O documento descreve como o padre Antônio Vieira organizou um movimento para salvar o jumento da extinção no Nordeste do Brasil. Ele lançou o livro "O Jumento, Nosso Irmão" para conscientizar as pessoas sobre a importância do animal para a cultura e economia local. Seu trabalho levou à criação do Clube Mundial do Jumento e novas leis para proteger o bem-estar dos jumentos. Graças a esses esforços, a população de jumentos está aumentando novamente no Nordeste.
O documento descreve como o padre Antônio Vieira organizou um movimento para salvar o jumento da extinção no Nordeste do Brasil. Ele lançou o livro "O Jumento, Nosso Irmão" para conscientizar as pessoas sobre a importância do animal para a cultura e economia local. Seu trabalho levou à criação do Clube Mundial do Jumento e novas leis para proteger o bem-estar dos jumentos. Graças a esses esforços, a população de jumentos está aumentando novamente no Nordeste.
O documento descreve como o padre Antônio Vieira organizou um movimento para salvar o jumento da extinção no Nordeste do Brasil. Ele lançou o livro "O Jumento, Nosso Irmão" para conscientizar as pessoas sobre a importância do animal para a cultura e economia local. Seu trabalho levou à criação do Clube Mundial do Jumento e novas leis para proteger o bem-estar dos jumentos. Graças a esses esforços, a população de jumentos está aumentando novamente no Nordeste.
GT. FOLKCOMUNICACION MDIA E FOLCLORE O CASO DO JUMENTO PROF. DR. SEBASTIO BREGUEZ UNIVALE, BRASIL E-Mail: breguez@net.em.com.br ou breguez@hotmail.com SITE: www.breguez.jor.br
O jumento, um animal bblico que desde a Antigidade, tem servido
de transporte de cargas e passageiro, estava prestes a desaparecer do Brasil. Ele foi exterminado maciamente no Nordeste brasileiro uma regio desrtica e de muita pobreza pelos grandes frigorficos que utilizam sua carne para fazer salsicha e enlatados. Mas um trabalho inteligente de Comunicao, feito pelo padre Antnio Vieira, de Fortaleza, capital do estado do Cear, evitou que o animal foi extinto no pas. O padre organizou um movimento de defesa do animal, lanou o livro O JUMENTO, NOSSO IRMO para chamar a ateno das autoridades. O livro foi at traduzido para o ingls e publicado em Nova Iorque, com o ttulo The Donkey, our Brother, traduo de Willian Teasdale, presidente de uma ong internacional que luta contra as crueldades contra os animais. O jumento esteve presente, por tres vezes, na vida Jesus: no nascimento, na magendora, na fuga para o Egito, na entrada triunfal em Jerusalem, no domingo de Ramos, conforme nos conta a Biblia. A figura do jumento tambem esta presente no Alcorao, livro sagrado do Islamismo: entre os animais que Maome leva para o ceu esta uma jumenta. No Brasil, o jumento foi meio de transporte importante para o redescobrimento do pais pelos bandeirantes, forcando Portugal e Espanha a romper com o Tratado de Tordesilhas. Tambem foi elemento importante para o fim da Escrevatura, pois, substituiu a forca de trabalho escrava a patir de meados do seculo XIX. E, por fim, o animal assumiu importancia fundamental no Nordeste do Brasil como meio de transporte, como alimento e transporte de cargas pesadas. A populao de jumentos, no Nordeste brasileiro, era de 17 milhes em 1964, passou para oito milhes em 1977, diminuiu para dois milhes em 1981 e agora est perto de um milho. O motivo da matana era para fabricar a vacina anti-rbica, alm de vender sua carne nos aougues como se fosse de boi ou mesmo para servir para fabricao de salsicha e enlatados. Da o movimento do padre Vieira para conscientizar as pessoas da importncia do jegue, que meio de transporte muito usado ali e, principalmente, para carregar cargas.
