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Ainteriorizagio da metrépole outros estudos ‘Maria Odila Leite da Silva Dias i BEdicio A interiorizagao da metropole* Ao tentar uma apeeciagso sunmiria do estigio tal db encin de desvincular lade brasileira no Luma ative sibia ofieus a desvendar novos horizantes de pessuisa ~ 0 que cevidentemente ndo implicaria excluir © processo brasileiro do contexto maior dos muitos paralelismos histéricas de soviet des coloniais em busca de uma identidade pripria As diretrizes fundamentsis da atual historiografia da emanci payio politica do Brasil foram langadas na obra de Caio Prado Iinior, Formacio do Brasil contemporineo (1944), Nilo se pode subest sociedade colonial, pois explica em grande parte a intima cola nar o papel do “elitisme burocritieo” na Doragio entre as classes dominantes nativas e a administraga paiblica portugus Corte € 2 fundasas Nessa época, absorvidos na engrenagem maior de uma poli- que vive a sua fase mxima com a vinda da do nove Império, 'stado, empenharam-se ativamente os ilustrados brasi ica de leiros na construcao do nove Império dos tr6picos, A ilustragio brasileira.nde pode ser, pois, identifieads com “anticolonialismo” ‘ou com a luta da coldnia contea a metropole, Estadistas como D. Rodrigo de Souza Coutinho ou 6 Conde da Barea tinh m como missao procipia a tarefa da fandagao de "um novo Império que teria como sede o Rio de Janciro e que deve a impor-se sobre as dena abalho con: capitanias. E para esse ados brasileiras. taram com a colaboragio © 0 empenho dos ilust Com a vinda da Corte, pela primeira ver, desde o inicio da colonizagio, configuravam-se nos trépicos portugueses preocu- de exploragio ou feitoria comercial, pois que no Rio teriam que as potencialidades do Império nascente, tendo em vista 0 fo~ mento do bem-estar da propria populagao local, Para isso, quie- Flam firmar o tratado de 1810 ¢ a abertura dos portos "de manci- -4 que, promavendo © comércio, pudessem os cultivadores do. Brasil achar © melhor consumo para os seus produtos, que dal resultasse o maior adiantamento na geral cultura € povoagio deste vasto territ6rio" Promover © povoamento, «¢, para sobreviver, explorar “os enormes recursos naturais™ o sumento da agriculturs, as plantagdesde eSnhamo,cspecirias ede ‘outros géneros de grande importéncia, de conhecidla wild, ase ‘para consumo interno como pars exporta¢S0, a extrag30 dos pre ‘coos produins, dosreines mineral vegetale que tenho animadae Déspotas esclarecidos e fisiocratas ihudiam-se exagerando os recursos das novas terras e estavam tomados pela febre dos me- Ihoramentos materiais. Reservavam privilégios para o Centro- Sal, onde se instalara a Corte. A fim de custear as despesas de imports rst degor quis tao ero ndnponven pares wee do instalacao de obras publicas ¢ do fancionalisme, aumentaram os sobre a exporlagao de agiicar, tabaco, algodio fs imposto portagao de ag . algodio € couros, criando ainda uma série de outras tributagdes que afeta vam diretamente as capitanias do Norte, que a Corte nao hesita va ainda em sobrecarregar com a violdncia dos recrutamentos € ‘com as contribigdes pa cobrir as despesas da guerra no reino, na Guiana e no Prata. Para governadores ¢ funcionsios d rias capitanias, parecia a mesma coisa dirigitem-se para Lisboa fou para @ Rio de Jan Pelo menos dois dos ministros de D. Joao VI tinham expe rigncia na administragio colon 2" Os governadores das virias continwaram com as atributigdes mili es despoticas que tinham antes. Apesar das boas administragdes do Conde de Palma em Minas Gerais © do Conde dos Arcos na Bahia, nao serviam 0s governadores de bons elas ow unidade entre as vias regides da coldnia, trancando-se em suas respectivas jurisdigaes, cometendo excessos ¢ arbit iedades © desrespeitanda muitas vezes a aitoridade da Corte.” E inegivel, entretanto, 0s esforcos feitos pelos ministros do Principe Regente para tornar mais efi- lente a centralizagao administrativa pela nomeagao de juizes de fora representantes do poder central lentos 3 missao de coor: denar os interesses locais com os da nova Corte Além disso, preocupou-se a Corte em abrir estradas e, ft. ‘quase inédito, em melhorar as comunicagdes entre as capitanias, de Portpa weet no Rio de Janeiro de 1808 4 4 nse catinfies de interior para MGs © para o Eph ‘ re sito Santo e outs de Minas Nowas para Port Seguri.” As Had como fé obsessiva aproveitar as riquezas “de que abunda este ditoso e opulento pais, especialmente favorecido na distributigio de riquezas repartidas pelas outras partes do globo": precisa vam incrementar 6 comércio ¢ movimentar meios de comunica- s0 ¢ transporte Além dos estrangeiros, continuaram os via jantes © engenheiros nacionais a explorar o interior do pais, a realizar levantamentos e mapas topogrificos para o que foi espe- Glalmente criada uma repart se uma carta hidrogrsfica das eapitanias compreendidas entre 0 Maranhio € © Pars; foram enviadas expedigdes para examinar © rios tributérios do Amazonas. Tentaram dat acesso a comér. cio do Mato Grosso pelos ries Arinos, Cutiabi Tapajés, ligando Mato Grosso por via fluvial e terrestre com Sio Paulo," Ateavés do Guaporé, Mamoré e Madeira, encontraram o caminho que poria em contato © Amazonas com os sertoes do interior do pais. Concederam-se privilégios, estatuios ¢ isengoes de impos tos para uma companhia de navegacao fluvial“ © Tocantins © 0 Araguaia foram explorados, embora nao se tivesse chegado a corganizar uma companhia de navegagao regular. Em Golds, vé no Rio de Janeito.? Levantou- ros “capitalistas” se reuniram e comesaram o transporte regular pelos seus rigs. Também foram mais bem investigados os rios Doce, Belmonte, Jequitinhonha, 0 Ribeiro de § do Cerro do Frio, em Minas Gerais. into Antonio seers foes da colonizagan portugues & 6 afa de inte cava a imagens de governo centeal dos recursos naturais part neutralizar os conflitos da sociedad forte, nccessi forgas de desagregaca ‘Basa “tareli” de reforms: © construe absorvet os esforcos dos ilustrados Ivrailciros a servige da Corte portuguesa e nela se ndependéncia”: Nao se deven subest moldaria a geragio da“ mar as consequencias advindas desse eng amente numa politica de Fstadlo portuguesa; marca profindamente a elite politica do influéncia decisiva sobre todo « processe. primeira reinado e t de consolidagao do Império, principalmente no sentide de arregimentagio de forsas politicas, pois proviria em grande pa te daquicly experigneia a imagem dis Estadey nacional «jue viria a 1 interesses localistas, Algamas décadas 3 (C1838 1870), ch ian os ustracos dependiénc efinir seu nacionalismo diditico,” integrador © progressista, €

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