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Klas Woestmann “Tacitus afirmara que “nos powos da Gernfinin fora dai ‘mundo uma raga no misturada pelo incercasamento com og agas, um pow peculiar € puro, como nie existe qualuer ou Para Hi que também falava invenciildade dh iho des semnones, era peova da superior cial lem ale um powo “pura”. Nessa releicur, ollos aus ferzes (selvagens) foram trulucidos como olhos aa ypetuosos,e a selvagern trasforma-se et pure rica Perro lo final da Segunda Guerra, cropas alems tentars sem sucesso, capturat o documento, que fin se eneontrava em bur dos lagares peevstos. A hisvia 6 useita e wesc em co ter ironias: no porto de um pebicio da mesma praga de Tes onde Infante Frederick Hohenstaufen (Frederico 1 da Susi) foram trado a0 pablico logo apis sar deo ventre matern, miler, o texto de Treita O selvagem e a histéria ada excelinc "As ambigitidades da idéia de histéria Retomo aqui algumas questées colocadas na primeira parte "deste livo para melhor situar 6 selvagem na iia de histéria dds séoulos XVI e XVI Desde a Anvigishule prego e © Medivo, o pensamento cidental reve dificuklaes em lidar com a alteridade, Isso se dleveu principalmente & idgin de histérin de eada um dagueles petiodos. Para hoa parte do pensamenee greg, 0 conhecimente histéricn era imperfeito; era dx, opiniio, oposta eishime (© "eaos dos eventos histicos imprevisfvels" podia conduir a “terror da hist” (Janko, 1997; 20-21). No periodo medieval, 4 histéria era universal, som abertura para © pasticulay, © Drovidencinisa, com um sujeito transcendent (.) est manusert que come com fe em malic ‘vermlhse pets, DEORIGINEET SITU GERMANORUM. “Tabes,nolugarde seu extrondinti nascimentn oper cue.) erescer setiano, na companbia de semits racine impuros, tnt aes como ales, abou anal de cones de fern ssua verse do ih, conte dels (Schama, 1996:8 ioe orsina Se Montaigne pudesse testemunhr 0 interesse nazist agqueles selvagens pretéritos, certamen eressantes comet trios fazer. Quem sern 0 selvagem,o anepassido primitive escendente do século XX? século XVI assist ao inicio da passagem para ums hist antropoeéntrica, Maguiavel, camo apontet antes, foi lm exemplo. A pripviadlesconstrugio das verses e da sci pling teokigie longa esprit & Wberdade: ele agora poe Uesor Cconsigo mesmo. Para muitos, erdem antiga eorn-se ra mesmut mela em que se relescobre o homem. Klas “0 homem moder recolhe: rove furdamento” (Gusdort, 1973: 63), [No século XVI afiemam-se forgas soeins ireversives, coma simentos la teologi cescobistca, Estimulada pela teologin de Calvino, a livee iiciaiyy As concepses politica iuale mente se transformam, afastando-se do modelo agostiniano, Se o Renascimenco & uma crise, & essa erise que est na base da formae ‘glo das novas eigncias morais: & preciso compreender a cts, as do mieteantiism, menos presas ans in bri now possibiiddes a0 ho domesticsla clectivamente, justo pel religin parece penler seu paler explicativo. Nesse quadko, 9 ‘uso reflexive slo selvagem seria um meio para tal fim, como em ‘Montaigne com relagio 8 Franga histrica, A Hiertagio das i rows I bam fort Ccontraporigio ao otimisme renascentist, lecin os temores que caraet Em 1452, Manetei percebia em seu De digtateet excellnta Iominis que tude aquilo que tos envelve ~ cidade, pinturas ee cuutas, miguinas, ete ~ so criagies do homem, ese o homem as fez, ele poderi fazer coisas melhores © mais perfeitas. NO Renascimento, o homens torna-se Promeceu (Gusder, 1973). Pa ‘6 pensamenta etistio tradicional, o homem, aps a Questa, posi seus hoe zenres. Comega a tomar gar una idelogi do progress esis apenas aspirar 8 sum salvagio. Agora, ele pode ampl Tada pelns descohertas ou reinvengies de mand com Cops «com Colombo. Oeste ven se subst consenei ise a no ntineamente orto de repeticfo. No se escorem™ eno desarranjo e encomten em sum ora que © aqua Forneciy as faz que 9 omem se pereeha a uma ele ganha novo pour e, com ele, perplesidale em face dle si mesmo. Se a tutela teoldgica implicava um sencimento de seguranga, « nova liberdade eraz a inseguranga. Se 0 nova humanist exalt 0 poser erin so home, cl inseguranga tae oan 0 sSculo XVI en O selgsm eo Novo Munb mundls impunemente: els tée por contrapartid Kia de rogtess, que define a das tenis Gist 197365). spoctivas mestas dos nos ‘Obomem-Prometeu & ese espiito de progress. Embora exis risse uma perspectiva pessimista no século XVI, hon renascentista & um ennisiasi dis news nologias, mediante as quais ee pensa transformar © muse. Da Viet tales soja 0 exem- so possbiidades eienificas ca humanidude e a sistematizagio de uma ova teoria do conbecimento que ior, mts Bacon, talveso dime dos renaseentes, programa as Jesembocar no projeto de Descartes de tomar o homer o miestre da natures. No strat, de 1620, Bacon propunha que seria vergonhso gue os limites inte Jectuais do hontem permanecessem limitales pela antiga este quand se testemunhava as extensbes Jo plobe abrirem-se para 0 Jnfinto. Em sua iba urdpica, a Nova Acinida, haveri as ativia es de 36 shins, reunios numa “eas de Saloni e submetos uma rig dvs de taballo e a uma news epistemologia est- rados a desverdat 6 mundo, A lh misteriosa do imagindri tradic ional ganha unt novo significado. Curiosament, sida em 1580, Frederico I da Dinamaren havin construdo numa ila 6 observ ‘ério de Tyeho Brahe ~ Unaiborg, E vale notir que Marcio de Nassau consttua seu observatério numa itha da Mawuicia, hoje Recif a mudanga de pensamento tem una inplicagio funda real © nove homem quer fzerse asi mesmo; ele & 0 objeto de Seu projetoe aa mesmo cempo sujito de sua hist, Pace (1517> 1590) fi um ds crndoes da percep do home como nvguina, com jd mencionado, dessacralzando-se 0 erp tans Beceem mrs snd hums Mase eset 0 sehagem e6 Now Munk ls Worms © nisticismo ealicional no aia abnlonao pensaneny tomava imperiosn a Relorma. Apso Dilvo, a plantas eos ani ‘eraito. O priptio Pareto continuava erendo em monsts, dem hos feitcetos. Suns tenicas cringieas no elimintam seu ocale rn Bowlin, se escreveu a Replica, esereveu tammy, ny mais eram apenas pobres remanescentes da antign riquess gerada pela terra quando criada pela prime vez, Mais tarde, Buffon iia Ueslocar 6 “degeneracionisma” do tempo para 0 espago, le do-ono Novo Muro, mas, antes dele, para muito, os amet hutanidade depenerada Esse pessimismo, que coexist com uma f€ no progresso, er arte do “ola part 0 pnssado” renascentsta, A peipria palavra rinascit designa 6 renascer de algo antigo & © positivism ni 6 esse tempo, pole supe um otha dese antado Inge sabe a tera, 0 ue 0 amen (0 hia dy século XVI ni er ti ensncipadn como supa as tradi recnctesupertiges( Gust, 1973: 68), 10 construgio de algo novo ~ muito emihora o Renascimenta tivese sido, com todas as suns ambigidades, a construgéo de um mundo novo. Muitos centistas percebiam-se mais come preservadores de siberes antigns que como innwadores, Frangois Vigte, grande matenition th época, snovagies, Una tal atte Implicou polémicas, e nelas enconrrouse um lugar para «selva Deixando de lado tite presentsta dle Gust, com su referencias a “preconceites" e “superstigies", ele tem rico qu Ado afirma que 0 mundo do Renaseimento io era ainda um mu deseneantado. (0 préprio Da Vinci, se afirmava 0 primade da experi soe ane ¢ eer ese dicen ses de cores 19 humano notave us inowages como gem reeém-dlescoberto, convo sen visto adiante, E verde que no Renascimento cresceu a conscigncia de {que tudo mud, tudo tem uma histéra. No encanto, a nogio de uma histia linear Regdentemente dav hug ua visio celia, visio, por exemiplo, de Vi Michelingelo, a arte renderia a declinar E prowsivel que essa visio tefletisse concehide como essencialmente destrutivo, seja para o indi ‘de uma Inde de Ouro localizada no passado (coneriria 20 oni para quem, apés hém a autopercepgio de muitos enascentistas como representantes do spice dh civilizagin, aps 0 qual 6 povleia ba- ver deckinio, A histia universal de Bossuet, jem 1681, lava ainda com obsessio erst desde Santo Agestinhos a ascenso e a queda dos Gros, Eliminando de seu horizonte twa que nie Fosse cristo, eto Grécin e Roma, que consierava perinentes para © estabele- nent do cxstianismo, para Santo Agostino o curso da histxia& risido pola Divina Peowidéncin, Meso que eventos particulares m1 inexplicvels, eles se sucedem num curso regulado. 