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OBRAS DO AUTOR ‘As dnores de concn, em colaboraszo com Michel Aur A idegrafia dinimica. Ramo a une imaginago aifiial? A ite clea. Por wna amvopelogia do ciberepaze A mdguins unio. Cra, coi elu inforatica © gue é o vial As tenolgiasdaiteligncia. © fat do pensamant a ea dt informatica Pierre Lévy A ideografia dinamica rumo @ uma imaginagao artificial? Traduo Marc Marna Saul Krier (ies toysia Lideograpie dynamique Vers wre imagination atte? © Fairs La Decouvee, Pas. 1931 IBN: 2:901-20812 ‘Una 1 ego esta des obra fi publican em fever de 1991 po Le Caecyt Moderne, Geach Revit Marco Balbasar Lea! Renato da Rocha Cake Sia Data Tee Gros Baigbes Loyola Rus 1822 0° 347 — Ipiranga (04216.000 Sao Paso, SP Caixa Postal 42.335 ~ 04299.970 Sto Paulo, SP © it) on1.i02 Fax (OWL) 6163-4275, Home page: w.oyola.com. by emai: Iyolaa ibn net Todos os direitos reservados. Nenhuma pare desta obra pode ser reproducida ou transmitida por quauer for yma elo quatsquer mets (elerdnico ou mecnico, in lundo forocdpiae gravagdo| ow arquvada om qual ‘quer sistema ou banco de dadon sem permissioeserita de Eatora. ISBN: 5.1 © EDIGOES LOYOLA, So Paulo, Brasil, 1998 1670-2 As palavras ea linguagem, escritas ou faladas, nto ‘parecom exceutar fungi alguma em meu pensamento, As entidades psiquicas que servem de elementos a me ‘ensamento sto certs signos, om imagens mais ow me nos clavas, gue podem ser reproducidere combinados vontade, A. Eiysrnns O iimico modo de comunicar dirctamente uma iddia E por meio de wm icone S. Phanee Poieriaoasinoradusie caractres univers bastante ‘populares ¢ melhores aue os dos chineses se empreaassemns ‘equenas figuras em lugar de palasras, para represen (ar coisas visives que as acompanbam. (..) Iso servivia de inicio para que faciimente nos comsnicisemer cm rages diferentes, nas, s 06 introdusisemos entre nés sem renunciar & esrita ordinévia, 0 uso dese modo de coerever seria de grande stilidade para onriquecer a imaginagao ¢ gropercionar ponamentos menor surdas € rmenas verbais que os posuides atualmente GW. Lins, AGRADECIMENTOS fate tabsbo foi elado rias 20 apoio nae do Concept Modeme (do pupa Ede) ¢ do propama "Dak de roa , ‘Atualmente, o desenvolvimento da ideografia dinamica dé-se_ especialmente ha cabrngo et te Concept Moder (Gre firjce Neurp Lab do Cesso Unio e de Peau de change ‘Ade, por sus, conto bua cons tins Niclas Bch. do IRPEACS-CNRS, de Grrl Ene Barcechath, do Observe pour es Tcholges de education en rope (OTE ‘Antonio Disa de Fgutedo,dictor do Dspatamento de Informit da Unsere de Comiva (Pore Piles: Jean auc Lefts, do Musee Nasional Hiaagn Natal cds Ueda de Romer esata Cesloga da bla do oie San Miche ‘Monae Lindy desra do Laborione Education et Foertion (LEF] no Departamento de Canis da dca de Utheidae de Far Nance Darel Mem co LIMSCNRS cm Ors Pree Andre Miche frm, dontornd cm Ritic a Une de Censha ‘Srp PutLajs da Oem pours Techn de eduction or Eure (OTE) Ywer Mace Ut do IMSECNRS om Osa SUMARIO Preficio 7 Tsrno0u¢0: POR UM PENSAMENTOIMAGEM 5 © cempuias sone pss! de esas dnimias 16 leografiadinimvca como lingaagem: © graismo em todas os seus estado ” ‘A ideograia dinimica coma teologia intelectual 6 papel «central da imaginay20 no funcionamento da iateligncia humana oy Elementas de descr da wengafa dinmica 20 PRIMEIRA PARTE A ntocnaris Isic cose uascviE® vito 1: © OUTRO