Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Interlocuções Entre o Plantão Psicológico e o Psicodiagnóstico Colaborativo
Interlocuções Entre o Plantão Psicológico e o Psicodiagnóstico Colaborativo
65
RESUMO
A busca de novas formas de atendimento psicolgico em instituies, que
se preocupam com os servios oferecidos populao que as procura,
resultou no desenvolvimento de prticas como o planto psicolgico, servio
cada vez mais oferecido em instituies para acolher o cliente, e o
psicodiagnstico colaborativo que se prope a uma interveno que,
tradicionalmente, deixada para momentos posteriores, quando da
realizao da psicoterapia, caso indicada. A partir de depoimentos de
alunos de um curso de aperfeioamento em psicodiagnstico colaborativo,
oferecido no Servio de Aconselhamento Psicolgico da USP, onde
habitualmente so desenvolvidas as atividades referentes ao planto
psicolgico, o presente trabalho tem como objetivo focalizar as possveis
interlocues entre estas prticas, assim como sua contribuio para o
acolhimento do cliente e a formao do aluno.
Palavras-chave: Psicodiagnstico colaborativo; planto psicolgico, prticas
psicolgicas em instituio.
ABSTRACT
The search for new ways of psychological care in institutions worried about
the services offered to people who come for it, led to the development of
practices as psychological duty, a service that has been more and more
offered to receive the client, and the collaborative assessment that aims an
intervention, traditionally postponed when psychotherapy begins, when
necessary. Based on statements of students from an improvement course,
on collaborative assessment, at the Servio de Aconselhamento Psicol-
(1)
66
G.Y. YEHIA
Grifo meu.
67
Nesta apresentao escolhi me referir ao psicodiagnstico como processo colaborativo, embora as publicaes a respeito
da forma proposta para realizar este trabalho se refiram ao psicodiagnstico interventivo.
68
G.Y. YEHIA
69
A investigao preliminar
70
G.Y. YEHIA
71
CONCLUSO
A investigao preliminar permite dizer
que, profissionais que tm contato com a prtica
do planto psicolgico e que entram em contato
com o psicodiagnstico colaborativo, na abordagem fenomenolgico-existencial, do-se conta
da oposio postura tradicional em relao a
conhecimento e verdade j que o enfoque terico
est orientado na mesma direo (fenomenolgico-existencial), valorizando a relao com o
outro, focalizando a compreenso do que esteja
acontecendo consigo prprio e com o outro.
Sabemos que o psicodiagnstico fenomenolgico-existencial proposto como uma prtica
interventiva. Constituiu-se a partir da insatisfao
de profissionais que se davam conta da ineficincia
dos procedimentos tradicionais para o
atendimento aos clientes, propondo-se a tornlos mais participantes, estando o prprio psiclogo
mais engajado e ativo na relao estabelecida
com os clientes.
Neste sentido, podemos vislumbrar uma
posio tico-poltica, na medida em que a
proposta devolver ao cliente suas possibilidades
de ser, ampliando suas possibilidades e
horizontes, estimulando-o a assumir uma posio
de cidadania. Tambm, por parte dos
profissionais, h uma apropriao de um fazer
clnico, desde o incio do atendimento ao cliente
(o fazer clnico, como j foi dito, era adiado para
depois do psicodiagnstico). Por fazer clnico
entendemos, retomando a etimologia da palavra
clnico, o inclinar-se para o sofrente, desde o
primeiro contato com este.
Por outro lado, o psicodiagnstico,
compreendido como conhecer (gnose) atravs
de (dia), pode se dar a partir do encontro entre
psiclogo e cliente, propiciando, na medida do
possvel, a abertura para novas possibilidades de
compreenso, a partir do estranhamento, saindo
do impessoal e apropriando-nos da experincia
vivida. Deste modo, o psiclogo se mantm em
contato com a experincia do cliente, contato
vivido, afetivo e intelectual. (Figueiredo, 2000, p.
17).
72
G.Y. YEHIA
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ANCONA-LOPEZ, S. A.. Porta de Entrada - Da
entrevista de triagem consulta psicolgica,
Tese de Doutoramento, PUCSP, 1996
FIGUEIREDO, L.C. &Coelho Junior, tica e
Tcnica em Psicanlise, Escuta, So Paulo,
2000.
MAHFOUD, M., A Vivncia de um Desafio:
planto psicolgico. In: Rozemberg, R.L. (org),
Aconselhamento Psicolgico Centrado na
Pessoa. So Paulo: EPU, 1987.
MORATO, H.T.P. (org), Aconselhamento
Psicolgico Centrado na Pessoa Novos
Desafios, So Paulo, Casa do Psiclogo,
1999.
SCHMIDT, M.L.S., Aconselhamento Psicol-gico
e Instituio: Algumas Consideraes sobre
o Servio de Aconselhamento Psicolgico do
IPUSP, in Morato, H.T.P. (org.) Aconselhamento Psicolgico Centrado na Pessoa Novos Desafios, So Paulo, Casa do Psiclogo,
1999.
YEHIA, G.Y., Reformulao do papel do psiclogo
no psicodiagnstico fenomenolgico-existencial e sua repercusso sobre os pais, in
Ancona-Lopes, M. (org) Psicodiagnstico:
Processo de Interveno, So Paulo, Cortez,
1998(2 ed).
YEHIA, G.Y., Proposta de uma tcnica alternativa
de superviso de estgio para a formao de
psiclogos, Dissertao de Mestrado,
Psicologia Clnica, PUC-SP, 1983.