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RESUMO
O objetivo deste estudo foi observar como são tratados problemas de raciocínio
combinatório nos livros de 1ª a 4ª série e no manual do professor, analisando se
há uma preocupação dos autores em abordar esse conceito levando em
consideração as três dimensões conceituais propostas por Vergnaud. Foram
selecionadas cinco coleções de livros de Matemática. Os significados que
apresentaram os maiores percentuais totais de problemas foram a Combinação.e
o Produto Cartesiano. Houve uma boa variação das representações simbólicas
utilizadas ao longo das cinco coleções. Em nenhum momento os autores
trabalharam as propriedades invariantes da combinatória, nem orientaram o
professor sobre os quatros significados do raciocínio combinatório.
INTRODUÇÃO
Estudos dentro da Educação Matemática, especificamente no ensino da
multiplicação, tais como o de Nunes e Bryant (1997) apontam que há diferentes
significados dessa operação presentes no dia-a-dia que precisam ser resgatados
e desenvolvidos. Dentre os possíveis significados da multiplicação tem-se o da
combinatória que envolve, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais
(BRASIL, MEC, 1997), situações que consistem basicamente em escolher e
1
Concluinte de Pedagogia – Centro de Educação – UFPE. semprenandinha@yahoo.com.br
2
Concluinte de Pedagogia – Centro de Educação – UFPE. fabio.relles@yahoo.com.br
3
Professora Adjunta do Departamento de Métodos e Técnicas Educacionais – Centro de
Educação – UFPE. rborba@ce.ufpe.br
agrupar os elementos de um conjunto. Schliemann (1988) chama atenção para o
fato de que o raciocínio combinatório não faz parte apenas do ensino formal, já
que ele está presente em momentos do cotidiano como nos jogos, nas
brincadeiras ou no trabalho.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, MEC,
1997), as disciplinas devem favorecer o desenvolvimento amplo dos
conhecimentos ou seja, o educando deve conhecer a utilidade dos conteúdos
estudados para a sua vida cotidiana e para a sua vida acadêmica. Entretanto,
muitas vezes os conhecimentos não são adequadamente explorados e
contextualizados, o que faz com que o aluno desconheça as aplicações do que ele
vem estudando. Pesquisas como a de Pessoa, Silva e Matos Filho (2005), a de
Santos, Rattes e Valério (2003) – citadas por Pessoa (2006) – e a de Schliemann
(1988) mostram que alunos, tanto do ensino fundamental como recém aprovados
no vestibular, possuem dificuldades em resolver problemas que envolvem o
raciocínio combinatório.
Um dos motivos que explicam essa realidade, possivelmente está
relacionado ao modo como os livros didáticos de Matemática têm abordado o
raciocínio combinatório. A forma como livros didáticos e respectivos manuais do
professor sugerem trabalhar problemas que envolvem a combinatória, pode ter
uma influência direta na forma como os mesmos são trabalhados em sala de aula
– propiciando, ou não, o desenvolvimento deste tipo de raciocínio entre os alunos.
Torna-se bastante relevante conhecer se e como é desenvolvido o trabalho
com o raciocínio combinatório nos livros didáticos de matemática das quatro séries
iniciais do ensino fundamental, os quais muitas vezes são os principais, senão os
únicos, instrumentos de apoio do professor.
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compreender como uma criança desenvolve a apropriação dos conhecimentos, o
autor supracitado acredita que é de fundamental importância entender o
desenvolvimento de conceitos dentro de campos conceituais. Segundo Vergnaud
(1986, p.84), “um campo conceitual pode ser definido como um conjunto de
situações cujo domínio requer uma variedade de conceitos, procedimentos e
representações simbólicas em estreita conexão” (grifos nossos).
Portanto, de acordo com a Teoria dos Campos Conceituais, o indivíduo
desenvolve a compreensão de conceitos dentro de um amplo contexto de
problemas. Dessa forma, pode-se entender que um conceito não está ligado
apenas a um tipo de situação, assim como uma determinada situação,
geralmente, não apresenta um único conceito, nem esgota as propriedades do
mesmo.
Vergnaud (1986, p.83) defende que todo conceito é constituído por um
“tripé de três conjuntos” interdependentes: a) o conjunto de situações que atribui
significados ao conceito; b) o conjunto de propriedades invariantes do conceito e
c) o conjunto das representações simbólicas que podem ser utilizadas para
representar e operar com os conceitos.
