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Universidade Federal de Juiz de Fora

Faculdade de Engenharia
Departamento de Engenharia de Produção

ESTUDO REALIZADO NA EMPRESA: Pedra


Sul

PROCESSO PRODUTIVO: Perfuração da


Rocha

Equipe:
Felipe André Rodrigues Gomes
José Augusto de Castro Caldas
Marcos Damasceno Marotta
Marlon Estanislau Gonçalves
Rafael Nunes

Professor:
Marcos Borges

Juiz de Fora
Julho - 2010
SUMÁRIO:

Sumário
1. Introdução..............................................................................................................3
2.Objetivos.................................................................................................................3
3.Justificativas...........................................................................................................3
4.Descrição................................................................................................................3
4.1.Caracterização da Empresa..................................................................................3
4.1.1.Missão...............................................................................................................4
4.1.2.Visão.................................................................................................................4
4.1.3.Valores..............................................................................................................4
4.2.Caracterização do produto...................................................................................4
4.2.1.Areia Industrial.................................................................................................4
4.2.2.Tecnologia de fabricação..................................................................................4
4.2.3.Vantagens.........................................................................................................5
4.2.4.Detalhamento técnico.......................................................................................5
4.3.Processo de Fabricação da Areia Industrial.........................................................6
4.3.1.Etapas do Processo de Fabricação da Areia Industrial.....................................6
4.3.1.1.A Perfuração..................................................................................................7
4.4.Fluxograma do Processo Produtivo.....................................................................9
5.Análise do Processo Produtivo...............................................................................9
6.Conclusões..............................................................................................................9
7.Referências Bibliográficas......................................................................................9
1. Introdução

Mineração é o termo que abrange os processos, atividades e indústrias cujo


objetivo é a extração de substâncias minerais a partir de depósitos ou massas
minerais. Numa interpretação mais ampla, podem incluir-se aqui a exploração de
petróleo e gás natural e até de água. Como atividade industrial, a mineração é
indispensável para a manutenção do nível de vida e avanço das sociedades modernas
em que vivemos. Desde os metais às cerâmicas e ao betão, dos combustíveis aos
plásticos, equipamentos elétricos e eletrónicos, computadores, cosméticos, passando
pelas estradas e outras vias de comunicação e muitos outros produtos e materiais que
utilizamos ou de que desfrutamos todos os dias, todos eles têm origem na atividade da
mineração. Pode-se, sem qualquer tipo de dúvida, dizer que sem a mineração a
civilização atual, tal como a conhecemos, pura e simplesmente não existiria, fato do
qual a maioria de nós nem sequer se apercebe.
A imagem um tanto negativa desta atividade junto da sociedade em geral,
sobretudo nas últimas décadas, deve-se sobretudo aos profundos impactos que ela
pode ter no ambiente (sobretudo os negativos) e que têm sido a causa de numerosos
acidentes ao longo dos tempos. Por último, não nos podemos esquecer que a
capacidade desta atividade em fornecer à sociedade os materiais que esta necessita
não é infinita, pois muitos dos recursos minerais explorados são, pelo contrário,
bastante finitos.

2. Objetivos

Contextualizar a disciplina Processos Produtivos com o ambiente de trabalho


industrial e compreender a aplicação dos conceitos assimilados em sala de aula.

3. Justificativas

O trabalho foi realizado pelos alunos da disciplina Processos Produtivos do


curso de Engenharia de Produção da Universidade Federal de Juiz de Fora.
Foi proposto pela disciplina ministrada pelo professor Marcos Borges a escolha
de um processo produtivo, de um produto e o acompanhamento deste. O produto
selecionado para estudo foi a areia industrial.
A Pedra Sul Mineração foi escolhida como empresa-objeto desse trabalho por
facilidade de acesso dos alunos ao processo produtivo da mesma.

