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Ana Lucia Duarte Lanna Fernanda Aréas Peixoto José Tavares Correia de Lira Maria Ruth Amaral de Sampaio organizadores' SS Sumario I set yt js oxittys za) Rabesto Coso coi a Cel S20 rates oot stat dentist Sa japon tent ‘Tragos e linhas de um projeto coletive 7 ~» Parte 1: Redes e territérios étnicos 17 Redes em processos migratérios 19 soe — 7 eae Onulde Trust canon el Bom Retiro: bio de esiraneiros burro central (19281945) 39 —_ es A eo Mota decom (Série “Go Paulo ap) cents Preseng estrangia na india das confecgbeseolugbes © srbanas nos bal centri de Sio Paolo Oscoreanor no Bom Retiro 89 Maria Ruth Amaral de Sampaio © Bexiga eos itaanos em Sio Paul, 1890/1920 117 onic comempuaiant “Ana Lia Duarte Lanna Parte 2: Construtores da cidade 131 ‘Aaldeia na cidade: ecos urbanos de um debate antropoldgico 133, x (Capitas latino-americanas e urbanistas estrangeiros (1920-1950) 165 cancel “Arturo Almandos Shh hse [Apresenga norte americana ea transformasio de Sto Paulo no pés-guerra 183 Seo ee “Maria Cristina da Siva Leme Seats t eae ‘Um lugar para as elites: 0s Campos Elisios de Glettee Nothmann 209 ‘noimaginirio urbano de Sto Paulo Paulo César Garces Marins parte 3: Traetriase olhares fepsrtoum mondo diferente Geert Weigh, agers estangito€3 hstrig Be Jb Tavares Correia de Lira ‘pend Radofiyem Sto Paulo(1938-1941) ssa Amoraso Guardado jsnacidale: Werner Haberkotn, Hilda Rosenthal e Alice Brill ‘Mariana Guardani miso eGisor 0s ios motivs de viagens eanecessidade de relatar Karen Macknow Lisboa aac: vagem eacondicioestrangeira ‘emreligioavtranscurso espacial Graciela Silvestri _ Farle ds Intelectuais, artistas e a cidade li So Paulo: erangeiros na cidade Femanda Fernandes Arsengsesrangiraem Habitat (1950-54) © Miantedas Artes Bc. (1967-68) Adana Malini Mesquita bis ngs uma perspectiva, Feranda Areas Peixoto aspesquisas da Sociedade #n0$ cus arredores” Luisa Valentini 33 85 333 387 ais 43 1 495 7 sat 38 st ou 6s 661 Tracos e linhas de um projeto coletivo Ana Lanna, Fernanda Peixoto, José Lira e Maria Ruth A. de Sampaio Da ae senga de grupos desconhecidos,vindos de regides mais ou menos distantes, percebidos como estranhos ou estangeirs. Tis presengas adventicias - rejeitadas ou colhidas -tiveram papel destacado na transformacio da paisagem urbana, deixando ‘suas marcas nas pease tagados, assim como no plano disideiasedaimaginagin Or pectiva longitudinal dos migrantes no espago urbano (no Bom Retiro, Brae Pa), ‘Sylvain Souchaud parte do pressupostoque os prprios imirantes~no caso, os bai- vianos ~ so os principale vetoes da eonganzagio produtva do setor de confecses ‘ma atualidade, por eles definida¢oreotada em fun da conjungio de intresses que ‘nactriaam seus projets etrajetriasimigratorias. ‘Finalmente, Maria Ruth Amaral de Sampaio, amparada nos estudos socoligicos dle Barry Wellman ¢ Mark Granovete, etoma o coneeto de reds para relletir sobre 10 TANNA TE HEIXOTO* J. t4RA "M8. A. DESAMPAIO (ons) a experiénca migranteno Bom Retiro partir de lags fortes raos, assim coma dp. {rinsto dos coreanos em cirulos variados intra extra colonia Attavés de ents tas com membros de destaque da cola em Sto Paul, a pesquisadoradesvendy ‘elgSes do grupo coma sociedade mais ampla, ‘Gutro baitro central de Sio Paulo ~ 6 Bixiga~ vem toma pela anise de Ana {uschs Duarte Lanna, qu mais uma ver apoiads na nogio de ede, busca anainy¢ constituigio desseteritrio,fortemente marcado pela presenga