Você está na página 1de 7

Partidos Políticos

Um partido político é um grupo organizado formal e legalmente, com base em


formas voluntárias de participação, em uma associação orientada para
influenciar ou ocupar o poder político em um país determinado.

Origem dos partidos políticos

Na Grécia e Roma antigas dava-se o nome de partido a um grupo de


seguidores de uma ideia, doutrina ou pessoa, mas foi só na Inglaterra, no século
XVIII, que se criaram pela primeira vez, instituições de direito privado, com o
objectivo de congregar partidários de uma ideia política.

De facto, a ideia de organizar e dividir os políticos em partidos alastrou-se


muito no mundo todo a partir da segunda metade do século XVIII, e sobretudo
depois da revolução francesa e da independência dos Estados Unidos. Até
porque, a partir daí, a própria percepção da natureza da comunidade política se
transforma dramaticamente.

“Muita gente ignora, mas os conceitos por traz de alguns termos usados
podem trazer elucidação a muitas situações quotidianas sem que nos demos
conta disso. (…) As denominações de Esquerda, Direita ou Centro nasceram com
o advento da Revolução Francesa (1789 -1799) e correspondiam à posição
geográfica em que se sentavam as principais correntes políticas da época no
chamado “Estados Gerais”, a sua Câmara Legislativa ou Plenário, como queiram.

No tal Plenário, à direita se sentavam os Girondinos, grupo extremamente


conservador, sua luta era a de manter seus privilégios e impedir que a classe
baixa chegasse ao poder, não pretendiam grandes reformas, apenas não
estavam interessados em modificar a estrutura vigente, especialmente se para
isto tivessem que fazer concessões aos necessitados das classes mais baixas.
Não preciso dizer, estes eram os integrantes da alta burguesia.

À esquerda do Plenário sentavam-se os Jacobinos, indivíduos identificados


com o povo, trabalhadores da classe mais baixa e integrantes da baixa
burguesia, lutavam por uma ordem mais justa ou simplesmente para ter o que
comer, brigavam por reformas que lhes permitissem avanços sociais e
económicos ou simplesmente pelo direito de se fazer ouvir, coisa difícil para
quem não nasceu em berço de ouro e por isso eram chamados de agitadores e
radicais pelos integrantes da direita.
No centro tínhamos uma composição um pouco variada, gente da baixa,
média e alta burguesia ou alguns aristocratas. Sem uma posição bem definida
iam conforme o vento para não se exporem e nesse contexto acabavam por ser
também um tanto conservadores.”

Doutrina Comunista: A doutrina comunista apresenta numerosas variantes,


todas elas preconizando a abolição da propriedade particular e a apropriação e
comum de todas as coisas que satisfazem, directa ou indirectamente,
necessidades humanas. O objectivo do comunismo é atingir assim a mais ampla
igualdade entre os membros da sociedade. Pressupõe que a eliminação de toda
e qualquer desigualdade (pelo menos no que se refere ao bem-estar material)
também leve ao desaparecimento do antagonismo entre grupos e classes
sociais.

Desde a sua difusão, o comunismo marxista-leninista recebeu oposição,


tanto da esquerda quanto da direita política. Vários críticos atribuem ao
comunismo episódios de violação de direitos humanos observados durante o
século XX, como o genocídio ucraniano na União Soviética ou o massacre de um
quarto da população do Camboja sob o regime de Pol Pot. Há críticas ainda ao
funcionamento da economia comunista, considerada por Mises ineficiente e por
Hayek inevitavelmente ligada à tirania.

As principais críticas ao comunismo assentam essencialmente na ideia de


que quanto maior é a intervenção do Estado, mais negativa é. Porque:

* Interfere com a liberdade individual e livre iniciativa das pessoas e


empresas, que são quem sustentam involuntariamente o Estado através dos
impostos e taxas;

* Ao deslocar recursos dos mais produtivos para os menos produtivos,


retirando produção aos primeiros para alocar aos segundos, o Estado contribui
para uma diminuição da eficiência global do sistema económico e social. Isto
porque é intuitivo que a pessoa que não vê uma recompensa maior pelo seu
esforço, tem tendência a produzir menos, dessa forma todos ficam mais pobres.

Partidos e Movimentos Políticos

3ª. República
Com representação parlamentar.

Partido Socialista (PS)

Orientação política de esquerda. Social-democrata

Foi fundado em 1973, mas a sua origem remonta ao final do século XIX,
tendo sido dissolvido nos anos 30, durante a ditadura (1926-1974). O PS
assume-se como um partido de esquerda, herdeiro dos velhos ideais
republicanos, mas também dos ideais de solidariedade social que foi apanágio
dos partidos socialistas europeus (social-democratas). Hoje o que une os
socialistas é mais amizade e a ligação a certos líderes, do que as suas afinidades
ideológicas. A produção teórica é mínima.

Após o fim da ditadura, o PS salientou-se pela forma como se opôs em


1974-76 ao PCP, na defesa de um regime democrático de características
ocidentais, assim como na integração de Portugal na CEE (actual União
Europeia). O seu líder histórico é Mário Soares e actualmente é liderado por José
Sócrates, que é também o primeiro-ministro.

Secretários-gerais: Mário Soares (1973-1985), Vítor Constâncio (1986-


1988), Jorge Sampaio (1988-1991), António Guterres (1989-2001), Ferro
Rodrigues (2002-2004), José Sócrates (2004).

.
Partido Social-Democrata (PSD)

Orientação política de centro-direita. Liberal.

Foi fundado em 1974 por um grupo de deputados afectos à "Ala Liberal" da


Assembleia Nacional, formada durante a última fase da ditadura.