DA LINGUA, As realdades irae Comunicie sen simbolos? © viaual é o indice do signa O horizon utepico da linguagem absolita Linguagens,linguas, esrita dindmicas Cyvnitio 2: A IDEOGRAFIA DINAMICA E AS LINGUAGENS DE COMPUTADOR As excite maquinas Linguas natirais¢ nguagens de imagens Escrtas operatwastescntas expressivas Cyyivio 3 A IDEOGRAFIA DINAMICA E 0 CINEMA, ( cinema, lingua universaP A segunda arteulagao Nao hi palavas cnematogeiias (Os idcogramas equialem a paaveas da lingua Palo saratwo e palo conceitual Filme ov cinematografia ‘Cueto 4& GRAMATICA E ICONICIDADE. (© cinema tem oma sramatica? A gramstica como repetério de motives icnices ‘A gramaticalzagao do espago ¢ do movimento Niel operacional e nel copntvo, (© problema da gramatcalidade das expresses Dominios eagnitvore hiperespagos conceituais As categoria gramaticais na lnguagem fondtica seu ‘euivulente na ideografia dindmica ‘Canewo 5: A IDEOGRAFIA DINAMICA E A LINGUA Accscrta e 2 kgs ‘A lingua © 0 compo (© segundo espago da lingua SEGUNDA PARTE: A torociirin rsica COM TECSOGOGIA SNTELECIEAL Crvtneio 6: OS SIGNOS E © PENSAMENTO. Carnuio 7: IMAGINACAO, Representagdes ments Representardes proposcionis Modelos mentais As imagens 43 8 9 31 35 55 56 55 59 63 o “7 70 2 4 % 16 wn 83 ny 1 7 100 101 103 Relagdes tee imajons © madelos mentais 0s, Diferengas entre imagens © modes, de um lado 1 proposiies, de outro 106 Tradoait © tee modelen ments 109 Caotren© 8: RACIOCINIO m Raciecnio espontinco © modelos mena. TH A liga como tecnologia intelectual m2 ‘A ideoprafia dndmica como tecnologia intelectual altemativa 3 ligica us. A ideoprafia dintmica © w retorma do analégica U6 A legia corn ideugratia. 120 Dedigio,indusio, abducio e imaginasio. a CCavineio : COMUNICACAO 1s CCompreensio e modelos mentais. 15 CComreensio pelo exemplo ¢ compreensio pela delinigao na ideogafs dines mu ‘A linguagem como técnica de projesa0 de hiperimes a absteagio} im A idografia dinmica como akematva a linguagem foncica para tansmissio ¢ masipulagdo de hipertilmes 134 Elementos da pragmatica da Weogrfia dinimica 16 TERCEIRA PARTE: EBhisisios orsenivos 24 FOG ONSANHEA Cavneuy 10: OS OBJETOS ut Primeita abordagem dos cbjetos we ‘A modelagem de dados por objetos ators 13 ‘Auualidade da eepresentagao por objetos 146 (Qualidades pedagigicas da sepresentagdo por objets: 2 simulaydo ineratia 148 (Qualidades copnisivas da representa por objetos 150, Pensar com oljtos 134 Engenhasia de conhecimento para a ideogsatiadindmica? 136 {Cantruto 1; OS IDEOGRAMAS Prieitaabordagem da idengralia Caracterstcas dos ideogramas dinamicas Vantagens da imagem animada em rlasio 3 ectta alfabetica Vantagens de uma ideogeaia (sto 6 de uma escrita) em ‘elagao a imagens pravadas Sistema de ideogramas:classificacdes, pervs, redese digramas Serio os ideogramas muito diiceis de aprender? Relagdes entre ideograma ¢ abeto na deograiadindmics urna uma semitica do hipertewto Caiman 12: 05 CAMPOS DE ACAO Peimeisaabordagem dos campos de acio Diferentestipos de campos de 4530 Alguns exeraplos de campos de ayio tomados do ‘madelo do ecossstema da bain do monte Saint-Michel Fundamentos cntolégcos ¢ grosoigicos da distingio rmensagemvebjeto ou Weogramalcampo de aslo to 13: © GERADOR DE IDEOGRAMAS E SEU USO. A ieograiapatchworke Seu gorador de ideogramas Os princpios basics do gotador de idcogramas Como criar um repertéro de ideogramast © exermplo (fctca} da baa do monte Saint Michel. Imaginar. Cwrrvio 14: © DIRETOR Para que sere 0 diver? ‘A imagem opecativa ‘A naratva Ramo a ua encenasao automtica Possbldades dalgieas da cominicgio ied Covctusto: UMA CINELINGUAGEM PARA O SECULO XX1 O hipentest, © depos? cw 158 9 160 162 168 163 166 167 wm m1 m2 V5 176 181 1s) Is inguagens de proramagio a hase de imagens Tingoagens de imagens? [A busca do inelgéncia artisial por outros melas ‘A atiesiso (a deogata dadmica ea stese de imagens) BIBLIOGRAFIA am ‘A meu amigo Xavier Comtesse, sem © cemusiasmo de quem 0 projeto de ideagratia dindmica no viia 8 luz Hee sonhou. Eu escrev PREFACIO ‘um lado é um projeto de engenharia lagstica no am ito das interfaces homem-miquina; por outro, & um ser fitiio, pura hipétese, espécie de miquina a explorar © mundo dos signos e da cognigio, cuja virtude talez possa projetar novas luzes sobre antgas problemas filoséficos acerca Ga Tinguagem © do pensamento, Ast: dinamica apresenta um duplo cardter. Por Embora este texto tenha side redigida no presente, deve ficar bem claro a0 letor de hoje que a ideografia dina mica € ainda um objeto puramente imaginsrio. E provivel aque tealizasies técnicas nea inspiradas aparecam em breve, ‘uma vez que muitas equipes esto trabalhando nisso. E, _mesmo que jamais vena a ser implantado qualquer apicativo Togica correspondente a nossa descriges, nem par sso nosso texto seri init. Numerosos elementos aqui atribuidos a ideografia dindmica pertencem mais ou menos a muitas formas ji existentes de modelagem de dados ¢ simulacao visual por computador. Ideografias dinamicas especializadas so utilizadas hé muitos anos em quimica ou em Biologia molecular. Programas como visualizadores, processadores de ir A ideogtatia dinimico de dados. linguagens de programagao com hase em imagens, sistemas interatives de aporo a decisto (SIAD) e mesmo geradores de sistemas especialistas funcionam hoje como subsidios para a modelagem de dados e a simulagdo. Tudo fo que adiantamos sobre a articulagao entre a ideografia din mica € o sistema cognitivo humano valem igualmente, em graus diversos, para as novas tecnologias intlectuais de su porte informatico ‘Mesmo que a ideografa dinimica permanesa em esta ddo de utopia, sonhar com cla fai com que melhor compreen- damos o que os novos instrumentos wsuais de simulagio © _modelagem por computador representam no plano cognitvo. Com a inteigincia artifical, os instrumentos de simulagio de predominancia visual, a sintese de imageas, 0 hipertexto © a ‘multimidia interatva, 0 final do século XX est reinventando 4 esctita, talvez de modo ainda mais profundo que o fim do século XV, com a imprensa. Este texto pode entio ser conse: rado como (mas nao redurido a) uma meditacao acerca da renovagdo contemporines da escrita Introdugéo POR UM PENSAMENTO-IMAGEM ‘ostuma-se dizer que vivemos em uma civilizagao da ima- gem ou do audiovisual. Enquanto o tempo destinado 3 jitura tende a diminuir entre as novas gerasies, ver fica-se que 0 tempo dedicado a assistir a televisio © ouvir rmisica gravada nao para de crescer. O livro cada ver mais dei de ser o vetor de emogio, de sonho e de diversio que era tempos atris.O papel impresso encontra-se progressiva mente relegado a fung20 utlitsia de transmissdo de informa io e divulgacao de conhecimentos téenicos ou cientificas © abismo aprofunda-se sempre mais entre o banho cultural midis io do saber ou do pensamento, chegan- do a indicar uma nova ondem da esstita, De um lado, © ‘embalo musical eo fscinio das imagens animadas; de outro, ‘0 mundo do papel impresso, que parece cada vex mais cin ‘onto © menos desejivel a uma juventude nascida em meio a0 espetaculo. 