de italianos do sat Estamos ai diante de imigrantes que nfo se inserem na relagSo com a cafeicultua «oma imigragdosubsidiada,e que fazem da cidade seu destino primeiroe pretence, ‘eonferindo aolugarumaidentidade decorrente da predominancia de suas atvidadese dos controles exercidos sobre ela ‘O segundo segmento do lio, Construtores da cidade, {gos queaborda as agdes de miltiplos profissionais estrangeiros que atuaram, com suas pitas eideias em toda América Latins, de finals do século XIX até segunda meta- de do século XX. A nogao de construsio aqui mobilizada ultrapassa a visio restita de e wm conjunto de at «edificagio em pedra e cal; nesse sentido sio evocadas as rlasdes entre o pensamento ‘urbanistico,a arquitetura eas tradigéesintelectuais das cigncias sais assim como os twdnsitos polit ‘confrontam a tese,insustentivel partir dos resultados apresentados, deuma imports ‘io de ideias priticas que aqui implantadasteriam conformado as cidades, a ellexao sobre elas, a constituigso de campos académicos por fim, propria nasi. “Anogio de “influéncia” é explicitamente problematizada e descartada como pro ‘cedimento analitico por Adridn Gorlik, em sua anilise minuciosa da circulagao de 20s € econdmicos entre diversos agentes etatals eprvados. As aniises profssionas nort-americanos pela América Latina, assim como das inspires que cisesutbanistas,consltores e planifiadore,retiam da antopologa de Chicago. ‘Trata-se ai de acompanhar o proceso de ransformasio de cetas ategorisanalitiss, a constitugio de temiica eandisesespecifias para a América Latina, Os divers futores considerados pela anise de Goreik ~ Rede, Park, Oscar Lewis, Matos ‘Mar, Andrew Peas, Gino Germani,entre outros ~ assim como pelarigo de Arto “Almandoz, fguram em campos de tnsioe disput onde seam as cidade Sjam 0+ ‘proprios profsionals,constitemse e tansformanseneses process de contsot fc trocas. Amando focalza contextos urbanos (Buenos Aires, Cidade do México ‘Santiago e Caracas) que acolheram aguitsts eurbanistasestrangeitos~ Hegerans Forester, Jussly Le Corbusie Brunner y Rotiva, entre outros -,consdecados 0 ponto de origem do urbanism na América Latina ‘A existinels de um compo de proisionals losis eapazes de dialogs, etcar€ funciona como parceeos dos profssonas estangsros ~ contemplads pelos textos dle Gorell e Almandos~ ¢ também objeto de atengao do artigo de Cristina Leme, ‘oltado para a anilise dos embates na dfinigo de panos propostas de intervenga0 srbsna, A autora revela na ago do IBEC e de Roberta Motes pra a elaboracio do Programa de Melhoramentos Pblios em Sao Paulo a forte prsenca de intersex americans ~ male um spect da decsvaatuaso de Nelson Rockefeller ~ mas tam- ims existénca de confronts locas (0 Departamento de Urbanism da Prefeitura, 2 Light, Henrique D. Vile ePrestes Maia), o que contrara dels de um pas "em ‘rancor construe pls influgncia”estrangeits Alm doe usbanitas eds dels, nadsoseplanos que com eles cicslaram - 0s textos dessa prt trata também da stugao de arquiteos,loteadoreseconstrutres relacionando-os a interesespublioseprivados Esse &0propésito de Paulo Gascez so revelac como a epreentagderem torna deuma ‘eldadelua”emarcociiliacional chegam a0 Brasil e so seiteradas pelos olharesconstruios sabre 08 Campos Eliseo, baler central paultano,seja por memorialitas ou por intelectnis~ que usam este imaginiio para inventar uma cidade cindids, mas homogines em suas divisoes~sja porempresrios, como Frederico Glee e Victor Nothman