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universais humanos no qual todo humano teria dois egos, o emprico, que
testemunha do mundo como se apresenta; e o ego transcendental, o qual escapa
da empiria, da mera experincia.
O modo crtico de ver o mundo em relao ao homem visto por mim como o
grande legado de Husserl para os autores que vieram em seguida, tal como
Merleau-Ponty, autor que liga a intencionalidade da conscincia ao corpo. A
conscincia a percepo do mundo. A percepo tem uma fundamentao
fisiolgica, mas anterior a isso, ela o campo da singularidade, cada humano um
corpo sensorial nico.
Este modo de compreender corpo, o afasta de qualquer noo de estmuloresposta, o corpo no um autmato, ele reage a uma constelao de estmulos e
no a um elemento isolado. Nos ajuda a cindir com a dicotomia moderna entre
corpo e mente, entre a razo e o sensvel. Uma frase da professora Ana Lcia meu
auxiliou a perceber esta ciso, que : h razo no sensvel e h o sensvel na razo.
Indicando que o empirismo e o racionalismo no precisam excluir-se mutuamente.
A nfase na percepo dada por Merleau-Ponty tambm nos cara por diminuir o
psicologismo em torno da conscincia, visto que ilumina o corpo e a existncia,
dito de forma mais clara, a subjetividade tem um corpo e uma histria. Nesse
caminho, Merleau-Ponty fala de uma conscincia perceptiva e pr-reflexiva, vale
ressaltar que num primeiro momento, sempre o que encontramos no um outro
sujeito, mas uma sensibilidade.
Mas, do que falamos ao falar de um corpo sensvel? O corpo metafsico o corpo da
mensurao, do controle e predio, visando a explicao. um corpo material, da
biologia e da fisiologia. um corpo que lida com o tempo cronolgico e o espao.
Merleau-Ponty e sua fenomenologia da percepo nos fala de outro corpo, o corpo
vivido, um corpo encarnado. O corpo vivido se processa num campo cognitivo,
vivencial e perceptivo, situado num tempo e espao experiencial, o qual capta e
compreende o mundo pela sensorialidade.