4. Descrição

4.1. Caracterização da Empresa

A Pedra Sul mineração Ltda começou seu trabalho há quase 10 anos. O início
foi pautado em cima de pesquisas em mineração de agregados para construção civil,
para posteriormente resultar em projetos completos.
Em 22 de abril de 1999, a Pedra Sul chegou ao mercado da construção civil,
desenvolvendo soluções em produtos e serviços. A empresa conta com uma equipe
de Engenheiros e Técnicos, com consultorias nas obras, laboratório para testes e
ensaios e proporciona treinamentos para os profissionais da construção civil. Além
disso, uma parceria com o grupo PARES - Pesquisa em concreto e argamassas da
Universidade Federal de Juiz de Fora - , contribui para melhoria da qualidade dos
produtos Brita e Areia Industrial.
Com a necessidade de buscar alternativas para a exploração da areia de rio,
em 2004 a Pedra Sul lançou no mercado seu mais novo produto a Areia Industrial. A
disponibilidade desse produto no mercado é um grande avanço para o setor da
construção civil da Zona da Mata, que se iguala aos maiores mercados do Brasil em
qualidade e custo. Os estudos e pesquisas feitos a mais de três anos pela Pedra Sul,
possibilitaram o desenvolvimento de uma areia ecologicamente correta, gerando
inúmeros benefícios ao setor da Construção Civil. A Areia Industrial, esta presente nas
obras de Juiz de Fora e região, atingindo também, mercados mais distantes como o
Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

4.1.1. Missão

Estar presente no mercado da construção civil, entendendo suas


necessidades, desenvolvendo soluções em produtos e serviços que gerem os
melhores resultados.

4.1.2. Visão

Ser reconhecido como referencia nacional no mercado em que atuamos até


2010 para alavancar as melhores oportunidades de negócio.

4.1.3. Valores

Buscar resultados através de:


• Inovação;
• Responsabilidade pelo todo;
• Alegria;
• Verdade;
• Solidariedade;
• Simplicidade.

4.2. Caracterização do produto

4.2.1. Areia Industrial

O termo areia industrial é aqui definido como: “... material de granulometria


variada, composto essencialmente de sílica e que passou por um processo de
beneficiamento ...” (Ferreira & Daitx, 2000). A areia industrial possui inúmeras
vantagens sobre a areia convencional de rio, começando pelo aspecto ambiental, já
que a Areia Industrial trouxe uma ótima justificativa para a moralização de atividade
extratora.

4.2.2. Tecnologia de fabricação

A tecnologia da fabricação da areia industrial surgiu por três principais motivos:


a necessidade de se aproveitar os finos da britagem, principalmente nas grandes
obras; a distância de transporte entre regiões carentes de areia e os rios produtores e
reservas naturais sendo restringidas, especialmente pelas normas da legislação
ambiental.
4.2.3. Vantagens

Ao contrário das areias de rio, a areia industrial possui a principal vantagem de


manter sempre a mesma granulometria. Uma constância nesta propriedade se
traduzirá numa constância dos traços de concreto, com maiores probabilidades de se
estudar reduções no consumo de cimento. Outra vantagem é a maior aderência da
pasta de cimento na superfície rugosa do grão de areia industrial. Agregados de
superfície lisa produzem concretos de menor resistência à tração. Por último, está o
preço do produto, sendo esta a principal causa motivadora do surgimento da
tecnologia da areia industrial.

4.2.4. Detalhamento técnico

Areia Industrial Fina

Dimensão:
Abaixo de 2mm.
Aplicações:
Argamassas de revestimento de paredes e tetos (emboço e reboco);
Argamassa de assentamento de tijolos cerâmicos, blocos de concreto e blocos
estruturais.

Vantagens: livre de impurezas, não precisa ser peineirada e nem adicionar


nenhum tipo de ligante (filito, cal, etc...), já vem pronta para uso.

Areia Industrial Média


Dimensão: abaixo de 4mm.
Aplicação: confecção de argamassa para assentamento e emboço, concreto
em geral, artefatos de concreto (pré-moldados).