0 dor Como reconciliar com os prazeres da inteligencia gera- 8es orientadas para as imagens animadas e teas interatvas? ALdeoaiato dintmica Bm ver de se agastar em defender o impresso clisic, por que no transformar a propria imagem animada em tecnologia intelectual’, por que nao inventar uma escita em fase com a nova ecologia cognitiva da era audiovstal? ‘As diversas priticas autorizadas pela digtalizagao da imagem e da multimidia interativa jt indicam algumas pistas interessantes nessa dizecao, mas, por razdes que ser30 exami: nada no corpo desta obra, si ainda ingufcientes. Atengao! Nao se tata de recorter & imagem para ius tsar ou enfeitaro texto clissco, mas de realmente inauurar luma nova eserita: um instrumento de conhecimento e de pensamento que seja também ¢ intsinsecamente imagem ani- mada, Este € 0 desafio a que esta obra pretende responder [Nao objetivamos enterrar a escrita para celebraro espeticulo audiovisual, mas, ao contravio,fazé-la tenascer, dversificando suas formas, multiplicando seus poderes Faver da imagem animada uma tecnologia intelectual plena ¢ contribuir para inventar uma cultura informatico ‘mididtica critica © imaginativa, é esbogat outro caminho que nao 0 da sociedade do espeticulo, votada a0 cintilar sem meméria da televisa0 ¢ a gestio “racional” pelos siste mas de informacao Utopia? Sim, Reivindicamos a utopia em detrimento 4a preguica e do “reaismo’ conformista, Nao nascerio as realizagbes técnicas, particularmente nos dominios da co- municagao e da informatica, muito mais de sonhos apaixo- nados que de frios estudos de mercado? © computador, suporte possivel de escritas dindmicas Aeescrta, desde suas origens, foi sempre desenvolvida sobre um suporte estitico, Por essa tazdo, tanto as ideografias _tnod0: por un persamentoimagem 7 quanto 0s alfabetos sio providos de simbolos fixos, que se sucedem © mais das vezes linearmente, ou pelo menos de ‘modo linearizavel (como no caso dos quadros). A televisio 0 cinema, por sua vez, trazem ao mesmo tempo movimen- to e imagem; s20 linguagens nem tanto lineares e estticas, ‘mas intrinsecamente bidimensionais © animadas. Mas nio slo interaivas e, sobretudo, no permitem a passagem 3 abstraga0 nem o trabalho de conceitos, a, a tla de computador é um meio de comunicasao capax de siportar 20 mesmo tempo a imagem animada, a inferagaoe, como veremos, a abstrag. Pela primeira ver na hasta a informdtica contemporanca auttza a concepea0 _deuma excita dindmica,cujos smbolos serio portadores de reméria e capacidade de reas3o autGnomas. Os carateres dessa excita no significado apenas por sua forma ou dis- posigo, mas também por seus movimentos e metamorfoses ‘Trata-sc de algo hem diferente do hipertexto ou da multimi- dia ineratva, que se satisazem em mobilizar e dispor em rede antigos modos de representagao que so 0 alfabeto ¢ a imagem gravada. Com a ideografia dinamica, visamos 4 uma linguagem que sti inimagindvel antes do desenvol vimento de microinformtica convivial uma linguagem in- teinsecamente lida a capacidades de memiriae interaca0 dos computadofes contemporineos, que 36 