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ÂNGELO ANTÔNIO LEITHOLD

PLASMA IONOSFÉRICO

CURITIBA
1987
RESUMO

O plasma pode ser definido como um gás constituído por partículas


carregadas livres (Íons) com uma dinâmica própria que apresenta efeitos no todo,
estes são dominados por interações eletromagnéticas, cujo alcance é bastante
longo no meio. Tasmbém pode ser definido como um estado de agregação da
matéria, cujas características são diferentes do estado gasoso, pois neste não
existem efeitos coletivos. O plasma contém uma quantidade iônica equilibrada, ou
seja, igual número de cargas positivas e negativas, assim, a carga total do sistema
pode ser considerada nula, o que configura uma neutralidade global. Dependendo
de certas condições em sua formação e composição, o plasma pode ser instável,
chamado também de 'não neutro'. Um exemplo seria o fluxo de elétrons dentro de
um acelerador de partículas, que requer um confimnamento externo para vencer
as forças eletrostáticas de repulsão.Assim, podem existir diferentes cargas no
interior de um plasma, elétrons, íons positivos (Cátions) e íons negativos (Ânions).

No caso da Ionosfera, a formação do plasma ionosférico é devida à


absorção do extremo ultravioleta solar, raios X, e íons provenientes do Sol, além
de influências do campo magnético da Terra. Isso faz a ionosfera se dividir
basicamente em três camadas eletrônicas, onde a densidade de elétrons varia
conforme sua natureza física. Essas camadas têm algumas particularidades que
influem diretamente nos meios de comunicações, e no clima eletromagnético e
espacial planetário.
PLASMA IONOSFÉRICO by LEITHOLD, ANGELO ANTONIO is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Vedada a Criação de Obras Derivadas 3.0 Brasil License.

IONIZAÇÃO DA ATMOSFERA SUPERIOR

Figura 1 : Esquema das camadas ionosféricas (Fonte: Adaptado por Angelo Leithold da NASA)

O Plasma Ionosférico e integrante da Ionosfera, que é a parte da atmosfera terrestre


ionizada permanentemente devida à fotoionização provocada pela radiação solar. Está
situada entre a mesosfera e a exosfera, e se estende dos 50-80 km de altitude até 500 – 700
km. Na sua porção superior, a Ionosfera pode se fundir com a magnetosfera. Nos períodos
de forte atividade solar, as temperaturas dos íons podem chegar facilmente a 1.800 K. Os
gases absorvem as radiações solares de menores comprimentos de onda, os Raios X e Raios
Gama assim iniciando o processo de formação do plasma por ionização. Dentre as
propriedades da região, uma das principais é a reflexão das ondas de rádio que são emitidas
desde a superfície terrestre. O plasma ionosférico se divide, conforme já relatado
anteriormente, por camadas ou regiões, estas diferem segundo a composição de cada região.

Dentre as divisões do plasma iônico da atmosfera superior, na região mais próxima


do solo está a chamada 'Camada D', esta se situa entre os 50 e 80 km de altitude. À noite
praticamente se atenua de tal maneira, que deixa de absorver as ondas de rádio, que por ela
passam sem dificuldade neste momento; assim, o plasma local não tem influência sobre a
propagação de radiofreqüência. Imediatamente acima da camada D, ocorre uma outra
região, chamada cmada 'E', cujo comportamento é diferente da camada D. A 'capa' E, como
também é chamada, se estende de 80 km até 140 km. Nela a condutividade elétrica do
plasma aumenta substancialmente, esporadicamente, o plasma permanece ionizado por mais
tempo (após ao pôr do Sol). Neste caso, a região é denominada "E esporádica", podendo
haver neste processo uma divisão em cascata da camada, esta divisão pode inclusive gerar
uma sub-divisão, neste caso a camada E permanece embaixo, e a camada E Esporádica, em
cima, praticamente fundindo-se com a terceira camada de plasma ionosférico, chamada
'camada F'. Esta é subdividida em outras duas capas iônicas, a mais prócima da capa E é
chamada de F1, a mais acima, de F2.

A camada F1 também possui (Embora raramente) um pico esporádico, que devido


ao seu comportamento iônico, pode fazer parte da família F, ou da famíla E, dependendo das
condições do plasma. É na região F2 que se encontra a maior concentração iônica, portanto,
onde o plasma ionosférico é mais concentrado, é caracterizada por ionização atômica que
produz igual número de elétrons e íons atômicos positivos.

