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A divulgação dos arquivos da repressão tem uma inegável ressonância social e política, o
que aumenta sobremaneira a responsabilidade das instituições arquivísticas, como o
Arquivo Nacional e os arquivos públicos estaduais, na gestão e na preservação adequada
de tais conjuntos. O papel destes conjuntos não se esgota apenas no conhecimento de
nossa história recente – o uso administrativo das informações que encerram tem permitido o
exercício de direitos individuais e coletivos como, por exemplo, a concessão de
indenizações a vítimas da repressão ou a seus familiares.
O Brasil possui um dos maiores acervos arquivísticos de polícias políticas, gerado pelos
órgãos e entidades federais ou estaduais que integraram, direta ou indiretamente, o Sistema
Nacional de Informações e Contrainformação (SISNI), cujo órgão central era o Serviço
Nacional de Informações (SNI). Os arquivos dos DOPS ou DEOPS nos estados foram,
progressivamente, recolhidos aos arquivos estaduais durante a década de 1990.
O governo de São Paulo, por meio de uma resolução da Secretaria de Cultura do Estado,
determinou que se desse pleno acesso a quaisquer informações, inclusive sobre terceiros, a
pessoas cadastradas, mediante termo de responsabilidade pelo uso da informação contida
nos acervos de polícia política do Arquivo Público do Estado de São Paulo. Até o presente,
tal prática não resultou em ação alguma contra o governo paulista por terceiros que se
julgassem atingidos em sua intimidade, vida privada, honra e imagem pela liberação de
documentos nos quais estivessem referidos.