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Aula 18 - Separação Da Equação de Schrödinger em Coordenadas Cartesianas 2 (Partícula Numa Caixa Cúbica e Num Potencial Harmônico Tridimensional)
Aula 18 - Separação Da Equação de Schrödinger em Coordenadas Cartesianas 2 (Partícula Numa Caixa Cúbica e Num Potencial Harmônico Tridimensional)
AULA
Separao da equao de
Schrdinger em coordenadas
cartesianas 2. Partcula numa
caixa cbica e num potencial
harmnico tridimensional
Meta da aula
objetivos
Pr-requisitos
Para melhor compreenso desta aula, preciso
que voc reveja as Aulas 15 e 17 desta disciplina.
A CAIXA CBICA
Na aula passada, estudamos o comportamento de uma partcula
quntica de massa em uma caixa tridimensional com o formato de um
paraleleppedo de lados L1, L2, L3. Vimos, naquele caso, que o problema
podia ser separado nas coordenadas x, y e z, e que podamos facilmente
obter as solues da equao de Schrdinger em trs dimenses a partir
das solues para o problema do poo infinito de potencial, estudado
na Aula 14. Nesta aula, consideraremos um caso particular, porm
importante, do sistema estudado na aula passada. Vamos considerar
que temos uma partcula quntica em uma caixa tridimensional cbica,
ou seja, em que L1 = L2 = L3 = L.
Obtivemos, na aula passada, as funes de onda normalizadas
para uma partcula de massa em uma caixa tridimensional de lados
L1, L2, L3:
1/ 2
8
n1n2 n3 (x,y,z) =
L1L2 L3
n
n
n
sen 1 x sen 2 y sen 3 z (18.1)
L1
L2
L3
2 h 2 n12 n2 2 n32
+
+
. (18.2)
2 L12 L2 2 L32
8
n1n2 n3 (x,y,z) = 3
L
n
sen 1
L
n
x sen 2
En1n2 n3 =
98
CEDERJ
y sen 3 z ,
(18.3)
2 h2
( n12 + n22 + n32 ) . (18.4)
2 L2
MDULO 1
18
AULA
E111 =
32 h2
.
2 L2
(18.5)
ATIVIDADE
1. Calcule as energias e o grau de degenerescncia dos primeiros
8 nveis da caixa cbica.
RESPOSTA COMENTADA
CEDERJ
99
degenerescncia = 3.
Quinto nvel: E = 12; estado (2,2,2); degenerescncia = 1.
Sexto nvel: E = 14; estados (3,2,1), (3,1,2), (1,3,2), (2,3,1),
(1,2,3), (2,1,3); degenerescncia = 6.
Stimo nvel: E = 17; estados (3,2,2), (2,3,2), (2,2,3);
degenerescncia = 3.
Oitavo nvel: E = 18; estados (4,1,1), (1,4,1), (1,1,4);
degenerescncia = 3.
Como resultado geral, note que, sempre que os trs nmeros
qunticos forem diferentes, teremos uma degenerescncia igual
a 3! = 6. Se apenas dois deles forem iguais, a degenerescncia
3!/2! = 3. E, obviamente, se os trs nmeros forem iguais, no
h degenerescncia.
ATIVIDADE
2. Considere o caso em que dois dos lados da caixa so iguais, e o
terceiro apenas 10% maior, por exemplo L1 = L2 e L3 = 1,1L1. Esta
uma caixa chamada tetragonal, em vez de cbica. Encontre as energias
e degenerescncias dos 3 nveis de energia mais baixa. Use unidades
de 2 h 2 / 2 L12e considere como parmetro a quantidade = L3 /
L1 > 1. Verifique que, sendo menor a simetria do potencial, tambm
vai ser menor a degenerescncia dos nveis quando comparados com
os da caixa cbica.
100
CEDERJ
MDULO 1
18
AULA
RESPOSTA COMENTADA
En1n2 n3 =
n32 2 h2 2
n2
2 h2 2
n1 + n22 +
=
n + n22 + 3 .
2
2
2 1
2 L1
1, 21
(1, 1) 2 L1
2
2
2
2 2
2
Em unidades de h / 2 L1 , temos En1n2 n3 = n1 + n2 + 0, 83
. n3 .
V (x, y, z) =
1
1
1
k1 x 2 + k2 y 2 + k3 z 2 , (18.6)
2
2
2
onde k1, k2, k3 so constantes. Perceba que este potencial a soma de trs
potenciais harmnicos nas trs direes cartesianas, como se a partcula
estivesse ligada a trs molas atuando nas trs direes. Como sistema
mecnico, isto seria difcil de se realizar, mas, na verdade, o potencial
(18.6) bem mais comum do que possa parecer. Voc se lembra de quando
dissemos, na Aula 15, que o potencial harmnico era uma aproximao
para qualquer potencial em 1-D que tivesse um mnimo? Pois bem,
o mesmo acontece em 3-D: o potencial (18.6) uma aproximao para
qualquer potencial que tenha um mnimo no espao tridimensional!
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101
se definirmos V1 ( x ) = k1 x 2 , V2 (y) =
(18.7)
1
1
k2 y 2 ,V3 ( z ) = k3 x 2 .
