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© que é a Pessoa? ROGER N. WALSH FRANCES VAUGHAN 0 ane € 2 pesos? Lin Poicologias, Diferentes psicotogias supdem perspectives diferentes soenian questi fundamental com que depart todes ay dimensoes distintas. @ partr disso, constroem o que multas vezes Pasecem ser Imagens radicalmente ditererites da dataceca humus, Km geral, consideram-se SSSES Concepgses Coma Opostas enire sl; mas € mais provdvel que presen Panes de vm complexo todo multidimensional. O modelo transpessoal aqui apresentads 280 picteade acger outros mudelus, visa antes situéi-los mem con- texto mais amplo que inclui estados de consciéncia ¢ nfeie de heme: os moxieios psicolégicos precedentes no abrangem, “AS quiare Ss dinenses dese mnoielo sie a consci€neis, 0 con dicionamento, a personatidede e a idemidsde. sande esest ules, vamos Mie O que noe’ parece cepresentar os pilares b% ‘icos de um modelo transpes: soal, compared: 2S piessuposios widemtis wadicionais. que CONSCTENCIA Este mogclo manspessoal considera a eonsciéncia uma dime S80 central gue oferece a baxe 2 @ contesty de teu cxpcridncia, Ax putolont wadiclonais tn: de posigdes diferentes no tocante & conseisncia. Suinporamentalismo, que pretere ignorar a consciéncia diumte da diffculdaie de pesquiséla obictivamente, As ax bumaniste © pscodinimien, que a Teconhecem, mas em geral dio maior atcaco sos conteticas do que 8 cons. cigucia em si como o contexte da experiéncia, © modelo transpessea! cons Bossi couscigacus comm um estado Soataile ¢ defensive, Esse estado coftaim, sum grau notvel # niin recoahe side, Gaconmese mondado por um flaxo enotinus de pensnmentos ¢ fant deveras incontroléveis que estio de acordo com as nossas nécessidadles © de- fesas. Nas palavras de Ram Dass, “Somos todos prisioneitos da mente. Per cebé-lo € 0 primeiro passo na jemsda da liberdade”.} perspectiva fundamental do crescimenio é, pois, abandonar essa contraclo de- fensiva © remover os obsticulos 20 reconhecimento do potencial ampliado sempre presente por meio de apariguamento da mente ¢ da reducdo de di torgo perceptiva,?:34,5,6 4 A tnrefa fandamental que desvela o segreda de muitas perceposes € 0 siléncio da mente... Na verdade, todos os tipns ce descobertas ocorrem a lo ma qninaria mental péra, © a primeira dessas descobertas 6 a de que, se 0 poder de pensar um dam notfvel, 6 poder de nfo pensar 9 € ainda mais.? 2 ke Sustenta a psicologia trinspessoal que exists um amplo especizo de esta dos alteradas de consciéncia, que alguns: desses estados so potenciaimente. tieis € Tincionalmente cspectficos (isto 6, possuem algumas fungdes niio dis- ponfveis no estado normel, mas carecem de outros) ¢ que alguns dsles sto verdadeiros estados “‘superiores”. Superiores € usado. aqui no sentido de Tart:S- so dotados de todas as propriedades e potenciais dos estados inferio- tes, além de algumas que faltam a estes, Além disso, um grande ntfmero & obras de uma variedade de culturas ¢ de disciplinas de crescimento ‘confirma serem esses esiados superiores alcangdveis."® 1, 12.13, 14 Por outro lado, a concepeo tradicional do Ocidente sustenta que s6 existe uma gama limitada de estados, por exemplo, o estado desperto, o estado onfrico, a intoxicactio, 0 deliric, Essa concepgio considera quase todos ds estados alterados como con digGes deficientes, vendo a “normalidade” como condic&o de exceléncia. A consideracdo do nosso estado comum a partir de um contexto amplia- ‘do gera algumas implicagSes inesneradas. Parz 6 modelo tradicional, a psicese se define como uma percepelio distorcida da realidade que no reconhece a distorgo. Do panto de vista do modelo de muiiltiplos estados, 0 nosso estado comurm € assim definido por ser deficiente. por fornecer uma percepcio dis- torcida da realidade & por nao ser capaz de reconhiecer essa distorco. Na ver~ dade, todo estado de conscitucia ¢ necessariamente limitada ¢ 36 6 real em fermos relatives. Esse € © motivo por que, da perspective mais ampla, se pode definir a psicose como um apego a qualquer estado de consciéncia ou um aprisionamento nele.