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O assédio moral é algo que, além de atacar a dignidade da pessoa, fere totalmente o conceito
de bem-estar (saúde). Tal conceito é formado pela seguinte união: bem-estar físico, psíquico e
moral. Essa união deve estar em perfeita harmonia para que a pessoa possa usufruir de plena
saúde.
Outra dificuldade apontada está no fato de “a Administração Pública sempre negar a prática
do assédio moral”, afirma Guevara, a partir dos estudos da escritora Marie France Hirigoyen
(pesquisadora francesa, psiquiatra, psicanalista).
Por tudo isso, o assédio moral fica caracterizado como uma forma de violência no ambiente de
trabalho que visa discriminar, constranger e fazer com que o trabalhador renuncie o emprego.
Tanto a freqüência repetitiva quanto a intensidade do ato podem ser caracterizados como
formas de assédio moral.
Nas palestras, foi destacado o grande avanço nas relações jurídicas a respeito de processos
trabalhistas, nos quais tem havido o favorecimento do empregado no que diz respeito ao ônus
probatório. “Quem deve provar que não está assediando é o empregador”, ou seja, faz-se a
inversão do ônus da prova a favor do trabalhador. Ao final, Guevara ressalta que a
regulamentação jurídica servirá como mecanismo para provocar a paz social no ambiente de
trabalho.
Após avaliar o conteúdo referenciado, fica demonstrado que a prática do assédio moral no
ambiente de trabalho desencadeia diversos males tanto para os trabalhadores quanto para o
meio social. Uma vez que o servidor público é o elo de ligação entre as políticas públicas e a
sociedade. Enxergando a Administração Pública como algo único e indivisível, conclui-se que o
assédio moral no ambiente de trabalho praticado por agentes públicos torna-se um ataque ao
próprio corpo estatal. Uma vez que, segundo Maria Silva Di Pietro (2004. p302), os atos dos
agentes públicos expressam a vontade do Estado.
Para expressar com clareza as relações dos agentes públicos com o Estado, fazem-se as
palavras de Celso Antonio Bandeira de Melo (1975. p6), que classifica tais agentes em três
categorias: Agentes políticos; servidores públicos e particulares em colaboração com o poder
público. Ou seja, no que versam as relações entre os servidores que exercem atividades
exclusivas de Estado e o Estado propriamente dito, de acordo com o direito administrativo e
Constituição de 1988 - emenda: nº. 19/98, estas, sistematizam o princípio da isonomia que
garante a igualdade de direitos e obrigações nas relações funcionais do Estado. Isto significa
que, tais princípios refletem exclusivamente o que o artigo 5º da Constituição vigente garante
aos cidadãos brasileiros sem excluir as classes de trabalhadores.
Conclui-se que, apesar da Administração Pública ainda não encarar o assédio moral no
ambiente de trabalho como uma forma de violência ao trabalhador e conseqüentemente, uma
disfunção administrativa, percebe-se um grande avanço no seu diagnóstico por parte dos
trabalhadores. Sendo detectado e encarado como uma forma de violência à dignidade humana
e desrespeito ao interesses sociais.
Nota:
O conteúdo aqui descrito é destinado a estudantes, pesquisadores e a todas as classes de
trabalhadores do setor público e da iniciativa privada.
O autor:
SENA, Junio Luis Ferreira. Graduando no curso de Gestão de Segurança Pública no Centro
Universitário de Belo Horizonte – UNIBH, servidor público estadual e pesquisador.
Referencias:
DI PIETRO, Maria Silvia Zanella. Direito Administrativo. 17. ed. São Paulo: Atlas, 2004. 497p.
MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Apontamentos sobre os agentes públicos. São Paulo: RT
1975.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: Atualizada até a
Emenda Constitucional nº. 57, de 18.12.2008. Brasília.