B8 | BRASIL ECONÔMICO - ESPECIAL TRANSPORTE E LOGÍSTICA | Terça-feira, 29.6.
2010
EXPANSÃO
Estrada de ferro que liga Vitória,
no Espírito Santo, a Minas Gerais:
grupo possui cerca de 10 mil
quilômetros de malha ferroviária
Vale acelera investimentos no setor
Maior grupo privado brasileiro aplicará US$ 2,6 bilhões em logística em 2010, montante
que representa a metade do que a empresa desembolsou nos últimos cinco anos
TEXTO G U I L H E R M E Z A B A E L
egunda maior empresa do
S
país e maior grupo privado
brasileiro, a mineradora Vale
tende a ser, cada vez menos,
mineradora. Isso porque os
investimentos em logística
tendem a se acelerar na empresa, tanto
para atender o negócio principal da em-
presa como para criar estruturas que po-
derão ser utilizadas por terceiros. Os nú-
meros são impressionantes. O grupo in-
vestiu, entre 2003 e 2008, US$ 5,15 bilhões
no total acumulado. Somente em 2009, o
valor subiu para US$ 1,98 bilhão. Para este
ano, a previsão de recursos representa
metade do que foi destinado em cinco
anos: a expectativa é realizar investimen-
tos de US$ 2,6 bilhões. A alta no fatura-
mento da empresa também é esclarece-
dor: no primeiro trimestre de 2008, o vo-
lume total da receita do setor somou US$
199 milhões. Já no mesmo período deste
ano, o valor chegou a US$ 311 milhões.
Marcello Spinelli, diretor de comercia-
lização de logística da Vale, comemora o
momento: “A Vale é a empresa que mais
investe em logística no Brasil. Somente
em 2010, vamos investir US$ 2,6 bilhões.
Pelos nossos sistemas são escoados boa
parte dos grãos, combustíveis, açúcar e
cimento produzidos no país. Nosso objeti-
vo é continuar investindo cada vez mais
em logística para garantir o atendimento
às demandas dos clientes e gerar competi-
tividade. Estamos investindo na consoli-
dação de novos corredores de exportação
de grãos para gerar competitividade para
as regiões produtoras. Exemplo disso é o
projeto Noroeste de Minas”, disse.
A empresa esclarece em seu plano de
negócios anual, que possui uma estrutura
integrada de logística, é formada por cer-
ca de 10 mil quilômetros de malha ferro-
viária, cinco terminais portuários – loca-
lizados em Vitória, Sergipe e Maranhão – e
um terminal rodoferroviário. Em 2008, os
portos e terminais marítimos da Vale mo-
vimentaram 26,176 bilhões de toneladas
de carga geral. O transporte ferroviário de
carga geral contribuiu, segundo a empre-
sa, com um faturamento de US$ 1,303 bi-
lhão, os serviços portuários, com US$ 255
Divulgação
milhões, a navegação de cabotagem e os
serviços de transporte marítimo, com
US$ 49 milhões.
As ferrovias do grupo – Estrada de Ferro
Carajás (EFC), Estrada de Ferro Vitória a
Minas (EFVM), Ferrovia Centro-Atlântica
(FCA) e MRS Logística (MRS) – transpor-
taram 25,966 bilhões de toneladas quilô-
metro útil (tku) de carga geral para clien-
tes. “As principais cargas transportadas
foram: insumos e produtos siderúrgicos
(46,8%), produtos agrícolas (40,1%),
“Pelos nossos combustíveis (5,3%), material de cons-
sistemas são trução e produtos florestais (3,3%) e ou-
escoados boa parte tros (4,5%)”, diz o documento. Segundo o
dos grãos, documento, o programa de investimentos
combustíveis, para 2010 prevê que a ferrovia de Carajás
açúcar e cimento será ampliada em 100 km para se conectar
produzidos no país” à serra sul de Carajás, sendo que 605 km de
trilhos serão duplicados e haverá a cons-
MARCELO SPINELLI trução do quarto píer no Terminal Maríti-
Diretor de comercialização mo de Ponta Madeira (TMPM).
de logística da Vale O investimento estimado no terminal
marítimo é de mais de US$ 2,6 bilhões, o
maior montante em infraestrutura por-
tuária da América Latina.