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As ciências teóricas
A abstração se processa de dois modos para que isso seja possível: abstração do todo
em relação à parte e da forma em relação a matéria. O intelecto recebe a forma das
coisas sem sua matéria, como é o caso da matemática.
Os objetos do que trata a matemática dependem da matéria quanto à sua existência, mas
não dependem da matéria quanto ao conhecimento que se pode ter de tais objetos, pois
não incluí a matéria sensível. Como exemplos, podemos mencionar: a linha e o ponto.
O objeto da especulação
O primeiro pode ser subdividido em duas classes distintas: aqueles que dependem da
matéria para ser e para ser inteligíveis (os especuláveis da física e ciência natural, por
exemplo) e aqueles que dependem da matéria para ser, mas não para ser inteligíveis (por
exemplo, os especuláveis da matemática).
Síntese
O intelecto pode abstrair qualquer tipo de forma cuja determinação essencial não
depende de tal matéria, a matemática trata destes abstratos. O intelecto abstrai as formas
das imagens por meio do qual se compreende o objeto em repetidas ocasiões. As
qualidades sensíveis e mesmo a quantidade de matéria que acompanham o objeto
podem ser abstraídas, ou melhor, não precisam existir na mente.
Partiremos agora para abstração do todo em relação à parte. Já foi exposto que o
processo de abstração só é operacional quando se determina a priori a natureza da coisa
(quididade). Disso decorre que devemos determinar quais partes do objeto são
considerados acidentes (partes não essenciais) na sua composição.
Mas também existem partes que são acidentais à definição do "todo" em questão.
Quando definimos "ser humano", não o compreendemos como composto de membros
distintos (pé, mão, dedo, etc.); ao contrário, são justamente essas partes que entram na
definição do "todo" denominado "ser humano". A dupla operação do intelecto
corresponde e está articulada à natureza das coisas que são os objetos do conhecimento
humano.