4.3. Processo de Fabricação da Areia Industrial

Entre as diversas etapas de produção de areias industriais, a do


beneficiamento é, provavelmente, a mais importante. Numa visão geral, qualquer
corpo arenoso pode ser transformado em areia industrial, cujas características estarão
implicitamente ligadas às do próprio depósito original, mas o que determinará o seu
aproveitamento será, fundamentalmente, a economicidade dos produtos a
serem obtidos após o seu beneficiamento.
Excetuadas questões ligadas ao posicionamento geográfico do mercado
consumidor - e, conseqüentemente, sua relação com o mercado produtor -, a própria
visão da prospecção de um depósito arenoso para fins de produção de areia industrial
está diretamente subordinada à visão do seu futuro beneficiamento e baseia-se em
parâmetros indicadores da ocorrência de um "pré-beneficiamento natural". Entre esses
parâmetros destacam-se: corpos arenosos pré-enriquecidos por processos geológicos
(depósitos eólicos, fluviais, com zonas "lixiviadas"), distribuição granulométrica que
permita a obtenção de diversas frações, grãos com características intrínsecas
adequadas (resistência, arredondamento, etc.), baixo teor em impurezas ou das
frações sem aproveitamento econômico (rejeito), cor do material após lavagem,
friabilidade do material, dimensionamento e exposição em superfície, etc.
Em linhas gerais, o beneficiamento do material arenoso visa à retirada de
impurezas e de frações sem utilização econômica e a classificação das areias em
várias faixas granulométricas adequadas às suas diversas aplicações industriais;
representa, em síntese, um processo de seleção granulométrica e mineralógica. O
principal material a ser separado corresponde à fração síltico-argilosa, indesejável por
representar ou uma fonte de contaminação de alumínio, ferro e álcalis, na fabricação
de vidros especiais e de produtos químicos, ou um material indesejável na produção
de moldes de fundição.
Essa fração síltico-argilosa, que pode representar até 20% do minério, é
descartada em lagoas de decantação, pois não possui ainda um aproveitamento
econômico, e representa um dos principais problemas ambientais em todas as
minerações de areia industrial.
As impurezas estão representadas por minerais pesados (zircão, ilmenita,
magnetita, turmalina, cianita, estaurolita, sillimanita), hidróxidos de ferro e/ou
manganês e grãos de feldspato, prejudiciais particularmente na produção de vidro, por
introduzirem contaminantes na mistura (ferro, manganês, titânio) ou se constituírem
em pontos refratários na etapa de fusão da matéria-prima.

4.3.1. Etapas do Processo de Fabricação da Areia Industrial

A pedreira foi dividida em três níveis topográficos, para otimizar a utilização do


terreno. O sistema produtivo da Pedra Sul é composto basicamente por cinco
processos:
1ª processo (Planejamento): um planejamento é realizado para definir a
produção mensal, que gira em torno de 64 a 80 mil toneladas, levando-se em
conta sazonalidade, média de vendas dos meses anteriores e análise
topográfica. Um topógrafo analisa o terreno e define as profundidades e
localizações para implantação das dinamites de acordo com o planejamento
mensal.
2ª processo (Detonação): constitui a primeira diminuição da rocha.
Dentro deste processo encontra-se o subprocesso a ser analisado no item
4.3.1.1: a “Perfuração”. A perfuratriz faz os buracos para que as dinamites
sejam implantadas de acordo com o estudo topográfico. Os buracos são feitos
de modo que se tenha um corte horizontal em um dos níveis da pedreira. A
detonação é feita em dias de semana após as 19 horas e eventualmente
sábados e domingos. A detonação ocorre 3 minutos após o acendimento do
pavio.
3ª processo (Carregamento e Transporte): uma escavadeira retira
rochas e as joga na caçamba da carregadeira. O transporte é feito até a área
de beneficiamento, onde a carregadeira despeja as rochas no rebritador
primário.
4ª processo (Beneficiamento): uma mandíbula mecânica dentro do
rebritador faz a segunda diminuição da rocha. Sucessivamente o material sai
do rebritador para uma esteira e é levado a outros rebritadores que fazem mais
diminuições, ligados todos eles por esteiras. Após o quarto rebritador começa a
diferenciação. A rocha diminuída passa por uma peneira que a separa em brita
0, 1, 2 ou 4. Os outros produtos como a areia industrial, são obtidos de forma
análoga cada vez diminuindo mais o tamanho da rocha.
5ª processo (Entrega): a empresa trabalha com diversos caminhoneiros,
ou autônomos, ou do próprio cliente, que escoam a produção diariamente. Cada
caminhão é carregado de um produto apenas, com algumas exceções, e a carga é
pesada.