>- 15 ‘Como cada estado de consciéncia revela seu prépric quadro da realida- de, © a realidade tal como a conhecemos (sendo esta a tinica maneira pela qual a conhecemos) € apenas selativamente real. Em outras palavras, 9 psicose € 0 apego a qualquer realidade. Nas palavras de Ram Dass: = ™ ‘Crescemos com um plano de existéncia que chamamos de Nos por inteiro com cisa realidade, que tenios XK ‘dentificamo- artamos 36 € sleet inocqptives cot ela. que Blstein deononsroa Sick taba possivel dg que as coisas sic, Fé scaupre ‘uma dade tealidade & reconhcer sta realidade relatva.!® “‘nesmo tempo, a nés mesmos, tanto por sermos como por criarmos a'realidade que exploramos, No tovanie ao condicionaienio, a perspectiva transpessoal afirma que as ‘pessoas esto vastamenté mais emaranhadas ¢ aptisionadas no seu condicio- namento do que avaliam, mas que € possivel libertar-se desse condicionamen- to,4 © objetivo essencish da psicdterapia transpessoal € tirar a pr sobre identidade. Umm forima de condicionsmente examinade minuctosamente polas disci. plinas orientais € 0 apego. O apego tem fntimos vinculos com 0 descjo ¢ signi- fica que a aSo-realizacio do desejo. produziré sofrimento. Por conseguinie, © apego tem uum papel central na catsaciio do softimento, sendo o abando- no do apego essencial para & cessaczo daguele, 7-18 Sempre que bf anezo, Associar-se com ele ‘Trar Intermingvel miséria. 15 ‘Bnquanio estivennos apegados, estamos possuldos; © quando se esté possuldo, existe algo mais forte de que nés.!? ‘© apego niio se confina a objetos externos ou pessoas. Além das formas familiares de apego as posses muleriais, aos reiacionumentos especiais ¢ & condicao social, pode haver apegos de igual poder a uma suto-imagem parti- cular, a um padrio de comportamento ou a um processo psicolégico. Entre os apegos mais fortes observados pelas disciplinas de consciéacia esto 9 apego 20 sofrimento ¢ & falta de valor. Enquanto acreditarmos que nossa identidade deriva dos nossos papSis, dos nossos problemas, dos nossos relacionamentas ou dos conteiidos da consciincix, 0 apego seré reforcado para fins de sobre~ ‘vivencia pessoal: “Se sbandono meus apegos, quem serei e o que serei?” 62 Descrevemo-lo com mis detalhes na seco“ PERSONALIDADE ‘Ne maioria das psicologias precedentes, a personalidade tem lugar cen- tral ¢, com efeito, muitas teorias psicoldgicas identificam a pessoa coma per sonalidade. & deveras interessante 0 fato de o tftuio mais comum de Hvros so- “bre satide e bem-estar psicoldgicos ser The Healthy Personality {A Persona- Tidade Sauddvel]. Costuma-se ver a savide como algo que envolve primaria- mente uma modificagio @a personalidude, De ume perspectiva transpessoal, contudo, € dada & personalidade uma importéncia relativamente pequena; nes- sa porspectiva, considerate a personalidads come apenas_um_espscio do ser com 0 geal o indi ‘carse. A satde € considerada algo que envolve na esséncia antes uma danga da identificagdo exclusiva com a personalidade do que uma modificag&o__ desta. ‘Também o drama ou hist6ria pessoal que cada um tem para contar sobre | si mesmo sio vistos de maneira diferente. Segundo Fadiman,"" os dramas pes- soais so um luxo desnecessfrio ¢ interferem no pleno fancionamento. Hies slo parte da nossa bagagem emocional, ¢ costuma ser benéfice para a pessoa a 7 i dramas pessoais dos outros. IDENTIDADE, Considera-se a identidade um conceito crucial que se estende concel. tualmente para além dos limites ocidentais tradicionais, As psicologias tradi- cionais reconhecem a identificagio com objetos extemos ¢ a definiram como um processo inconsciente no qual o individuo se toma semelhante a alguém ow @ alguma coisa, ou se sente assim.2? As psicologias transpessoal ¢ oriental também reconhecem identificacio exterior, mas sustentam que a identifi- cago com fendmenos © processos interiores (intrapsfquicos) é ainda mais sig | ificativa, Nesse caso, define-se 2 ideaifeagio com 0 proceso pelo qual a ; ‘guma coisa é vivenciada como 0 20, Aldm disso, esse po de identificacdo! mantém-se nfo reconhecide por quase todos, incluindo psicSlogos, terapeutas ¢ cientistas do comportamento, devido ao nosso grande envolvimento com ele. ‘Quer dizer, 6 tamanha a