Finalmente, Solange Lima, Joana Mello, Stamatis Koalioumbs e jussara Deven analism a agio de artesiosconsrutoves e arguitetos que auara na transformagio 1a cidade em metrople, Tomanda a profsto de pntor decoradora partir do exa> ime de Oreste Serel, Solange Lima redimensonao lugar desses agentes soca na ‘consoldagio da cultura arguitetonicapulistana,reelando como no aendimento 3s demandas locas eles ataleam ecriam slucoes esttcasnovas. Nos textos de Joana «Stamatis, a verticalinagio, a8 referencias tomadas de empeéstino da argutetura mo- desma as vel com 0 mercado imobibirio sS0 entradas anlica qu revel 3 ago dosestrangeios eas novas posubilidades de construsio da cidade de S30 Palo, Apolads no exam de padebesetenicas, Stmatia Koullomba mostra como of constutoresjudeus aproprian-se do vocabuliioarguteténico moderns, win: . ‘uma alles de outa da qual haviam partido inigrantes moe sea a possibllidade eeomigio" da “fab” emigatrn, “hymen oe alee ee ‘isso prebiteriana no Oriente Médi 0 fal do sal XIN" ere emigatia "io apreenta indcios de diminaiChegoa torts mani. Trou das nossas ‘grejas alguns ds seus membros mest muitos dos profesor do snas de n> ‘uietude (1 Aemigrago, como un frmento post, aga todas asalciscpove- ‘sd noi cmp Todo mundo sien movimento ening parecedsposto 3 fan desde qu poss, de wm ito ou de out aranjardnhsico sunt pr pagar 8 lagen” (Knowlton, 1961, .29)-s prptios ermosempregados na descrgio do endoeno sugerem um mado epidenliicodedseminaso de inormages, ing omen md er 4 Neti or mena sing lie pees ae eet ee “Misa (Deo 200, tana +f nOTO*}. AIA *HL RA, DESADUEAI (ORG) Cont, obserou-re que obstculosgeogrdficos 0, o inverse ixos de ceculy eto inortats (estas ov ales ders, por exemple infuencisn a mors, Ah dseriasio ds informasio (Otro, 1992), Alm dino, Greco (1987) cates sspresposto da prxinidad fica, agumentando gue na verdade,vinculos pen sists. ns aia existe 0 reconheciment de elaes(obriasus)tecipoens og ‘mas devsvos para fandamentara desi de emigrar. Em outaspalavas, conforma endossou Ramla (1995 p20), a nformassonio "a mesma para todos ot vines contertinos de uns ales nem nssesriament se ansnite de Vizio a sinh orgue os caais através cos quas ea passa sao as relages soci fortes, que pry Sindem da distinciae por consegunt, ds fequéncia de contatos. Em conchaay {nformasio nfo se difunde por epider’ Essaseoutasconsderagdeslevaram mito autoresa utilizar apasto conceit) Ae redes (Granoveter, 1976) ~ com densidades dstintaslgos fortes efacos ete «emo modelo aproprado para representa o moda como informasdes relevantes pan adecisto de emigrarse disseminavam. Informaes bre oportunidades ou sobre dis «uladesfuem autoregulandoo sistema. Assn, cada informa sobre um indvidua «mua traetriainfluencia sistem como.um todo 'Nesse mesmo sentido, outro pont importante & 2 confiabilidadeatribuia tas {nformasdes, 0 que enfatiz a importincia das chamadasrelagdes soca primis. A pessoa ou familia que pensava em emigrar tendia a confiar mais nas infrengoes ‘tarda a0 vivo ou por carta, de um parents, vsinho ou amigo, por exempl, do que ‘os folhetos de propagands distibuidos por um agente recratador, ejoslucros de pndlam apenas do nimero de individuos que conseguise colocar a botdo de uh ‘vapor. Assim endo, os conatos pessoas toravam-se mas importantes, porgue mas ).LIRA* MLR. A.DESAMEAIO (OHCS.) rede social deterinar em boa medida o grau de autonomia ou dependéncia deste, tivamente aos demi cla configura a estratura de