0 klouWiewnann Osteen ¢ Now Manda Aid em 1532, 6 matemtico luerane Sif, haseako numa innerpretagio numérica das profecias le Daniel, previa 0 dia e a hora do fi do mundo. *Passado 0 memento fatilic, teve de ouvir as eprimendas de Lutero e de substieuir as matemiticasescatolgicas pelas matemiricas puns” (Minnis, 1990: 333) Em opesigio a ese profetismo, Milton declarava que nana “nom putt seniun ( natureza no pradece de senil de Ouro da bumanilade era deslocada do passage para 0 futut, A reorientagio do sentido do tempo foi heneficiaa pela r slo pensamento escobisticn em prol de ‘a meade ett que A cle se pode conteastae Bacon, que, no inicio do scl XVII, divide o conhecimenta em poesia, histérine flosoia. (image ‘naga, meme, compreensio). A histéin, presidida pela mem. rin cake regstrat © pasado por si mesmo, em seus pepe terme, sem outa finaldade; no cabe a0 histriador usar 0 pasado pag tentar desvendar 0 faturo ou descobri 0 plano divino. Hi agus ‘uma inovagio consistente com a postura humanists © pasado fe um significado ou un valor em si, € Bacon eolocava a questio da lesitmidade da alteridage no tempo, ne momento em que a dese ccoherta so selvagem amerindio recolocava em questi a aera bo espago, Bacon, num de seus dlkimos ensaios, ektivo d “vicksieude las coisas", chego a defender um ponte de vista eflien-pessimise ta Para ele, o Saher terin una ininca, uma juventude, uma “fo slos anos", quando se torna sé, e uma velhice, quando se toma ‘exaurida, Mas seus primes ensaies, por volta de 1603, eram oti mista: nit importa o que fo feito; importa 6 que paler ser fit. ‘Aqueles ensaios influencaram outros pensadores, com Wilkins «que, em seu Discovery of a New World, de 1638, negawva a hla {que os antigas tudo haviam descoberto. Pelo contro, haved rmuitas yeruades nfo conheckls pelos antiges euja descoherta te nnaria famosas og cientists de seu tempo. Tela essa discuss seria parce da refer “querela” antigos versus moderns, a ser examle a cigncia experimental, a negage da auoridade train quanto das dificuldades de uma novi _ magnificamente presumid sta pe algumas de suas it ncia, ¢ homem e survels faquezas” (Pinta, 1943: 45). Mas 0 desequitrio jf se iniciava no Renascimentos a dvie a, como vimos com relagio a Montaigne, eta parte do ceticis zo flosifico. O Elogo da lovcura, de Erato, abtiu camino para © pensamento critica mais amadlurecid, parte de uma eoncepso Fumana de bist6ria, mas, & sempre preciso lembrag, a histéria escaroldgica continuava presente com grande fervor, Outeas siffculdades ainda, relativas 8 nogie de tempo, comegavan a A partir do Renaseimento, percepgio mectnien do mundo _omegou a substituir a cine arstorlica, porn a qual o objeto da iéncia sio as esséncias e niio as seiigncias tempoais, Se Deus eta dispense i também dispensivel 10 Plano da hist e da compreensio do home? ‘ente. Para Newton, tito com pote Leis tnicn © aniversal; © universo & uma sucessio de estos. Newton Stendeu essa coneepgi de temp 8 histsria, retomanda, sob sad mais aante © que Wilkins expressava estava tamb Hikewill, que, em 1627, se volta contra um senso de ecakéneia ‘mundo que previ a chegada iminente dla Besta do Apocalirse profetas da “Quinta Monarguis” haviam previsto a chez lo ale nro para 1666, Camo 6 menconei, 666 & 0 nimero da Besta. Com fim de muna vo octet, nena previo ft fides ves pat 19% Alki de se no imuagnto popula, e hime ano do segundo mil vale observar que 999 correspon 2 666 le calbega para Fao. presente &! xno plano da fisica,s ‘ tempo 6 emt, nm Es le Wetman con gonto Jeviteert to ein ri ‘Shanon Demands coset, Now, ta Se ‘segs rene nbn spi ote Jeong Sere se Sian su in to pr car pr BSc lef nin ia nl enn’ ne cums bet de hana ee lene sh J ur ic meal Pir Pan cle ten uc i cour te ee See disdain} es le a ‘tka ce min impor com + Reel Ahan ur comers Seno era Man fh Hoke we nes Jo sala XV e pa Spins el ae we ir vapor um Jeunes sr so 8 ein bistoriogritica 4 ‘Vale lenabrar ourra vez que o joaguinismo teve influent sobte sérios pensadores até 0 século XVI. Eo que coment Whitrow: ie para ns comprener como pian tntospensore ries daqucla gp seguir pr pecs Ané fae Newton (164 1727), emnbora io dirtamenteiflvenca po Joan cou muito de 4 fens 3 covzelagin entre profes hit fin do mundo. Adit seus prestypoets sco, poréan ke aot centenneeles que fez nese campo co sus famous conics para fea mates e280 (Whit; 1993-99. m O seraom oNoww Mando Assim, se 6 tempo de Renascimento foi de lihertagio dos expirtos, mesmo & meemnismio neweoni nis tarde, ‘obstewlos para uma histéria voltada para o particular, As pepeias Jnowagées cientfcas prtiam, entio, ter um efeto conserva so- Jpre a kia de hist6ria. Mas, a adogio por Locke dla metafisica mecanicist ‘ccintivista, contritia 4 nogio de dias inatas proposta por Descartes, abriy eaminho para a especifcidade histvicn e culeural, untamente com a consol go de uma ciéneia do homem no plane anélce e de uma histia snacural. Assim, fem sua psicolega ‘aprecimento de uns isos ds nature tere por combo amanhecer de uma lesa da ultra onde ponte de part € ‘recanhecimento da cvilizagio come fata fundamental da read humane (Gust, [973 87) ra preciso, » escrever a civlizago e estudeseu pis saxo, mins a consciéncia de uma histéra livre da teologin era ainda ito recente, Até mesmo na gpoca da Envi, come nova UAlembert, ainda se facia pouco ens so ensino da histria, Mese ‘mo assim, com o Renascimento ocoerera. init suptura relativa ttaligio medieval eo infcio de uma conscignein de descontinuiade fentee pasado © presente (Gusdorf, 1973). A par de uaa preccupa {0 com a exatiio nw encadeamento clos fats, histéeia deixava Frdarivamente de cratar da gléria de Deus, © 0 universalismo ‘isto, marca suposta de uma Igteia universal aba Iugur ds eon Tradigtes entre nacionalidades A Reforma, como ja disse, eove influéncia marcante nesse roeesso, na medida em que enfatizava as Iinguas nacionais, lemais, com a Reforma surge a possiildiade de uma histria ca ej em sentido espectic, © abre-se, pelo menos indiretamente, '$0 para una histéria social desvincwladn da Igreja, mesmo Me esta jf nfo nis existe nuns singular universal. we Oselvagem eo Now Mund thine en [Nishet tami afirma que no Renascimento inexistiamy idias Le prngresso € que, E vena que o onsiment iste em Sem Fd te patos lect sfc humans: en & ee Taco 3 ef, mista, que deriva da nnn 6 infrion. Ny conto goral do Renscimente, a venlade htc "no etn es trannies do espe eae tenes 3 lice tein ds ease dos home, [ae concer) da ei Ane do ser human? (Gs 1973185), mas os eto ema Em meio a esas ambigtdas, 0 sae amerio fo (2 senenhun "enascimeneo eslmenteocoereu os seule XV © XVI, reve lugar nesa poe um nascinento, Reframe a0 sursimento de uma linha de inelectuis =o humanities A séeulo XV ~aque perdura até hoje para quem o desrespeto 3 ‘raligin,« esto dacontrocutureaexaltagio do perertinento Aderaciocinin eda dsincia so valores muito rez (Nishet, 1985: 14: ito. aateado por distintas concepes & uses da histérin (Ora, mas esse foi também o esprto do Renascimento do gual parricipava Bodin: a negago se unin “sahedoia recebida", a ert x a uma teologia que abarcava todos os campos do pensamento. B corto que © Renascimenta vio chegow cotstituir uma reo da histéria e do progresio coerente; no século XVI, wirios conceitos dle historia coexistiram, ¢, como diz Gusdorf (1973), no Renascimento tudo comega, mits finda se completa, O que Nisbet parece mio comproener & que © Renascimento & um momento de Alesconstrugio mais que de construgaes, ¢ Jean Be personagens desse process, Os indigenas e o lima [Uma ds perspectivas histriens que envolveram «selva amerfindio fa de Jean Bowlin. J me refers suas ras, € els volto hrevemente. ara Nihet (1985), Bouin no tera sido um renascentisa ee ‘io tern tid umn snide coerente de his. A excusio de Bodin por Nishet parece-me to discurvel quanto stu incluso de Descartes tho Renasciment mito eonveniente, poe certo, visto que 0 iis! lo racionalisnio negava a validade Jo conhecimento histrien. Cone tna, o piri Naber mostm que Bevin partilhava ila que compe ‘nham, em hoa medlido, 0 espito renascentista, como a eeorin dos cieles. Afra ele, air, que Bodin demonstravn, “lunentavelments profiad tn read da feitgaia” (Nisbet, 1985: 130). TA parece indicar que Nishet, carregalo de certo positivist iio entendew 0 espirito dos renascentistas. A mares do Rena cimento precisamente n ambigtidade: astronomia e astrolonit ins nova fot a dos A nogio de histéria de Bodin era ao mesmo tempo brovisencialista ~ Deus, como causa final, continuava sende 0 Drincipal agente do desenrolar sa histiria e do progresso = € _“oatural”, pois perebia o clima e o relevo como causas do desen- Vvolvimento histo. (© Methadus al facilem hisoriarion cngnitimem revels sun te- ria do progresso. Ele a admite, em contraste com muitos ss unm Kinde de Ours pra ele, hununidade reve Seu inicio na inseguranga. Sus ilgias parecem evoear as de Aricieles, tanto quanto ccoar no séeulo XIX: a sociedade tem ratemitica e numernlogia esotética;ciénciae hermetismes iéneit fe magia, ete, w Klas Wierimann forigens nn Fan sila por Deus, ely canny tno sentido de outras organizagées mais complexas e diferene cies, anak que inspiradas ni fois. EAE come que mt cer Thales” em Bodin no estado primitive, quale g pel enzie con conte sinicn og Fsto 6, como seltagens, sobrevivenslo apenas pela toca. Desse eg, tale le natures Hobbes iri sacar a passagem 20 pacto & she o ae poner soheenno. Mas, se em Hobbes a passagem & aremporal mesmo porque puta ele estado de natureza € apenas ‘um recurs heuristic, pars Beadin se rata de um processo gradval dle respeito as leis, HS om percurso histrico dese um esti seluagem 'A humanidnle progride, e, tal © na os cor avis, enguane a trajetiri dt humanidade para ays homens vivian cont ama Mauiavel poder ser repeesentada como um cite, a Tong lo qual se volta pont inical, pea Bor 9 melhor represen sin eta a de um esp. Deeadéncin existe: Grécine Rema 0 testemunham; Deus oportunanente pune os homens com a dlecadéncia por sun vada em cnerem que aleangaram 0 tpo da proses. Mas cada cielo eaiza-se a pti de‘un pata nk tlevado que o anterior Se hi decadéncin, historicamente verified, « pensamento de Bon nio & degeneracionist, ‘A toon hist de Bodin era também contra dle clima, A origem ds toon clmstica ~ radicadn nas oposigtes qentein e sec mid do pensaento greg ~ stem Hira prt em teins ects seria oso, engumt os fs stundee genprafcamente nuns espécie ae "parallo de eae ivi (nem fro mens qucet), seriam apts 8 fll. Hert fundava stn interpretagio dos etas na “genpratinhiporite {Woortman, 2000), © Aristteles io pes setenti fo, os powes so typos Asi fracos e sujites 2 servo, Jas gress sin corajosns,inteigentes fe amantes a libere- Q estan tema perpassat as reflexes seri Tito Livny Cero e canta outs 18 0 sche eo No Mul Na Made Medi dd igual, inerent om dlecorténeia do prinefpio farntamental no eristianisino, as diferengas climticas sio substitutlas pela anticese cristiojnio-erstio, que ches a sjiviler 3 lura entse Cristo eo Antieristo, em bo ined cen ro satracenos. Com o Renascimento, contin, sin redescohertas ‘8 tworiasantigas. Se o selvagem slo Novo Murdo era um instrue mento da discussio sobre antigos © modernios, cone sent visto: se.cle servi para eschigcer « mun ds Antigdidade remot aque se rem aqui € 9 aplicagiin do pensamento antigo an seh modem”. Retomando a teoria antiga, Jean Bodin constewi i ade forms dle Estado dierent ‘s Iugares eas les nacuais. Co ‘ecomeritien da tnlogin mi nlequaadas a cada pove segundo 2 erie (emborsaepto da cabal) mora alepeo da demersal recusat 0 determinisi de Polthin tanto quanto as sleter- tenia nnagiesastroléigcas de Prolomeu. No entanto, 3 manta dos gre ss, caracterizava os pons a partir da nature dda javenune, ay listinguindo-ns is, representatives nn muito diferente, ois, dhs interpretagies pengriicas dle Herdlotoy pasa quem os cits setentrionnis seriam o mais jovem dle tees o8 powas, em con interme «dy maturidade © da velbi taste com o expo ‘ons antigo. Nem to long, tampouco, da Dogio meslievl das “idades la humanishe ainda que express em termes itico-espiciais Em s elo, «globo texte & dividlo em anitiens an longo dos patalelos. © continente american ni feria, pois, nenhuma especiciade, pois os meridians seriam itrelevantes. Cada uma de suas zonas clinyiticas partilha das ‘atacteristicas de seu equivalente no Velbo Mundo, A. América them ¢ Oriente nem Oeiddente. Por isso, na percep de Bes, América eseaps ons lie geogeatiaescarokigica” que dese o Mediews Jr» Mun la Where, Mella Mandeville. Em contraste com seu espisto critieo em face da wologia medieval, alow a combinagio de teorias climiticas & dos humores para construr tipos estereotipads, transpondo as dos poves do passade para povos dle seu presente, incluindo europeus, Assim, o§ espanhsis & 09 italianos teriam as mesias caraetersticas dos meriionnis da. Antigidade o espirito de vingangn. Ja 08 nnlicas “(u pareci- alos, em erueldade, aos des ursas e lobos que cagam nas mesmas paragens”. Serinm ctas comtemporineas. Como nota Lestringant, a publieags Uestina um papel especificn no Ocidente. Mas hi outra implica. co eelaiva A Américas supestas caracterstic ‘Nem an meno hse prin. The wn carer hem defini ses gos que ta as ise os cio, des indian, ag etfs eds americas, 0 asso que os histones de ents pes wens forgados acombeceredescreverem pret ay sun goorai. Esta tales primeira fommulago da fase que tex tancoa, solve América, enn se “seo” ei "his jones (Ch, 1996-46 gts no visi). o do Methatuse los Seis limos da Replica coincide com um acesso de xenofobia na Franca, Uirigido contra a Espanha ¢ a Telia. Léry também apontava as erueldades espanholas na Histoire dun voyage faict en la terre a Bri, Os italiano mas. Tais cuss i ature Selvagens, portanto,explicamse pela eograta. E nese cone texto que Bodin introdus 0 canibalismo,atsbuto do selvagem. Tl como Thévet e Léry, Bolin apse 0 canihalisn de vinganca justi ficdvel em termos de honta) no apette hestial por came humana, seguinde a clissia opesigio entre Norte e Sul (tio © quente) de Hipscrates e Heriuloto. Baseado ns fantasiosas descrigives de SSalnus e Pomponivs Mella, ele retoma tema dos citas, os eanibas rindicns, « pove niais selvagem ciao pelo imagine geo, Past Baan — eomo para os gregns = 08 nSidicas nfo se distinguem pela asin; o clita seen ¢ fro fue que tenham costumes semelhantes Bs Inestas selvagens. Set coniholismo & de cariter bestial. Os eit ‘continuawan a ser representalos, pois, como selvagens animale No Sul de clima quente e dimido, 0 eanihalismo tambée cexistrin, mas nia se tenta de aperite hestial por carne humat (© que 0 explica & a teorin hipocritica dos humores: 0 excess hile negra, resultante do calor, conu: a paixtes incontrolvel “Trata-se, aqui, do esptito de vinganga, que niio se confunde 69 cram acusades de comer 0 gio de suas vite tenlem a redusir& harbirie absolute us0s & 4s costumes de uma aristoeracia tind de fora que, pouco a pouco, Jmpée seus valores, sta maneira de westir e sua forma de falae 2 Corte francesa" (Lestringant, 1997: 133; gritos meus), © que para ns poder see visto como um "process civlizador” era, pois, atic ui bhitharos selvagens. Henri Estienne, o humanista protestante que recuperou a treibilidade de Herédoro em su Apologia, de 1566, insiste na esma tecla, como que deslocando o selvagen dt Antigiidade ar 6 tempor modern, Nao seria selvage folio. que iia laminar o antigo, como na anise de Haetog (1992), mas seria lvagem antigo que serviria para acusar o Outre mero (n0 80, 08 italianos), A teoria geogritica da hist6ria le Bodin, mesmo sem dar *ecificidade aos amerindios, abre caminho, contado, para a Fedibilidade da interpretagio do eanibalismo “de hone 1 “raiva canina do cit. Portanto, Boskin, no esprit eenascentistn,retoma ol lade, como Herddota, mas retoma também cos da Anti rmaneita do Medievo, os inventores de tags monst 7 Klas Woostman) tupinambés feita por Thévet ¢ princpalmente, por Léry tory *palativel” para Montaigne. ‘Mas existe nila una outza dimenstio da Léry: aquela que estabelece um paralelo ent ce Bucarstia, Ly ni foi o primeito a estabeler uma relago pesturbador centre a antropofigia € 0 sacramento cristo. Os primeiros misiong ‘ios jf hawviam percehide uma relaga ‘© 0 saeramento da Bucaristia, Como aponta Lestringane (1997), José dle Acosta, aprox imanulo amerindios de antigo, 4 usava © retmo histiay em seu sentido etimigco, para designar a vitima dos saeiiios asteca Ista, quast ab ste, © uso ca palaven sta ee ser pratt = lesinava-se a evocar o sentide melemno (eatélico) do pio que cconvertia no cope de Cristo. © que € importante aqui & que, meio a uma onda de satanizagia, eonsepue-se estabelecer ur aproximagio entre « Outta © Nas, pela via da analogia entre 0) rermretagio de 6 sacrifiio cana nee serificns ma Amécien slo Bucarisia pa merino e 0 antigo. Como mostra Lestringnnt (1997), Lry foi capa, tal Montaigne, de tomar o eanial uma chave tives, um st rte a istrin recente para dae conta da *selvageria™ pres Europa, ao mesmo tempo que 0 forma um uso alegérica votad ‘um sentido mais levado, E importante nocar aga que fant como Léry,einhora ergs, e apesar de tas as suas ambivalec foram capazes de construir compreensivamente a alteridade celvagen”. O relat emogetice de Léry sobee « eanibaismo te contulo, um outta objetivo, evidentemente susente tanto ‘Acosta como etn Thévet. Para Léry, a antropofagia era alert nfo um hii alimentar. Com iis, ele estabelece analogs eM ‘6 caniblismo tupinamb © a Bucaristia erst d a los na Frans 0 wthasem eo Nowe Bano Pr assimitaginocoibaliso real dostpinambs he servi para fiver desaretaro dona pops da transubstancign cae tilens no came spenaso hone, quando eden ea gets «ere foreciam vis exompls- lescomen Deus durante ‘seriteiodh mis, [No que dz respite ao Crist, wma simples mane de fa, ‘uma forma coleguil em sumo, oque denaninaos em ere uy teopo. Ese tropa, que opera pela eranseréncia da cost signtcada —0 cope, singe vino A coi i é qpens metoninin, eh ante ~a pio, 0 rad conta que nos eats pr rd rms, ks pa vitro sdeoveia por pas. Fm outs polars Crstoternseexpeimio ora. (Lestingant, 1997:98, 108) Como calvinista, ele negava tox eeansubstancinginy eo- mer o compo de Cristo tinha apenas um sentido alegsrica ou rmetonimicn. O que Lévy fee foi transpor a interpretagio calvinists ancropoagia cupinamh: a came (e 0 ngue) sla vitima se tomam metonimia, no contexte da vinganga.. Ain au ‘camo um processo de significagio. sj efetivamente consumida, ritual 6 por ele vista E por inscrevero canibalisme no context so dehate token ue Léry consegue perce-lo com um proces ritual que fe serie slo na culeura cupinambs. O que importa agai €o fato de que