantá-las. Ficaram muito à vontade nesta atividade.
falavam para os meninos o nome e para que servia cada uma. Conseguimos plantar mais de 30
plantas diferentes, ornamentais e medicinais. Na escola não existe muita água para molhar as plantas
todos os dias. Há lugarers em que a terra é muito seca, precisa de mais água. Conversamos e
decidimos aproveitar a água que os meninos lavam as mãos e a da cozinha quando lava o arroz para
a merenda. Assim estamos reaproveitando cerca de 60 litros por dia.
No jardim, trabalhamos com os alunos a escrita. Escreveram o nome das plantas, procuramos no
dicionário algumas palavras que as crianças não sabiam escrever nem o significado.
Plantamos porque acreditamos que podemos fazer da escola um lugar agradável, com a ajuda das
crianças e professores, independente de quem tenha plantado. Combinamos de todos “tomarem
conta”. No final da tarde a turma que estiver na aula de agricultura molha o jardim.
Demos o nosso primeiro passo para a construção da horta na Escola Municipal São Vicente com as
turmas da 2ª e 3ª séries.
A escola tem um espaço onde já haviam tentado plantar uma horta e não deram continuidade. Esse
espaço, ampliamos com tela, com a ajuda dos alunos da 7ª série. Depois da terra preparada
plantamos sementes de alface, repolho, pimentão, salsa, mostarda, couve flor, cenoura, beterraba e
cebola.
Foram dois dias de trabalho, envolvendo pais, jovens, professores e as crianças. Conversamos sobre o
que trabalharíamos com as crianças, como encaminhar as atividades, o que iríamos ensinar e
aprender.
Durante o plantio, contamos as sementes que colocaríamos nos canteiros, pesquisamos que tipo de
vitamina tem as verduras e legumes plantados e colocamos as placas nos canteiros. Já na sala, as
crianças fizeram cartazes com desenhos das verduras e anotações sobre as vitaminas .
As mães, jovens e também os professores tiveram um pouco de dificuldade para adequar a prática à
teoria.
Com as placas levamos até as crianças mais uma alternativa de aprendizagem. Trabalhamos as letras
e a escrita juntos, colamos placas em todas as objetos e móveis das casa. Algumas vezes as crianças
colocaram placas em patos na lagoa, no cachorrinho que passeava pela estrada, nas plantas, etc..
Fizemos este trabalho nas comunidades da região: Lapinha, Água Branca e Cabeceira da Barriguda.
Todos as crianças têm muita dificuldade, além de que algumas nem foram alfabetizadas ainda. Com
as placas já conseguimos fazer com que algumas reconheçam as letras do alfabeto.
Na capacitação dos jovens Agentes Comunitários de Educação-ACE- que não moram próximo da
oficina, combinamos realizar a “tecnologia das placas” nas casas das crianças com dificuldade para
aprender. Dividirmos em 02 grupos e colamos placas na creche e na cozinha. A presença de duas
jovens que já passaram por essa experiência facilitou o trabalho com as placas.
Algumas observações foram levantadas e discutidas pelos grupos foram o tipo de letra que devemos
usar para a criança que está sendo alfabetizado, a importância do número de palavras em cada casa
e o que mais incluiríamos para aproveitamento dessa atividade.
Em algumas casas, por serem pequenas, colocamos as placas nos quintais. A criançz é orientada a ler
e escrever as palavras todos os dias levando-as para a professora corrigir.
Em todas as casas fomos bem recebidos , pois acreditam que com esse trabalho os filhos poderão
aprender mais. Com as placas, atingimos 94 famílias.
Após a divulgação da proposta, feita em março de 2004, à comunidade local, percebe-se maior
envolvimento e interesse das pessoas e a ampliação de parcerias com o comércio local. Na zona rural,
com o apoio da Emater, a Prefeitura Municipal cadastrou os produtores locais e orientou-os sobre o
O espaço físico está sendo preparado para melhor funcionamento do Banco de Alimentos e poder
receber os equipamentos necessários como: freezer, geladeira, utensílios de cozinha, seladora, etc.,
que farão o beneficiamento de produtos perecíveis e sua distribuição.
O Empório Solidário atende170 famílias, distribuídas em 5 níveis por graus de carência alimentar.
Iniciamos um trabalho com as famílias beneficiadas pelo Empório Solidário,sendo que o primeiro
momento foi um bate-papo, quando então discutimos, avaliamos, sugerimos e trocamos idéias. Foi um
momento de descontraído.
Discutimos sobre o não desperdício e também algumas regras para o melhor funcionamento do
Empório. As famílias foram dando receitas populares de economia doméstica
O momento também foi propício para se falar do programa com mais clareza e de não precisarem
levar todos os seus alimentos de uma só vez.