Estudos, como o de Borba, Selva, Spinillo e Sousa (2005), intitulado
“Influência de representações e de significados da divisão em problemas com
resto”, evidenciam a influência das três dimensões apontadas por Vergnaud no
desenvolvimento das crianças na aquisição de conhecimentos matemáticos.
No que diz respeito especificamente ao campo conceitual das estruturas
multiplicativas, Matos Filho e Pessoa (2006, p.4) esclarecem que ele é constituído
“por um conjunto de situações que envolvem a divisão e a multiplicação, a
proporção, as proporções múltiplas bem como outros conceitos matemáticos”.
Vergnaud (1991), apud Pessoa, 2006, p.6) ressalta que vários conceitos estão
ligados a esse conjunto, entre os quais “estão as funções lineares e não-lineares,
espaços vetoriais, análise dimensional, fração, razão, números racionais, dentre
outros”.
Pessoa (2006) chama a atenção para o fato de que, de maneira geral, nos
livros didáticos e em sala de aula, a introdução de problemas que envolvem o
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raciocínio multiplicativo ocorre apresentando-se a multiplicação como uma adição
de parcelas repetidas.
Apesar da possibilidade de solucionar problemas multiplicativos por meio da
adição repetida, a adição e a multiplicação possuem bases de raciocínio distintas.
Por isso, é de fundamental importância que o trabalho em sala de aula estimule o
aluno a descobrir essas diferenças, através do contato com várias situações-
problemas para que o discente possa estabelecer diferentes relações, fazendo-o
progredir no que diz respeito à reflexão e utilização do cálculo relacional e do
cálculo numérico. Vergnaud (1986) define o cálculo relacional como as operações
e sistematizações mentais necessárias para a escolha de estratégias de resolução
de um problema, enquanto que o cálculo numérico diz respeito à aplicação de
procedimentos – como heurísticas e algoritmos – utilizados para solucionar
determinado problema.
Nunes e Bryant (1997) estabelecem a seguinte classificação para os
problemas que envolvem as estruturas multiplicativas: 1) Correspondência-um-a-
muitos, que possuem como formas de problemas: multiplicação, problema inverso
de multiplicação e produto cartesiano; 2) Relação entre variáveis e 3) distribuição.
Vergnaud (1983), apud Pessoa 2006) apresenta três classes de problemas
multiplicativos, as quais compreendem relações ternárias e quaternárias:1) os
problemas de isomorfismo de medidas, os quais possuem uma relação
quaternária; 2) os problemas de produto de medidas que envolvem três variáveis,
sendo que uma das quantidades é produto das demais, como ocorre com
problemas de combinatória e 3) os problemas de proporções múltiplas que
também compreendem uma relação ternária.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, MEC, 1997) apresentam
quatro conjuntos de situações que envolvem problemas multiplicativos. São eles:
Comparativa, Proporcionalidade, Configuração Retangular e Combinatória. Esse
último conjunto está relacionado a situações que envolvem raciocínio
combinatório.
Na presente pesquisa, nos deteremos a analisar como algumas coleções
de livros didáticos de matemática das quatro séries iniciais do ensino fundamental
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trabalham a classe de problemas multiplicativos que envolvem esse tipo de
raciocínio, observando se há uma preocupação dos autores em trabalhar esse
conceito de forma tridimensional (significados, representações e propriedades),
como é proposto por Vergnaud.
RACIOCÍNIO COMBINATÓRIO
Pessoa (2006) estabelece a seguinte classificação para os problemas de
raciocínio combinatório:
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Dados n elementos distintos, chama-se combinação simples de
ordem p cada maneira de escolher p elementos entre eles, com p ≤ n.
(p.161)”
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Pessoa e Borba (2007) analisaram as estratégias de discentes da primeira
à quarta série na resolução de problemas que envolvem o raciocínio combinatório
(Produto cartesiano, Permutação, Arranjo e Combinação), os alunos foram
orientados a escolher o tipo de representação simbólica que preferissem
(desenhos, gráficos, contas, etc) . O maior número acertos foi observado na
resolução dos problemas de Produto cartesiano e a maior dificuldade apresentada
por esses alunos diz respeito ao esgotamento de possibilidades.