oportunidadesdesse ator no que, respito fcdade de acess a recursos de autos stores situados na rede ou foe de, Em outros palavas a forma das rede condciona concretamente a8 relasSes dosing, ‘viduos em interagao. Assim, conforme argumentou Rocha-Trindade (1995, p. 91), ‘numa determinada rede eada actor possui ecutsos valoriados pelos estantesactoreyg se eda vincul representarapossbldade de ober esses recursos, entioaestutua dh rede representa uma estrutura de oportunidades determinante para o comportaments ‘dos actoresem presenca[.] Querisso dizer que dum contexto macroscépico que ex belececondigbesesrutrais, mas que a0 nivel microsc6pico as decisoes migrate sn {nluenciadas pela participagio em redes sociais que proporcionam o acesso dos actore, ‘determinados recursos, nomeadament asistencia einformacio’ Porfim,edemodo semelhante, redes egocéntricasidentificam o escopo das relagdes socsis elaboradas em toro de um snico ator, defnido como urn “n” em meio a una «onfiguasioeselar(Degennee Forse 1999). Ela podem apoiar a constrasio de pels Diogrficos exploram a tein de rlages tecidas por um tnicoindividuo 20 longo de ‘sua traet6ria de vida, como fez Devoto (2004) ao chamar a atencao para o papel-chave de intermediroseariculadores entre grupos sociasdistntos, nomeadamente ene colnias de imigrantse ets nativas em Buenos Aires, Ou ainda, como estabeleces ‘Soares (2002) de modo mais sistematizado, ao analisar a centralidade da ‘microrregiio «de Governador Valadares nos fluxos de brasileiro emigrados para fora do pais ‘Do ponto de vista das eriticas, alguns autores (Light, Bachu e Karageorgis, 1993) ‘essltam amor fclidade do conceit em explicar a continuidade de fuxosj sabe ‘eeidos do que propriamente o movimento de pioneios em diregio a um determinado ‘lestino Em eutrostermos,0 modo como determinadas redes dentfcam, escolhemes® dinigem a novos destinos quando destinos anteriores mostram-sesaturados. 'Novcaso da imigraio subidiada para S40 Paulo, em particulary, ¢ aplicivel € pa orang ee ‘Para a critica que Goss e Lindquist (1995) formula — ‘gerrem que este enftiza demasiadamente as dimensdes oe ae oe ‘emigracio, relegando a segundo plano oP “185, co 0 Nu nsituigdes formats Promotoras dos deslocamentos. Ha aut” dala ent ge 1995) 988 sustentam, por exemplo, que o Brasil somente se i” on alse reeeptores da imigrago em massa ~ 30 la? sr ilsArgntinae Canad ~ grasa &migacto subsiiada promovil® Sko PAULO, 0S ESTRANGEIROS HA CONSTRUGKO DAS IDADES 33 institucionalmente pela govesno paulista. Ou pense-e, 20 contririo, nas estrigdesim= postas por governos europeus A propria imigragio subsidiada para o Brasil (decreto Prinet na Ila, pr exemplo). Constrangimentos ou favorecimentos desse tipo, 2s: sociados as diferentes doutrinas deoldgicas que acabam consttuindo a came € 00380 das polticas migratéras para qualquer periodo ow nage, certamente conformam a itucional ds processos migratéros Por outro lado expeiéncias migratérias associadasa situagbes de extrema pensiria « difculdade nas regioes de origem dos migrants, provocadas por uma multiplicida dle de fatores atuando simultaneamente, como suger Franzina (2006) em seu livo recentementetraduzido a0 portugués, que enfocaa emigracio de colonos provenien: tes do Veneto, ainda que no invalidem, obviamentecolocam sob outeo prisma 2 utili- angio do conceito de redes migratorias. ‘Um aspecto relevante nessa discussio ¢ que hi também diiculdades na aplicagio conereta do conceito de redes 