a alteridade, radicalmente representask pelo eanibalismo, & tornada ompreensivel umn exfugo aberen por wna teria da hisvria que cola 1s tupinenhs ene os medina Lety fo wnhém testemunha de aros de canialsmo pratica- 1 context ds guerra ipiosas, mas aqui se tata lh presenga se Sai. Essa viferenga de attuse pose supetir que 0 Imerindio selvagem sé fot compreend poder se interposto 1 Uchate sobre a Eucarstia e para toma os cations canibs w Klas Wovtmann (© relativism reflexiva de Ley tn, poy seus limites jg no paleo europe, sea 0 brasil Fionceses © portugueses, ele distinguia entre antropityas alias « ania initsigos, estes dltimos deseitas como animashestins gu, ‘como cies ¢Jobos,comem cma as suas press. Lestringane (1997) ressalta aqui uma oposigio semelhante Aquela jf observada pop Herioto, na Antgiidade, © por Le Goff © Vihl-Naquet (1979) ‘com telago ao “cavaleira selvagens” medieval a open entre era © corid. Naqueles autores, trativa-se da opcsigho entre selvagem civilizadey em Lin, tata-se da distingio entre "bom seluagent” & “selvagem esta” Ocosinenta slo campo defini pela pica canal a seporago ene re ‘cultura, entre me humana sit de sina sina, One a ‘rsh tupinambsucitnninterese Ase, até mest set do europeupor sun complexdale eas estat metaorfoes quis ela submete carne humana que he serve de areene ‘moi ds metas de Léry (.) reconstituting ent. homer selvagem ¢ animale mais vepugnante (Lest 1907: 105, isa espectr do aha, cl epee porn nese a distinguidlo entre eupis e anelhanos, Se Vespicio ha 1 Fundamental entee os “nose see fasia-se, também, ama dif vagens” eos “selvagens dos outros", entre "mais selvagent” © “mens selvagem, como o fia depois Lescarhor para os ingen slo Canad comparados aos da América meridional (Perrone Moisés, 1999), Vile notar © eontraste com Montaigne, que mi precisava comparar dois selvagens entte si, pois seu so da fig alo selvagem era distinto, iro, Envolvide na dispute entre 0 selvigem eo Noto Muni ‘Théver também discinguia os tpi se outros gentios: (Osconihas, cus tera wo de Cabo de Santo Agnsinbe ds prow Iniddes do Maran, soos mss crude desumanos det os anes, io passando de uns canals habituada ‘omer carne humana do mesmo jito sue comemos cathe de fo (As singuaridades da aga Adc, apa Cami a Cunha, 193: 162). owes me © mo até com maine sii Havias pos, uma diereneingio entre alias © aliados des inimigos: os primes eram antropfagos; os segundos, eanihais, 0 que correspon, m hoa medida, a uma absorg0 do etnocentrismo {up Assim sio os aimorés retratados coma nimades sem aldcias que fimem came crus, “tio selvagens que, dos outros hitbatos, so ha vids como mais que firharos" (Carneito da Cunha, 1993: 163) que distinguia os dos selvagens era a diferente relagio de ingotsubjtividde enere “eles” e “ni. Eran distintasinsergdes na hist dos europeus rin América, eran também dferencas gen fleas: os canitais “mais crusise desunsunos” lealizavam.se 90 Not =; eram como que setentrionais& diferenga da Franga Anti (Com Léty surge um selvagem que 6 falta a Revelagio para se tomar igual so europeu e, ao mesmo tempo, surge também canibal monsteuoso, com « qual o observa Aor nfo tex familiridade e & seu inimigo (Lestringant; 1997), A existéncin de dois selvagens, dlstintamente construtos elo mesmo autor no mest literal brasileiro, puaeda regio com ato de que Léry, como hom calvinist, foi também um eagador le bruxas, tm na Fring. como 1 Bras De fate, Léry inspirou monstruoso a0 gual se it Deéimmmomanie le Boxlin ~ na Putra face do paradoxal bistorindor quinhentista. Ele afta, tal mio fava de Bry, que as mulheres brsileiras eas hruxas europias ma = Kia Woo fo ambas instumentos de Satd. Léry insereve, pois, 0 selvagem, melhor dizendo, a selvagem, na escatologia que enxergiva n Amé. rica como o dltimo refigin de Sats. Humanista pata com uns, alemondloge para com utes: capae de apeoximar o selvagem do f ue afssto, pela via do “eanibalisme ex ar cristianismo, pela via do “ea imo eucaritica”e caps também mesmo Villegngnon foi "slvagizado’, ao lao dos cat Léry conc que de to, Vila on ese tame preposto Jean Goines, etmelta descalgo qian nin pena sree, muita mais que espirtualmente, comer a came de Jesus Crit, tag io ainda, & maneira dos selungons tos Oud lesa ‘qveiam masigareengoir eo crus”, Tnanh-se doa samt Initio da reli crit, uma tal repress do for de comin 2 simi et 1997109) cvientements insustenvel (Lestringant, Voleemos a Bodin, que explica as diferengas de canibalisma aula dls serentrionais peli oposigin entre o quite © 0 fio, estas ieracionais e des meridionais raposas que usam sua ast pra a vinganga. E interessante observar que a teoria clinic, engrfca, de Bodin 6 exposta no Methas, lives deca hist sia. A mesma teoria climstico-humvoral leva Bodin a incuir ene ‘os meridionais (muito mais meridinais que espunbis e italiano dle ato, ancipodas) os indgenas brsietes, que “hanham as eran {gas em seu sangue™ oe Bain dese (Os tupinans uj erscunes antopo : rogns a Thévet, representa o ens mas inpressionante OE neloncolia intelectual e eanibal. Come mais tarde em OLE CO Nowe Mans “Monte, cle ceupa un use diametainente posts andi nt esal espacial da gna enn biranquia ch vlores linen ‘ares Entre os dois existe a meta da circunieréncia ete ess distinc alsa dfinluivamente a fea do homem dado Aerasise ptes (Leste, 1997: 135; rifos meus) ‘Com Bodin temes entio que a s cequivalente ao selvagem citas 6, na verdad elvagem hrasileizo no & Seu oposto, no come ie le selvagem nob. Essa dh renciagio, lembro outra vee, € eonsteuila por histévien-engrifico so pripvio He 0 “canihalsnn cl Wvilizado, mas como uni es 0 lor modelo Soto, construtor dos citas nedlico", relacionade ac safrimiento e & € dotad de nobreza, com forma de vinganga. Com em Montaigne, observa Lestringant (1997), 0 canibalism de honra & dlesculpivel. Contixl, 8 diferenga de Montaigne, para quem as franceses bon tas selvagens que os tupinambis, Brin, em con: soniineia com sua teoria elimaticn-geogrética, situa os franceses tno meio-termo. Nem iva eanina ne furor de vinganga. Se Heridlora havin situa os gress no pono de euilihio, » mesmo Bodin para com a Franga. Os easos de canihalisma vetfcados ra Franga, muitas vores explicados por possess satinie Boalin nso eta um slr dos primitives amerinos nem alos anti Sobre o mica século de out ecreve cam sarcasm que em compra como nose em pera parecer de eee nace, os antigos e 0 desinteresse pelo oure. Oviedo comparava 0 fndgenas aos antigos. Com Montaigne, o Outro ameritlio tem um, sentido especular. As observagies se Colombo registravam unit percepgie clo ameriilio que seri fatal para sta rolagao com os euiropeus: um suposte desapego 3 propriedade privadas © infantilism; © atraso teenolégie. Se Francikco de Vitoria nnfo defnia os novos hishagos come inteiramente loucos, ele, contudo, apzoximavacos da oucurt 1 proelnmae sui infaiida Te 0 craps co Nowa Muro. (60) lo esto Tonge de slo (.) Hes no sto mais eapaaes de vemrasi mestins ue os loussou mesnn ns ests slg ial (.) Sua estpidesé muito mir gue aquels dos locos emoutos pes pad Tao, 1984: 150) A esis carncteristicas acrescentava-se « no-valorizagio do somo parte de sua “infantile”, © uma suposta auséncia dle sels ima em estado bruto para 3 ( europe contrastava-se ao selvngem o, geo tomnava mat agen io sponsit- legitima 9 apeopriagio do ouro pelos cone aquistaores, tanto quanto 6 domo sobre « amenio. Poe isso ‘mesmo, ele era infvior¢, para seu preiprio bem, deveria ser “alm 2 0 Bispo de Chiapas, em 1585, 9 gue torn tina? pelo expen. Bo que cit por Elio Devers amare jos os tant ante pudernice Masse iter imperfeitnexige que sejam governess parti, esejalo mais plo medo gue pelo amor.) Hes nos ca 4 julgnra grove de seus peeados seo pel igor ds penali- lads com que so puns Elie, 197213). Em outro plano, que seria retomado por Voltaire em seu CCndido,« amertidio seria wi-inferog, mas superoe aos europeus Seria um homem santo, tanto quanto o santo selvagem da fia no mginirio europe medieval, referide por Le Goft (1980). Estaria cima da cohiga, sem desejo se riquezas mundan minado pela eivi fnresponsivel ow santo acim da ccobiga, era selvagem; num caso como noutro, justfiea apropriagie da riqueea pelo europe ssn infantilidade, conrad, reve outro significa, pois, como if ds, permit aos bumanistas uma apeoximagio entre o selvagem Ti Kos Wenttang © os antigns. Inseride na grande cade do ser, peaia representae tm esti primitvo da humane, pope oe contin even renhar até o sécuo XIX, quando os rogues de Morgs servira dle “estemunts wiv gos omana Para Pietro Martce, os habitantes de Hispaniola foram seduzios pelos eros do gent ante, tal como nnsss primes cesta, vagavaam na. cepueita ena ignorineia, come todas ay nagies, com excesio dnquels iuminadas pela Palavra de Deus A nova cosmografia, com a descoberta des antes, brigava Martie a admitie gue existiam povos que oi coud a Paar om bumanover potenctalidade En mio a suas ambighiaes, a “Ustincla de perspectiva™ recmitiy ao Renaseimento ver a Antghdade come umn objeto de