A proposta deste estudo é analisar coleções de livros didáticos de
Matemática das quatro primeiras séries do Ensino Fundamental a fim de observar
como é proposto o trabalho com raciocínio combinatório.
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Carvalho e Lima (2002) explicam que o Programa Nacional do Livro
Didático foi criado em 1985, com o objetivo de realizar a distribuição de livros a
todos os matriculados nas redes públicas do Brasil. Os critérios de escolhas dos
livros eram de caráter técnico como número de cores utilizadas e a durabilidade,
por exemplo. Tais critérios permaneceram até 1996. Posteriormente, a Secretaria
de Educação Fundamental (SEF), tomou a decisão de avaliar pedagogicamente
os livros didáticos. Os critérios foram divididos em duas partes: os gerais e os
específicos de cada área de estudo.
Segundo os autores supracitados, nas duas primeiras avaliações
pedagógicas de coleções de livros didáticos da área de Matemática (1997 e 1998)
foi observada, de modo geral, a inadequação dos manuais do professor, uma vez
que a maioria deles eram apenas livros do aluno acrescidos de respostas dos
exercícios. E mesmo os que traziam propostas para o ensino da Matemática
apresentavam contradições em relação à metodologia apresentada no livro do
aluno. Em 2002 os manuais apresentavam-se melhor elaborados, entretanto,
ainda mostravam deficiências especialmente na proposta de procedimentos que
avaliam a aprendizagem.
As avaliações do PNLD proporcionaram mudanças bastante relevantes nos
livros didáticos de Matemática. Carvalho e Lima (2002) afirmam que o atual
universo de livros é basicamente distinto do existente em meados de 1995. Até tal
ano (1995) havia, de forma geral, entre os livros distribuídos pelo MEC
“ grande número de obras com erros grosseiros e freqüentes,
muitos deles ilustrados nas “pérolas” que as equipes de avaliação
localizavam e que o Ministério distribuía à imprensa.(...) existência grande
número de livros que vinham sendo re-impressos há mais de 10 anos, sem
nenhuma modificação.(...), completo desprezo pelas tendências mais
recentes e bem fundamentadas da metodologia do ensino da
Matemática.(...), a compartilização rígida dos três grandes blocos da
Matemática escolar – números e operações, medidas e geometria – e o
isolamento mútuo entre eles.(...) e a falta de contextualização da
Matemática apresentada aos alunos.”(p.7)
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Após cinco avaliações realizadas, Carvalho e Lima (2002) relatam que
entre as coleções avaliadas não ocorrem mais falhas sérias nos conteúdos
matemáticos. Os autores têm mostrado um gradativo interesse em escrever
levando em consideração os estudos recentes da área, bem como mostram
preocupação em atender os PCN. Entre as recomendações dos PCN (BRASIL,
MEC, 1997) que apresentam maior freqüência nas coleções avaliadas estão: a
contextualização dos conteúdos, a articulação entre Aritmética, Álgebra,
Geometria e Medidas, além da preocupação em enfatizar a resolução de
problemas.
Silva (1999) relata que as propostas metodológicas, desde a década de 80,
vêm apontando a resolução de problemas como processo fundamental para
reorganizar conceitos e habilidades, além de possibilitar ao aluno o conhecimento
de mundo em seus aspectos – naturais, culturais, sociais e políticos – de maneira
simultânea ao desenvolvimento do seu raciocínio lógico. Este fato vai de encontro
ao que é proposto nos PCN (BRASIL, MEC, 1997, p.43) nos quais aponta-se que
“o ponto de partida da atividade Matemática não é a definição, mas o problema”.
Borba, Pessoa e Santos (1997) desenvolveram um estudo com o objetivo
de avaliar quais os tipos de problemas de estruturas aditivas eram apresentados
em coleções de livros didáticos de Matemática das quatro séries iniciais do ensino
fundamental. Os resultados mostraram uma má distribuição das diferentes
categorias de problemas de adição, apesar das orientações do PNLD ressaltarem
a importância de se trabalhar problemas de estruturas diversificadas, para que o
aluno possa refletir sobre as invariantes conceituais, uma vez que dessa forma ele
pode observar e verificar que situações diferentes podem ser solucionadas através
de uma mesma operação aritmética. A pesquisa apontou o desconhecimento ou
desprezo dos autores dos livros analisados em relação aos recentes estudos da
Educação Matemática, nesse caso no campo conceitual das estruturas aditivas.