20s estudos migratérios, sobretudo quando estes sio catudados sob uma perspectva histérica, jf que & sempre mais problemstica, nesse «aso, autlizagdo de fontescapazes de reconstituir com alguma fidelidade e de modo sistemitica os lagos sociais que prevaleciam entre os migrantes, 2s informasbes a que tinham acessoe,sobretudo, a mentalidade ques avaliava “Mesmo entre autores que se dedicam a0 estudo de migragSes contemporineas,€ ‘comum se combinar perspectivasdistintas para explicaro processo social das migra 08s, Massey (1987, p. 4), por exemplo,sugere que processos migratSris iniciam-se com desequiibrios macroestruturss entre regides de origem e destino, mas sio sus tentados por funos continuos de trocas (sobretudo interpessoas) alimentados pelas redes socais. Assim, embora uma abordagem “pura” das redes soiais em processos smigratdrios descarte uma anise & posi do peril dos migrantes segundo atributos (Cos, idade, sexo, nivel de renda, profissio etc) para seater essencialmente & anise das lade entre individuos (Fuito, 2002), émais comum que, frente a0 desafio dese expliar um sistema miggatério concreto,oinvestigadorse valha de paradigmas dstin- tos para dar conta de determinadassituayies empiric. ‘5 Nocse basi tes porexempl os tals de Sef (1996 ee ots) ale dase tins ob pltica gavin por oosalte Malia (2008) Sere Salles (202). epurnasninsa.pEsaninaso (ons) sa nanan REROTO Consideragdes fingig {Cadeiaseredessto instrumentos poderosos Para st explicar porque alguns locas Bots iniganessvncla ortemente a otrosocasdeorgem dos mg, as da justamente een as redes e as cadeias o fator decisivo que canaliza 0 flux almente a determi i aiane migratério (Hoerder, 1999). (0 aspecto mais importante, privilegiado nas an: io asrelagbes,enio os atebutos de cada individuo, © ponto fundamental é buscar partir de cada individu, aidentifcasio de sua rede de relasdes. Assim, o conc redes concebe a sociedade como um conjunto de relagdes, introduz uma dimensio da centendida como estrutura de relagdes, o que € bastante diferente de sda uma determinada localidade de partic: mnados destinos (White e Woods, 1980), conformandose ilies segundo essa perspectiva, rode estruturas Smmaginé-la como estruturada segundo categorias agregativas. ‘Aadocao de uma perspectiva de redes interessa a todos os que se ocupam dos fendmenos migratérios, tanto no presente, quanto no pasado, Em primeiro lugat ‘porque estes normalmente ocorrem segundo critérios bastante seletivos por origem & ‘ipo de imigrante, Em segundo lugar, porque em geral tis fendmenos nio acontecem Isoladamente como resultado de decisdes individuais, mas de grupos de pessoas rla- ‘ionados por familiaridade e destino comum. Nao eram esses grupos meras categorias homens ou mulheres, jovens ou idosos, habilitados ou nao habilitados, pobres 08 ‘migraram, ¢ as vezes, sozinhos. Mas o fizeram como participantes de wm so social que se estendia muito além deles préprios. E esse o sentido da arm (1990, p.84): “os individuos nao emigram, mas sim a rede". Além disso, ° mn passado, ou enfrentam hoje, os desafios na nova teri ‘amplamente de lacos prévios. Buscando aprofundar o modo com? iris se traduzem concretamente em ades familiares e individ” KO PAULO, OS ESTRANGHIROS FA CONSTRUGKO DASCIDADES 35, Bibliografia ALVIM, Zuleika, Brava Gente! Os Italians em So Paulo, 1870-1920. $a0 Paulo: Brasiliense, 1986, BAILY, Samuel S. "La cadena migratéria de los italianos en la Argentina’: In: BOUCAULT, Carlos Eduardo de Abreu © MALATIAN, Teresa. Politicas Migratérias: fronteiras das direitos humanos no século XXI. Rio de Janeiro e Sio Paulo: Renovar, 1985; 2003. BAINES, Dudley. “European Emigration, 1815-1930: Looking at the Emigration Decision Again’ The Economic History Review, 47, 3, 525-44, 1994, BERTONHA, Joio Fibio. Os lalianos.Si0 Paulo: Contexto, 2005. 