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Trecho do livro A Culpa das Estrelas de John Green

Faltando pouco para eu completar meu dcimo stimo ano de vida minha me resolveu
que eu estava deprimida, provavelmente porque quase nunca saa de casa, passava horas
na cama, lia os mesmos livro vrias vezes, raramente comiam e dedicava grande parte
do meu abundante tempo livre pensando na morte.

Sempre que voc l um folheto, uma pgina da Internet ou sei l o que mais sobre
cncer, a depresso aparecem na lista dos efeitos colaterais. S que, na verdade, ela no
so um efeito colateral do cncer. um efeito colateral de se estar morrendo. (O cncer
tambm um efeito colateral de se estar morrendo. Quase tudo , na verdade.) Mas a
mame achava que eu precisava de tratamento, ento me levou ao meus mdico comum,
o Jim, que concordou que eu, de fato, estava nadando numa depresso paralisante e
totalmente clnica e, portanto, ele ia trocar meu remdios e, alm disso, eu teria que
frequentar um Grupo de Apoio uma vez por semana.

O grupo eram formado por um elenco rotativo de pessoas com vrios questes
psicolgicas desencadeadas pelos tumor. A razo de o elenco ser rotativo? Efeito
colateral de se estar morrendo.

O Grupo de Apoio era megadeprimente, bvio. A reunio acontecia toda quarta-feira no


poro de uma igreja episcopal uma construo no formato de cruz com paredes de
pedra. Ns nos sentava em uma roda bem no meio da cruz: onde o dois pedaos de
madeira um dia se cruzara, onde esteve o corao de Jesus.

Sabia disso porque o Patrick, Lder do Grupo de Apoio e a nica naquele lugar com
mais de dezoito anos, falava sobre o corao de Jesus todo raio de reunio, sobre como
ns, jovens sobreviventes do cncer, estava sentados bem no sagrado corao de Cristo,
e tal

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