nossa identificacSo que jamais nos ocorre questionar aguilo que patecemos to claramente ser. As identificacSes validadas por con- senso no so reconhecidas porque no sie questionadas. De fato, toda tent tiva de submet@-les « julgamento pode encontrar considerdvel resisténcia dos outros. “‘As tentativas de despertarmos antes da nossa Epoca costumam ser punidas, especialmente por quem mais nos ama. Porque eles, absngoados $o- Jam, se encontram edormecidos. Eles pensam que quem desperta ou... pet at cebe que 0 que & tido por real 6 um somho esté ficando lovco.”23 — © proceso de desidentificacso tem implicagées de largo alcance. A identificagic da percepslic cam 0 cintedido mental tornz o indivituo incons- %) ciente do contexte de consciéncia mais ample que contém esse contetido; nes- ~\ se aso, o contetido mental toma-se 0 contexto a partir do qual todos os outros contetidos mentais ¢ experiéncias so vistos. Assim, o conteddo que se tomou | coadextn interpret ou ctnaeido'c dewsrnian © siguicado, a pemepoto, 2 | crenga, motivage © 0 comportamento, de ame mancira que € compatfvel | com esse contexto ¢ que o reforga. Além disso, o contexto mobiliza processos \ psicoi6gices que também ihe servem de reforgo.2* 75,26 Por exempto, se um pensamento como “Eston com medo” surgir e for observado ¢ tomado pelo quo é, ou seja, neds sendo outro pensamento, pouca influgacia vai exercer, Contudo, 5 nos identificarmos com ele, a realidade esse momento seré 0 nosso medo © n6s provavelmente geraremos toda uma Série de pensamentos e emogées de medo, identificando-nos com eles; interpre- taremos sentimentos indefinidos come medo; pereeberemos 6 mundo como al- go assustador; ¢ agiremos de maneira temerosa. Portanto, a identificago p5e 6m movimenio um processo aulo-tealizador, autoprofético, em que a expe- rigneia e 08 processes psicolSgicos validam a realidade daquilo com que nos ‘identificamos. Para 8 pessoa identificada com o pensamento ““Estou com me- do”, tudo parece provar a realidade © a validade do seu medo. Lembremo-nos de que, a0 se identificar, a pessoa niio percebe o fato de que sua percepeso vem do pensamento “Estow com medo”. Esse pensamento nao ¢ algo que se Possa ver; em vez disso, vemos ¢ interpretamos todas as coisas a partir dele. A Sie ml eamens Gna mates a pouae e aut ‘mos gue constroem, medeiam, orientam e maniém a constricSo identificatoria da conscitncia e agem como modelos limitadores daquilo que acreditamos ser. ‘Come tais, devem ser sbertos A identificacSo pars permitirem o crescimento. Pode ser que as crengas sejam adotadas como decisSes defensivas ¢ estratégi- ‘$38 acerca de quem © do que devomos ser para sobrevivermos e funcionarmos ‘no nfvel da exceléacia. ~~ ‘Quando nos lembramos de que 2 mente costuma estar repleta de pensa- meates com que nos identificamos inadvertidamente, evidencia-se que 0 10350 ‘estado comum de consciéncia € aquele em que nos encontramos, de maneira ‘bem literal, hipnotizados, Tal como ocorre em todo estado hipnético, nfio hi Recessidade de reconhecer 0 transe ¢ a conseaiiente restricKo d= consci@ncia, a nem de lembrar o sentido de identidade anterior & hipnose. Enquanto estamos nO Wanse, quem pensamos ser $40.05 pensamentos com que estamos identifi- cados! Dito de outro modo, os pensamentos de que ainda nfo nos desidentifi- gamos ¢riam 0 nosso estado de consciéncia, de identidade e de realidade! Somos © que pensamos, Tudo o que somos ver dos nossos pensamentos, ‘Com os nossos pensamentos fazernos o mundo, O Bude? ‘Sustentamos o mundo com © nosso dilogo interior.59 Os mecanismos gerais de’ base da natureza hipndtica do nosso estado comum so provavelmente os mestos em todos nés, se bem que os contetidos variam de indivfduo para individuo ¢ de cultura pera cultura. No Ambito das culturas, 8s crencas © realidades comuns tendem 2 ser inculcadas e comparti- Thadas de maneira vigorosa.3! 16 ‘© que ¢ inconsciente ¢ 0 que € consciente depende... . ds estrutura da socieda- de © dos padries de sentimento c de pensaments que ela produz. ..O efeita de'so- cledade € nfo apenas canalizar ficebes para 2 nossa consciéncis, mas também evi iar a percopgdo da Tealidads. .. Tod sociedade, .. determina as formas de per- cepeio. Esse sistema funciona, por assim dizer, como um filtro socialmente condi- cionado; a experiéavia 36 chega’d peroepgdo se puder passar pelo filtro.