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Colegio PASSO-A-PASSO CIENCIAS SOCIAIS PASSO-APASSO ire: Casa Castro FILOSOFIA PASSO-A PASSO Dinego: Peis enfield PSICANALISE PASSO.A-PASSO Dine: Marco Antonis tink ore Worf le its no fi Verlaine Freitas Adorno & a arte contemporanea Jorge Zahar Editor Rio de Janeiro Copyright © 2003, Vrain Frias (Copyright ©2003 dest dio: orge Zaha Faitor Lida ts Mexico 3 sabreloa 2003-144 Ri de ane, ‘els (21) 2240-02267 fxe(21) 2262-5128 ‘cial e@cahaccombe steswerzshacomibe “Todaro dicts reserva. A repeodsonio-sutorzad devs publica no todo ‘over part, const woasSo de ier autora (Let 261098) Cap: Sérgio Campane Composiio-TopTestos Eyes Gris Lida TimprevinsCromosete Grates Editors lP-eanCatlgardo na fone Sinica Naso dos shores de Lv, reas, Vetane ose Adsiao ate comemporinea /Velane Fre tas “Rind one Jorge Zaha E2005 (Pascoe ps0; 17) tac iogratn ISBN85.7170.7053, 1. Adorno, Tso W, 1903-19682 sei. 3 Fusilli Sere emu Sumario ‘Acestétca na vida ena obra de Adorno Acitica cultural Aarte contemporinea Conclusio Sela de textos Referencias efontes Leituras ecomendadas Sobre autor u 2B 52 68 9 a Acestetica na vida e na obra de Adorno ‘Theodor Ludwig Wiesengrund-Adorno, nascido em 11 de setembro de 1903 em Frankfurt, na Alemanha, nao foi apenas fildsofo, mas também socidlog , musicdlogo e compositor, Conta-se que ji com 14 anos comecara a ler a Critica da razdo pura juntamente com Siegfried Kracauer, {que se tornaria um importante critico de cinema. Com 16 anos, comegou a frequentar o conservatsrio em Frankfurt © a ter aulas de composigdo. Aos 21 anos conseguint sua promogo en filosofia com um trabalho sobre a fenome- nologia de Husserl. Como membre do Institute de Pesqui- ‘Social, desenvolveu, juntamente com seus colegas da Escola de Frankfurt, diversos trabathos de pesquisa socio. logica, sendo 0 mais famoso defeso que resultou no livro A personatidiade autoritiria. Muito do que veremos da teoria adorniana da arte contemporinea parece refletir esse per «curso do artista e do intelectual, que transitava de modo bastante fluente entrea teoria flossficaecientifica, por uma Jado, ea produsao musical, por outro De todas as artes, Adorno dedicow especial importan- cia 8 muisica, eja como compositor e instrumentista, seja comyo teérico,indo da critica de obras e autores especificos, 8 Veriaine Freitas ‘passando pela teoria da composigio musical, atéa sociolo- {gia efilosofia da miisica, Essaintimidade com o fazer artis tico reflete-se de modo bastante claro nas idéias estéticas| gue Adorno apregoa. A arte nao é, para cle, apenas uma_ aquestdo tedriea a mais, no meio daquelas consagradas pela tradicao socioligicae filosofica. Podemos dizer que toda a sua produgdo intelectual acaba absorvendo o significado de vida que ele experimentava com a misica, Diferente- mente de outros grandes fldsofos — que também deram ‘um significado especial para as quest6es estéticas, como Kant e Hegel —, Adorno falava de um ponto de vista que pode ser pensado como resultante de sua intimidade com, 0 processo de criagao e de apreciagao erudita da arte. Dian- te desse cenatio, devemos optar, a0 falar da relagao de Adorno com a arte, entre diversas possibilidades de abor- dagem, de acordo com a respectiva forma como 0 autor © fez. Para que possamos fornecer um panorama o mais abrangente e sintética possivel de sua visio sobre a arte, que nao inclu ‘20 teatro, vamos usar como referenciais e6ricos prineipais Filosofia da nova misca, Notas sobre literatura e princi- palmente sua iltima grande obta, que ficou inacabada de- Vido a sua morte repentina, a Teoria estética, escrita por sugestao de seu amigo Suhrkamp, em que condensa todas as suas ida estéticas, Essa abordagem nos leva, assim, a fornecer uma visio do pensamento filssfico de Adorno em relagao 8 arte, o que possuia vantagem de se referir nao apenas 2 musica ou a literatura, mas a todas as formas artistas, e, no que concerne a Teoria estética, diz respeito apenas a miisica, mas também literatura Adoine & a arte contemporines 9 a0 periodo final da obra do