Os encontros aconteceram por níveis e foram bastante proveitosos. Isso se evidenciou nas distribuições
que se seguiram, onde houve mais organização, harmonia e apropriação do programa.
Com objetivo de fortalecer a agricultura local e dar apoio aos pequenos agricultores, enfrentamos o
desafio de adquirir alguns dos nossos produtos por essa via. Junto com a Secretaria Municipal de
Educação, o trabalho está sendo feito.
Este trabalho também está vinculado à EMATER e à Secretaria de Desenvolvimento Sustentável, que
além de fazerem parte do grupo gestor, desenvolvem trabalhos na área da agricultura familiar.
Além dos produtos adquiridos pelos agricultores locais, contribuímos com a formação de um grupo de
mulheres, descendentes de escravos, da famosa família dos “Baús”.Donos dos batuques e danças,
trazem nos pés e no coração um pouco da nossa história .São mulheres guerreiras, que, infelizmente
não tiveram oportunidade na vida, mas elas não9 desistiram do sonho de conquistar seu espaço
dentro na sociedade. Unidas, nos quintais de suas casas, nas trempes e fogões de lenha, preparam
com muito entusiasmo o sabão que atualmente é vendido para o Empório.
Enquanto mexem os tachos, falam dos sonhos, anseios, do primeiro amor, de religião...permitindo
assim um envolvimento maior, uma vez que o grupo como todo grupo tem suas diferenças.
È um grupo pequeno que ainda está se organizando. A venda do sabão para o Empório, com certeza,
é apenas o primeiro passo para o sucesso do grupo.
As instituições que atualmente formam o grupo gestor são treze. Por decisão própria, a Cáritas
Diocesana deixou de fazer parte do grupo. Reunimos mensalmente ou quando se faz necessário para
discutirmos, avaliarmos e planejarmos ações para o melhor desenvolvimento do trabalho. A EMATER e
a Secretaria de Desenvolvimento Sustentável providenciarão mudas de árvores frutíferas para serem
doadas às famílias e plantadas nos fundos de quintais.
Os Projetos Ser Criança, Sementinha, Fabriquetas, Bornal de Jogos de Curvelo e Araçuaí doaram para
as famílias atendidas pelo Empório Solidário jogos, brinquedos e enfeites, confeccionados por crianças
e educadores. Esta foi uma forma que os projetos encontraram de contribuir e fazer com que as cestas
não apenas alimenta sd crianças, mas contribuam para seu contentamento. Pensamos em brinquedos
por causa do número de crianças atendidas, mas para nossa surpresa, muitas mães tornaram-se
criança naquele momento e ficaram encantadas por estarem recebendo pela primeira vez na vida
uma boneca de presente.
Também temos diversos avanços como: a devolução do cartão pelo próprio beneficiário consciente de
ter saído da situação de carência em que se encontrava, mais organização e harmonia na hora da
entrega dos alimentos. aquisição de produtos dos pequenos produtores e da fabriqueta de sabão
artesanal, organização das famílias por ordem de chegada ou prioridade, sem“filas”, encontro com as
famílias beneficiadas para conversarmos sobre outros assuntos, variedade dos produtos que compõem
a cesta (ovos, sabão, café, banana), reconhecimento e divulgação do Empório.
Com o objetivo de organizar e somar “capital social livre” e disponibilizá-lo para o trabalho voluntário
dos projetos sociais da comunidade, a equipe do CPCD reuniu-se com os funcionários da CEMIG, em
junho. Foi feita uma palestra para estes funcionários, apresentando-lhes o software do Banco de
Solidariedade, incentivando-os à participarem como voluntários. Quase todos os funcionários
aderiram à convocação, por volta de trinta..
Fichas para cadastrar os voluntários e preenchimento de seus tempos livres, o que querem ensinar,
doar , aprender, ganhar ou receber foram distribuídas. Os funcionários preferiram levar as fichas para
casa, pois teriam mais tempo para preenchê-las, além de incentivar a participação de seus familiares.
Todos os dados serão transferidos para o software e organizados de modo à facilitar o cruzamento do
capital social disponível e a demanda de serviços.
Já foram feitas reuniões com a -CBL – Cia Brasileira de Lítio- e algumas escolas da zona urbana, para
possíveis parcerias e realização de reuniões de apresentação do Banco, visando à adesão de novos
voluntários na comunidade.
16. GERENCIAMENTO
O projeto “Araçuaí: de UTI Educacional à Cidade Educativa” é executado e coordenado pelo CPCD –
Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento em parceria com a SME – Secretaria Municipal de
Educação e em completa sintonia com o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente
de Araçuaí.
Mães, jovens e coordenadores estão desenvolvendo um grande trabalho. Todos estão dispostos a
contribuir para o crescimento e aprendizagem dos alunos, fazendo um diagnóstico com cada turma
para sanar as dificuldades. A equipe de educadores das escolas pouco a pouco vem se envolvendo
com as ações, sendo que, em alguns núcleos, já temos o comprometimento de todos com esta com
esta proposta.