cestiao vido em si mesmo e nfo apenas como slemonstagio de umn transcendentalisno provident, como ri Medicws. © mesma poderiam ter aa que fosse 0 amerindi wo 8 evanigel j miais um motivo, pos, 0 potencial, cab antropocentrismo gue comegnva a tonne Lagat na explicag da hhistérin fain também que as culturas estranhas do. Novo Mundo fossem relcionalas aos anges. Como ce Rowe (1965), os wijantes 6 vem aguilo que estio prepares para ver, & os ellos precisavam ser primiro abertos pelo estado da Antigiidisle chissica num cesquena comparativo dle seu pedo tempo. ( scelvagem ameringio era entio assimilado a0 primitiva, brépvia histénia do Ocidente. Pietro Martire, em suns Décadas, ddesereve os rites religiosos dos amerindios com fregientes rferén cias & Grécia antiga. No diseurso do séeulo XVI, arranjaramese os habitantes do’ Novo Mundo € os gregos antigo no mesmo horisonte. Ambos eram personagens dos cantos extremes, 0S parfimettos, do cosmos cristo" (McGrane, 1989: 20) Acosta, em sin Historia natural nna de as Ids, bhém significativo, ainda que sew registro seja forcement? lemonolégio: tame 0 sehen eo Nono Mundo es das Ending, € 08 como alo, ui abmine com povosdesunanas denoniacas cle overage mess coi, té mesmo res, orm vistas ente os regs omens.) como podemas Fhelmente compreendr (x) or seus pipnsnutoes rma Pin, Dion de Halicaassoe Plutarco: pois endo o Principe das “Trevns a cabega de tok a ifidelide, no hi naa de novo ‘encontrar enee ifs cruldades, munis insides, ius um tl este apa Eling, 1973: 25) Extabelecinse, en ntigos eaqueles des amerinios. Isto 6, os pains de Nowo Mun ‘ram dscritos em comparagio com « priprio pasado pagoda cisilizngo europa, Recipeocamente, 0 costumes dos antigos ram, enntendes pela vin dos costumes dos novos selvagens. Assim, 2 alterdade no tempo ¢ a nlerishale no espage eam toenaalas die wes equivalences, atsibuindo-se ao selvagem um novo papel histico. Inicava-se rit A sepuinte obsorvagio de Ducher & muito pertinente, E pe ccomparagio com os antigos gue a nova humanidade exstica analogia entre os costumes dos iss « carreira do “eontemporineo ingsessa emt um novo canipo do saber Seus usose sus renga 6 perdem sus estranhesa quan el clonados aucles dos “primeirs tempos", des quais os Antigos ds tuopeu poreche a readied mundo selvagem que, ets resin hepermancce estan, ncesiol A metamorisedo wm tstemunko. Estravés do sua pein euleura que Fhomem selvagem emt homem primitivo, Pog ax dele mn ser Iisncr, torn ao meso temo possivel una visa antropo Tica; nele enim, © hone sprener a se canhecer: haste abi espago de sua pep ‘eurpew pode se recanhecer & Klas Wertman bistéra e fazer « Hom sles fgurar entre seus Asin consti dfintvamentea dupa slvagemicivitzado gus, te jogo dspralos dae nese, o gn de um escalalog eres dor valores com tao fancionamento do pense ‘mento anttopolico até 6 comeco do século XIX. O homem selva se confundeentio com seus plo, cits ou germinicns, «toma gar seu lado num vasto mito dis origens (Duct, 1995: 15:griosmew) Duchet reere-se n um processo que, para ela, iin se com pleiar ao final do séeulo XVII, rarecendo esquecer que ma segun- dda metade do século XIX 0 primitivo" ingressa na escala cevolucionista, a qual a dupla "selvagenveivilizado” continua a *comannharo pensamento antropokigicn". No entanto, & fundamen cal a obser jo de que a tnstormn ln no séeulo XVI, comegava a the dat Isso implicava, de certa forma, um paradox: 0 mom ‘mesino em que se valorizava a eivilizagio antiga, ela era posta em stagio com 0 novo selvagent; to momenta mesmo ent que "Antighidade era humaniznds pelo Renaseimente, conxinuava a ser vista pelo prisma do paganism, seu “espelho” amerindin er bhém apreendio como uma espéeie do Mal. O confionto entre solvagens amerinios e os antigos mio sg compreensio, 6 que fica cla na observagio de Martine, por influenciado que ele fosse pelo humanismes de agora ext di o havia por que asimitaese dh “fariesa” pessessio das sii por Apolo, Referin-se nos trnses de xamis indige alucinégenos e concluia que a “Antighidade supersticiosa” i havia perecido, Além disso, 0 imaginério da Anvigtidade ers trans tao para o nove continente, como no caso das amazon Tamm Bo 0 selsugen Novo Mand sle acon co Hispaniol satire, Colombo teria sd leva pelos natives de ara outa ith, habitala apenas por mulheres: Os “can avam aquela iha una vee por ano, como os t ‘vam a ilha dle Leshos. Se essa comparagio era parte do processo de slomesticagio do novo, esencial para © dominio cognitive, ela nto inulin a compreender nem o antigo nem o amerini, No en meri, snto, 0 conronto das das aleeridades omava © antigo menos estanho, ainda que mito neces- uma observagio “etnogrética © pont de vista de MeGrane ste prdiximo. Era come s iluminasse a observagin “histriea ccoincice com o de Duchet nein t A pculaidbe serie das crengas esses habitants co [Novo Mundo sio da mesmi orden que a peculaidade e a weds pr ‘cass lamers perdestinestrnhesn absolut; toms ais sal maiscomun, Agu eis porque passa ert dese anti () A estaba sul rave rengastoenaram se vistas numa relagie de rept onal com os greg igs, E, recipes mente invencivel estranheza dos press fnalmente rornou-se vel, na medi em que oda seteloinralas pres ascotues A estranheza do passado précis cornou-sesubitamente do presente menos estranba, menos incompr Now Mundo. tine em simeltaneidade com 9 estranhes extract (McGrane, 198922: gro me). A alteriade no espago eta, entio, assiniladn a alteridade no tempo. Mais especificamente, a perindicidade (até hoje anti) gue dive o tempo em antes de Cristo e depois de Cristo cera romnadh equivalente 4 poografia escatoligien (denteo e fora crstandile), © Ouero anterine a Cristo tora 1 comparivel a0 dle fora da cristandade, na medida em que ambos se opunham an se vb, entio, que a crstan, «9 erceite terme da eo ito. shistoriizagi" do selvagem no se fee independentemente do registro escatol6ice. © que neoeteu foi proceso de comparagao entre ama alters i saida, mas no compeeernia, cutea alteridade now x ento no sabia, Mas tu comparagao tem um sei, © es sujeito colocava-se fora da comparagio. O sujeito medindos, 0 tee ceo terma da comparago, en 0 cristo, & ¢ que se compara e fndamentalmente 0 tempo anterior i Rev cexterno 0 esa mes Revelagio. Ean outras pot Todorov (1984), c question as enteporas do pripio suet Ago com 0 espace com observa favase a religio dos outros sem muna Até 6 século XVI, a naturesa do fugar determinava a natu reza das cosas do Tage, um poto de vista que parti da oposigho fundamental entre o céu imutivel e incorruptivel © Terra cor I", que The ruptivel. Cada coisa procura 0 seu lugar “natu correspond, e foge de qualquer outro, que The & opasto (Castes, 1972). A filosofia do Renaseimento tem uma nova tort: exiar um nove conceit cap substento pelo cespago coma fngio. O espage teria de ser dessubetancalizad para complexe ideal dle Hina’. Para isso, tinha de ser e substituir 0 espago et hhomiogeneisade (Caster, 1972). Com Descartes, sso se compl maria do 6a ¢ ds Tet & 2 mesma, € nfo existe uma pluralidade dle mundos, mas, j4 no século XVI, admite-se niin exist uma ‘luralidade de homens por natureza. Num espage tien, « Nove & 1 Velho munados,¢ seus habicantes, tinham a mesma natures les predetemina a nauresn en espe do Outro que poe sere encoira is 0 Out seu si 9) Qual 9 Ears m O selec Nove Manto. tom um“cntinn, psn aestirnumetostsEurpas” ep tanto numcrocs Ouers europe, muito dienes, as no ‘sane delgumn fvna ines (Mei, 19894). Era, entio, como igunis, oo sentido dla por McGrane, que fs novos selvagens podiam ser espelho dos antigos antepassades slos europe Para o esp que iio & 0 de todos os pen loses los séeulos XV a XVI =, ocorte uma modliicagio funda mental na ilgia le selvagem: como j@ disse, o estado selvagens pende seu estatute ontoldgica pata tamnar-se estigio histrico, Se cesta tina definigo jf se configurava antes, ao final do periodo medieval, agora ela rende a se consolidas, € mesmo a vertente cscatolfgca, embora alastadn do humanismo tolerant, precisava ccaminhar também nessa ditegio: se a condisio selvagem fosse contoligica, fleava em divides ss humana do novo seh qual cumprin integra na cristarnlade, Como disia Sane Agostinho, mesmo of selvagens mais monsteunsos eran homens «que dovian ser integrados na Cidale de Deus para po ag [Essa metamoriose da humanidale selvagem de estado para estigio iow 0 now by harem ete da releseoherta da cultura clissca © tnto influen- waist quanto fo por ele inuenciada, Com isso, co selvagem passa a fazer parte do "primitivismo social volucionsrio® do inicio dos tempos moslernos, na expeessio de White (1994). Aquele primitivismo idealizava grupos, como os tupinambis dle Montaigne, ao ainda aleangados pela civilisagio ~ 6 que no dleixava dle ser também uma forma de definir 0 que & cvilizagio © 0 como. Ao mes dle exereer a ritca da forma que a civ tempo, as selvagens tornados primitives” foram equiparadlos aos B etn nn antigos, ara serem mais tande transfor tos, arcaics, no de uma sociedad ou civlizagio