filésofo, em que suas idéias sobrea arte moderna jé estayam totalmente amadurecidas. De todos os ramos da filosofia, a estética ¢aquele que parece possuir o menor grau de uniformidade entre os autores, oscilando entre adignificacao da beleza natural ou arlistica, entre o aspecto conceitual ou sensivel, entre uma rmetafsica do belo ou relagao empirica do gosto, entre uma abordagem abstrata, geval, a critica de obras determina: das ete. Apesar de toda essa oscilacao, vernos que a reflexdo filosofica sobre a arte mereceu um lugar de destaque na ‘obra de pensadores muito importantes, entre os quais se podem citar Aristoteles, Kant, Schelling, Hegel, Nietzsche, Heidegger, Luciks e Benjamin, Em todos eles a arte possui ‘um status especial, pois diz de uma experiencia que sempre € referida como bastante importante, €cuja caracteristica| principal €ade que se furtaa uma conceitualizagao total de seu significado. Esse aspecto a um 6 tempo enigmatico & significativo da arte propiciou aos filésofos virioselemen- tos tedricos capazes de fornecer um paradigma sui generis para a vida humana, desde © ambito mais imediato da experiencia sensivel até a construcio de sistemas filosoi cos bastante abstratos, Adorno compartitha dessa importincia conferida & cexperigneia estética, que se reflete até mesmo no modo de cescritafilosofica que adotou desde suas primeiras obras: 0 censaio, Esse valor, entretanto, possui uma caracteristica ‘que & maioria dos outros fi6sofos mao pensava ser propria dda obra de arte, que é sua inserg3o na critica da cultura, da sociedade capitalista, da razio cientifica, da cultura de 0 Verlane Freitas massa e de diversas outras esferas da vida contemporinea. ( pensamento te6rico de Adorno, tanto sociolsgico quan- to filosofico, nutre-se do espirito critico da Escola de Frankfurt, que ele ajudou a fundar e a estruturar,junta- mente com Horkheimer, Benjamin, Marcuse ¢ outros. [Apesar das diferencas entre eles, o projeto de uma teoria critica, de um pensamento que nao seja puramente abstra- to, preocupado nao apenas com a ordenacao cientifica da tealidade, mas também com os fins a que a razio se dirige, tornou-se o fio condutor das obras desses fl6sofos. Nesse horizonte tedrico, arte possui uma dimensio critica bas- tante valiosa, que pode ser vista segundo Adorno, de modo evidente ¢ enfitico na modernidade, devido, entre outras coisas, radicalidade com que esta se estabelece, Desse modo, a estética adorniana somente pode ser bem compreendida se a colocarmos no horizonte daquilo que ¢criticado pela arte, Podemos dizer, com certo exage- 10, que cada linha dos textos estéticos de Adorno somente tem seu sentido assegurado na medida em que é lida com base em sua critica da sociedade capitalista ‘Nossa tarefa seri, entio, fornecer, inicialmente, a base teérica com que Adorno proce filosofica consistente do estado de coisas da contempora- neidade, mostrando como a reflexdo estética é um dos wa construir uma critica lementos fundamentais para completar esse edificio crt co do pensamento. A partir dai, vejamos como Adorno concebeu a importincia da arte moderna para delinear teoricamente a forga de um pensamento inconformista, ‘que se preocupa coma tarefa de vincular de forma explicta ‘Adorno & a are contemporanea ” 4 apreciagao arguta da dimensio empirica atual, da reali- dade experimentada por todos nés no dia-a-dia, com a certeza de que um mundo verdadeiramente humano pode ser construido, e que no é possivel negligencid-lo quando se pretende pensar o que seja verdadeiro sobre a realidade. Acritica cultural [A trajetria do esclarecimento. & obra de Adorno Dialé tica do esclarecimento,escrita em conjunto com Horkhei- mer, é mais representativa dos principios gerais da critica 4 racionalidade contemporanea que se instaura na indis- tria, na cigncia, na organizagio politica, moral ete. Nesse livro, os autores propoem-se a fazer uma anslise bastante contundente do estado de coisas do capitalismo avangado, rmostrando que @ movimento do nazi-fascismo nao € algo petiférica a0 processo de modernizagio burguesa da