Também, pode ocorrer o fenômeno da luminescência, este causado pela ressonância


do plasma, inclusive durante o dia, onde é chamado de airglow, ou 'aeroluminescência'.
Durante a noite, chama-se de "nightglow", ou luminescência noturna. Ambos fenômenos
são de resultantes iguais, porém suas causas são semelhantes, complementares. O primeiro
tem ação direta da luz solar no comprimento de onda ultravioleta, e dos raios X incidentes,
participando ativamente na excitação do meio plasmático. O segundo, por ocorrer à noite,
não tem estas componentes, sua origem se deve ao fato dos átomos ou moléculas excitadas
pela radiação solar durante o dia acumularem energia que vai sendo liberada durante a noite,
interagindo com o campo magnético da Terra.

A Aeroluminescência, ou quimiluminescência é o fenômeno da luminescência na


atmosfera diurna; é causada pela emissão de fótons pelos átomos ou moléculas, em especial
de oxigênio devido à ocorrência de processos competitivos de desativação colisional
(quenching) e de decaimento radiativo quando os átomos de oxigênio entram em
ressonância. Uma vez ressonando, estes são excitados por processos de recombinação de
moléculas dissociadas, que foram produzidas pela absorção da radiação ultravioleta e raios-
X, daí a emissão de fótons; ocorre durante o dia.

A luminescência noturna é confundida muitas vezes com as auroras, que ocorrem


em altas latitudes e surgem a partir da interação do campo magnético polar terrestre com o
vento solar. Ela é conseqüência da aeroluminescência, devido ao acúmulo de energia
durante o dia.

Durante a noite ocorrem as emissões do oxigênio atômico, molecular, da hidroxila,


do sódio, entre outros. Estas emissões chegam a intensidades que variam entre 100 e 200
Rayleigh (unidade normalmente usada em aeronomia), a emissão ocorre a 98 km de altitude
aproximadamente. O oxigênio excitado é o responsável pela emissão, sua intensidade
luminosa é o dobro da estelar.

Quanto aos fenômenos das Auroras, historicamente há relatos anteriores a


Aristóteles, este é considerado o primeiro a observar e sistematizar o fenômeno da
luminescência atmosférica. Mas foi Galileu Galilei quem batizou o fenômeno de aurora, e
mais tarde, Elias Loomis notou, quando estudava as erupções solares, que sempre após a
ocorrência destas havia o que ele chamou de 'anomalias luminosas nos gases da alta
atmosfera terrestre', entre um a dois dias depois da ocorrência.

Edmond Halley foi o primeiro a perceber que auroras são fenômenos de


luminescência atmosférica, associados à atividade solar e às interações entre o campo
geomagnético e eletromagnético da Terra, ou seja ou seja, havia algum elemento da alta
atmosfera sensível às interaçõesTerra-Sol.

Com a descoberta do vento solar, e que este traz prótons, elétrons e nêutrons que
interagem na alta atmosfera, foi possível relacionar que são responsáveis pelos fenômenos
da luminescência atmosférica.

A prova definitiva da existência do plasma atmosférico ocorreu em 1958, através de


instrumentos montados no satélite Explorer 1, estes mediram partículas viajando a 389 km/s
e, quando aprisionadas pela Terra e seu campo eletromagnético, aceleraram-se, emitindo luz
ao interagir com o oxigênio, nitrogênio e outros elementos presentes na alta atmosfera, que
formam o plasma atmosférico, entre 100 e 300 km de altitude.
BIBLIOGRAFIA

Corum, J. F., and Corum, K. L., "A Physical Interpretation of the Colorado Springs Data".
Proceedings of the Second International Tesla Symposium. Colorado Springs, Colorado,
1986.

Yenne, Bill (1985). The Encyclopedia of US Spacecraft. Exeter Books (A Bison Book),
New York. ISBN 0-671-07580-2. p.12 AEROS

Tesla, Nikola, "The True Wireless". Electrical Experimenter, May 1919.


HISTÓRICO DESTE TRABALHO

© 1987 - Ângelo Antônio Leithold .


Artigo atualmente encontra-se depositado em: http://sites.google.com/site/reflexaoionosferica/

Este Trabalho foi datilografado em 1987 algumas figuras foram inseridas a posteriori. Por não
dispor de espaço para publicá-lo, o liberei para a wikipédia no seguinte endereço:
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Plasma_ionosf%C3%A9rico&oldid=227826
Parte deste artigo foi utilizado antes disto para escrever um estudo sobre antenas, publicado em
1999 que está no endereço:
http://www.angeloleithold.hpg.com.br/ciencia_e_educacao/6/index_pri_1.html,
na página: http://www.angeloleithold.hpg.com.br/ciencia_e_educacao/6/index_int_3.html.
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© 1987 Plasma Ionosférico by Leithold, A. A.

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