Torna-se relevante analisar se os livros didáticos de matemática de 1ª a 4ª
série abordam a combinatória e se levam em consideração nessa abordagem as
três dimensões conceituais propostas por Vergnaud.
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OBJETIVO GERAL
Analisar como livros didáticos de matemática do Ensino Fundamental I,
aprovados pelo PNLD (Plano Nacional do Livro Didático), abordam o raciocínio
combinatório.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Observar como são tratados problemas de raciocínio combinatório nos
livros de 1ª a 4ª série e no manual do professor;
• Verificar os tipos desses problemas trabalhados (produto cartesiano,
permutação, arranjo e combinação);
• Analisar se há proposta de compreensão de propriedades envolvidas
nos problemas de raciocínio combinatório.
• Identificar as formas de representação simbólica (operações aritméticas,
expressões numéricas, desenhos e outras) sugeridas pelos autores para
o trabalho junto aos alunos.
METODOLOGIA
• Seleção, de forma aleatória, de cinco coleções dentre as aprovadas pelo
PNLD. As coleções selecionadas foram as seguintes: Matemática em
construção, autor: Oscar Guelli; Matemática do cotidiano e suas conexões,
autores: Antonio José Bigode e Joaquim Gimenez; Matemática Paratodos,
autores: Imenes, Lellies e Milani; Convivendo com a Matemática, autora:
Juliana Sosso; Vivência e construção, autor: Luiz Roberto Dante. As coleções
foram denominadas aleatoriamente de A, B, C, D e E, portanto essa
denominação não segue a ordem acima de apresentação das coleções.
• Verificação, tanto no livro do aluno quanto no manual do professor, dos tipos
de problemas que envolvem o raciocínio combinatório e o tratamento dado a
esses quanto a significados, propriedades e representações simbólicas
trabalhados.
Para analisar os dados coletados em cada coleção foram utilizadas quatro
tabelas: uma para os dados obtidos sobre os significados (ver Apêndice 1, Tabela
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A), uma outra sobre as propriedades invariantes (ver Apêndice 1, Tabela B) e
duas tabelas sobre as representações simbólicas (ver Apêndice 1, Tabela C).
Foram utilizadas duas tabelas na análise das representações simbólicas, a fim de
serem observadas as representações que fazem parte da apresentação dos
problemas e as representações que os autores solicitam que sejam usadas na
resolução desses problemas.
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(42,13 %) é o da Combinação. Uma provável explicação para essa freqüência é
que, diferentemente dos demais significados que são encontrados de maneira
geral nos capítulos que estudam as estruturas multiplicativas e/ou nos que
abordam exclusivamente o raciocínio combinatório, a combinação além de estar
presente nesses capítulos, também está inserida nos capítulos que estudam as
estruturas aditivas, onde geralmente os problemas não são apresentados na
forma tradicional, um exemplo desse fato é o “jogo dos cartões” encontrado no
volume II, da coleção B, onde o autor propõe que o aluno construa 13 cartões
para seja escrito em cada cartão um número, completando a seqüência de 1 a 13,
e, em seguida, o aluno deverá juntar-se a dois colegas. Os cartões dos três
deverão ser misturados para que seja formado um baralho com 39 cartas (ver
Figura 1). O jogo dos cartões leva o discente a refletir sobre diferentes
possibilidades de se formar o número 14.
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base o raciocínio multiplicativo, “as situações que envolvem as estruturas
multiplicativas não têm, necessariamente, que serem trabalhadas posteriormente
à adição e à subtração” (MATOS FILHO E PESSOA, 2006, p.4).
Figura 2: Exemplo de Combinação relacionada com o sistema monetário, Vol II, Coleção B
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autores não fazem nenhuma orientação explícita para o professor sobre os
diferentes significados do raciocínio combinatório.
Os maiores percentuais de todos os significados ocorrem nos livros da
terceira série, é nesta série que, geralmente é ampliado o estudo de significados
da multiplicação, havendo a introdução formal da multiplicação enquanto
raciocínio combinatório.
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Tabela 3: Percentual (número) de tipos de representações propostas pelos autores por
séries e no manual do professor
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Nas duas tabelas (2 e 3) as representações que obtiveram as maiores
freqüências foram: desenho (ver Figura 3), apenas enunciado e tabela (ver figura
4). Na Figura 3, o autor utiliza o desenho na apresentação do problema e propõe
que o aluno utilize a tabela na resolução. Na figura 4, o problema apresenta tabela
e também propõe o uso da tabela na resolução.