alangard sua plena dimensio na futura rede digital integrada de banda haega {A ideografia dinamica como linguagem: {© grafismo em todos os seus estados A primeira parte desta obra, “A ideografiadindmica como linguagem”, tenta esclarecer 0 estatuto semiolégico da ideografia dinamica. E uma escrita’ uma linguagern? uma lin- 1s A idcosrahs dint sua? Como conecher a gramética desse sistema inédito de ‘ignos? André Leroi-Gouthan demonstra que a histéria da hhominizagao se confunde com a de seus instrumentos ¢ sua lingua, essas das grandes formas culturais que progridem sempre conjuntamente'. Muitas ve7es esquecemios que o gran de préhistoriador posiciona o grafismo num nivel quase idén- tico ao da técnica e da palavra. Entalhes sobre oss0s, tatua ‘gens. stmos colordos, representacaes sobre as paredes das cavernas tomam-se complexos ¢ desenvoltem-se a0 mesmo tempo que a humanidade. Macacos nio possuem pinturas de ‘guerra ou miscaras de fetiaria, assim como alo possiem in- puss. Na escala da historia da humanidade, a distingio entre cescrita e desenho (ou artes plisticas em geral) € algo bastante recente. Talkez hesitemos em reconhecet una esrita nos “i= toggamas” de que fala Leroi Gousha, pelo fato de sa organi ‘sao, radial ou reticular, revelar que eles ni se subordinam 3 lingua. Quezeras que 0s signosgraficos registem a palasra,€ 2 nomeamos ento “esta, ou que fixem ima imagem vstal, ‘enesse caso falatemos de “desenbo™. Maso gafismo ultrapassa desde sempre essa altermativa grossira; ¢ antes de mais nada brotacio de signos, superte¢ prolongamento de um imaginario ‘do qual lingua ndo &a unica forma de expressio. O galismo, ‘esctita no sentido amplo, no tem por primeita vocacio duph ‘ar a oralidade ou a cena vista: & uma linguagem autinoma 1. Obsersemos que o cslnte paraeismo estabeleide por Lero-Goushan ene habliade técnica e apie Inghsica€ ie tionado plas mais recente descoberas em pacontologia. que tem rmostado disparidades entre a evolugdo da drea de Broa [ea da leguager localiza naterccira incunvolug frontal do hemo cotceal exquerdo, tl como se pode reconstua a pari das endo ‘casas crananas de fosses humanos, ea evolao da complesidade de instcumentos ices. Ver os debates do Colle dele foto hain su Troan de coneau, sab a diesao de Jean-Pierre Chan: eu, Pais, dezembro de 1990, __nteduao- por um persamentaimagem a9 ‘A ideograiadindmisa aricla-e a panic de uma mode lager cspiciotemporal a base de movimento, campos de forease ones. Nao se trata de decalgue da inguage fla, a exemplo das excita alfabeticas ou sldbicas ela € por es ia tarlinguisica, A idoograia dinimica quer reatar com a enciga orignal das exrtas anteriores ao Estado A ideografia dinamica como tecnologia intelectual: © papel central da imaginagio no funcionamento da inteligéncia humana Duas linhas de reflesio conduzitam-nos 2 ideograia dindmica, Uma diz respeito as posibilidades ainda inexploradas dos computadores como supares de tecnologia intelectuais a outa dena do gapel da imaginagao no fancionamento da inteligéncia A ideografia Gindmica resulta da convergéncia ETE esas das inhas de pesquisa, ealizando a nteface entie 6 homers imaginante¢ @ computador imageante. A segunda parte deste texto, “A ideografia dinamica como tecnolopa intelectual ata precisamente da articulagao entre a ieoggafia dlirica 0 sistema cogpitivo humano Sequindo muitas das coreentes das cigncias