em particular, ras de toda a humanidade, As interpretagies foram muita, mas texls elas repousavam sabre a agin de que os homens so inti up ‘nha uma nogte de tempo quantitative € de espago homogéneo, camente os mestos em qunlguer tempo ou lugar ~ 0 que ji © enconteo entre europeus ¢ amerindios, na medida em que i com 0 espito coincikliu com o Renascimento, coincide tam crftico, 9 divide a curiosidade que marcaram esse momento do ppensamento ocidental, Contrariamente no Medievo, no qual pre slominawam a repetigho — emborn inovadores até mesmo herSticos rivessem exstido ~ ¢ 8 conlenagio da np eurinstas que renova o saber, 08 renascentistas sngsmo do Novo Mund e Ihumanidade, avo apenas em seus aspectos moras, on, conto drfames hej, cultursis. Predontinavam as pergun- tas telativas A diverse lingiticn, em consondncia com tenasct alos interesses filoigions, € Be diferengas roisiosas. Penpuntava-se sobee a lingua original e sobre a rligiio natural, além da enorme variednde de costumes, i consierivel com relagao 30 30 ampliada pela deseaberta lo novo, Se havin apenas uma fain dow filhos de Deus, com expe car a variedade? Tanto Montaigne como Jean Bodkin eeuparamse Udo penblema, "Nada nv mundo difere tanto como costumes ¢ leis: (© que é aqui consilerada ho recomendivel’, dsia 0 primeiros "Tanto quanto a variedade em erga de nat wn perguntas. Entre essa, por estilo 8 lversidae da os como tambéan nam aquelss rola re € em outro lugar tido como reals 0s tipos de bests (.) existe uma grande dif eza disposigio dos homens", nfirmava 6 segundo, autor, coma s© vig, de uma teoria efi Diferengisfsicas, com a cor da pele, po como ji se fain antes As diferengas ambientais. Assim, 08 nemo sor att aos ee tinham a pele escura por causa do sol inclemente, 0 que fasia rnuitos europeus temerem se aprosiniar do Equador. As deren cipal ceulturais © ps te religiosas eram mais problemsiticas, justamente quando © pensumento renascentista era afetada pelo conflto trazido com a Reforma protestante tanto quanto pelas Priticns rituais amerindias. A iromia de Montaigne ena langads sohe as ws pretenses humanas: o homem insensito, incapas de faaer um verme, fia euses 3s iis. a filologia renascentista & a arqueologia trouxeram consi- fro uma redescoherta do bomen, as descobrimentes trousers Uescoherts de um now omen nets sequerimaginad, fora miestio a imaginagtio dos antigas. Como ressalea Gusdor! (1973), 0 encontro desse homem & pleno de significalos merafisicos, na medida em que fore nnowas imagens da conigao. humana, ‘A emengincin dle uma nova conscigncin histricn traz consigo a recess le de compreender os novos poves que se impunham | mente ocidental. (O selvagem amerindio fi, como vimes, confrontad com a Antigtilade, confronen tornado possfvel pela homogencizagio tanto do espago como do tempo. Coexistiram wri percepgies tivas a esse canfronta, Em Montaigne, 0 selvagem brasileiro & assimilado aos hersis da Antigidade, na mesma medida em que S opesto a0s lta. Desde entio, no deveros no impressionar maiscom os paral Tes enttas genres de Nowo Mundo eas ilsreseapies ese lacinos exalts por Platarco } em Théver, o ral aps conto oprolonganento atl de Esra Assim o "sesame Quoniahse (.)herdava as virtues mésculas de um Leds (esting, 1997 168) we As Singulridades estabelecem un paralelo entee 0 que & di tte no tempo ¢ 0 que & distante no espago, A compangi cam Antiplitade elisica € constante, No entanto, Théver também com, raava os tupinamihis aos citas dlescttos por Henéloto, own que se limentava de came humana, Postanto, 0 slvagem tuna tant podia serum equivalent guinhentista do cia, o seluagem dos anti- 20s, como podin ser umn grego, tim Lednilas, 6 que € tanto is interessante se Tembrarmos que os citaseram o oposto des grep, no imaginrio destes times, A comparagio com os citas, mencionada por Lestringant (1997), & ponsin equivocada, No Livro IV da Hlistia, mencionado por Lestringant, em que Herddoto fie sun detalhadn deserigio des citas, em nenhum momento os caraeterisa come canibais que se limentam de came humana. Hegddoxo descreve, por cert, cost mes pouco louviveis aos olhos de atenienses, come 0 babite de cescalpelar inimigos mortes (costume, de resto, também abagado por alguns inwligenas da. América do Norte). O que mats se apeo= xima de anttopofigia, porém, & dlescrto em apenas das linhas: 6 costume de beber « songue das it bheher seu sangue podem ter, & clara, « mesmo significado sim Tica, mas nenhusms relagdo tem 0 tle carne human” 1s, Comer o inimigo 00 19 com "alimentarse de Havin, conto, um ontra registro, no qual o peé-risty cconstrulo como antigo, era comparado no eurapeu moderne. © nese registro "tere Nesse registro, a comparagio entre seh servi para consteuir os mexlemos como superiones entender 0 lugar de amerindio nesst histiria, & preciso detalbtt 6 ent o selvagem. wens © antigo ss antigo. Pat we Osean eo Nowe Mun no-no contexto Ua jf vitos signifies pasa os termos anigo © movler- no. Os priprios antigos eran tamhin “medestos" ¢ inhi seus “antigns”,emora a nogio de modern ainda no exstsse, Os gre 08, prvilegiarem 0 principio da ancianidade, opunham os pad {osantigos as de ancanbo) as netera (Foema comparative ners), reinventar a Roma mitica do passado, © para Cicero Roma tinha, vida para com os gregos, preceptores antigos de uma Iuonanizas (civilizagio) nascida com eles (Hartos, 1992) Para o que acti nos interess, antigo refere-se ao gue no século XVI veio a ser chamalo Antigiidade greco-roman, ito & 6 periedo dh bistévia que antecedeu hegemonia do eristinismo no monde greco-romano. Era nesses antigos que os renascentisas se inspivam. js jovens. Os roinanos, na paca de Augusto, rena (2) ater poe ema Adopassado entre outs das “eennscengas” e, em especial Jo grande Renascimento do séeulo XVI A moda ret & hoje uma ds componentes ds rmoderide (Le Gof, 192: 168). ow expimitse soba ones la Aigo. Eun capererGien Como dis Hartg (1992), 0 oposigo antigas/imadernos & wma forma de redistibuir 6 passage numa nova eempoealidade, nuns contexto que marca momentes de crise, como o seo Renascimento, hho qual o "regime de historicidase” até entio vivide comes 4 desmoronas, sem que se si ait 0 que vir, Assim, a consti Uuligio los pesos histicos e sou significado tm historicidle esi ae Woon) Ccestado do par antiynndero pass pela ance de um meen: to bistico que sere iin de “moderne” e, 0 mes tempo, cra por denegrt esltar—ctsiplesmente pars ds ade’, pois tonto se desta uma modenidee para poms coma par ijpendila (Le Go, 1992170). A oposigieantige/ioulerno foi com freaiéncta expesta pelo re giganees andes. Assim, uns veal do eateral le Chartres representa os evangelistas como pequenos, sobre os rombros de granules profetas, Esse tema, que seria retomado no Renscimento,tinha no século XIL um significado eseatoyien: (Os novos apdtoles, de quem Abelard, no culo XU, fla com sdesreen in Hira Calantauon, so emits, prozaencs Innere, sg eles reform bones da vida onsstica que, ns olos do inelectaal que el &cheio de leiturse memsris, rad nas so gue caren selvigenseincultasdos verdairos apts pasado, das verdad orgens, Desde Ani ade que superatvn de nos, ovinsslquieaosentide Je ‘kim decnustrticn. OCtistianisn evouestesuperiacvo aun aro de ft de mundo. © asta sokve o peg das cal sles do in dos tempos (De eves resin conor) ‘do poisense Gulla de XI, jog com o dup sentido de novissinas, que design, 20 in-out em meal do século mesmo tempo, atulidade mais recente ¢ fim do mundo (Le Gof, 1992: 17). Desle o sécule XIV se firmam forms de misien como ars nna tanto como nowas forms de teologin, como vir mama, em senuia a Dans Scott. Assim, om diferentes momentos hist surge a oposigio anigosfmedernos, mas € com o Renascimento ave 0 erage 0 Nov Mur (co) “Antigo” adguite defo e definivemente 0 sentido sdeeultragrocotomana pi pstivamen cotado. Oo: \decno" 6 tem direto de preferéneia quando imita@ "antigo". Eesteaser ido da edlebve passngem de Rabel 1 relogescer dos estudos antgos: “Anos todas 28 seins foro rstituas” (.) Oem exaado por mio do antigo (Leos, 1992: 176:zifoe men. [No séeulo XVI, hist oper fundamentalmente com a opo~ “Scio antigoinoemy a Idade Média toma-se uma espécie de period lina, “escuro” ence dois momentos de lus. Retomava-se Peteaten «que, em L341, havin oposto anna histérin antiga © una hist no, colecando entre as duas as eebnae medias, da queda Uo lepério Romano até o século XIV. Era preciso negar 0 passade recente rectinndlo o passa remote, Conn mostra Harte (1992), ser mover oy imitans os antigos est a forma de se desemnboragar da Kade Malia, langue No Renss andes, mas a diseussio passava agora a pat em como ale das no ies le progreso: 0 progreso circula, que sempre repse a Antic dade no alto do processo, ¢ 0 progress linear, que privilegia aquilo que se afssta da Antigiidade (Le Goff, 1992). Era como que tum debate entre a pereepgio circular da histria, presente dele 0 Fensamento grego até em alguns renascentistas, © @ teoria da mento, reromnu-se 0 contraste entte gigantes & inreversivel. No