*? ‘com a qual tendemos a nos identificar ¢ ser fandementalmente uma ilusio produrida pela percepcio limitada. Esse um pensamento que, tanto por cau- sa de suas implicagGes pessoais como pelo fato de que, sendo psicologias do eg0, nossas psicologias ocidentais tradicionais so estudos da ifusio, inclina & moderacao. PARA ALEMDA DENTIFICACAG Por conseguinte, pode-se considerar a tarefa de despertar, de ume dada perspective, como a progressiva desidentificactio do conterido mental em geral © dos pensamentos em particular. isso é evidente em préticas como a medi- tagao:perceptiva, em que 0 discipulo € weinado para observar © identisicar, com rapidez € precisdo, todos os contetidos mentais.33: !* Para a maioria das ‘pessoas, trata-se de um lento ¢ drduo proceso em que um aprimoramento gra dual da percepefio result na retirada da consciéncia de camadas cada vez mais sutis de identificaglio.5+ 35.36, 26 6 No final, a percepgio deixa de identificar-se exclusivamente com qual- quer coisa. Isso representa uma mudanca radical ¢ duradoura de conscigneia ‘conhecida por vérios nomes, como iluminag&o ou libersgfio. Como jé néio ha uma identificagdo exclusiva com alguma coisa, a dicotomia eu/nfo-eu € trans- cendide, e quem © consegue tem uma vivéncia de si como nada ¢ tudo 80 mesmo tempo. So tanto percep¢do pure (nenhuma coisa) como todo o univer so (todas as coisas). identificadas tanto com nenhum lugar como com todos os lugares, com nenhuma parte ¢ com todas as partes, tém a experiéncia de trans- cendéncia do espago e da localizagio. Uma transcendéncia semethante ocorre com 0 tempo. A mente fica num fuxo constante. Nos nfveis mais sensfveis de percepco atingtveis por treina- memes perceptivus com 2 meditago, vé-se toda a mente, ¢, portante, todo 0 universo fenoménico, em contfnuo movimento © mudanga, com cada objeto percebido vindo do vazio & percep¢io © desaparecendo outra vez cm pequenus fragdes de segundos.®. 3,17 Traia-se do reconhecimento fandamental do ensi- namento budista da impermanéncia, isto 6 de que tudo se transforma, nada € imotdvel.4 35, 36 Peroeber isso pode tomar-se uma das principais forcas moti- vadoras dos meditadores avancados no sentido de transcender todos os pro- cessos montais e alcancer 0 estado imutfvel ¢ incondicionado do nirvans. ‘Nesse estégio final de pure percepcao, jf nfo hé um sentido de identifi- cago com a mudianga, visto no meis haver identificagao com a mente. Sendo © tempo uma fancfo da mudanga, isso resulta numa experiéncia de estar fora do tempo ou de t8-Io transcendido. Isso 6 experimentado como eternidade, a etemidade do agora imutivel; dessa perspectiva, o tempo € perecbido como um produto ilusGrio da identificagio. O tempo é nossa propria criagio; Seu relégio faz tique-taque ne nossa cabera Quando se pra 0 pensamento, Fambéan 6 tempo pra, morte? Os contetidos e processes mentais resuliam em larga medida do co: ‘cionamente, como o reconhecem as psicologias ocidentais ¢ nfo-ocidentais. A identificagao com esses contetides gera a experiéncia de um eu controlado pe- lo condicionamento. Transcendida a identificacio, os efeitos do condiciona- mento também so superados. Pensamentos e emogées condicionados ainda passam pola mente, mas, sem # identificagfo com eles, vivencie-se a per- cepeSo como niio-condicionada. Ao que parece, a experitncia da percepgao pura nfio-condicionada é de. bemaventurance, sendo descrita na tradig&o hindu como composia de sat- chit-ananda: consciéncia, ser ¢ bem-aventuranga. Sem identificagso com pen- samentos ¢ emogdes dolorosos, nfo hé experiéncia de sofrimenio. Dessa pers- ‘pestiva, portanto, a causa do sofrimento € a identificacko. 