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autor ou de lhe causar dano moral). No entanto, a postura da pessoa pblica deve
contribuir para analisar-se adequadamente os limites para que tal caricatura seja
considerada legtima, e no presente caso no havia compatibilidade entre a
personalidade discreta do autor e a imagem propagada pelo programa de televiso. O
que se verifica, ento, seria uma verdadeira e deliberada agresso contra o indivduo,
de forma verdadeiramente hostil (pseudo-humorstica), tendo sido vulneradas ambas
as facetas da honra do autor, objetiva e subjetiva.
A questo no se trata, como bem apontado pela Desembargadora, de
avaliar a qualidade do quadro humorstico, visto que de fato a liberdade de expresso
no est condicionada opinio do julgador, mas sim de aferir se houve violao dos
direitos da vtima sob sua prpria perspectiva, no podendo a liberdade de imprensa ser
exercida em desrespeito ao cidado que, mormente pessoa pblica, foi submetido ao
ridculo. Verificou-se, portanto, que a deciso do juzo a quo partiu de uma interpretao
assistemtica da constituio, a qual entenderia que a ofensa, desde que manifestao
da liberdade de expresso e pensamento, estaria autorizada.
O juzo ressalta, por fim, que no se constitui qualquer censura prvia:
como h haviam sido veiculados os atos ofensivos, o que se busca impedir sua
perpetuao. Condena, ento, a r a abster-se de perseguir ou assediar o autor, de exibir
as imagens, sob pena de multa, bem como retir-las da internet, e a pagar R$ 100 mil a
ttulo de compensao por danos morais.