Secretaria Municipal de Educação e Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento, juntos desde agosto
de 2003 e preocupados em garantir os Direitos da Criança e do Adolescente, buscam atividades que
possibilitem melhor aprendizagem e produção do conhecimento.
À medida que os atividades vão se formalizando, outras pessoas vão se integrando às ações como a
Secretaria de Saúde, a Secretaria de Obras e grupos locais.
A comunidade abraça toda proposta que venha trazer melhorias para sua região. São parceiros
constantes e fortes.
Realizamos mais duas reuniões para mobilização das comunidades dos bairros da cidade de Araçuaí,
com a presença de mais de 70 pessoas.
Nas comunidades da zona rural, realizamos uma reunião em cada núcleo para fazer a seleção das
mães e jovens, e outra para comunicar que os professores estariam na Faculdade e planejar as
atividades substitutivas para aquelas semanas
20. IMPACTOS
• Índices Qualitativos:
9 A água da região da escola “Felícia Esteves Borges”, na comunidade Bois, apresentou problemas,
nos últimos dias, por contaminação. Muitas crianças de várias localidades contraíram hepatite do tipo
A, inclusive com óbitos de duas crianças. Providências estão sendo tomadas pela Secretaria Municipal
de Saúde .
9 O atraso no início das atividades de Oficinas devido à falta de comunicação eficaz.
9 Falta de água na Escola Municipal “Irmã Maria Gema”, impedindo o uso adequado de banheiros,
cuidados básicos de higiene e regar as plantas.
9 Não adesão de alguns professores à causa do Projeto Araçuaí: de UTI Eucacional à Cidade
Educativa, dificultando o avanço das atividades de aprendizagem.
9 O atraso no início das atividades por motivo de chuva.
9 Estado precário das estradas dificultando o transporte.
Tempo insuficiente para realização das atividades devido à falta de merenda (não é freqüente)
22. DIAGNÓSTICO
Os dados levantados são apenas de quatro núcleos, onde o trabalho está sendo desenvolvido. As
crianças que estão em fase de UTI, para nós, são as que não lêem, não escrevem nem sabem as
quatro operações. As equipes que estão nos núcleos devem direcionar suas atividades , apoio e muita
atenção para essas crianças.
• Matematização
1ª e 2ª séries 08 08 11 27
3ª e 4ª séries 09 06 10 25
5ª e 6ª séries 17 02 11 30
7ª e 8ª séries 01 23 04 28
1ª e 2ª séries 08 09 10 27
3ª e 4ª séries 14 11 00 25
5ª e 6ª séries 20 04 06 30
7ª e 8ª séries 19 00 09 28
• Matematização
• Escrita e Leitura
• Matematização
• Escrita e Leitura
• Matematização
Conteúdos Avaliados:
• Nível 1:
• Nível 2:
• Nível 3:
Estes foram os critérios de avaliação, utilizados para as classificações de acordo com os respectivos
níveis:
Nível 1:
- Conhecer as letras do alfabeto e os números de zero a dez.
Nível 2:
- Alguma dificuldade em conhecer as letras do alfabeto ou os números.
Nível 3:
- Tem dificuldades nos dois conteúdos.
Nível 1:
- Lê e escreve palavras simples .Domina a adição e a subtração.
Nível 2:
- Tem dificuldade em leitura e escrito ou em adição e subtração.
Nível 3:
- Tem dificuldade em leitura, escrita, adição e subtração.
Nível 1:
- Lê e escreve palavras compostas, domina adição e subtração.
Nível 2:
- Tem dificuldade em leitura e escrita ou em adição e subtração.
Nível 3:
- Tem dificuldade em leitura, escrita, adição e subtração.
Nível 1:
- Lê, escreve e interpreta pequenos textos, domina adição, subtração e a multiplicação e a divisão por
números com uma casa decimal.
Nível 2:
- Tem dificuldade em leitura, escrita e interpretação de textos ou em adição, subtração, multiplicação e
divisão.
Nível 3:
- Tem dificuldade em todos os conteúdos.
Nível 1:
- Lê, escreve e interpreta textos, domina a adição, subtração e a multiplicação e a divisão.
Nível 2:
- Tem dificuldade em leitura, escrita e interpretação de textos ou em adição, subtração, multiplicação e
divisão.
Nível 3:
- Tem dificuldade em todos os conteúdos.
Os critérios de avaliação para definir o nível de aprendizagem dos alunos de 5ª a 8ª séries do ensino
fundamental foram os mesmos utilizados na 4ª série do ensino básico, tendo em vista que o domínio
das quatro operações, leitura e escrita são pré- requisitos para a aprendizagem dos conteúdos
curriculares.