cognitivas contemporaneas,levantamos a hipdtese de que a construgao a simulacio de modelos mentais constituer o principal processo cognitive subjacente a0 raciocinio, ao aprendizado, A compreensio ea comunicagio, Raciocinay sobee uma situa {0 cquivaleria, primeitamente, a recordar ou consteuir cer {0 miimero de modelos mentaisreferentesa cla: em segundo Jgar, a “fazer funcionar” ou a simlar esses modelos, fim de observar 0 que se tornam em outrascircunstincias, veri ficando sua adequacio aos dados da experiéncia; em terce 10 lugar, a selecionar © “melhor” modelo. Compreender una proposicio, uma idéia, uma teoria significaria ainda fazer ey A ideomrafia dindmica ‘com que modelos mentais Ihes carrespondessem. A titulo de exemplo, a melhor maneira de compreender a frase “o gato come o rato” representando a cena. Comunicar equivaleria entio, essencialmente, a por em movimento a simulagio de tum modelo mental no espiito do interlocutor. Todas essas hipoteses sero mais amplamente defendidas, referidas e snuancadas no decorrer desta obra. Basta-nos aqui esbosd -las rapidamente, para ressaltar o papel central que atribu- ‘mos & imaginagdo na maior parte das fungdes cognitivas ‘Certas excitasestiticas apresentam se como memérias alifciais Na interface entre o homem e o computador, a ideo- sali dindmica apresenta-se como imaginacio artificial. Ao concebé-la,queremos construir um instrumento que possa pro- longar, sustentar e amplificar aatividade espontinea de elabo- racdo ¢ simulagio de modelos mentais, aos quaisincessan- temente nos entregamos quando pensamos e comunicamos. Hlementos de descrigéo da ideogratia dinémica A terceira parte deste texto traz algumas indicagSes sobte a implantacao informatica da ideografia dindmica Nao obstante, permaneceremos aum nivel puramente conceitual, sem chegat ao plano da programago propria- mente dita. Os dois principais médulos de programa da ideografiadinimica sio o gerador de ideogramas (GI) e 0 ditetor (D) (© sgerador de ideogramas permite construir ¢ modilicar ‘modelos de diversas dominios do conhecimento. Os modelos apresentam-se como repetrios de ideogramas organizados ‘em taxiologias, isto 6, em redes semnticas que descrevem as relagGes conceituais entre as diferentes entidades represer Invoducio: por um persamentoimagem tadas pelos ideogramas. Cada ideograma € sustentado por tum objeto informético auténomo, capaz de trocar mens gens com outros objetos. Na tela, os ideogramas comuni- cam-se entre si por meio das campos de ada, que podemos descrever, numa primeira aproximacdo, como espécies de “auras” ou "zonas de eficscia’ em torno dos ideogramas, Os campos de acio sio eminentemente mutaveis, méveis, po endo tomar formas diversas e produzir efeitos variados, (© segundo médulo de programas da ideografia dind- mica € 0 diretor. O D permite explorare simular um modelo fem meio a multitude de narrativas ou cenérios visuais a que chamamos actologias, as quaisrepresentam a interagdo cau sal dos ideogramas (como as taxiologias representavam suas relagdes conceituas). Em resumo, um campo de conhecimento pode ser re- presentado por virios modelos ov muitos repertérios de ideogramas altemativos por meio do gerador de ideogramas. Un repertrio de ideogramas 6 composto de muitastaxcoogias| (redes semanticas), A partir de um modelo, 0 dirtor permite

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