cul- tra, tendo antes a ver com seus principios mais substan- ciais. Adorno e Horkheimerfalam do processo de racions: lizagio da cultura ocidental, que em portugués normal mente se denomina ilunsissno, como sendo um processo de exclarecimento pela ra2’0, 0 qual nio coincide com 0 periodo das luzes do século Xvi, mas remonta a épocas bastante antigas. ‘Nao apenas a ciéncia moderna eas técnicas industiais| slo testemunho desse processo, que € qualificado como, luma saida da obscuridade religiosa, da superstigao e do ‘medo, pois 0 proprio mito antigo, do qual a razdo sempre 2 Verlane Freitas aguis escapar, jf é um processo de racionalizagao do modo como os homens se colocam perante as forgas natutais. 0 pensamento mitolégico também tem como finalidade do- ‘minar a natureza que parece assustadora e incompreenst- vel. A magia jd pode ser considerada uma forma de téenica para estabelecer uma relagéo favordvel com os deuses, mas com a importante diferenca de que isso € feito através de imagens, simbolos gestos,cantos, que mostram que rela «fo entre os homens eos deuses nao é mediada pela abstra 40 conceitual, mas pela proximidade imagética, simbéli a; 0 que configura aquilo que podemos denominar de ‘mimesis. De modo semelhante a como a crianga imita as ages das pessoas para compreender o que elas significam, ‘© conhecimento mimético se estabelece através da repre sentacdo pela imagem, pela proxinidade com que os fend menos naturais sio representados em um simbolo. Esse tipo de comportamento estabelece uma relagao particular entre quem conhece eo que é conhecido, pois se baseia em elementos concretos, visuas, auditivos, em suma, corpo- rais. Nao se usa, ainda, 0 poder de abstragao do conceito para entender os mecanismos com que a natureza opera. ‘Mas essa construgao nao tem apenas o sentido de um co- nhecimento usado para dominar a natureza, pois se trata de uma forma de estabelecer uma hierarguia entre 0s ho: ‘mens, entre aqueles que detém o poder, estando proximos aos deuses,¢ todas 0s outros que estdo excluidos. ‘A.concepgao mitica do mundo tem uma caracteristica bastante marcante, que é a eterna remissio de todo ser e todo acontecer & origem magica e ancestral, Qualquer coi- ‘darn & a arte contemporines 3 sa somente faz sentido e somente pode ser explicada pelo fato de que se conhece, partir de uma narrativa sagrada, {qual poder sobrenatura foicapaz de ger4-laem um tempo {que niio mais existe, Além disso, o destino de tudo jf ests dado nesse mesmo mito da origem, de tal forma que ‘mundo acaba sempre sendo percebido como uma repeti- ‘lo infinita de si proprio. Nada absolutamente novo exist, pois se sso fosse possivel, o mito perderia sua validade, seu poder de conhecimento, o que ests excluldo de antemao nessa civilizagdes. O entrelacamento da fora mégica da ‘origem com as coisas profanas ¢ extremamente forte. ‘© mito grego & uma forma de pensamento em que a abstragio da esfera divina frente & natureza ja comesa a ‘ocorrer de forma substancial, Nele os deuses simplesmente ‘representam as forsas naturais, pois sio apenas pensados, funcionam como se fossem meras alegorias, nao sendo vividos como poderes imanentes a propria natureza. Se compararmos 0 deus Apolo, que na Grécia ¢ concebido como a divindade que comanda e guia o sol, com o deus a, no Egito, veremos que o primeiro se distancia do astro ue vemos no éu, poiso representa, numa relagao coman. dante/comandado, a0 passo que a divindade egipcia acaba sendo identficada com 0 préprio sol, congregando em sia forca magica que o astro possul ssa abstracao propiciou a oportunidade de os gregos colocarem as idéias de esséncia no lugar da esferadivina, ¢| de apardncia no lugar da natureza. Desse modo, a filosotia pré-socritica, com suas doutrinas da consttuigio do uni verso a partir da terra, gua, ar e fogo, configura-se como, “ Verlaine Freitas ‘uma racionalizagdo do mito. A abstragao da metafisica gre- ga acentua essa diferenca entre esfera do puramente pen: sado € a do vivido. A separagto do ambito das idéias em relagdo a0 mundo sensivel, proposta por Platio, seria