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Como o fazer lacónico ao grande alvorecer da guarda.

Os ecos que chegam,


(forço uma interpretação),
escuto em silêncio,
e por vezes parecem cores,
o saber que possa,
ler em tais sinais,
profundo que faz silêncio,
nestas horas que sustento,
em passada mais firme,
e tal dia - guardo-me
de tais figuras - são
ora um vento e a sombra,
e por nada desse engano.

Ouço os ecos, as ondas.

*
silêncio vias
mais que os corpos
do dia
sóis volúveis
véus em cadência de
verso e arco
em cima dos rios,
como as cigarras
em repasto
salva os silêncios,
todos os filamentos da montanha,
(as sombras do rio
que passa,
fugas da labareda azul),
na tarde e a manhã
toda terras
do coração visceral
rasga, por ti,
toda a extensão do corpo mais largo.

*
agora não tem cor,
a respiração compassada,
da vida pela vida,
um, tem destas coisas,
na metáfora ou a vida
da suspensa frase
e o resto apenas fica sabor,
rasgo simples ;
qual a coisa - palavra.
*
Frio, sinais, verdade,
interesse e nada mais
iluda o sentir mesmo.

Rio, lar, alto,


rebento, e tu,
num instante,
perturbas-me.

*
preenche o tempo,
a sucessão deste olhar,
qual negro instante,
do rápido mundo,
signo doutra noite,
a chegar regresso,
ao fim duma voz,
do corpo e os olhos,
calmos poisos,
da veste em azul,
igual no peito,
em assinaturas do tacto,
doce, olhar silêncio,
feito e suspenso,
oração do beijo,
e a voz junto, a noite
cai ... seja-lhe o sonho.

*
os olhos abrasivos,
avançam raios do aço,
tomado ao azul,
no céu suspenso,
um minuto, (raptado
ao rumor), vibra
essa presença, perto,
o cair da chuva.
(num repente).
que clama aos olhos,
as peças do troar,
no rasgado olhar a fundo.

Outro dado da informação notável.


Certo, um, dois, três, talvez em causa de dúvida.
Meios de toda uma concepção manifesta.
Que esquece o activo da resposta.
No silêncio da acção e a não indicar.
O sinal de fundo que não cabe na palavra
Por palavras e fragmentos, danças da combinatória.

*
voz que soa, palavras
sobre a folha branca,.
cada palavra, e todas
as palavras, restos
do engano e matéria
no instante e a vida
em artes e letras
na forma do fulgor
dum assento de fundo,
ideias, longas melodias,
ritmos de um verbo,
e mais do que dizer a forma,
trabalho.

*
as águas em petrificada queda,
(o momento é não pensar),
corridos cercos da manhã cálida,
(sucessivo ponto manifesto),
que cai a noite e cedo os dias
em chuva e récitas do som,
(promessas e soltas sensações),
dos nomes, (palavras ao acaso),
como a luz da face e não fica
o encanto, corpos o teu, os dias assim.

*
O profuso da cor,
os interlúdios secretos,
a música e o silêncio,
a terra firme e o corpo tecido
a passo imóvel de todos os mundos,
o vento bate nas margens,
as folhas do rio.

*
os negros lagos,
as tranças do teu cabelos em trigo,
tolhem lágrimas,
o longo beijo,
na manhã dos teus olhos.

*
cantos e palavras loucas,
(gritos da noite)
deixara o silêncio
o lugar nu,
na cor das terras,
cantos ao ar da noite,
a multidão a passos de luz,
(íntimo luar do sonho),
cresce na face da tua pele,
eu, já não sei.

*
era já noite,
as mãos nas palavras
pausadas do três
fulgor da vida
ao acaso das soluções,
avança o aí sim,
nos dias que o sorriso não deixa

*
riscos ao acaso,
o pacto garante o som
na linha
vã,
raio,
nó,
palavra que diz,
leque,
avanço,
um gesto eleganto,
o sono lento,
e as graves cordas,
fio, o sorriso,
em mais protesto as laminuras da sombra ;
que sempre recorre,

assina,
som.

Chuva. Rápido corcel a ti chega marcas do rubor nos lábios.


Frios. A cinza em canto ao longe. O pó na estrada liba todos os teus tormentos.
Enquanto penso. Enquanto penso.
Não quero saber das memórias destas escritas.
Sobre o campo o rosto sinto ao encontro um dia escuro.
E o que fica na chuva acorda os sentidos. Afagam. As sombras no teu regaço.
Das últimas tentações em vida mais que condição de não ter.
Como um sono. Enxurradas do dia. Amargo da distância.
Por fim no dia a desconhecer. Fugaz. A única música que tomara tal entrada.
Rios da luz que jorram cintilar gritado ao longe.
Aguardo. O Correr das águas solta os impropérios da luta. Tão longe. Tão perto.

*
quando a vida
do ficar faz o canto,
em salto,
o grito faz,
cuidado em sobranceria da matéria mais que nova,
e mais rápido o trovão bem via,
que não era de mais,
e por mim, não guardava tantas palavras.

*
estações do tempo,
o instante e a névoa
um sabor quente,
os apressados passos,
as carruagens,
os dentes cerrados,
olha o vapor,
e as abertas paisagens,
dos céus ao fim do dia,
que raptara-te a perdição
entre a manhã e a noite,
e em vão cantara
o que não vale o canto das montanhas,
sôfrega vida,
as células imóveis,
o bem quero, o adeus.

solfejo de exaustão,
em languescência,
nas entranhas do trabalho,
e qualquer ritmo das manifestações,
do sangue imaculado,
aos meios da parte perdida
- depende de como leio os assuntos -
em lastro de todas as coisas,
estilizado dos mais olhos,
e mais olhos que tudo
que possa dizer,
na sombra dessa façanha,
do avanço e da fúria,
do fazer das atenções,
no canto da tarde acesa,
em soltos murmúrios,
das sebes desabitadas,
nos dias de inverno,
por gládios à força,
manejados com distinção,
e cadências roucas,
saltos de mão firme
e sumidades celestes,
o sangue aos saltos,
nos pisos térreos,
dos traços firmes,
e num correr alado,
das sonolências calmas,
que nada mais tomam,
das sombras últimas,
nos campos das lunas.

Afim.

Suspendem-se as palavras sem fim,


Falta o interlúdio, fio dessas causas,
Suspendem-se as imagens sem fim,
Apenas ocorres, o fim destas causas.

Nuno Rocha09

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