2
2
(18.8)
h2 d 2 1 1
+ k1 x 2 1 (x) = E1 1 (x)
2 dx 2 2
(18.9.a)
h2 d 2 2 1
+ k2 y 2 2 (y) = E2 2 (y)
2 dy 2
2
(18.9.b)
h2 d 2 3 1
+ k3 z 2 3 (z) = E3 3 (z)
2 dz 2
2
(18.9.c)
E1 + E2 + E3 = E
1
1
1
En1n2 n3 = (n1 + ) h1 + (n2 + ) h 2 + (n3 + ) h3 , n1 , n2 , n3 = 0, 1, 2,... . , (18.10)
2
2
2
onde 1 = k1 / , 2 = k2 / , 3 = k3 / . As funes de onda
correspondentes podem ser obtidas como produto das funes de onda
unidimensionais que so solues das Equaes (18.9.a.b.c), e que
foram obtidas na Aula 15. A forma explcita destas funes de onda
tridimensionais :
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CEDERJ
1 2 2
1 x + 22 y 2 + 32 z 2
2
, (18.11)
MDULO 1
i / h , i = 1, 2, 3 , e os fatores de normalizao Cn so
AULA
Aula 15, i =
18
i
Cni =
2ni n !
i
, i = 1, 2, 3.
(18.12)
3
En1n2 n3 = (n1 + n2 + n3 + ) h , n1 , n2 , n3 = 0, 1, 2,... , (18.13)
2
em que = k / . As autofunes vo ser dadas pelas Equaes (18.11)
e (18.12), com 1 = 2 = 3 =
3
h . Este nvel
2
no degenerado, j que corresponde a apenas uma autofuno do sistema,
n1 = n2 = n3 = n = 0, e tem um valor da energia E0 =
5
h , e triplamente
2
degenerado, j que est associado s autofunes obtidas com os valores
corresponde a n = 1, tem um valor da energia E1 =
de (n1, n2, n3): (1,0,0), (0,1,0) e (0,0,1). Da mesma forma, o segundo nvel
7
h , e seis vezes degenerado, j que
2
os valores possveis de (n1, n2, n3) so: (2,0,0), (0,2,0), (0,0,2), (1,1,0),
excitado tem uma energia E2 =
(1,0,1) e (0,1,1).
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103
RESPOSTA
3
h ; estado (0,0,0); degenerescncia = 1.
2
5
Segundo nvel: E1 = h ; estados (1,0,0), (0,1,0) e (0,0,1); degene2
rescncia = 3.
7
Terceiro nvel: E2 = h ; estados (2,0,0), (0,2,0), (0,0,2), (1,1,0), (1,0,1)
2
e (0,1,1); degenerescncia = 6.
Quarto nvel: E3 =
9
h ; estados (3,0,0), (0,3,0), (0,0,3), (2,1,0), (1,2,0),
2
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MDULO 1
AULA
18
ATIVIDADES FINAIS
1. Vamos calcular a presso exercida por um gs com 20 eltrons em uma caixa
cbica de volume V. Este problema semelhante ao que voc resolveu nas
Atividades Finais da Aula 14, para o poo infinito. Como naquela ocasio, vamos
supor que a interao entre os eltrons seja fraca, de modo que eles sintam apenas
o potencial da caixa, como se estivessem isolados uns dos outros. Lembramos ainda
que o Princpio de Excluso de Pauli permite apenas que 2 eltrons ocupem cada
estado quntico, cada um com uma orientao de spin.
a. Preenchendo cada estado com 2 eltrons, obtenha a energia interna total do
sistema de 20 eltrons.
b. Suponha agora que um agente externo aumente o tamanho da caixa,
expandindo-a de um volume V para V +
RESPOSTA COMENTADA
81 2 h2
2 h2
3
+
3
6
+
3
9
+
3
11
=
(
)
(
)
(
)
(
)
mV 2 3 ,
2mV 2 3
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V <<
81 2 h2
m (V + V )
2/3
V, obtemos E
81 2 h2
mV 2 3 (1 + V V )
81 2 h2
2V
mV 2 3 1 +
3V
2/3
. No limite
2V .
81 2 h2
1
mV 2 3
3V
54 2 h2 V
. Notamos, ento, que a energia
mV 5 3
dE
E 54 2 h2
=
deve ter visto em Fsica 2A. Naquele caso, o produto pV era constante, onde
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18
RESPOSTA COMENTADA
AULA
RESUMO
No caso de uma partcula que se movimenta no interior de uma caixa
tridimensional de lados iguais, os nveis de energia associados a funes de
onda diferentes podem ser iguais, ou seja, podem apresentar degenerescncia.
A degenerescncia dos nveis de energia associada simetria do potencial em
que se movimenta a partcula. No caso do oscilador harmnico tridimensional,
as funes de onda associadas aos estados de uma partcula que se movimenta
sob a ao deste potencial tm a forma de um produto de trs funes de
onda do oscilador harmnico unidimensional, com energias associadas iguais
soma das energias de cada um destes osciladores unidimensionais. No caso
em que as constantes de mola dos osciladores tenham todas o mesmo valor,
o oscilador harmnico isotrpico resultante ter estados excitados degenerados,
com um grau de degenerescncia que aumenta com a energia do nvel. Tambm
nesse caso, a degenerescncia causada pela simetria do potencial em que se
movimenta a partcula.
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