teste- ‘munho da mesma separagio, da mesma abstragao presente nas relagoes sociais, em que apenas os homens livres po- dem compartilhar do poder, excluindo-se as mulheres, os escravos, os estrangeiros, as criangas eos adoescentes Podemos dizer que a racionalizagao ocidental,o escla- recimento, comega quando oespirito se separa da natureza_ para dominé-la. Mas o que é separado do espirito nao & apenas a natureza externa, mas também a do proprio cor- po, interna, As civilizagpes antigas ou as que no foram influenciadas pelo pensamento grego nao possuiam uma consciéncia muito clara da diferenca entre o pensamento, com seu cariter abstrato, eaquilo que € percebido concre~ tamente como sentimento e sensagoes corporais. Foi a ra- 240 ocidental que instruiu os homens a dominarem e re- primirem seus desejos de tal modo a poderem cada vez ‘mais contribuir, com seu trabalho e dedicagao, para cons truir a cultura e as riquezas que ela 6 capaz de gerar. Ao ‘mesmo tempo em que contribuia para a formagao da cul- tura, cada um pode, nesse processo de dominio de sua corporeidade, de seus sentimentos, de seus desejos, formar ‘um ego enrijecido, que transformou cada um em indivi duo, consciente de sua propria pessoa — 0 que nao podia ser percebido nas sociedades tradicionais, em que os sent rmentos de coletividade e de insergio no todo césmico € Adorno & a arte contempordnea 18 social eram muito mais preponderantes do que o da dife- renga entre cada um, ‘A cigncia moderna, com sua ansia de traduzir 0 maior mero possvel de eventos naturais em relagoes numéri «as, légieas, acabou caminhando mais ainda nesse proces- s0 de abstragio entre aquilo que se pensa ea realidad vivida pelos homens, Por mais que a ciéncia critique a ‘metafisica, la propria é um pensamento bastante distan- ciado da realidade humana, com suas formulas numéricas| que nao espelham nada daquilo que os homens podem cexperimentar em sua corporeidade, em sua moral, em stas| relagdes interpessoais. Desse mode, ela acaba sendo mais rmetafisica do que a propria metafisica, pois os sistemas, igregos pelo menos espelhavam, na idgia do bem, por exemplo, uma exigéncia tica que abarcava todas as coisas [Nesse momento em que a raz20, principalmente na inter~ ppretagao positivista da ciéncia, preocupa-se apenas com 0 dominio cognitivo da realidade, de tal modo a propiciar a laboragio de tecnologias de controle dos processos nat rus, tem-se aquilo que é chamado de razio instrumental, pois o pensamento despreocupa-se da finalidade com que € usado, interessando-se apenas pelos meios pelos quais € capaz de gerar tecnologiase valores financeros. Esse procesto de separagio do pensamento daquito {que caracteriza os fins racionais da vida humana, seu bem- estar, sua corporeidade, sua relacio afetiva com os outros, indo € apenas uma caracteristica da ciéncia moderna, pois ‘ocorre de forma substancial no sistema capitalista como 6 Verlaine Freitas tum todo, que emerge de forma clara no mesmo periodo, A relagdo entre as pessoas, ao se inserirem nesse sistema, & caracterizada primordialmente pela lide troca, pois todas as coisas podem ser avaliadas por sua relagao numérica e pela capacidade de uma substituir a outra, No trabalho ‘apitalista, 0 que vale é, mais propriamente, a forga de twabalho genérica, medida apenas pelo tempo gasto na fi brica, no escritério, no banco, e que abstrai das caracteris ticas pessoais de cada individu, fazendo com que virtual _mente todos possam ser substituidos por qualquer outro, desde que exerca a mesma fungio, Esse vasto sistema aca- bou resultando, entao, no controle total dos movimentos sociais¢ individuais em seu interior, exemplificado de for 'ma gritante nos regimes totalitirios de Hitler e Mussolini, cenas ditaduras latino-americanas, Apesar de as sociedades hhoje em dia nao mais viverem de forma tao violenta esse processo de totalizagao politica, pode-se dizer que nas de- ‘mocracias ocidentas ainda vigora muito do que é proprio desses regimes, configurando aquilo que Adorno chamou de mundo administrado Isso pode ser pereebido claramen- te