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Estes bairos podem ser qualiicados como bairos centri! trmo que expressa «a ambiguidade que os carctriza ~ nem buiro, nem centro. Ets ambiguidade, somo ‘mostra Maller (1958, p 17S), se delineiaa partie da momento em que “sea central se tomow peretamente individualzad’ ‘A partic de 1870, surgi que poderiamos chamar de embry da sons de teansiho uma vee gue ene 0 crag dh cidade” ~ 0 Tengu, eos bai ros oplamenteresieciis, vio ae constr uma sma gue no podia ser inclida no Gent de enti a8 gue nose classic entre os butts «da cidade, onde a resdénciasapareciam entemeadas por peguenas js, oflcnas divers , como elemento bem caacteritcn dessa en esas de "rendex-vous" e“pensoes sunita” 1 temo ur cental vem send tina eon aml Sans (1959) em O Core da Cae Saka; denpmin batons cent Cade Bana Cie sa qu ome ocetre {eos Rend (986), etd bre Bom Retin tia oem sw eta {eal Note fet nanos emo nio pens pela es ponent pa arate ‘sa amb dss ios, Nan oo baa como cnt conti esa ambigaade igendplsprcxempo soccer esides A aldeia na cidade: ecos urbanos de um debate antropolégico! ___ Adrién Gorelik Nes versio dese tito fo esr para una revista de antropologi ese props entender ocrassover cultural que ocoreuna Amica Latina, ao longo de uma ta ma central do séulo XX, entre opensamento urban e ets debates anropoligicos? A idea bisica era que, ainda que tas debates sejam muito conhecdos na histria desta dis: cilia no se hava efletdo osufcente sobre eles; e sobre ofto de ue piicamente todo o pensamento urbanolatine-americano:no periodo entra Segunda Gera eos anos 1970 se desenvolveu no marco dado por um debate antropolgico susctado no interior 4a problematic defnid orignalmente pela charnads Escola de Chicago (as perpécas dos processos de adaptacio /aculturagio em um mundo em transgao):o debate entre © “continuo foll-urbano” de Robert Rede e cultura da pobreza” de Oscar Lewis Nas {oj recentemente, quando o texto jé estava terminado,obrigad pela circunstincia de que seria discutido em urn Seminirointemo do projetotemitico "Sie Palo: sestangeiros¢ ‘ consrugio da cidade, quando comeceareparar na quantidade de igus estrangeias” ue oatravessavam, figuras de pensamento (como ascategorias posts emjogo naquelede- bate), e especial (antropélogos,socélogos,urbanistas,planiiadores) expecialmen- te norteamercanos, mas também ingleses frances, que cruzaram a América Latina de Ponta ponta buscando as sus chives. 1 Teadugode Mata Chaves. 2 Rosita da Mae deAnrplogia Cndbs, Unveiled Nine Condy Sx, 2008 p73. ‘6rest uma verso modicnaeustansalnet redid 3 Cae die também, que outro feo do texto estas vines 2 oto contest ete terest {ee de Chicago sempre ss no nse elena eu que om ‘nla na Ameria Latina dene os anos 190 Esha ge at sds deans extn ‘lkSeem ean dns cas candied prods her? de Chea someyando poe The Cy, se Robert Pak inst Burges «Roderick MeKense Para. tua a Eso cde Cag pate ‘Wtantopologa urbana, ver Hanners (1986); soe as rages entre a Escola de Chicago ea teoras ‘itoerneago na Amévica Latin ve Maal (197)

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