eontexto greg linearidade impli- cava degeneragio (Janke, 1997), enquanto no século XVI posta tamhém implicar progresso, apesar de permanecerem concepgies cielicas e degeneracionistas. Er, ana, uma discussio que gitava fem torn de nogfes de tempo qualitativas © quanti Para muitos, 6 antigo passou a signiiear uma época exem- Pla. Pete Vr coene fare; render Panne ¢ fa Pras cm) oh anu alone ne Cali cot on &ancor mon, (Es a Vasil ibs rita nate paper aver asain atin (LeGol, 1992: 17). Giotto teria sido primeito artista “modem”; para Vasari, cle teri ressuscitadn «arte modem. O mesino Vasa distingia, na ce, uns “ma anodes” que eulni ‘nam em Giotto e que diferem da “maneira velha" isto & medioval, "Nem telosconcenavam coma imagem dos antes sustentos pelos ombeos des pigances antigoss mutes pretendiam moalfcar tal {mgem. Para Bacon e Leonarl, os modernes eram superiores, pois Tevavam sobre os gigantes antigos a vantagem da experiéneta Richaed Eden, que em 1555 escreveu uma introdugio a0) relato de Pigafetta sobre a vingom de Magalies, opunha-se opi mente do mundo como aguele que havi ago, pt india das homens dessa nova era. A experincia de continuidade com a casmografia antiga havin sido tompida, como diz McGrane (1989), Para McGrane, parte do discurso antigo, le Prolomeu a Isidorn de Sevilha, de Heréuloto a Mandeville, ceria sido consi dlerada invélida, no sentido de ser composta dle erros acetives: Quera parte, conta, tomnaes seitivel. Para 0 discurso seogritico do séeulo XVI, n dade dos Monstros estaria morta Agora, o que € verladeitamente monstruosa & a ignorincia des ntigos que acreditavam em monstos ‘A opiniio de McGrane no & como jf visto, correta, pois wane « imaging ate 2 antiga” e uma “mane! dle muitos bumanistas: os antigas munca tiveram uum conheci nonstiosfsicos ott morais cantina mesmo nin iconografa des cosmagraos. Entre os eronists, Ln Pot cexemplo, em face dos tupinambs, afirmava agora acreditar 10s relatos dos antigos; infelizmente acreditava mais em Plinios & ‘Velho, on em Pomponius Mella que em Heriot, Ww O seage 0 Now Bands [Hi mencionei que mais de um séeulo apis Colombe os isla nto retrataks com homine alas. Em 1602, desescontinunvat: ‘alle Botero em si. La relation woven, continua te abril ino de seres monstruesas, no cas, se homem sem cabega. A dife- renga. com relagio a outeos esta no fato de que, talves por um sentido de humor pedagsigic, Ihe agrees um enorme sombrero” (Rojas Mix, 1993: 130). E venlade, porém, que, em 1519, Maxiniliano da Teansil- vinin, também a propdsito da vingem de Magalhies, disin que talo 0 que foi ito pelos antigos sobre povos mionstrunsos ena Iso. Qu dle bomens com apenas uma petha, gigantes ou outros monsteos? redtar na existéncia de agora em dante, iria (Os espanhsis ¢ os portugueses que percorreram « munde todo ini fizeram nenhutia referéncin a tae monstros, Se tal afirma- io no & exatamente verdadeira, ela exprime, ainda assim, um logic moslernidade, Baan, ertico dh eoncepgin medieval de wirins “reinades", impr" ou “replicas, refuta a ideaizagio do passage greco- romano com Klade de Ouro, percehendo seu pripyio tempo como muito mais peogressista que a Antigtidde. Ele se alinha com aque. les para os quis, se 08 antigos & 1a muitas deseohertas, os ns de sew tempo eruzaram gees os mates, dscobviram um novo confinente e relescobriram a. astronoma Vines, humanista espanbol, no conconava com a einige alos homens de seu tempo como sero andes, nem des antigns como send gienntes ema, um tonto poradoxalmente, que seus contemporinens so, “eagas aos antigns, mais cultos que eles" Para Gassendi os homens de seu tempo fo eran inferior os ntigas, “se hem que a competicfo com eles exija zelo e comperén- cia” (Le Gof, 1992: 177; grifos meus). Mesmo a rftca 8 iolaeria podia levar a um engrandecimento da Antigidade Klux Wertman Como mosten Lowenthal (1998), reverenciar 6 antigo de monstrava un interese primonial pelo presente. Se nem ros as humanists tveram 3 mesma estima por seu pepo tempo ait sem ert a de que 0 presente pia superar 6 passa, desde que este constitufsse o ideal, Essa aticude era, pont, ambivalente: se os Irunvanist fem certoe momentos, consileravanm sua épacn coma superior Antigdade, em outros momentos menospre: rmodlemos anies eomparades aos antigns giantes. Se Petranca havin mennsprezn Seu pipio tempo, (2) em pitcipios do seul XV, um eptito mais empreende doe comegou a vera Antighidele menos como una iae Je our imecuperdvel que coms ut paallo exemplar como presente, lento moderns competi om es tert, tes eapolitin cissiens. Brunt pefaltamente es trans fo em 1408-9 havin cham seus comtemmporinens de andes esvenuraos: quando volta do exo em L418 proelamou que Flrenga nid devia a esplendor da Ants Allert, que antes avin desperados vargas icvcos mers etenoua oronga ean 1428, convenco de que talento de Beuelleschi Donatella Masacelo poli sso da commparagin com os mesrsani Leet 1998127, (© que se conenava, entio, era a ohediéneia exagerada 10) antigo. A atitude ambivaléneias, eta favoreciy ara com os antiges, com codas as suas ree um sv de Ou astava os antigos do ‘Outros. Ao mesmo tempo, essa distin Mediewo: 0 sere eo Now Man. Nala dopasaoelissicn ea mas grave paras humanists ques epnrme distinc queessporva desu pc, Preisimente ese fatamence distingui este pasado dos fempos bc urosinter= os ~ a herangn miss recente que o Renascimentn queria repuaine © cero & que proximiade 3 fonte orginal de ta cexcelgncin— a matures ~ajudava a expicar a grandes eisien- *Ospmeizos homens era mis pefsitose ram dotadns de nai inligncia~escrevia Vsae— porque "tisha anaes como git” (Lowenthal, 1998: 128). E como se os antiges se apeoximasem dos Natimnenschen — paradoxalmente, figuras do imaginiio do mestio Meuleve do qual se quetiaafastar © antigo para poder também do Medieve afastar © meslerno, (Os mil anos se dstineia com rolago 3 Antigtile estin- lwam 9 auteontianga © a eriaividade dos humanists (Oseruatas do Renascimento necessieavam volta dr forma os clsicns(.) ea radu aralayastemuculasos transfor de moa acl.) Tendo que recasttue passa e dee tomar esse, tomas eatin por direiea pein. As eriagies do Renascimento(.)assuitamo eater de tos nition que, mais do que deiar-se apenasa raconla ecenservar passa, smodrniavan (Lowenthal, 1996: 25; prism) Assim, Erasmo afirmava que, ao tratar de tligito, no se sloveria usar as paras como se escrevia na Epon de Virgo Ovidio, mas como estes es époea, Seu ponto de vista ni ‘era, assim, inteiramence conttitio 10 de seu opesitor, Lutero, eujas idias sobre linguagem jf exa- Havin, ‘vam com os eissicos ariscavam-se a penser sta ilentidade. Por 0, um perigo: os humanistas que se Wentife et hr isso disia Bruni que os mevennios deveriam stuae come os antigos, com ver de imiti-ls cept Du Bellay julgou os franceses infriores nos antgns, foi porque despentic vente. u sou tempo eser vendo em linguas mortas. Os imieadones aii conseguiam reviver a cesséicin do espirito antigo porque as Kings antigns no ram seu idioma native. Admiear os elisscos, sim; subordinar-se a Iinguas rmortas, avi, Libertarse das linguas clisiens eriava prohlemas de comunicagio entre os pies, mas forneca Ui lade eriadora Ses antigns eram pags e préximes 8 natures, foi tambén| por ees que os renascentisas se const des, tan to quanto pelos selvngens contemporinens, Mantélos «isin fo, porim, neces pana que 0 Renascimento fesse iuosader, pois congo par aa gem, ‘04 se, emulagio inovadora e dialética: eanfrontar as fontes com ‘o propdsito de melhorara partir dela. Iso implicava ambivaléncias, como ni caso do jt seferide Du Bella, assim como em Montaigne, assagem sa imiatn, com epi para quem a dependéncia pars com o passado poderin afogar os cesforgos presentes, mas para quem a tradigho eta. também necess rio para mantet a estabiidae. Moulfica-se, entio, a nogie dle que "somos como andes tpoiados sobre os ombros de gigantes". Se & verdade que poslemos cenxergar mais longe pragas a0 que os antigos nos legaram, nie & mais verde que nos plane homeecal stmus; imitar os antigos no € copid-los, mas se deixar levar pola aemudatio. Com 1 iléia da caemulaio desapatecem os andes: 6-homem & um si a0 longo do tempo, sempre aprendende mas Essa atu implicava nfo s6 uma perspectiva ertica dian te da Antigidae greco-romana, conte também em fe dh at idle bblica O seragemeo Now Mundo Quito os eslogoscondenaram a descobrimento de uma smuaanga nas eostas do Baico come algo concriti 0 Gnesi, o ientstasreplicarom que Deus hava feo cane 0 Balico como ine ee avin alguna contri ence amas as obras, o ert devin estar nas dps que kemos do liv, mais do gue mar Balen do qual tens o original (Lowenthal, 1998: 146. Quando se af ross, flrmase, de Bacon a Descartes e Pascal a igi de que fs modemes si ere muitos humanists a ili de pro- fos verddeiros antigos, enquanto os antigos cram a juventade do mundo; jwentude agora reencontrada nos selvagens amerinlins. E chegnmos ao que nos inte gi, © significa do nada *querela” antigos versus moderns esse contexto, 0 selvagem