na formagao de grandes monopélios da industria, do comércio e da prestagio de servigas em todo 0 mundo, com a consequente acumulagio de capital ede poder dei s6rio pelas grandes organizagées fnanceiras, como 0 FM e Bird Em cada uma dessasetapas de desenvolvimento e con- solidagio do esclarecimento racional no ocidente, vemos {que muito da relaga0 dos homens com as poténcias divinas ‘Adorno & a arte contemporines ” continuou a existi,com a sua respectiva hierarquia, divi ddaentre aqueles que detém uma proximidade com os deu- seseaquicles que nada podem fazer Essa separagao entre os poderosos de um lado eos oprimidos de outro, conseguida através do acimulo de saber eda tecnologia dele derivada, esti presente no mito e nas formas de conhecimento ditas racionais. Além disso, aquela eterna repetigao mitica do mundo a partir daquilo que se conhece na narrativa sagra dacs presente nos processos infinitamente antecipaveis através das leis matematicas. Da mesma forma que no ‘mito, nao ha espago para o novo na plena matematizag3o dda natureza nas leis da fisica, Se algo escaps a alguma for- mula matems a, esta deve ser refeita de tal maneira que consiga englobar todos os casos que patecem excegdo & regra Assim, podemos dizer que nao s6 0 mito ja éesclareci- mento, como este regride sempre mitologia, Essa regres- slo, entretanto,estendeu-se também a um ambito que pa- recia imune as investidas do capitalismo: a esfera dos bens culturais, mais propriamente o Ambito artistico. Quando emos aquilo que conhecemos por cultura de ‘massa, que &0 que veremos a seguir. A indiistvia cultural. Para designar esse ambito da racio- nalizagio ocidental, Adorno € Horkheimer preferiram usar a expressio “industria cultural’, para evitar a confu- slo com uma arte que surgisseespontaneamente no meio popular, que éalgo bastante diferente, O que essa atividade 18 Vertsine Fetas capitalstaefetivamente quer é wana produsao em série de bens culturais para satisfazer de forma ilusoria necessida- des geradas pela estrutura de trabalho e também para, _manter a caréncia por novos produtos. O que se estabelece ‘é um grande sistema em que as pessoas sto constantemen- te enganadas em relagio aquilo de que necessitam. Os pro- Spot par a bas 0 ws one inglardade de sn exratroao ome cerpensadna pri resto ecnsaga mimeseraonlidade, Reve seperate gb 20 Measures em compen it re tag Sond Aor, malas OS ender encams9 Sept cos rd aa apc en neo os an vant ne arn sage sresio CAE a pono deeborao consti th tment ed cons abe dan Sets cine ge a scons isp aot com prem econ TS “ee dsame mcs ise ese de roe adn oy dmesorda ob. AO conto sae ‘estética diz respeito a singularida- consuo conclu se saraftn n ine com ago ic Sand ‘Adorno &a arte contemporinea 2 Adorno,a construcao estétia ésemelhante,em seu princi: Pio, 2 processo de sintese que leva a0 conhecimento con- ccitual, Entretanto, diferentemente deste tltimo, aquela nao tem como objetivo algo externo a prop relagao en- {e0 sujeito.€0 objeto, ou seja, entre o fruidor ea obra Assim, 20 contrario de varias correntes daestética flo s6fica contemporinea, Adorno nao diz que a obrade arte é plaramente irracional, mas também nao & racionalizavel de acordo com os crtérios da lagica cient fica, politica, moral etc. A racionalidade estética € sui generis, pois nao contém aquele cardter univoco do conhecimento matemitico, po- rém no ¢ absolutamente disparatada, absurd. Sua coe- rincia, sua identidade, nao deve ser buscada a partir de um Ponto externo a prépria obra, pois ela surge a partie da ropria experiencia coma coisa ‘Oque caracterizaa obra de arte,em sua singularidade, ‘que a diferencia do ato de subsumir, inserin cada elemento Particular em umm conceito genérico, 6a concretude da rela so entre sujeito © objeto. A obra de arte parece desfazer aquele processo de afastamento, de separacdo, de abstra- ‘0, entre o espirito ea natureza, entre o intelecto pensante © 4 comporeidade que sente, pois na experiéncia estética ‘contemporanea a relacio entre o contemplador e a obra

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