É um partido social-democrata, centrista. O PSD assume-se como um


partido sem ideologia explícita. É liberal, embora com algumas preocupações
sociais. Afirma-se como um partido reformista, centrado na resolução dos
problemas concretos do país (pragmatismo).

No caso português, combateu o colectivismo económico e os movimentos


totalitários marxistas, subsequentes à Revolução de 25 de Abril de 1974. Entre
os líderes históricos encontram-se Francisco Sá Carneiro, pela forma como
combateu a preponderância dos militares na vida política portuguesa, Francisco
Pinto Balsemão e Aníbal Cavaco Silva, quando o país conheceu um forte
crescimento económico (1986-1995).

Tem alternado com o Partido Socialista na chefia dos destinos do país, ora
sozinho ora em coligações, por vezes coligado com o Partido Popular. Durante
alguns curtos períodos formou com o PS um "Bloco Central". Tem maior apoio no
norte.

Presidentes: Sá Carneiro (1974-1976,1979), Sousa Franco (1978), Menéres


Pimentel (1978), Francisco Balsemão (1981-1983), Nuno Santos (1983), Mota
Pinto (1984-1985), Cavaco Silva(1986-1995), Fernando de Nogueira (1995),
Marcelo Rebelo de Sousa(1996-1998), Durão Barroso (1998-2004), Santana
Lopes (2004), Marques Mendes (2005), José Filipe de Menezes e Santana Lopes
(2007), Manuela Ferreira Leite (2007-2009).

.
Partido Popular (CDS/PP)

Orientação política de direita. Populista-liberal.

Fundado em 1974, o CDS é o partido mais à direita do Parlamento. Durante


duas décadas foi o partido por excelência dos antigos apoiantes da ditadura
(1926 - 1974).

O CDS-PP assumiu-se inicialmente como um partido democrata-cristão,


defendendo uma visão conservadora da sociedade portuguesa. Tendo como
pilares a defesa dos valores tradicionais de família e ao mesmo tempo a
economia de mercado, o CDS é um partido que tem a sua base de apoio na
classe média, principalmente nas regiões rurais a norte do país. Com Paulo
Portas, assumiu-se com um partido "popular" revelada pela preocupação com os
pobres, "liberal" em termos económicos e "conservador" nos valores.

Presidentes: Freitas do Amaral, Francisco Lucas Pires, Adriano Moreira,


Manuel Monteiro, Paulo Portas, Ribeiro e Castro e de novo Paulo Portas.
Partido Comunista Português (PCP)

Orientação política marxista-leninista

Fundado em 1921, é o partido mais antigo e com a história mais longa em


Portugal.

Fundado enquanto secção da Internacional Comunista, tornou-se na


referência ideológica do operariado. Depois da ascensão da ditadura militar e
mais tarde do regime ditatorial de Salazar, passou a trabalhar na clandestinidade
e funcionou durante décadas como a única força organizada de resistência ao
regime, apesar das vagas de repressão. Possui.

A sua influência social é muito grande entre 1974 e 1976, quando empurrou
os militares para a criação de um regime socialista pro-soviético em Portugal.
Actualmente representa cerca de 10% do eleitorado, na sua maioria de elevada
idade. Manteve-se fiel à sua ideologia mesmo após a queda do muro de Berlim
(1989), que conduziu à derrocada da antiga União Soviética (URSS), o seu
principal apoio externo.

O PCP continua a afirmar a sua vocação histórica de partido dos


trabalhadores e desfavorecidos. A sua influência nos sindicatos, nas autarquias
no Alentejo e na cintura industrial à volta de Lisboa chegou a ser enorme.

Secretários-gerais: Alvaro Cunhal, Carlos Carvalhas, Jerónimo de Sousa.

* PEV - Partido Ecologista "Os Verdes" - Fundado em 1982, concorreu


sempre em coligação com o PCP na Coligação Democrática Unitária. Apesar de
ser um partido com uma reduzida influência social, tem um grupo parlamentar
de dois deputados e conta com uma intervenção nas áreas do ambiente e da
ecologia.
Bloco de Esquerda

* BE - Bloco de Esquerda – Foi fundado em 1998 depois da fusão entre o


Partido Socialista Revolucionário (PSR) (trotskista), União Democrática Popular
(UDP) (marxista-leninista-estalinista), o Política XXI (PXXI) (marxista-leninista) e a
Frente de Esquerda Revolucionária (Ruptura/FER) (trotskista). A UDP era a
principal força política que constituiu esta organização. Formada em 1974,
agrupava então elementos maoistas, estalinistas e outros (chegou a ter
representação parlamentar). O PSR era um minúsculo partido trotskista, ligado à
IV Internacional. A Política XXI era formada por ex-militantes do Partido
Comunista Português e de outras organizações da sua área de influência

O Bloco de Esquerda assumiu-se como um movimento de ruptura dentro do


panorama político português. Abordando questões fracturantes, como os direitos
dos homossexuais ou a despenalização das drogas leves, o partido cresceu,
sobretudo nos meios urbanos. O Bloco não advoga nenhuma revolução, mas
apenas profundas mudanças no sistema capitalista. Entre as suas causas mais
emblemáticas está a exigência de um maior rigor fiscal, maior responsabilidade
social das empresas e a denúncia situações de incompetência e corrupção no
Estado e nos aparelhos partidários.

Nos últimos anos, perdeu uma parte do verbalismo que o caracterizava e


aproximou-se mais do perfil dos partidos tradicionais. Apesar de não se assumir
como líder, Francisco Louçã é a figura mais destacada do partido.

Você também pode gostar