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Em 1995, na primeira Bienal de Arte do Mercosul, o uruguaio Luis Camnitzer era um dos
expositores. Este ano, ele vem a Porto Alegre como curador pedaggico do evento, que
rene os principais nomes da arte contempornea dos pases do Cone Sul.Nesse posto,
se imps uma misso: fazer da mostra - que vai de 1o de setembro a 18 de novembro - a
primeira a levar os freqentadores a serem tambm artistas, em vez de apenas
espectadores passivos. A proposta vai alm da interatividade: "No queremos que o
pblico brinque com a instalao. Nossa proposta estimular cada um a pensar em
solues prprias para os desafios colocados pelo autor. Depois disso, o visitante vai
decidir se vai admirar a obra, melhor-la ou ignor-la".
Professor aposentado do Drawing Center de Nova York, onde foi curador de artistas
emergentes, Camnitzer afirma que teve a sorte de nunca fazer o que no lhe agradava.
Por isso, frias e trabalho, para ele, so a mesma coisa. Enquanto cuida dos detalhes
finais da ltima exposio que organizar na galeria americana, viaja para a Costa Rica onde participa de uma mostra antolgica no Museu de Arte e Desenho - e vai ao Uruguai
organizar uma exposio sobre arte e violncia marcada para outubro. "Isso enlouquece a
minha mulher, mas no a mim!" Desde o ano passado, ele visita Porto Alegre com
freqncia, cuidando de perto da parte educativa da Bienal. Durante essas viagens,
participou da formao de monitores e de um curso de formao de 1,5 mil professores da
rede estadual que levaro seus alunos exposio.
Na entrevista a seguir, concedida por e-mail antes de chegar capital gacha para os
ltimos preparativos antes da abertura da Bienal, Camnitzer explica como ser a
participao do pblico na exposio e o que essa experincia pode deixar como
"herana" para o ensino de Arte no Brasil.
pedaggica no significa ser paternalista com o visitante, mas ter controle sobre a clareza
da apresentao e a necessidade de preencher as lacunas que atrapalham a
comunicao.