4.3.1.1. A Perfuração

O principal equipamento utilizado nesta etapa é a perfuratriz, máquina em que


todos os movimentos são realizados pela pressão do ar. A perfuratriz é ligada através
de mangueiras a um compressor. Para deslocamento horizontal e estabilidade durante
a perfuração a perfuratriz é dotada de esteiras. Existe uma lança na qual é acoplada a
ferramenta martelo que se movimentará, através de correntes ao longo de sua
extensão. Na parte de trás da perfuratriz foi acoplado esmeril, que funciona a ar, para
a afiação dos bits. A manutenção no maquinário é feita todo sábado, seguindo um
check-list, fora a manutenção diária feita pelo próprio operador, trocas e intervenções
de ferramentas.
As hastes, as luvas e os bits são outras ferramentas necessárias para fazer os
furos. Cada haste possui 3 metros de comprimento, 30 kg e extremidades possuem
roscas e, são conectadas umas as outras pelo enroscamento das luvas. O bit,
responsável pelo desbaste da rocha ao ser perfurada, é enroscado na ponta da
primeira haste a ser introduzida. O acoplamento de hastes, luvas e bit, devem ser
lubrificados com graxa a fim de facilitar o trabalho. Cada bit é utilizado para furação de
2 minas, após isso, estes são considerados “cegos” e, sua reutilização sem afiação,
compromete o tempo médio estipulado do processo e a vida útil da ferramenta.
Movimentada por um sistema hidráulico, a perfuratriz possui outra ferramenta,
uma lança, para correto posicionamento das hastes.
Depois de visualizado o local do furo, o operador desloca a perfuratriz até o
local, posiciona a lança e a nivela com a utilização de um nível de bolha. Para a
perfuração das minas se utiliza 0° com a vertical, em alguns casos, quando o material
precisa ser lançado mais distante, é necessária a utilização de ângulo,
aproximadamente 10°, em direção à extremidade do banco. Uma lança em bom
estado e bits afiados evita os desvios durante a perfuração. Nas primeiras carreiras
são utilizados bits de 3”, maior poder de explosão e, na última, de 2,5”, para que não
desbaste o banco.
Engatado a primeira haste no martelo e colocado o bit na outra extremidade,
inicia-se a furação. O martelo faz a haste girar em movimento contínuo e aplica uma
força pra baixo na haste. O bit desgasta a rocha até o comprimento da haste.
Liberando a primeira haste no fundo na mina, o martelo é levantado e o operador
conecta outra haste àquela, nunca se esquecendo da lubrificação, recomeçando o
movimento. Este processo é repetido tantas vezes for necessário até a mina atingir a
altura desejada. A partir daí, o operador começa a retirada das hastes. Para soltar a
haste da luva ou o bit da haste, o operador, utilizando o martelo, rebate essas
ferramentas. As hastes retiradas são colocadas em um tripé e, para a furação da nova
mina são utilizados outras ferramentas (hastes, luvas e bit), já que, uma lança não
pode ser usada em duas minas consecutivas.
Para que não caia material que, por ventura, esteja solto por cima do banco, é
colocado como tampa da mina, saco plástico.
Depois de duas minas perfuradas, o bit é substituído por outro e aquele deverá
ser afiado para uma próxima perfuração. Cada bit tem uma vida útil de
aproximadamente 600 metros.
Caso a profundidade de uma mina não seja respeitada, ficando menor que o
desejado, após a detonação, aparecerá o repé, tendo o operador que furar estes repés
numa próxima marcação. Este retrabalho atrasa o processo produtivo da empresa. O
repé também pode surgir devido a um desvio considerável durante a perfuração de
uma mina. Outro inconveniente causado por estas duas falhas são os “matacos”,
pedras maiores, que o britador primário não tem condição de quebrá-las. Estes
matacos, posteriormente, devem ser furados, mas, com martelo manual, para serem
detonados num próximo fogo.
Outro inconveniente são as falhas ou os lisos na rocha. No primeiro caso, deve
ser recomeçado um novo furo atrás de onde deveria ser o local ideal. No outro caso,
quase sempre ocorre um desvio acentuado na mina, dependendo, da inclinação, outra
mina deverá ser feita.
Juntamente com a planilha com as medidas das perfurações, é entregue ao
operador outro arquivo onde ele deverá preencher alguns dados como, quais e qual o
diâmetro do bit, quais hastes, quantas minas, entre outros.
O operador deve usar uma serie de equipamento de segurança: capacete,
luvas de couro, máscara, óculos, uniforme, bota de couro com bico de aço.

Perfuratriz
4.4. Fluxograma do Processo Produtivo

5. Análise do Processo Produtivo

O processo “perfuração” é categorizado, de acordo com a disciplina Processos


Produtivo, como um exemplo do processo furação.
A Furação é a operação de usinagem que tem por objetivo abrir, alargar ou
acabar furos em peças, neste caso a rocha. Os furos podem ser produzidos em
dimensões que variam desde poucos milímetros até vários centímetros de diâmetro.

6. Conclusões

Apesar dos processos produtivos apresentados em sala de aula serem focados


em atividades metalúrgicas, principalmente siderúrgicas, buscou-se no presente
trabalho obter uma visão mais abrangente de processos produtivos. O caso da
perfuração na empresa Pedra Sul ilustrou de maneira muito interessante o processo
furação.

7. Referências Bibliográficas

http://www.pedrasul.com.br/
http://www.ibram.org.br/
http://www.cgee.org.br
http://www.pormin.gov.br/informacoes/arquivo/agregados_minerais_propiedades_a
plicabilidade_ocorrencias.pdf

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