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manipulativo pode ser visto nas Figuras 5 e 6, trata-se da “máquina das
possibilidades”, que pode ser utilizada para resolver problemas de Produto
cartesiano. Cada copo descartável contém um conjunto de cores e ao rodar esses
copos é possível se formar diferentes possibilidades.
Figura 5: Exemplo de Manipulativo, vol. IV, Figura 6: Exemplo de Manipulativo, vol. IV,
Coleção E Coleção E
Manual do Professor
No que diz respeito à abordagem dos quatro significados que envolvem
raciocínio combinatório (Produto cartesiano, Permutação, Arranjo e Combinação)
nenhuma das coleções apresentou orientações para o professor sobre tais
significados, e conseqüentemente, não foi abordada nenhuma das propriedades
invariantes do conceito. Já se esperava que as propriedades invariantes não
fossem explicitadas no livro do aluno, uma vez que não seria condizente com os
objetivos das séries iniciais. Entretanto, é importante que o professor possa
receber orientações sobre os significados e propriedades invariantes dos
conceitos.
Tanto na Tabela 1 que trata dos significados quanto nas Tabelas das
representações simbólicas (2 e 3), o Manual do Professor apresentou baixos
índices percentuais. É relevante que os manuais mostrem outras propostas de
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atividades, além das do livro do aluno, para incentivar o professor a refletir sobre a
importância de se explorar os conteúdos de diferentes formas, a fim de aumentar
as possibilidades de compreensão dos alunos.
CONCLUSÕES
De acordo com o que foi observado, a Combinação apresentou o maior
percentual total de tipos de problemas encontrados nas cinco coleções analisadas,
não confirmando a hipótese de que o maior percentual fosse referente aos
problemas de Produto cartesiano. Entretanto, esse significado possui o segundo
maior percentual total .
O Arranjo obteve os menores percentuais entre os significados. Apesar de
ser um tipo de problema que apresenta maior complexidade em sua resolução, já
que é necessário escolher e ordenar os elementos de um determinado conjunto, é
importante que sejam dadas aos alunos um maior número de oportunidades de
resolver problemas de Arranjo, estimulando-os a refletir sobre a necessidade de
se esgotar todas as possibilidades.
Em nenhuma das coleções foram abordadas as propriedades invariantes do
raciocínio combinatório. No livro do aluno das séries iniciais do Ensino
Fundamental não se faz necessário essa abordagem, no entanto é importante que
o professor tenha em seu manual orientações explicitas dos diferentes significados
do conceito, assim como das propriedades invariantes.
De modo geral houve uma boa variação dos tipos de representações
simbólicas tanto no que diz respeito às representações apresentadas pelos
problemas quanto às propostas pelos autores, incentivando dessa forma o aluno a
representar os problemas de formas diversificadas.
REFERÊNCIAS
ACIOLY, N. M. e SCHILIEMANN, A. D. Escolarização e conhecimento de
matemática desenvolvido no contexto do jogo do bicho. Caderno de Pesquisa,
Número 61, 1987, p. 42-57.
18
BORBA,R. e PESSOA, C. Estratégias de resolução de problemas de raciocínio
combinatório por alunos de 1ª à 4ª série. Anais do Encontro Nacional de Educação
Matemática. 2007.
DIAS FILHO, A. & FEVORINI, R. Matemática. V.2. São Paulo: Scipione, 1985.
PESSOA, C. A. S.; SILVA, C. A. da. & MATOS FILHO, M. A. S. Uma análise sobre
a resolução de problemas multiplicativos por alunos de 3ª e 5ª série. Anais do
19
XVII Encontro de Pesquisa Educacional do Norte Nordeste. Belém: UFPA-
EPENN,2005.
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APÊNDICE 1 – Tabelas utilizadas para coleta de dados de cada coleção
Tabela de Análises
Livro do Aluno / Manual do Professor
Coleção:___________________________________________________________
_____________________Editora:_____________
Autor(es):__________________________________________________________
Tabela A: Significados
Produto Permutação Arranjo Combinação
Cartesiano
1ª
2ª
3ª
4ª
MP
Total
21