amerindio ganba mais um sentido histéricor ele servi nfo s6 pata alirmar 0 civiizado em fice Lloprimitive, ow ovamtigo dor moderne, ivi quanto para afastar (© deseorin 10 lo amerinli teve viriasimplicagses no plano inteect eo pela Anti- lade, indagiva, dante do descobrimento de um nove mando cede uma geogratia desconbecila pelos antgos, em que outers campos haviam os antigo tarmbésn errado? Tambéen Willian ‘Temple, grande admirador dos antigos, admitia que © Novo ‘Murdo em desconhecido pelos I. Erasino, apesur de se res antes"; no entanto, dizi ele ‘que, se tivessem tide eonhecimento dos costumes de tantns nnagées Ihara, saberiam figer mais coms tal eonecimento que 10s moderns (Pagulen, 1993: 90). Temple (ou Pagulen) parecia ter esquecide que o8 antigo tam i havin observado wirias es hirbagas", como os citas le Herddoto, 08 bios, os es ae Whores — restuinicos de Tacitus © outros, Dessa observagio extra carae terfsticas “selvagens” que o8 modesnos iam teanslerie para og amerinios, Pomponssi, profesor de filosoia natural, em Pada, extien va Aristételes © Averaes por neredititen nin posler haver vi humana no Hemisro Sul. Afrmava que, quando a experigneia etm em coil com a mio, deve gredemin a pina, E ree cis conto, comsilerae ue a exit@ncin de aps ko ern tna simples questo de fica ~ que o tl do cet rstondlicn critic era o Metelogica -, mas eolico-metat Santo Ageatinho. Ao crtinr um antigo, onpons também certs bases do cristiano medieval ‘A astonomin de Conémico ea no geografa exit 2 oosig entre experince aoe text ute fr numentar n ditincin entre anign © moderos. desde “Tantnocopericisma.comoo kscobimento dk Amétiea (.) lane ram uma lng amegodoa somkea sale conjunc do corpus nn. Aina que pues prec que apenas nn sutride — Prolomew~o no msn uma ica categoria de autores 2 cosmingata anti ~divese slo deere dds a msorin ds eu ‘eu falava ds antgos conno se estes consttusem un fnien texto ina que» moduli. A dscoberta da Amr tl coma a demenstagiode ce Tera is cm gonna Sol fl claeene ons copa trie radon (4) Esa desccketa oi msnque apn superior de um procedimentocientica sokre out. Ft tam evidéla da superiondade de mn pio bisrco sobre owen (.) Tanew-se, assim, apamente parte de um prongs chats sob eto mundo rodeo sobre atin (Pele 199392 gromews). plod com uma ica vs, and Que cd 0 seeugsme Now Mando Se cnt Colombo descobriv-se uit Now Mundo e un mando novo, descobrir 6 rer a auakicia de sar do mundo antigo e do mun > dis Hart slo dos ti Asin, a nin lo da hstaata maguade Francs Bacon ins 1 comes do culo XVI, gar com esa imagem do desc mento como paradigm mesa ca cneia mona. Vé-se un ray com tos velas enfin altrapsnd 2 Cols Hercules Sots do mn nt init hsm se preci disap et auger seta muitos atravessa ciéncinseramnert (Hato sl 1). E, como jf mencionado, Gans (1992) arma que a histia «das vingens clissicas Jos portugueses & a histéria dramética da superagio herdica no sé das dliiculules reais a natureza, mas daguclas incrementadas ow fakeadas pela fibula, Mas, no mesmo tempo, pelo encontro com o selvagem iain, retorna-se nos antigos. Polerse-i dizer talvez que no Novo Mundo o mundo antigo foi redescoberto. De um lado, como ffi visto, todas as mirabilia os antigas foram peojetadas ‘ho novo continents. De outro fade, em Thévet, por exenpl, como em Acosta, Martre © autres, ahunalavam as referéncas 8 Anti dde greco-somana, Era uma forma de dar ineligibilidade ao row selvigen, integrands ao eonjunto de referéncis jf embhecid ‘O importante, porém, & que, com a continua comparago & brusci de similitwles entre amerindis © gregos e romnos, cons: trise a idSin de que a distincia no espagn coreesponle 1 uma Listincia no tempo, ao mesmo modo que a 6 reerida consteugio do amerindio como crianga permit aproximar 0 selvagem do antigo os dois repeesentariam a infincia da humanidade E, asin, fo selvagem do Novo Mundo ingressa na “querela” antigos versus ainderno, le Wrenn) A intervengio de Fontenelle naguela "querela® (que se cestenseu para bert mais tarde que © século XVI) tiva, Ele ressaltavn que a Antighidade era vista por alguns como tum corpo de conhecimento Gnico, uma espécie de omnisciénea, Por iso disse com relagio a Montaigne: Esty asad le uma cos Antigo € um objeto d particu © elogio pode fsé-o creer. Quan acontece alin trivial que havi sido revit na Anti, ou quando aleuém tem uma querela com seu pepin século, « Antidade luca con so (Needles det ons, apa Pan, 1993; 93). “Gigantes" © "andes" erm, pois, uma construe, Contude, para os mowlernas havin, a partir de Colombo e dos navepores portugueses, a possiilidiade dle novas Américas. Fontenelle dizi, e tal no Entretiens sur la palit’ les moles, osse possivel andar na superficie da Lua, E, como mostra Pagden, Fontenelle ‘esava colocando um ponta fundamental para a % reloca- exflo. anu mela 0 selvager a (0) com estas tos em nose pio temp no pedemas conjecture suranga sobre conn do futuro. Se pic mos an passa orig cientitica de Laas (.) pods us como fee paratiner previ sobre ofitur, Macs pone ft- Iona certea de que, no fim, estamos ts nv mesmo esta quanta nossos posts igus como cs pes inns america 1 (..) Estamos radindos em nosso prdprio remo mas ele & spenasum esto num caminbs cuofin é scone. Oat ome Epistatos (.) Conn osiorantes americans (Pe 1993; 95;srfaemeu) x serie ec Novo Mun CConrudl, Epistratos seria capa de entender Harvey, tanto quan este seria capes de entenser © primeito, Em outeas pala inho hi diferencas de espécie Fidos os homens so iguais E apenas o tempo histnco gue os separa” (Prglen, 1993: 95; gritos ). Assim, para Fontenelle, «grande questin dos antigos e dos rmedleres & uma questio acioss. Hi, contud mais ne arg de Fontenelle: nfo sio iguais apenas os antigos e as modems iguais sho também os amerindios selvagens,igualmente ralicados em sn ist sey ent, unt ser histrico, gue, se por un liso & diferente, por outro, em essénca, & igual. A alteridade do selvagem setviu, entio, para constrain a alter do antign em contraste com 6 moxlerno, Tomar 0 selvae gem semelhante ao antigo, antepassado do movlerno renascentsta, rio era tomar o primein mais préximo dos europeus; era, pelo atee antigos € modernos, unto a suas hailaes e apie. ia. selvagem ror Cconttitio, aistar o antigo. This*ver"o eons descrvé-los pela nohlizagi daseferén emmestnoquese perceaa caloca os at ssa distinc medir-s-4 quite iscamente itncia que nos separa eles s¢ tense nga erempos. Entre os antigas es, hi agora un oceana! (Hart, 199224. viva aia moder ca die Se <¢ construissem com mevlemos,afastar 0 selvagem feve 0 mesmo sentido, O selvagem servi, poi, menos para compreender os ss que para constevir a movlemisiade em oposicho nos antigos tango quanto aes pripins selvagens, restemunhos vives do que 0s antigos foram. Esse processo dlew inteligiilidade a selvagems i para cle no discurso humanista, Ao astar o antigo era necessiio para que renascentistas Klas Wetman mesmo tempo, porém, fecharam-se a8 portns part a compreensio sle ead pow como particularidiade cultural Quem ingeessou iia “querela” fo Inseido, dle un liso, grande cadeia do ser; asin, de outta ldo, infincia da humanidule e nos anti, « selvagem & ealoca. Alo numa bistéria universal tio poueo capes de apreciae a alteridade parricular quanto 0 foram as pensamentos grego © medieval Mesmo 0 humanismo, pois, sé percehia o amerinuio coma insu 0 *selvagem genéricn”, mento de retica, Mais tar, no seul XVI, com Lafitse ¢ cm os philasphes io seria nowamente apeosimiado ao anti, num jog de comparagdes que tent tomar ambos intelipiveis como imagens invertilas das molemos, Infelizmente, poréi, como diz Certeau, selvagem vivo permite fazer falar 6 morto antiga, mas os selvae Rens tio so enters sero come as wraes dos orto” (Ce 1985, apul Hartog, 1992: 28). CO amerindio, portant freqtentou ana dela, sun prepa puitashistias. Nenu Considerag6es finais © Renascimento, coma se vu, fot um momento de ambi ade no pensamento europeu, inovador & conservaor aa mesina tempo. rulanga na easmovisto a ser completada ins tare como mecanicism, desemboeandlo numa now iin do homem e da hist, do mundo e dle Deus. Como diz Gust (1967), © Renascimento represents a crise juvenil da eivilizagao ‘cident: tudo comega, ms nada se prsert eaneluie No campo dhs cifncins moras tanto quanto das fsicas, o Renascimenea é 0 tempo dos comegns, mis nao das realizagdes fins, como que ut momento lininal ntee dus estruturas de pensameito, medieval rmoslerns, ¢ os “renascentistas” marca uma transgao, mais que tums eevolugio, A estahilidale medieval fol shalada. Mas, se as cigneias hue nants foram despertade,fltavanelhes ainda uma lnguagem e ume Imetatfsicn (Febvee, 1947). © humanism renascentista eonvived, Por vezes nas mesmas pessoas, com ua escatologia herd do Medievo, Se a astronomia eopemieana fo inovadora, el én wis formas se misticismn, Se Copéenien Imatemxitica para es mugen eso dl teologin, seu hetiocenersm também se inspia Pins misticos e reigns Yo intent de Hhertar a eis do em prinet

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