66 Livre das identificagGes ¢ contextos inconscientes distorcedores ¢ restri- tivos, a consciéncia 6 capaz de uma percepcao clara ¢ precisa. Assim, no bu- disino tibetano, cla recebe o nome de-“‘espellio do cristal” devido & sua clara e fiel reflextio da realidade. Além disso, sem identificacao exclusiva, o espelho aquilo que ele pereebe, 0 sujeito e 0 objeto, so percebidos como uma sé ¢ tinica coisa: A consciéncia vé-se como aquilo que antes observava, pois 0 ob- servador ou ego, que era um produto ilusério da identificacto, deixa de ser vivenciado como entidade distinta. Aléim disso, como a pessos nesse estado se experimenta como conscién: cia pura em unidade com tudo ¢ sem ser nada, cada pessoa também se experi ménta como sondo exatamdnie semelhente ou id@ntica 2 toda outra pessoa. ‘Nesse estado de consci&ncia, as palavras dos mfsticos, que proclamam “somos um”, fazem perfeito sentido como experiéncia literal. Com a existéncia exch siva do cu, o pensamento de ferir os “outros” nfo tem’ nenhum sentido, afi mando-se que ¢sses pensamentos podem até nao ocorrer.!* Em vez disso, as expresses natarais desse estado do sentimento para com os outros so © amor ea compaixio, ‘As doscrigdes da experiéncia desse estado deixam claro que m maioria de 6s $60 vivencia nos momentos de intuigo transcendente propici experiéncias culminantes.>* Assim, nossa capacidade de compreensio ¢ limi- tada pelas resiricbes da comunicacio interestados ¢ pela falta de experiéncia dizees. Por issd, € evidente que descrigdes deste estado podem ser percialmen- te incompreensiveis para nés ¢ nfio-interpretaveis a partir dos fundamentos da psicologia tradicional. Fica, portanto, muito facil descartar sem andlise esses fendmends, considerando-os sem sentido © até patoldgicos, erro cometido in- clusive por alguns dos mais notéveis profissionais de satide mental do Ociden- te. Todayia, o modelo transpessoal tenta, pela primeira vez, fornecer um arca- bouco psicolégico que permita e compreensio das experiéncias ¢ disciplines religiosas. Na medida em que, ao estado de consciéncia conhecido por iluminagao, ‘experimentam asi mesmas como pura percepcio, tudo ¢ nada, todo © univer- 30, incondicionadas, imutfiveis, eternas e em unidade com todas as outras, as pessoas experimentam também a unidade com Deus. Aqui, Deus nfo sugere a as sim a ‘a experitneia diets Je er tada “o que existe. Nas profundezas mais recOndites da psique humans, quando to- das as identificacbes limitadotas foram abandonadas, a percepeao niio vé limi- tes A identidade e se expérimenta diretamente como aquilo que esté para além das fronteiras do tempo ¢ do espago, squilo & qué a humanidade den o nome, tiadicionalmente, de Deus. “Para mim, Deus € uma palavra usada para indicar nossa subjetividade imagindvel que esta essa maneira, nos niveis mais elevados do bem-estar psicoldgice, 0 67 | qnodelo transpessoal 86 pode indicar aquilo que esté além tanto dos modelos ‘Notas’ 1, Ram Dass, Assoc. Transpersonal Psychol, Newsletter (Inverna); 1975, 9. ‘2 Guspensiy, P. D., dn search of the dilracetous, Nowx York, Hareoust, Betoe and "World, 1949. 4 Rajneesh, B, S.; The way af the white cloud, Poona, india, Rajneesh Canter, 1975. 4. Rath Dass, Palistra feita no San Francisco Gestalt Institute: In J. Downing (org), Gestalt awareness, Nova York, Harper & Row, 1976. 5. 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Wilber, K., The spectrum of consciousness, Wheaton, illinois, Theosophical Pubth shing House, 1977. 17, Buddbagosa, P. M. Tin (rad), The pat of purty Sei Lanke, Pali Text Society, 1923. 18, Guenther, H. V., Philosophy and psychology in the Abhidhanma, Berkeley, Califa, ‘Shambhala, 1976. 19; Sung, C. Gi. The secret of the golden flower (ed. rev.), Nova York, Harcourt, Brace ‘and World, 1962, p. 114, 20. Ching, Hv & Mastow, trand Reinhold, 1969. 21, Padiman, J., “A Posicdo Transpessoat". Neste volume. Ca, An elementary textbook of psychoanalysis, Nova York, Anchor, 1974. ‘23, Laing, R. D., The polities of the family, Nova York, Pantheon, 1971, p. 82. 24. Erhard, W., Workshop for Psychotherapist Sf Frantisos, 1977. 25. Erhard, W., Who is it who is healthy? In R. Walsh & D. Shapiro (orgs), Beyond health and normaiisy: Explorations of exsreme psychological weii-being, Neva Yor’, ‘Van Nostrand Reinhold, a ser publicado. wogles, Nova York, . lorgs), The healthy persomalins, Nova York, Van Nos-

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