A idade de vida de um jumento no Brasil de 15 anos, pois utilizado
em trabalhos penosos, com excesso de carga, que esgotam suas energias vitais, enquanto que, em outros pases como a Espanha, a Itlia e o Egito, o jerico chega a viver de 30 a 40 anos. Alm de usado de maneira inadequada, com excesso de peso e jornada de trabalho muita longa, sem a devida alimentao, o animal agora vtima do apetite voraz de grandes frigorficos que o matam em centenas para ter matria-prima para seus produtos. A publicao do livro O JUMENTO, NOSSO IRMO, pelo padre Antnio Vieira foi o piv do movimento contra o extermnio do jegue. O livro foi saudado pela BBC de Londres como o mais completo estudo at agora publicado sobre o jumento. Com isto, o padre conseguiu criar um movimento cultural, a nvel de Brasil, conhecido como o ciclo do jumento. Surgiram a as msicas, literatura de cordel ( um tipo de literatura popular muito usada pelas camadas pobres da regio do Nordeste brasileiro, mas de grande expresso literria ), farto material na imprensa, poesias, estudos sociolgicos, econmicos e at mesmo de zootecnia. Alm de motivaes variadas de artesanato, festas folclricas e at seriados de TV. O ponto culminante foi a criao do CLUBE MUNDIAL DO JUMENTO, reunindo jornalistas, professores universitrios, intelectuais e cantores de renome, com repercusso at no exterior. Com todo este movimento, as autoridades brasileiras acionaram os Servios de Defesa Sanitria para impedir a matana indiscriminada do jegue pelos grandes frigorficos. S esto permitindo a utilizao de jumentos invlidos... Mas a brutalidade ainda continua, a populao de jegues est diminuindo. Chega-se at a quebrar as pernas do animal ou a perfurar o tero das fmeas para mostrar ao fiscal do governo que o jumento invlido. O jumento hoje mais respeitado pelo homem nordestino e ganhou at legislao trabalhista. Ele talvez o nico animal do mundo a ter horrio de trabalho definido por lei. No Nordeste brasileiro, em geral, o jegue no pode carregar cargas depois das 18 horas, ou seja, proibido utilizar o animal para trabalhos noturnos. Tambm no pode trabalhar aos sbados depois do meiodia, a ele assegurado o repouso de fim-de-semana para recuperar as energias gastas. Se o proprietrio do animal infringe a lei, toma multa e pode ser at preso. E o animal tem at aposentadoria... Assim, hoje para quem viaja para o Nordeste que tambm uma das regies das praias mais bonitas do pas e com paisagens paradisacas v-se com mais freqncia jumentos pastando pelos campos ou em bandos beira das rodovias. Foi feito documentrio para a TV, que tem sido exibido com freqncia nas televises educativas da regio, buscando sensibilizar o povo no trato mais humanizante do jegue, seja no trabalho como na alimentao. O objetivo prolongar a vida do animal e aumentar a sua capacidade produtiva.
Afinal, o jumento um dos smbolos fundamentais da cultura
nordestina. Muito contribuiu para a economia como meio de transporte domstico, para carregar cargas e tambm na alimentao do homem desta regio. O jumento para o nordestino o mesmo que o camelo para o rabe ou o beduno do deserto. E foi salvo pela estratgia de Comunicao usada pelo padre Vieira para chamar a ateno da Opinio Pblica para o problema. () O Prof. Dr. Sebastio Breguez coordenador do Curso de Turismo da UNIVALE Universidade Vale do Rio Doce, em Minas Gerais, Brasil. Tem mestrado e doutorado com o Prof. Dr. Abrahan Moles, na Frana, em Cincias da Comunicao. Editor do JORNAL BRASILEIRO DE FOLKCOMUNICAO, da Rede Folkcom da Ctedra Unesco de Comunicao da UMESP. membro da Comisso Mineira de Folclore e do Comit de Folklore da OEA. Foi Coordenador do Centro de Cultura Popular da Universidade Federal de Viosa.